sábado, abril 27, 2024

Há novidades sobre o planeta anão Pllutão e o seu coração...



O mistério do coração de Plutão foi finalmente resolvido

 

Representação artística do enorme e lento impacto em Plutão que levou à estrutura em forma de coração na sua superfície

 

Impacto gigante e lento de ângulo oblíquo deu origem ao “coração partido” do anão, verificou nova investigação - que também desmente a presença de um oceano subsuperficial de água líquida no planeta.

O mistério de como Plutão adquiriu uma característica gigante em forma de coração na sua superfície foi finalmente resolvido por uma equipa internacional de astrofísicos liderada pela Universidade de Berna e por membros do NCCR (National Center of Competence in Research) PlanetS.

A equipa é a primeira a reproduzir com sucesso a forma invulgar, através de simulações numéricas, atribuindo-a a um impacto gigante e lento de ângulo oblíquo.

Desde que as câmaras da missão New Horizons da NASA descobriram, em 2015, uma grande estrutura em forma de coração à superfície do planeta anão Plutão, que este “coração” tem intrigado os cientistas devido à sua forma única, composição geológica e elevação.

Uma equipa de cientistas da Universidade de Berna, incluindo vários membros do NCCR PlanetS, e da Universidade do Arizona em Tucson utilizou simulações numéricas para investigar as origens de Sputnik Planitia, a parte ocidental em forma de lágrima da superfície em forma de “coração” de Plutão.

De acordo com a sua investigação, a história inicial de Plutão foi marcada por um evento cataclísmico que formou Sputnik Planitia: uma colisão com um corpo planetário, com cerca de 700 km de diâmetro.

As descobertas da equipa, recentemente publicadas na revista Nature Astronomy, sugerem também que a estrutura interna de Plutão é diferente do que se supunha anteriormente, indicando que não existe um oceano subterrâneo.

 

Um coração dividido

O “coração”, também conhecido como Tombaugh Regio, captou a atenção do público imediatamente após a sua descoberta. Mas também captou imediatamente o interesse dos cientistas porque está coberto por um material de alto albedo que reflete mais luz do que os seus arredores, criando a sua cor mais branca.

No entanto, o “coração” não é composto por um único elemento. Sputnik Planitia (a parte ocidental) cobre uma área de 1200 por 2000 quilómetros, o que equivale a um-quarto da Europa ou dos Estados Unidos. O que é surpreendente, no entanto, é que esta região é três a quatro quilómetros mais baixa em elevação do que a maior parte da superfície de Plutão.

“A aparência brilhante de Sputnik Planitia deve-se ao facto de estar predominantemente cheia de nitrogénio gelado branco que se move e convecta para alisar constantemente a superfície. Este nitrogénio provavelmente acumulou-se rapidamente após o impacto, devido à mais baixa altitude”, explica o Dr. Harry Ballantyne da Universidade de Berna, autor principal do estudo.

A parte oriental do “coração” está também coberta por uma camada semelhante, mas muito mais fina, de nitrogénio gelado, cuja origem ainda não é clara para os cientistas, mas está provavelmente relacionada com Sputnik Planitia.

 

Um impacto oblíquo

“A forma alongada de Sputnik Planitia sugere fortemente que o impacto não foi uma colisão frontal direta, mas sim oblíqua“, salienta o Dr. Martin Jutzi da Universidade de Berna, que deu início ao estudo.

Assim, a equipa, tal como várias outras em todo o mundo, utilizou o seu software de simulação SPH (Smoothed Particle Hydrodynamics) para recriar digitalmente tais impactos, variando a composição de Plutão e do objeto impactante, bem como a velocidade e o ângulo. Estas simulações confirmaram as suspeitas dos cientistas sobre o ângulo oblíquo do impacto e determinaram a composição do objeto.

“O núcleo de Plutão é tão frio que as rochas permaneceram muito duras e não derreteram apesar do calor do impacto e, graças ao ângulo e à baixa velocidade, o núcleo do objeto não se afundou no núcleo de Plutão, mas permaneceu intacto, como uma mancha, sobre ele”, explica Harry Ballantyne. “Algures por baixo de Sputnik está o núcleo remanescente de outro corpo massivo, que Plutão nunca chegou a digerir”, acrescenta o coautor Erik Asphaug da Universidade do Arizona.

Esta força do núcleo e a velocidade relativamente baixa foram fundamentais para o sucesso destas simulações: uma força menor resultaria numa superfície muito simétrica que não se parece com a forma de lágrima observada pela New Horizons.

“Estamos habituados a pensar nas colisões planetárias como acontecimentos incrivelmente intensos em que se podem ignorar os pormenores, exceto coisas como a energia, o momento e a densidade. Mas no Sistema Solar distante, as velocidades são muito mais baixas e o gelo sólido é forte, pelo que temos de ser muito mais precisos nos nossos cálculos. É aí que começa a diversão”, diz Erik Asphaug.

