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quinta-feira, abril 04, 2024

Salgueiro Maia morreu há trinta e dois anos...

(imagem daqui)

    

Fernando José Salgueiro Maia (Castelo de Vide, 1 de julho de 1944 - Lisboa, 4 de abril de 1992), foi um militar português.

     
Biografia
Salgueiro Maia, como se tornou conhecido, foi um dos distintos capitães do Exército Português, que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura. Filho de um ferroviário, Francisco da Luz Maia, e de sua mulher Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a Escola Primária em São Torcato, Coruche, mudando-se mais tarde para Tomar, vindo a concluir o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria (hoje Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo). Depois da revolução, viria a licenciar-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.
Em outubro de 1964, ingressa na Academia Militar, em Lisboa e, acabado o curso, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Foi comandante de instrução em Santarém. Integrou uma companhia de comandos na então guerra colonial.
Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do «Levantamento das Caldas», foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.
A 25 de novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santarém. Em 1984 regressa à EPC.
A 24 de setembro de 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 28 de junho de 1992 e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém. Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do distrito de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a Tenente-Coronel.
Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria, a 4 de abril de 1992.
 
Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"
 
Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.
  

 

Monumento ao Capitão Salgueiro Maia em Santarém

 
A Salgueiro Maia
  
  
Aquele que na hora da vitória
respeitou o vencido

... Aquele que deu tudo e não pediu a paga
  
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
  
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
  
Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
como antes dele mas também por ele
Pessoa disse
  
   
Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, março 29, 2024

Um espetáculo, no Coliseu dos Recreios, há 50 anos, mostrou que a primavera marcelista estava a falecer...


'Grândola Vila Morena', cantada em pé por artistas e público do Coliseu, em 28 de março de 2014
 Fotografia © João Girão/Global Imagens (Diário de Notícias, 29/3/2014)

Ontem, um concerto no Coliseu dos Recreios, evocou, num espetáculo organizado pela Associação José Afonso, um concerto realizado em 29 de Março de 1974. Estive lá. Hoje publico um excerto do meu livro História da Oposição à Ditadura 1926-1974 (Ed. Figueirinhas, 2014), pp. 595-596

