segunda-feira, maio 28, 2012

O Rei que abdicou por amor da coroa do Reino Unido morreu há 40 anos

Eduardo VIII do Reino Unido (nascido Edward Albert Christian George Andrew Patrick David; 23 de junho de 189428 de maio de 1972) foi o segundo membro da Casa de Windsor a assumir o Trono do Reino Unido e permaneceu como Monarca britânico entre 20 de janeiro de 1936 e 11 de dezembro do mesmo ano. Era o filho mais velho de Jorge V do Reino Unido e da princesa Maria de Teck. Durante a Segunda Guerra Mundial, devido às suspeitas de simpatias pela Alemanha, foi desterrado para as Antilhas como governador-geral, para evitar que se tornasse um fantoche alemão.

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Estandarte pessoal de Eduardo VIII

O Rei Jorge V veio a falecer em 20 de janeiro de 1936 e o então Príncipe de Gales assumiu o trono com o título de Eduardo VIII. Já no dia seguinte à proclamação de sua ascensão ao trono, Eduardo apareceu com sua consorte, Wallis Simpson, na varanda do Palácio de St. James para cumprimentar a multidão que ali se aglomerava, quebrando um dos protocolos da proclamação de sua ascensão. Eduardo causou mal-estar nos círculos governamentais com gestos interpretados como críticas pessoais ao Governo. Ao visitar as vilas carentes de mineração de carvão, o rei percebeu que "algo precisava ser feito" para aqueles mineiros. Esta citação provocou incómodo por parte dos políticos de Londres, causando mais tensão entre Eduardo e os políticos do seu governo.
Em 16 de julho de 1936 Eduardo sofreu um atentado de morte por parte de um irlandês insatisfeito chamado Jerome Brannigan, que cavalgava nas redondezas do Palácio de Buckingham à espera do monarca. Entretanto, alguns policiais notaram a arma e detiveram-no. Durante a apuração do caso, Brannigan alegou que uma "potência estrangeira" o incumbira de assassinar o rei.
Entre agosto e setembro de 1936, Eduardo e Wallis Simpson cruzaram o Mediterrâneo Oriental a bordo do iate a vapor Nahlin. Já em outubro, era claro que o rei estava ansioso para resolver a questão do divórcio da sua amada. Os preparativos tradicionais foram iniciados, incluindo a coroação de Sra. Simpson como Rainha Simpson. Contudo, as leis religiosas e constitucionais que vigoram na Inglaterra impediram que o casamento ocorresse na Abadia de Westminster.

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 Wallis Simpson, em 1936

Desde que fora proclamado Rei, Eduardo manifestou a sua intenção de casar com Mrs. Simpson assim que o divórcio dela fosse declarado. A ideia provocou uma onda de protestos da família real, dos políticos e da Igreja Anglicana. Após ver a sua sugestão de realizar um casamento morganático ser rejeitada pelo primeiro-ministro Stanley Baldwin, Eduardo VIII tomou uma decisão drástica. Em Dezembro do mesmo ano, anunciou a sua abdicação, argumentando que seria incapaz de carregar o peso da coroa sem o apoio da mulher que amava.
Eduardo assinou o Ato de Abdicação em 10 de dezembro de 1936 em Fort Belvedere, na presença de seus quatro irmãos: Duque de York, Princesa Real, Duque de Gloucester e o Duque de Kent. A coroa passou então para o seu irmão mais novo, Jorge VI, e Eduardo tornou-se Duque de Windsor, revertendo à sua condição de Príncipe do Reino Unido.
A 3 de junho de 1937 Eduardo casou-se com Wallis Simpson numa cerimónia privada na França, à qual faltou a Família Real Britânica. A relação com a família permaneceu tensa com a recusa de reconhecimento da nova Duquesa de Windsor. A simpatia de Eduardo para com o regime nazi e a visita que fez em 1937 a Adolf Hitler não contribuíram para a melhoria das relações com a família.
Cquote1.svg Não ignorais as razões que me levaram a renunciar ao trono. Deveis crer em mim quando afirmo que cheguei à conclusão de que seria impossível suportar o pesado fardo de tantas responsabilidades, sem o auxílio e o apoio da mulher a quem amo. Cquote2.svg
Mensagem de Eduardo VIII ao povo britânico, em 10/12/1936

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Príncipe Eduardo, Duque de Windsor em 1970

Após a guerra, o casal, rejeitado pela Família Real, retornou à França e passou a residir na Rue du Champ d'Entraînement, em Paris. O governo francês isentou o casal de pagar impostos pela casa próxima do Bosque de Bolonha. Eduardo teve o apoio da Embaixada Britânica.
O Duque e a Duquesa assumiram o papel de celebridades e eram considerados como parte da sociedade francesa nas décadas de 1950 e 1960. O casal era conhecido pelas belas festas e viagens luxuosas a Nova Iorque. Em 1953, o Duque de Windsor foi convidado para a cerimónia de Coroação da sua sobrinha, a futura Rainha Elizabeth, mas o casal decidiu permanecer na França e acompanhar a cerimónia pela televisão.
A Família Real nunca aceitou o casamento de Eduardo com a Duquesa de Windsor e a Rainha Maria se recusou a receber o casal no Reino Unido. No entanto, o Duque de Windsor esteve presente no funeral de seu irmão, Jorge VI. Somente em 1965, o casal retornou a Londres e foram visitados pela Rainha, acompanhada da Princesa Real e da Duquesa de Kent.
Em 1960, a saúde do Duque deteriorou-se e em dezembro de 1964, Eduardo sofreu uma cirurgia para remover um aneurisma na aorta abdominal e, no ano seguinte, foi-lhe diagnosticado um descolamento de retina. No final de 1971 o Duque, que era fumador, descobriu que tinha cancro de garganta, sendo submetido a radioterapias. A Rainha Elizabeth esteve com ele em 1972, durante uma visita de Estado à França.
Em 28 de maio de 1972, o Duque veio a falecer em sua casa em Paris, aos 77 anos de idade. Seu corpo foi trasladado para a Grã-Bretanha, velado no Castelo de Windsor e sepultado na Frogmore House.
Durante sua vida, Eduardo tentou, em vão, obter para sua esposa o título de "Alteza Real".

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