As duas equipas têm um longo historial de colaborações conjuntas, explorando desde 2011 a ideia de “salpicos” planetários para explicar, por exemplo, as características do lado oculto da Lua. Depois da nossa Lua e de Plutão, a equipa da Universidade de Berna planeia explorar cenários semelhantes para outros corpos do Sistema Solar exterior, como o planeta anão Haumea, semelhante a Plutão.

 

Não há um oceano subsuperficial em Plutão

O estudo atual lança também uma nova luz sobre a estrutura interna de Plutão. De facto, é muito mais provável que um impacto gigante como o simulado tenha ocorrido muito cedo na história de Plutão.

No entanto, isto coloca um problema: espera-se que uma depressão gigante como Sputnik Planitia se mova lentamente em direção ao polo do planeta anão devido às leis da física, uma vez que tem um défice de massa, mas paradoxalmente, está perto do equador.

A explicação teórica anterior era que Plutão, tal como vários outros corpos planetários no Sistema Solar exterior, tem um oceano subsuperficial de água líquida. De acordo com esta explicação anterior, a crosta gelada de Plutão seria mais fina na região de Sputnik Planitia, fazendo com que o oceano se avolumasse aí e, como a água líquida é mais densa do que o gelo, acabaria por haver um excedente de massa que induziria a migração para o equador.

No entanto, o novo estudo oferece uma perspetiva alternativa.

“Nas nossas simulações, todo o manto primordial de Plutão é escavado pelo impacto e, à medida que o material do núcleo do objeto impactante “salpica” o núcleo de Plutão, cria um excesso de massa local que pode explicar a migração para o equador sem um oceano subsuperficial ou, no máximo, um oceano muito fino”, explica Martin Jutzi. A Dra. Adeene Denton da Universidade do Arizona, também coautora do estudo, está atualmente a realizar um novo projeto de investigação para estimar a velocidade desta migração.

“Esta nova e inventiva origem para a característica em forma de coração de Plutão pode levar a uma melhor compreensão da origem do planeta anão”, conclui.

 

in ZAP

 

 Fotografia em cores de Plutão, obtida pela sonda New Horizons em 14 de julho de 2015

Porque hoje é dia de recordar um Português...

Efígie de Fernão de Magalhães no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, Portugal 

 

Fernão de Magalhães
 
Fernão de Magalhães da Ibéria toda,
Alma de tojo arnal sobre uma fraga
A namorar a terra em corpo inteiro,
Consciência do fim no fim da boda,
Fernão de Magalhães que andaste à roda
De quanto Portugal sonhou primeiro :
 
Ter um destino, é não caber no berço
Onde o corpo nasceu.
É transpor as fronteiras uma a uma
E morrer sem nenhuma,
Às lançadas à bruma,
A cuidar que a ilusão é que venceu.

   
   
in Poemas Ibéricos (1965) - Miguel Torga

Secção de Fado ameaça boicotar Serenata Monumental

 

 

Secção de Fado ameaça boicotar Serenata Monumental: “Serenata só há uma. Na Sé Velha e mais nenhuma”


A Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC) informou que, caso a Serenata Monumental da Queima das Fitas não se realize no largo da Sé Velha, não irá atuar.

Apesar da insistência da organização, a Polícia de Segurança Pública deu parecer negativo à realização do evento neste espaço.

A atuação na serenata é “reservada a grupos de fado constituídos por estudantes sócios da AAC”, segundo o Regulamento de Organização da Queima das Fitas.

A mudança do local acontece desde 2020. A razão inicial prendia-se com obras que se iam realizar no espaço, antes da pandemia da Covid-19. Desde esse ano que a Serenata Monumental da Queima das Fitas já se realizou na Sé Nova, espaço característico da Serenata da Festa das Latas e Imposição de Insígnias, e no Paço das Escolas.

A 30 de abril vai decorrer uma Assembleia de Auscultação da Academia, convocada pelo Magnum Consilium Veteranorum, aberta a todos os estudantes para que saia uma decisão quanto ao local, com transmissão na tvAAC.
 
in tvAAC

Porque um Poeta nunca morre enquanto é recordado...

