sábado, fevereiro 14, 2009

Para o meu namorado

Marisa Monte - Amor (I love you)

1 comentário:

Anónimo disse...

Para se rirem no dia dos namorados


Não dá para acreditar. E não dá, por tudo. Pelo caricato da situação, pelas instituições envolvidas, pelo desplante das justificações, pela falta de pejo, pela arrogância, pela falta de vergonha. Acima de tudo pela grande vergonha que é o facto do “roubo” deste espécie único da património geológico da região.
O que andam ou andaram a fazer os técnicos e os responsáveis pelo GEOPARQUE do Tejo que como se sabe é uma importante fonte não termal…, empregadora da região. Entre os prémios, as menções honrosas, as viagens de estudo pelo mundo fora, os almoços, as galas de trabalho, os congressos e os passeios geológicos, que ocupam sempre tantas fotografias e mancha no jornal paroquial da cidade, não vigiam, o “seu”- nosso património”? Como foi possível isto ter acontecido?

O tronco, fóssil datada com cinco milhões de anos, há já muito tempo que era conhecido. Mesmo muito antes do GEOPARQUE.

Na notícia, retirada do Diário XXI, para além do choradinho da Senhora presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, vale a pena reter duas coisas. A justificação do proprietário e a do responsável cientifico pelo Geo Parque , o geólogo Carlos Carvalho:

Quanto ao primeiro é Portugal no seu melhor. Tal como alguns políticos que em relação ao património só utilizam o verbo, também o proprietário diz: “Estou-me a borrifar para o calhau”. Pelos vistos o Sr. Geólogo, rosto de toda uma equipa, também não lhe terá ligado lá muito. E que tal uma borrifadela nestes funcionários … públicos que justificam os roubos de património público, por motivos de decorações de jardinagem?.

O fóssil milionário

As declarações do Sr. Dr. Carlos Carvalho ao Diário XXI exaltam-nos. E no bom sentido pelo valor económico que é atribuído ao património geológico da região. Talvez assim se combata a crise. Obrigado, então, por este serviço público quando indica, o valor comercial do tronco fossilizado, agora desaparecido. Roubado ou vendido, o mistério continua?

“ Vale entre mil a dois mil euros, não mais do que isso” diz Carlos Carvalho. Como o tronco, retirado com uma grua, tinha dois metros de cumprimento e pesaria cerca de 15 toneladas, é só fazer a conta quanto ao preço da grama fóssil. Que grande serviço público. E agradeçamos a avaliação feita por este grande especialista. Uma pergunta quando, é que vai haver uma feira de fósseis do Geoparque? Talvez apareça o calhau e seja licitado pela melhor oferta, acima é claro da avaliação do Sr. Coordenador científico Dr. Carvalho. Ai que fossilização, ai que grande fossilização mental.

PS- Quanto é que valem as trilobites e bilobites de Penha Garcia?

A resposta ao comentário de uma tal Sr.ª Rita passa a posta porque a questão da real situação da defesa e da salvaguarda do património geológico regional é do interesse público. Diz a Rita que o «autor, comentadores e público em geral deveriam "investigar" melhor o que é o Geoparque Naturtejo e quais os seus deveres e direitos (nos quais não se incluem a apropriação em nome próprio de bens particulares sem o consentimento dos respectivos proprietários).
Já existem dois troncos propriedade da CMVVR portanto, se fosse tão simples como ir buscar o tronco considerado como o mais importante (com ou sem autorização) não acham que já lá tinham ido?»

Não foram porquê? A Rita sabe desde quando é que o tronco está identificado? Saberá a quantidade de cientistas que o fotografaram e o admiraram. E ainda não havia Geoparque. Aliás o caricato disto tudo são os comentários do “proprietário do calhau” transcritas no Diário XXI e as que foram ditas por outros níveis de responsabilidade: nomeadamente as do orientador científico.


Diz, também a Rita: «Mais uma nota: se o Geopark Naturtejo tivesse uma feira de fósseis não estaria com certeza sob os auspícios da UNESCO...» Acha mesmo? Ai sim? Não me diga Sr.ª Dona Rita. E qual é o mal da realização da feira? Onde é que essa postura se encontra legislada? Uma coisa do género: A Unesco proíbe a realização de feiras de fósseis em territórios de geoparques.

A Faculdade de Ciências do Porto, entre muitos outros centros do saber, também deixa ser “científica”pelas feiras de fósseis e de minerais que promove? Veja com os seus olhinhos: http://www.fc.up.pt/fcup/news/?amp%3Bop=view&id=829&op=view&page=0&view=c0

Aliás quem indica um valor económico do “calhau” é o Sr. Dr. Carlos Carvalho. Como estas coisas não se cotizam na banca, esse valor deve-lhe ter ocorrido pelo seu conhecimento do mercado destes patrimónios. Uma vez mais obrigado por essa indicação. Dá outro valor ao património geológico, o que também não deixa de ser algo interessante para o futuro...


Mas o mais curioso, desta novel cientista comentadora, é o seu apelo e espírito de curiosidade. Diz a Rita: «E agora pura curiosidade: Trilobites em Penha Garcia? Onde? (aqui está mais um bom assunto de pesquisa).» Pois olhe não sou geólogo. Contudo essa informação está nesta obra: Geologia de Portugal, Vol. I- Pré-câmbrico, Paleozóico, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa,1981.

Deve conhecer ou não? A obra e Carlos Teixeira? http://74.125.77.132/search?q=cache:K6w-atdAWqUJ:www.eb23carlosteixeira.net/cteixeira_biografia.pdf+geologo+Carlos+Teixeira&hl=pt-PT&ct=clnk&cd=2&gl=pt

Se estiver desactualizada a identificação em Penha Garcia, de Neseuretus tristani faça o favor de dizer.

Sabe minha cara, a Geologia regional não começou nem acaba com o Geoparque, instituição muito meritória para atenuar o nosso subdesenvolvimento cientifico. Mas isto dos Geoparques e das Naturtejos e afins hão-de dar lugar a outra coisa qualquer. E não por qualquer destruição natural. É mais tempo menos tempo. A evolução lenta da Terra, essa continuará. Hoje, rápido em Geologia, só os concursos para certos lugares e os anunciados “roubos” do património abandonado, perdão referenciado e em eterna negociação.

Já agora como complemento para a Rita alimentar a sua ávida curiosidade:

Do Professor Doutor José Brilha (que conhecerá decerto…), Património e geoconservação: A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. http://www.palimage.pt/livro.php?livroid=CeD01


Tem o prefácio do grande Sábio Galopim de Carvalho que já existe muito antes dos geoparques e que gosta muito de todos os fósseis sejam bi ou tri.


Boa leitura e ‘amande’ as pedradas que quiser sempre.



Neseuretus tristani … Snif, snif.



http://porterrasdoreiwamba.blogspot.com/