sexta-feira, outubro 28, 2011

Sobre o assassinato de ditadores sem julgamento e a pena de morte

(imagem daqui)
(imagem daqui)

Quem se congratula com o assassinato do ditador Kadafi é uma senhora que se diz respeitadora dos direitos humanos, de seu nome Ana Gomes (deputada pelo PS no Parlamento Europeu, local de exílio milionário para políticos desbocados de muitos partidos). Ela que lutou pelo direito à autodeterminação de Timor Leste, agora alegra-se com a tortura, vergonhoso assassinato e infame exibição dos restos mortais do maluco e megalómano a quem, até há pouco tempo, os lideres europeus e americanos vinham beijar a mão e beber chá na suas tendas, guardadas por uma guarda pretoriana de jovens amazonas, como fez o ex-líder do seu partido ainda há pouco tempo.
Assassinar, como fizeram os rebeldes a Kadafi, depois de uma rendição, é impedir que se faça justiça às vítimas desta besta maluca e sanguinária (pois só com um julgamento se pode ter justiça...) e descer ao nível do ditador que se apeou do poder. Condenar à morte, como fizeram com Saddam Hussein, é aceitar que a vida humana é um bem dispensável e legitimar quem assassina outras pessoas, é impedir que outros crimes ainda não julgados o sejam - quantos milhares de vítimas de Saddam não tiveram direito a que os seus casos fossem julgados justamente, porque o seu responsável foi, miseravelmente e entre insultos, enforcado, enquanto tentava rezar?
Há muitos tipos de barbárie - a de Saddam, a de Kadafi, a de Assad, a de Saleh, a de Mubarak, mas substituí-la pela que enforca Saddam, barbaramente assassina Kadafi ou coloca novamente como lei civil a sharia, é como escolher entre o fogo e a frigideira.

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