(imagem daqui)

 
lamento para a língua portuguesa

não és mais do que as outras, mas és nossa,
e crescemos em ti. nem se imagina
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, mera aspirina,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vida nova e repentina.
mas é o teu país que te destroça,
o teu próprio país quer-te esquecer
e a sua condição te contamina
e no seu dia-a-dia te assassina.
mostras por ti o que lhe vais fazer:
vai-se por cá mingando e desistindo,
e desde ti nos deitas a perder
e fazes com que fuja o teu poder
enquanto o mundo vai de nós fugindo:
ruiu a casa que és do nosso ser
e este anda por isso desavindo
connosco, no sentir e no entender,
mas sem que a desavença nos importe
nós já falamos nem sequer fingindo
que só ruínas vamos repetindo.
talvez seja o processo ou o desnorte
que mostra como é realidade
a relação da língua com a morte,
o nó que faz com ela e que entrecorte
a corrente da vida na cidade.
mais valia que fossem de outra sorte
em cada um a força da vontade
e tão filosofais melancolias
nessa escusada busca da verdade,
e que a ti nos prendesse melhor grade.
bem que ao longo do tempo ensurdecias,
nublando-se entre nós os teus cristais,
e entre gentes remotas descobrias
o que não eram notas tropicais
mas coisas tuas que não tinhas mais,
perdidas no enredar das nossas vias
por desvairados, lúgubres sinais,
mísera sorte, estranha condição,
mas cá e lá do que eras tu te esvais,
por ser combate de armas desiguais.
matam-te a casa, a escola, a profissão,
a técnica, a ciência, a propaganda,
o discurso político, a paixão
de estranhas novidades, a ciranda
de violência alvar que não abranda
entre rádios, jornais, televisão.
e toda a gente o diz, mesmo essa que anda
por tal degradação tão mais feliz
que o repete por luxo e não comanda,
com o bafo de hienas dos covis,
mais que uma vela vã nos ventos panda
cheia do podre cheiro a que tresanda.
foste memória, música e matriz
de um áspero combate: apreender
e dominar o mundo e as mais subtis
equações em que é igual a xis
qualquer das dimensões do conhecer,
dizer de amor e morte, e a quem quis
e soube utilizar-te, do viver,
do mais simples viver quotidiano,
de ilusões e silêncios, desengano,
sombras e luz, risadas e prazer
e dor e sofrimento, e de ano a ano,
passarem aves, ceifas, estações,
o trabalho, o sossego, o tempo insano
do sobressalto a vir a todo o pano,
e bonanças também e tais razões
que no mundo costumam suceder
e deslumbram na só variedade
de seu modo, lugar e qualidade,
e coisas certas, inexactidões,
venturas, infortúnios, cativeiros,
e paisagens e luas e monções,
e os caminhos da terra a percorrer,
e arados, atrelagens e veleiros,
pedacinhos de conchas, verde jade,
doces luminescências e luzeiros,
que podias dizer e desdizer
no teu corpo de tempo e liberdade.
agora que és refugo e cicatriz
esperança nenhuma hás-de manter:
o teu próprio domínio foi proscrito,
laje de lousa gasta em que algum giz
se esborratou informe em borrões vis.
de assim acontecer, ficou-te o mito
de haver milhões que te uivam triunfantes
na raiva e na oração, no amor, no grito
de desespero, mas foi noutro atrito
que tu partiste até as próprias jantes
nos estradões da história: estava escrito
que iam desconjuntar-te os teus falantes
na terra em que nasceste, eu acredito
que te fizeram avaria grossa.
não rodarás nas rotas como dantes,
quer murmures, escrevas, fales, cantes,
mas apesar de tudo ainda és nossa,
e crescemos em ti. nem imaginas
que alguma vez uma outra língua possa
pôr-te incolor, ou inodora, insossa,
ser remédio brutal, vãs aspirinas,
ou tirar-nos de vez de alguma fossa,
ou dar-nos vidas novas repentinas.
enredada em vilezas, ódios, troça,
no teu próprio país te contaminas
e é dele essa miséria que te roça.
mas com o que te resta me iluminas.
 
 
 
in Antologia dos Sessenta Anos (2002) - Vasco Graça Moura

Coretta King, a viúva de Martin Luther King, nasceu há 97 anos...

  
Coretta Scott King (Marion, 27 de abril de 1927 - Playas de Rosarito, 30 de janeiro de 2006), foi uma escritora e ativista dos direitos iguais dos negros e das mulheres nos Estados Unidos da América e em todo o mundo.
Viúva do ativista Martin Luther King Jr, Coretta fundou, em 1968, o Centro King, entidade para auxiliar a promover a igualdade racial.
Desempenhou um papel proeminente nos anos após o assassinato de seu marido em 1968, quando assumiu a liderança da luta pela igualdade racial e tornou-se ativa no Movimento das Mulheres e no movimento de direitos LGBT. Coretta King fundou o King Center e procurou fazer do aniversário dele um feriado nacional. King finalmente conseguiu-o quando Ronald Reagan assinou a legislação que estabeleceu o Martin Luther King, Jr. Day. Mais tarde, ela ampliou a sua luta para incluir tanto a oposição ao apartheid como a defesa dos direitos LGBT. King tornou apoiante de muitos políticos antes e depois da morte de Martin Luther King, principalmente de John F. Kennedy, Lyndon B. Johnson e Robert F. Kennedy. O telefonema de John F. Kennedy para si, durante a eleição de 1960, foi o que ela gostava de acreditar que estava por trás de sua vitória.
Em agosto de 2005 Coretta sofreu um derrame que a deixou paralisada do seu lado direito e incapaz de falar. Cinco meses mais tarde morreu, de insuficiência respiratória, devido a complicações decorrentes de um cancro do ovário. O seu funeral foi assistido por quatro dos cinco presidentes vivos dos EUA e por mais de 10 mil pessoas. Ela foi temporariamente enterrada nos terrenos do King Center, até que ficou ao lado de seu marido. Ela foi homenageada pelo seu ativismo na promoção dos direitos humanos e foi introduzida no Hall da fama das mulheres do Alabama em 2009.
No seu funeral, no dia 7 de fevereiro de 2006, além do ex-presidente norte-americano George Walker Bush estiveram presentes outros três ex-presidentes. Acredita-se que mais de 42 mil pessoas passaram pelo seu funeral. Encontra-se sepultada ao lado do marido no Centro Martin Luther King Jr., Atlanta, Condado de Fulton, Geórgia nos Estados Unidos.