«Em Portugal, já se estava então a viver, embora não fosse evidente à época, uma situação reveladora de que o regime tinha perdido a batalha pela hegemonia ideológica, iniciada nos anos trinta e prosseguida no pós-II Guerra Mundial, a favor das várias oposições ao regime, todas elas unidas contra a ditadura e uma guerra colonial interminável. Como se viu, o fim da guerra também era desejado pelos próprios quadros intermédios das Forças Armadas, crescentemente convencidos de que ela só terminaria através de uma solução política.
O ambiente político adverso ao regime fez-se sentir, por exemplo, num ciclo de cinema de Roberto Rossellini, na Fundação Gulbenkian, onde foi exibido pela primeira vez o filme anti-fascista «Roma, città aperta» (1945), até então proibido de ser apresentado pela censura. Numa sala cheia de jovens, as palmas e a entusiástica receção ao filme levaram o diretor da Cinemateca Francesa, Henri Langlois, que se encontrava presente, a profetizar ao organizador do ciclo de filmes, João Bémard da Costa, que uma mudança política iria ocorrer em Portugal.
Na noite de 29 de Março de 1974, a Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa foi palco de um outro acontecimento paradigmático e revelador desse ambiente político. Realizou-se nessa data, no Coliseu dos Recreios, o I Encontro da Canção Portuguesa, organizado pela Casa da Imprensa, no qual José Afonso deveria receber o prémio da melhor interpretação musical do ano anterior. A sessão acabou por ser recheada de símbolos e transformou-se num espaço de liberdade, no qual o público não cessou de se manifestar, a pretexto das canções, contra um regime ditatorial, que, embora não se soubesse, tinha menos de um mês de vida. O espetáculo, que teve de ser preparado com muita antecedência, para que todas as canções fossem apresentadas previamente à Censura, foi mais um sintoma, embora não completamente detetado então pelos presentes, de que o regime estava a viver o seu estertor.
Como a Direção-Geral dos Espetáculos só entregara a lista das canções que podiam ser cantadas uma hora antes do início do espectáculo, e alguns cantores apenas foram autorizados a cantar metade das estrofes, o público trauteou as melodias de forma cúmplice, em coro. Quando Manuel Freire afirmou que se tinha esquecido das letras das canções no comboio, os cerca de cinco mil espectadores compreenderam onde ele queria chegar, aplaudiram de pé e cantaram em coro o que ele não fora autorizado a interpretar. Por seu lado, José Afonso foi proibido de cantar «A morte saiu à rua», «Venham mais cinco», «Menina dos olhos tristes» e «Gastão era perfeito», apenas sendo autorizado a apresentar «Milho Verde» e «Grândola».
O quarteto de Marcos Resende abrira o programa, mas não foi ouvido, devido aos assobios que irromperam pela sala, sucedendo-lhe o duo Carlos Alberto Moniz-Maria do Amparo e um desconhecido que deu como nome Manuel José Soares. A sala continuava morna, quando irrompeu a primeira grande ovação da noite, a premiar a atuação de Carlos Paredes, acompanhado por Fernando Alvim. De seguida, o jornalista Joaquim Furtado leu em voz alta os nomes dos premiados pela associação mutualista dos jornalistas, escolhidos por um júri que integrava José Duarte, Tito Lívio, João Paulo Guerra e José Manuel Nunes. A maioria dos prémios atribuídos não provocou grande entusiasmo, mas o mesmo não aconteceu com o galardão que premiou o programa radiofónico Página Um, da Rádio Renascença, recebido, entre outros, por Adelino Gomes, que havia sido afastado da rádio por razões políticas. Outros nomes aplaudidíssimos foram os de Sérgio Godinho e José Mário Branco, cantores premiados pelos seus álbuns de estreia — Os Sobreviventes e Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, respetivamente —, que «não puderam comparecer», como dizia um artigo de O Século, embora não explicando que isso se devia ao facto de estarem exilados.
Após o intervalo, atuaram os espanhóis Viño Tinto e o poeta José Carlos Ary dos Santos, que começou por ser assobiado pelos que não aprovavam a sua participação nos Festivais RTP da Canção. O poeta retorquiu: «Eu venho para dizer poesia. Se não gostam, manifestem-se no fim». Depois de ter declamado «SARL», abandonou o palco sob fortes aplausos. Sucederam-se José Barata Moura, o grupo Intróito, Manuel Freire, Fernando Tordo, Fausto, Vitorino, José Jorge Letria, Adriano Correia de Oliveira e, finalmente, José Afonso.
Depois de cantar «Milho Verde», a outra canção autorizada pela Censura, chamou ao palco todos os cantores que deram os braços e começaram a bater, ritmadamente, com os pés no chão, enquanto as luzes se apagavam na sala. «Grândola, vila morena…», ouviu-se novamente, desta vez em coro. Cinco mil pessoas levantaram-se, deram igualmente os braços e entoaram: «… terra da fraternidade…». Outra testemunha desse espetáculo escreveria que quando «começaram a entoar a mítica canção de José Afonso, o soalho de madeira do velho Coliseu dos Recreios transmitiu a sensação de poder ruir em qualquer altura». Cantada em coro, à maneira de um grupo alentejano, aquela canção viria a servir de senha para a eclosão do golpe militar que derrubaria o regime menos de um mês depois».
  
in Jugular - post de Irene Pimentel, 29.03.14

 


quarta-feira, março 20, 2024

O general Galvão de Melo morreu há dezasseis anos...

  
Carlos Galvão de Melo
(Figueira da Foz, Buarcos, 4 de agosto de 1921 - Estoril, Alcabideche, 20 de março de 2008) foi um militar e político português, membro da Junta de Salvação Nacional. Ficaram célebres as suas disputas com oradores do PCP e da UDP, os partidos mais à esquerda politica do hemiciclo. As suas tiradas parlamentares – que o levariam a ficar conhecido como o “general sem papas na língua” – acabariam também por ditar também a sua cisão com o CDS.

Biografia
Originário de uma família de Mangualde, filho de António Augusto Ferreira de Melo (Viseu, Casa da Balça - Mangualde) e de sua mulher Cecília Rosa Teles de Noronha Galvão (1904 - ?), meio-primo-sobrinho-neto e primo-sobrinho em primeiro grau de Inocêncio Galvão Teles e meio-primo-sobrinho em primeiro grau e primo em segundo grau de Miguel Galvão Teles e de Luís Galvão Teles, nasceu na Figueira da Foz, onde costumavam passar férias no mês de agosto.
Fez os estudos em Lisboa, no Liceu Camões, na Universidade de Lisboa, e na Escola do Exército que concluiu em 1943.
A 27 de outubro de 1953 foi feito Cavaleiro da Ordem Militar de Avis e a 11 de agosto de 1964 foi elevado a Oficial da mesma Ordem.
A 4 de outubro de 1959 foi inaugurada a Base Aérea Nº 5 (Monte Real), no concelho de Leiria, de que foi o 1º Comandante.
Em 1974 integrou a Junta de Salvação Nacional, sendo duramente contestado pela Esquerda e excluído da dita Junta, na sequência do 28 de setembro do mesmo ano (manifestação da maioria silenciosa).
Galvão de Melo foi candidato independente nas eleições presidenciais de 1980, com 0,84% dos votos, após ter sido deputado (independente) pelo CDS na Assembleia Constituinte.
Galvão de Melo faleceu a 20 de março de 2008, aos 86 anos, aparentemente vítima de doença súbita.
 
