terça-feira, setembro 25, 2012

O Homem que o Rei de Espanha escolheu para que o país voltasse à Democracia faz hoje 80 anos

Adolfo Suárez González (Cebreros, Ávila, 25 de Setembro de 1932) é um ex-político da Espanha. Ocupou o lugar de presidente do governo de Espanha de 1976 a 1981, sendo o primeiro presidente democrático após a ditadura do general Franco.
Foi-lhe concedido pelo rei Juan Carlos I da Espanha o título de "duque de Suárez" em 1981, com grandeza da Espanha, e é cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro.


Inicio de carreira política
Licenciado em Direito pela Universidade de Salamanca, desempenhou diferentes cargos no regime franquista da mão de Fernando Herrero Tejedor, um falangista ligado ao Opus Dei, que foi o seu protetor desde que o conheceu, quando era governador civil de Ávila. Desta forma, em 1958, passa a fazer parte da Secretaría General del Movimiento, ascendendo, em 1961, a Chefe do Gabinete Técnico do Vice-secretário Geral, procurador nas Cortes por Ávila em 1967 e governador civil de Segóvia em 1968. Em 1969 foi designado Diretor Geral de Radiotelevisión Española, onde já desempenhara outros cargos entre 1964 e 1968; permaneceu neste cargo até 1973.
Em abril de 1975, novamente da mão de Herrero Tejedor, foi nomeado Vice-secretário Geral do Movimiento, cargo que ostentaria até a morte do seu mentor a 13 de junho desse ano.
A 11 de dezembro de 1975, entrou no primeiro gabinete de Carlos Arias Navarro, formado após a morte de Franco, por sugestão de Torcuato Fernández Miranda, Adolfo Suárez é nomeado Ministro Secretario Geral do Movimiento.
Sua projeção para a titularidade da Presidência do Governo aumentou consideravelmente graças ao apoio da Coroa e o apoio popular às suas políticas reformistas. A 9 de junho de 1976, num discurso sobre a Lei de Associações Políticas nas Cortes antes da sua escolha citou uns versos de Antonio Machado (exilado devido ao avanço das tropas franquistas durante a Guerra Civil):
Cquote1.svg …e permiti-me para terminar que lembre os versos de um autor espanhol: «Está o hoje aberto para amanhã
amanhã para o infinito
Homens da Espanha:
Nem o passado é morto
Nem o amanhã nem o ontem escritos».

Presidente do governo espanhol
Quando, em julho de 1976, o rei Juan Carlos I lhe solicitou a formação do segundo governo do seu reinado e a conseguinte desmontagem das estruturas franquistas, Suárez era um desconhecido para uma maioria do povo espanhol. Porém, com os seus 43 anos, embora com dificuldades, foi capaz de aglutinar um grupo de políticos da sua geração que chegaram às convicções democráticas por diversos caminhos. Soube reunir falangistas convertidos à democracia como ele, sociais-democratas, liberais, democratas-cristãos, etc. e, entre 1976 e 1979, desmontar o regime franquista com a cumplicidade das forças antifranquistas, como o PSOE e, especialmente, do Partido Comunista de Espanha e do seu líder, Santiago Carrillo, que apelidou Suárez de um "anticomunista inteligente".
Nesta tarefa contou com a ajuda de Torcuato Fernández Miranda, entre outros, que conseguiu a auto-liquidação das Cortes franquistas e avançar no Projeto de Reforma Política diante duma receosa oposição democrática e com a colaboração do Tenente-General Manuel Gutiérrez Mellado, encarregado de tranquilizar e controlar, no possível, as altas esferas militares, compostas na sua maior parte por militares que ganharam a guerra civil e, portanto, afetas ao regime franquista.

Primeiro presidente democrático
A 15 de junho de 1977, pela primeira vez na Espanha desde 1936, celebraram-se eleições gerais livres. Adolfo Suárez alçava-se como vencedor das mesmas, à frente de um conglomerado de formações de centro-direita, aglutinadas sob as siglas UCD (União de Centro Democrático). As Cortes saídas daquelas eleições, convertidas em constituintes, aprovaram a Constituição, que o povo espanhol referendou em 6 de dezembro de 1978.
A 3 de março de 1979, Adolfo Suárez ganhava pela segunda vez umas eleições, e iniciava o seu terceiro mandato como presidente do Governo. Talvez o seu primeiro erro neste período tivesse sido o de evitar a apresentação do seu programa de governo perante o Congresso, o que lhe pôs contra alguns grupos, como o Partido Socialista Andaluz. Por outro lado, o triunfo nas eleições gerais ficou muito em segundo plano depois do acesso da esquerda aos principais municípios do país após as primeiras eleições municipais de Abril. O acordo entre o PSOE e o PCE permitiu as grandes cidades espanholas serem governadas por prefeitos de partidos da oposição.
Foi uma etapa de governo cheia de dificuldades políticas, sociais e económicas. Em 1980, o PSOE apresentou uma moção de censura que, embora derrotada de antemão, deteriorou ainda mais a imagem de um Suárez desprovido de apoios no seu próprio partido. Finalmente, a falta de sintonia com o rei Juan Carlos e as tensões crescentes no seu próprio partido, levaram a apresentar a sua demissão a 29 de janeiro de 1981. Na sua mensagem ao país afirmou:
Cquote1.svg Eu não quero que o sistema democrático de convivência seja, uma vez mais, um parêntese na História da Espanha. Cquote2.svg
A suposição de que renunciava pela pressão dos militares pareceu confirmada pela tentativa de golpe de estado que aconteceu durante a investidura de Leopoldo Calvo-Sotelo. Contudo, alguns autores, Javier Tusell e Charles Powell entre eles, insistem no cansaço e na falta de apóio da Coroa como principais fatores para a sua demissão.
Em 1981, o rei concedeu-lhe o título de "duque de Suárez" pelo seu papel no processo da transição espanhola.


(imagem daqui)

Suarez e o 23-F

En el golpe del día 23 coinciden las distintas tramas golpistas que operaban desde el inicio de la Transición, mediante una acción coordinada. A las seis en punto de la tarde empieza la votación nominal para la investidura de Leopoldo Calvo-Sotelo como Presidente del Gobierno de España. A las 18.22 horas, cuando iba a emitir su voto el diputado socialista Manuel Núñez Encabo, se inicia la operación "Duque de Ahumada", en referencia al fundador de la Guardia Civil. Según el plan trazado, un grupo de guardias civiles, subfusil en mano, irrumpió en el hemiciclo del Congreso de los Diputados encabezados por el teniente coronel Antonio Tejero. Éste, desde la tribuna, gritó "¡Quieto todo el mundo!" (Sic) y dio orden de que todos se tirasen al suelo.
Como militar de más alta graduación allí presente y como vicepresidente del gobierno, el teniente general Gutiérrez Mellado se levantó, se dirigió al teniente coronel Tejero y le ordenó que se pusiera firme y le entregase el arma. Tras un brevísimo forcejeo y para reafirmar su orden, Tejero efectuó un disparo que fue seguido por unas ráfagas de los subfusiles de los asaltantes. Sin inmutarse, con los brazos en jarras, el anciano general permaneció indiferente al sonido de las armas. Mientras la mayor parte de los diputados obedeció las órdenes de Tejero, el diputado Carrillo y el presidente Suárez se mantuvieron sentados en sus escaños. Suárez incluso hizo ademán de ayudar a Gutiérrez Mellado. Durante el asalto, un ayudante de uno de los diputados sufrió un ataque de ansiedad y golpeó a un presente en la nariz.


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