Ace Frehley, o primeiro guitarrista dos Kiss, nasceu há 73 anos

  
Ace Frehley (Bronx, 27 de abril de 1951) é um músico americano, mais conhecido por ter sido guitarrista original da banda americana de hard rock Kiss. O seu nome real é Paul Daniel Frehley. Ele possuía uma maquilhagem de ser extraterrestre e andrógino, um riso estranho e uma guitarra esfumaçante.
A revista musical Guitar World classificou o guitarrista como sendo o 14º maior guitarrista de heavy metal de todos os tempos.
  

 


Fernão de Magalhães morreu há 503 anos...


   

Fernão de Magalhães (Sabrosa, primavera de 1480 - Cebu, Filipinas, 27 de abril de 1521) foi um navegador português, que se notabilizou por ter organizado a primeira viagem de circum-navegação ao globo, de 1519 até 1522.

Nascido em família nobre, Magalhães era inquieto por natureza: queria ver o mundo e explorá-lo. Em 1506 viajou para as Índias Ocidentais, participando de várias expedições militares nas Molucas, também conhecidas como as Ilhas das Especiarias.
A serviço do rei de Espanha, planeou e comandou a expedição marítima que efetuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo sul do continente americano, a atravessar o estreito que hoje leva seu nome e a cruzar o Oceano Pacífico, que nomeou. Fernão de Magalhães foi morto em batalha em Cebu, nas Filipinas no curso da expedição, posteriormente chefiada por Juan Sebastián Elcano até ao regresso em 1522.
    
(...)
     
Em 1517 foi a Sevilha com Rui Faleiro, tendo encontrado no feitor da "Casa de la Contratación" da cidade um adepto do projeto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, além disso, segundo Faleiro, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.
Com a influência do bispo de Burgos conseguiram a aprovação do projeto por parte de Carlos V, e começaram os morosos preparativos para a viagem, cheios de incidentes; o cartógrafo de origem portuguesa Diogo Ribeiro que começara a trabalhar para Espanha em 1518, na Casa de Contratación em Sevilha participou no desenvolvimento dos mapas utilizados na viagem. Depois da rutura com Rui Faleiro, Magalhães continuou a aparelhagem dos cinco navios que, com 256 homens de tripulação, partiram de Sanlúcar de Barrameda em 20 de setembro de 1519. A esquadra tinha cinco navios e uma tripulação total de 234 homens, com cerca de 40 portugueses entre os quais Álvaro de Mesquita, primo co-irmão de Magalhães, Duarte Barbosa, primo da mulher de Magalhães, João Serrão, primo ou irmão de Francisco Serrão e Estevão Gomes. Seguia também Henrique de Malaca.
Antonio Pigafetta, escritor italiano que havia pago do seu próprio bolso para viajar com a expedição, escreveu um diário completo de toda a viagem, possibilitado pelo facto de Pigafetta ter sido um dos 18 homens a retornar vivo para a Europa. Dessa forma, legou à posteridade um raro e importante registo de onde se pode extrair muito do que se sabe sobre este episódio da história.
A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina, onde o capitão decidiu parar. Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a nau "Santiago" foi perdida numa viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. Noutra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na nau "San Antonio" onde a tripulação aprisionou o seu capitão Álvaro de Mesquita, primo de Magalhães, e iniciou uma viagem de volta com o piloto Estêvão Gomes (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).
Apenas em novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim batizado por Balboa), e batizando o oceano em que entravam como «Pacífico» por contraste às dificuldades encontradas no Estreito. Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação. Foi também no Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostentam o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões, no atual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas atuais ilhas Filipinas em 7 de abril. Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais; boa parte das grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas. Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu, em combate com os nativos na ilha de Mactan, atraído a uma emboscada, sendo morto pelo nativo Lapu-Lapu.
A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.

