segunda-feira, outubro 05, 2009

A ética republicana e o 5 de Outubro

Faz hoje 99 anos que um punhado de homens impôs ao país a República. Para comemorar a data, de manhãzinha, o nosso Primeiro Ministro, um exemplo de ética e honestidade, foi à Câmara de Lisboa ver subir no mastro a nossa bandeira (em que se misturam o brasão bragantino sem coroa da Casa Real portuguesa, a esfera armilar de El-Rei D. João VI e as cores da Carbonária). Sóbrio como é, não falou e, tal como actual Presidente da Câmara - deixaram que a republicana esposa do Presidente da Causa Real fossa a única oradora de tão mediático evento.

Já o nosso chefe de estado, cuja ética está também um bocadinho em baixo, por causa das escutas que teve e de que se recusa a falar (ou que não teve e que mandou um moço de recados falar aos jornalistas), não pode ir à Câmara de Lisboa (porque não queria ser visto com o José Sócrates e o António Costa num momento de campanha eleitoral) mas disse o que tinha a dizer em curto discurso, exortou hoje à união em torno dos "grandes ideais republicanos"...

Confesso que começo a ficar um bocadinho farto desta treta da ética republicana e dos seus ideais - alguém me pode explicar o que é essa ética e que ideais há, para além dos recentemente vistos, no republicanismo português?

É que nós gostaríamos também de comemorar os 100 anos da nossa decrépita república, simbolizada pela Mariana, uma menina de peito ao léu, com o barrete frígio e estandarte republicano nas mãos, mas cada vez é mais difícil ver alguma coisa para comemorar.

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