 

Mapa da expedição: a vermelho a rota percorrida por Magalhães, a laranja a rota percorrida por Elcano
    
Regresso
Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram o seu suprimento de especiarias. Trinidad acabou ali permanecendo para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo sul, a fim de não encontrar navios portugueses. A Trinidad, após as reparações, tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contactar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado. A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de San Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.
Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de setembro de 1522. Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida. A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros, não tendo a tripulação chegado a receber o pagamento. 
   

Luísa Maita - 42 anos

   
   

 


Patrick Stump, vocalista dos Fall Out Boy, nasceu há quarenta anos...!

      
Patrick Vaughn Stump (nascido Patrick Martin Stumph) (Glenview, Illinois, 27 de abril de 1984) é o vocalista e guitarrista da banda de pop-punk Fall Out Boy. Filho de David Stumph, um cantor de folk e Patricia Vaughn, tem uma irmã mais velha chamada Megan e irmão mais velho chamado Kevin, que é um exímio violinista. É o vocalista e guitarrista da banda de rock Fall Out Boy, originária de Wilmette, Illinois.
  

 


Olivier Messiaen morreu há trinta e dois anos...

 

Olivier Messiaen (Avinhão, 10 de dezembro de 1908Clichy, 27 de abril de 1992) foi um compositor, organista e ornitologista francês.

Autor de vasta produção, que se estende pela música para órgão, piano, de câmara, vocal (com ou sem instrumentos), concertante, sinfónica, coral-sinfónica e uma ópera – Sétimo Quadro do São Francisco de Assis.

  

 


A África do Sul elegeu democraticamente o Presidente e o Parlamento há trinta anos

 
Eleições gerais de 1994
400 membros da Assembleia Nacional












26-29 de abril de 1994
Tipo de eleição:  Eleição geral
Cargos a eleger:  Presidente da África do Sul
(1994-1999)

Nelson MandelaANC
Votos: 12 237 655  
Assentos obtidos: 252  
  
62.65%

FW de KlerkNP
Votos: 3 983 690  
Assentos obtidos: 82  
  
20.39%

Constand ViljoenVF Plus
Votos: 424 555  
Assentos obtidos: 9  
  
2.17%
 
 
O dia 27 de abril é o “Dia da Liberdade” para os sul-africanos. A data marcou a primeira eleição (em 1994) que não foi determinada pelas regras do apartheid (regime de segregação racial oficializado pelo governo da África do Sul) desde 1948. Até então, a cor restringia a participação nas eleições de tal modo que, de uma população de quase 28 milhões, apenas 3 milhões eram eleitores. A eleição de 1994, sem restrições raciais, (para as assembleias regionais e para a assembleia nacional do país) foi possível em função das negociações de paz que envolveram toda a sociedade sul-africana após a libertação de Nelson Mandela, em 1990. O partido do mais famoso dissidente político do mundo, Congresso Nacional Africano, foi o grande vencedor do pleito, o que garantiu a eleição de Mandela para a presidência da República.
A eleição foi organizada pela Comissão Eleitoral Independente, formada por representantes de diversos setores da sociedade sul-africana e presidida pelo líder do principal tribunal do país. A Comissão enfrentou uma série de problemas, a ponto de relatório do Departamento de Estado dos EUA ter considerado sua tarefa um “pesadelo logístico”.
Os eleitores não estavam registados em qualquer banco de dados específico. O documento exigido era o de identidade, e os membros das mesas foram instruídos para flexibilizar soluções para os casos mais complicados. A eleição decorreu ao longo de seis dias, e, como o eleitor podia votar em qualquer mesa, alguns locais tiveram filas cujo tamanho alcançaram a marca dos quilómetros. Ao largo de todos estes problemas, os observadores internacionais, vinculados tanto à ONU quanto à União Europeia, afiançaram a credibilidade do pleito, que marcou uma nova era na política sul-africana.
Os votos válidos chegaram a 19.726.579, e os dois partidos mais votados para a Assembleia Nacional foram o Congresso Nacional Africano, com 12.237.655 votos (62.65% e 252 deputados), o Partido Nacional, com 3.983.690 de votos (20.39% e 82 deputados).

 

Partido Votos % Deputados

Congresso Nacional Africano 12 237 655
62,65 / 100,00
252 / 400

Partido Nacional 3 983 690
20,39 / 100,00
82 / 400

Partido da Liberdade Inkatha 2 058 294
10,54 / 100,00
43 / 400

Frente da Liberdade 424 555
2,17 / 100,00
9 / 400

Partido Democrático 338 426
1,73 / 100,00
7 / 400

Congresso Pan-Africano 243 478
1,25 / 100,00
5 / 400

Partido Democrata Cristão Africano 88 104
0,45 / 100,00
2 / 400

Outros 159 296
0,81 / 100,00
0 / 400
Votos Inválidos 193 112
0,98 / 100,00

Total 19 726 610
100,00 / 100,00
400 / 400
Eleitorado/Participação 22 709 152
86,87 / 100,00

 

 

Mstislav Rostropovich morreu há dezassete anos...

       
Mstislav Leopoldovitch Rostropovich (Baku, 27 de março de 1927  - Moscovo, 27 de abril de 2007) foi um violoncelista e maestro russo (tendo-se, mais tarde, naturalizado norte-americano), unanimemente apontado como o maior violoncelista do século XX.
Nasceu no Azerbaijão, parte então da União Soviética. Ainda quanto era muito pequeno, a sua família muda-se para Moscovo. Estudou no conservatório da capital (do qual mais tarde seria docente) tendo como professores, entre outros, Dmitri Shostakovitch e Serguei Prokofiev.
Estreou diversas obras para violoncelo dos principais compositores contemporâneos, como a 'Sinfonia concertante em mi menor, opus 125' de Serguei Prokofiev, os dois concertos para violoncelo de Dmitri Shostakovich e as Sinfonia para Violoncelo e Sonata para violoncelo e piano de Benjamin Britten.
Rostropovich lutou por uma arte sem fronteiras, pela liberdade de expressão e pelos valores democráticos, resultando em reprimendas por parte do regime soviético comunista. Em 1974, Rostropovich fugiu da então URSS devido à sua defesa intransigente dos direitos humanos e ao seu apoio a figuras dissidentes, como o escritor Aleksandr Solzhenitsyn. Em 1978 acabaria por ver a sua cidadania na União Soviética revogada devido à sua oposição ao regime. Conseguiu regressar ao país apenas 16 anos depois, quando Mikhail Gorbachov era o líder da União.
   

 


Vasco Graça Moura morreu há dez anos...

(imagem daqui)
  
Vasco Navarro da Graça Moura (Foz do Douro, 3 de janeiro de 1942 - Lisboa, 27 de abril 2014) foi um escritor, tradutor e político português
  
Biografia
Vasco Graça Moura nasceu a 3 de janeiro de 1942, na freguesia de Foz do Douro, no Porto.
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde colaborou na publicação académica Quadrante (1958-1962) publicada pela Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa.
Passou 39 meses na tropa, numa altura em que era já casado e pai de dois filhos.
Foi advogado entre 1966 e 1983.
Após o 25 de abril de 1974, aderiu ao Partido Social Democrata, tendo sido chamado a exercer os cargos de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Governo Provisório, do independente pró-comunista  Vasco Gonçalves, porém com participação de elementos ligados ao Grupo dos Nove) e dos retornados (VI Governo Provisório, José Pinheiro de Azevedo).
Na década de 80 enveredou definitivamente pela carreira literária, que o havia de confirmar como um nome central da literatura portuguesa da segunda metade século XX e um dos maiores defensores da língua portuguesa contra o denominado "Acordo Ortográfico" que tem sido alvo de grande polémica e resistência, não só em Portugal como em todos os países faladores de português, devido à sua introdução e implementação forçada e conta-vontade da generalidade dos povos.
Divorciou-se da sua primeira mulher, Maria Fernanda de Sá Dantas, no início dos anos 80, e voltou a casar-se mais duas vezes. Primeiro com a ensaísta Clara Crabbé Rocha, filha de Miguel Torga e de Andrée Crabbé Rocha, em 1985, e depois com Maria do Rosário Sousa Machado, em 1987, com quem teve mais duas filhas, enternecidamente referidas em vários poemas dos seus últimos livros. A sua última companheira foi Maria Bochicchio (italiana), que o acompanhou até perto da sua morte e com quem publicou O Binómio de Newton & A Vénus de Milo.
Foi diretor da RTP2 (1978), administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (1979-1989), presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário de Fernando Pessoa (1988) e da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses (1988-1995), diretor da revista Oceanos (1988-1995), diretor da Fundação Casa de Mateus, comissário-geral de Portugal para a Exposição Universal de Sevilha (1988-1992) e diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian (1996-1999).
Juntamente com António Mega Ferreira, foi o autor da proposta de realização da Exposição Mundial de 1998 em Lisboa, que mais tarde seria considerada pelo Bureau International de Expositions uma das melhores exposições internacionais de sempre.
De novo pelo PSD foi durante dez anos consecutivos deputado ao Parlamento Europeu, integrando o Grupo do Partido Popular Europeu, desde 1999 até 2009.
Em janeiro de 2012, o Secretário de Estado da Cultura do governo de Passos Coelho, Francisco José Viegas, nomeou Vasco Graça Moura para a presidência da Fundação Centro Cultural de Belém, substituindo assim António Mega Ferreira, mantendo-se no cargo mesmo quando procurava curar-se do cancro que lhe provocou a morte, a 27 de abril de 2014. No mesmo dia, Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro de Portugal, destacou o percurso político de Graça Moura e a sua atividade como "divulgador das letras portuguesas", afirmando que o escritor deixou um "vasto legado literário, marcado pela inspiração e pela dedicação à língua portuguesa, que enriqueceu como poucos, uma constante procura da identidade nacional e um clarividente pensamento sobre as raízes, a herança política e filosófica e o futuro da Europa", concluindo: "Portugal perdeu hoje um dos seus maiores cidadãos".
Graça Moura foi uma das vozes mais críticas do Acordo Ortográfico, que considerava que apenas "serve interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo".

 

 

quando, minha luminosa...


quando, minha luminosa, deitado penso em ti

e a teu lado bebo as sombras que te pousam na pele,

apenas a harmonia se respira

da tua testa pousada no meu peito, das tuas mãos presas às minhas.



a noite avança e eu a medo toco o teu cabelo.

o silêncio tem a paz de um olival e dos nossos passeios no alentejo,

o meu amor é como a lua a aflorar-te a face adormecida,

o meu amor é esta e todas as noites, um sobressalto de

estrelas benfazejas,



uma espuma serena em que repouses, uma corrente em que nades de alegria,

uma vide a entrelaçar-te, ó minha luminosa, uma concha de ternura que te guarde.

uma espécie de música que vá vibrando em ti.




in currente calamo (Poesia 2001/2005) - Vasco Graça Moura

Os Papas João XXIII e João Paulo II foram levados ao altar há dez anos...

     
O Papa João XXIII (25 de novembro de 1881 - 3 de junho de 1963) e o Papa João Paulo II (18 de maio de 1920 - 2 de abril de 2005) reinaram como papas da Igreja Católica e soberanos do Estado do Vaticano, respetivamente de 1958 a 1963 e de 1978 a 2005.
A decisão de canonizá-los foi oficializada pelo Papa Francisco a 5 de julho de 2013, após o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II, enquanto que João XXIII foi canonizado por seus méritos de abrir o Concílio Vaticano II. A data da canonização foi marcada a 30 de setembro de 2013.
A canonização dos dois Pontífices aconteceu no dia 27 de abril de 2014. A missa de canonização foi celebrada pelo Papa Francisco, tendo o já desaparecido papa emérito, Bento XVI, sido concelebrante. Ocorreu na Praça de São Pedro, no Vaticano, em Roma, na manhã do Domingo da Divina Misericórdia, o segundo domingo da Páscoa e no final da Oitava da Páscoa.
Esta Santa Missa Solene com o Rito de Canonização foi a primeira a ser transmitida em 3D e em HD em cinemas do mundo inteiro, numa parceria entre o Centro Televisivo Vaticano (CTV), Radio Audiodifusione Italiana (RAI) e SKY. No Brasil foi exibida pela rede Cinemark Brasil.
     
 
   
Cerimónia
Cerca de 150 cardeais, 1.000 bispos, 6.000 padres, e 200 diáconos concelebraram a missa de canonização.
A cerimónia começou com a chegada do Papa Francisco, numa procissão formada pelos cardeais, bispos e patriarcas do Oriente, que cantaram a Ladainha de Todos os Santos. Depois de Francisco fazer as honras a seu antecessor, Bento XVI, o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, acompanhado por dois postuladores deu início ao ritual de canonização, para que o Papa pudesse pronunciar a fórmula consagrada em latim, "louvando a Santíssima Trindade, exaltando a fé católica no desenvolvimento da vida cristã, através da autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, e nossa". Depois de muito pensar, invocou várias vezes a ajuda divina e, por fim, declarou Santos os beatos João XXIII e João Paulo II, inserindo-os no Livro dos Santos, e emitiu um decreto que deve ser aceite por toda a Igreja. Finalizou o momento com o sinal da cruz. A fórmula foi recebida com euforia pela multidão (cerca de 800.000 fiéis), que emanou gritos e foram soados os sinos, cantando o Veni Creator Spiritus. No final do rito, foram apresentadas relíquias dos dois santos, decoradas com ramos de oliveira de prata: um pedaço de pele de João XXIII e um pequeno frasco com o sangue de João Paulo II. 
93 delegações de Estados ou de organizações internacionais compareceram ao evento.
    
   
in Wikipédia

Dinho Ouro Preto, o líder e vocalista dos Capital Inicial, celebra hoje sessenta anos...!

     
Dinho Ouro Preto, nome artístico de Fernando de Ouro Preto (Curitiba, 27 de abril de 1964), é um músico brasileiro. É líder e vocalista da banda brasileira Capital Inicial, além de irmão do músico brasileiro Ico Ouro Preto.
Dinho foi criado em Washington (EUA), Viena (Áustria) e Genebra (Suíça). Filho de diplomata, tetaraneto do Visconde de Ouro Preto, veio morar no Brasil aos 16 anos, na época da ditadura, quando o movimento punk começavam a invadir as ruas de Brasília. Ao terminar o segundo grau, Dinho decidiu prestar o exame para Sociologia, mas ficou reprovado e decidiu dedicar-se à música. Começou a namorar com uma garota chamada Helena, que era irmã de Flávio e Fê Lemos, os quais eram integrantes da banda Aborto Elétrico, também fez amizade com Dado Villa-Lobos e Bi Ribeiro (Paralamas do Sucesso) e começou a participar das reuniões da chamada turma da colina – um lugar estratégico, de onde era possível ver toda cidade.
Dinho conheceu o seu maior ídolo, Renato Russo, vocalista da banda dos irmãos Flávio e . Dinho tornou-se fã incondicional da banda e via todos os ensaios. Ao se separar, em maio de 1983, a banda Aborto Elétrico deu origem a duas novas bandas, a banda de Renato Russo, Legião Urbana e a banda de Flávio e Fê Lemos, o Capital Inicial, da qual Dinho se tornou o vocalista, aos 19 anos. Os seus pais estavam fora do país e nada sabiam da sua carreira artística. Só souberam que ele tinha se tornado músico quando ele e a banda já estava fazendo sucesso.
Em 1993 ele saiu dos Capital e parou de trabalhar. Foi aí que tudo começou a mudar, inclusive a aparência. Dinho queria ficar mais feio. “No começo de carreira eu ganhei o título de símbolo sexual. Achava ótimo ter um monte de meninas se jogando em cima de mim. Mas, depois, quando percebi que ser bonito não era o mais importante, comecei a sentir raiva de mim mesmo”, conta o cantor.
Eram noites passadas em claro, excesso de bebidas e drogas e quando o dia amanhecia voltava para casa e dormia o dia inteiro. Nessa época Dinho tornou-se irreconhecível, tinha dreadlockss no cabelo, era clubber e diariamente estava bêbado, o seu apartamento sempre estava cheio às vezes até de pessoas desconhecidas. Em alguma dessas festas que aconteciam em seu apartamento, alguém acabou levando uma quantia considerável de seu dinheiro (cerca de 20.000 dólares) deixando-o falido.
A história podia ter terminado de maneira trágica. Mas em 1994, na festa do Video Music Brasil da MTV, ele conheceu Maria, uma arquiteta italiana que estava visitando o país. Dinho apaixonou-se logo por ela. Durante 10 dias não se separaram, mas logo depois Maria teve que voltar para a Itália. Dinho diz que sofreu muito, pois ela estava com o casamento marcado, e que lhe enviou milhares de fax pedindo para que voltasse. Conta também que não tinha medo de parecer ridículo.
Para sua felicidade depois de seis meses Maria rompeu o seu noivado e voltou para o Brasil. Logo se casaram e Dinho mudou o rumo de sua vida, parou de se drogar o dia inteiro, “ela me ajudou a inventar novos objetivos para a minha vida”, confessa o cantor. Ele voltou a trabalhar com sua música e pouco tempo depois lançou um disco solo, mas o seu desempenho não teve muito sucesso. Em 1995, decidiu compor gingles para comerciais e odiou a experiência. Em 1997, nasceu Giulia, a primeira filha de Dinho. A tensão durou até março de 1998 quando Dinho e os ex-companheiros decidiram se encontrar para marcar uma série de shows em comemoração aos 15 anos de nascimento dos Capital Inicial. Eles superaram o mal-estar inicial e conversaram como adultos, entre uma apresentação e outra selaram a paz e, em novembro daquele ano , lançaram o CD Atrás dos Olhos, dedicado à sua filha Giulia. Em 1998, os Capital Inicial voltaram à formação original, com Dinho nos vocais. No ano de 1999 nasceu a sua segunda filha Isabel.
Com o álbum acústico de 2000 os Capital Inicial consagraram-se de vez como uma das melhores bandas de rock no Brasil, de lá para cá não pararam mais, já foram lançados mais dois discos que também tiveram sucesso total.
Nos anos 90, lançou os seus dois primeiros álbuns em carreira a solo: Vertigo, em 1994, e Dinho Ouro Preto, em 1995
Em 2012, lançou o seu terceiro álbum em carreira a solo, intitulado Black Heart, com todas as canções em inglês. O álbum conta apenas com regravações de bandas de rock.
Em 2020, Dinho lançou o seu quarto álbum solo, Roque em Rôu, com 12 regravações de bandas e artistas do rock brasileiro. Algumas das regravações do disco são "Metamorfose Ambulante", de Raul Seixas, "A Mais Pedida", dos Raimundos, e "Saideira", do Skank.