Junta de Salvação Nacional, com o então Coronel Carlos Galvão de Melo mais à direita
     

Após o 25 de Abril publicou vários livros, entre os quais:

  • MFA, movimento revolucionário (1975)
  • Rumo à Dignidade (1975)
  • Coragem de Lutar (1976)
  • Tradição e Destino (1979)
  • Continuar Portugal: discursos e outros escritos (1980)
  • Meu Povo, Minha Terra: entrevista (1981)
  • Um Militar na Política (2001)
   

sábado, março 16, 2024

O Levantamento das Caldas, ensaio falhado para o 25 de abril, foi há cinquenta anos

(imagem daqui)
     
O Levantamento das Caldas, também referido como Intentona das Caldas, Revolta das Caldas ou Golpe das Caldas, foi uma tentativa de golpe de Estado frustrada, ocorrida em 16 de março de 1974, em Portugal. O golpe foi descrito como "uma tentativa de avançar com o golpe que não foi devidamente preparada", tendo sido precursor da Revolução dos Cravos que, a 25 de Abril seguinte, derrubou o regime ditatorial do Estado Novo Português. É referido, por vários autores, como o catalisador que aglutinou o oficialato em torno do Movimento das Forças Armadas (MFA).
  
História
O movimento remonta à insatisfação, entre as Forças Armadas Portuguesas, com a Guerra Colonial, a falta de liberdade política e o atraso económico vivido pelo país.
A 22 de fevereiro de 1974 vem a público a obra "Portugal e o Futuro", do general António de Spínola, onde este defende que a solução para a guerra colonial deveria ser política e não militar.
Mais tarde, a 5 de março ocorre a reunião da Comissão Coordenadora do MFA. Foi lido, e decidido pôr a circular no seio do Movimento dos Capitães, o primeiro documento do Movimento contra o regime e a Guerra Colonial. Intitulava-se "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação" e foi elaborado pelo major Ernesto Melo Antunes.
No mesmo mês, a 14, o Governo de Marcello Caetano demite os Generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes respetivamente dos cargos de Chefe e Vice-Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, alegando falta de comparência na cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo pelos três ramos das Forças Armadas. A demissão dos dois generais virá a ser determinante na aceleração das operações militares contra o regime.
Desse modo, a 16 de março, apesar de originalmente estar prevista a participação de outras unidades militares, apenas o Regimento de Infantaria nº 5, das Caldas da Rainha, avançou para Lisboa, sob o comando do capitão Armando Marques Ramos. Isolado, o seu avanço foi impedido por unidades leais ao regime já às portas de Lisboa, sem derramamento de sangue.
Cerca de duzentos homens, entre oficiais, sargentos e praças, foram detidos. Os oficiais, encarcerados na Trafaria, foram libertados no dia 25 de Abril.
   

quinta-feira, março 14, 2024

Marcelo Caetano demitiu Spínola e Costa Gomes há cinquenta anos...

 
 ..o governo português demite os generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, respetivamente, pelo facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, o livro "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez, uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar.



 
Portugal e o Futuro foi um livro publicado pela Editora Arcádia no dia 22 de fevereiro de 1974 pelo general António de Spínola.
Nesse livro, o ex-governador da Guiné-Bissau advogava, após 13 anos de Guerra do Ultramar, uma solução política e não militar como sendo a única saída para o conflito.
As ações do governo marcelista, a demissão generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes dos cargos que ocupavam no Estado-Maior General das Forças Armadas, e a organização de cerimónia de apoio ao regime, a Brigada do Reumático, dado ser maioritariamente constituída por idosos oficiais-generais dos três ramos das Forças Armadas, vieram ainda mais mostrar quanto o regime se sentia ameaçado pelas ideias contidas no livro.
No rescaldo da publicação Marcelo Caetano pede a demissão ao Presidente da República, que não a aceita.
  

segunda-feira, março 11, 2024

Começou o PREC há 49 anos...

11 de março de 1975. O dia que fez o PS, o CDS e o PSD tremer
 
  
A tentativa de golpe de Estado orquestrada pelo general António de Spínola acabou por não acontecer e incentivar a nacionalização da banca e dos jornais
 
No dia em que Assunção Cristas renova o seu mandato à frente do CDS, faz 43 anos que a tentativa de golpe de Estado levada a cabo pelo ex-Presidente da República general António Spínola, apoiado por militantes de direita, quase levou à extinção dos partidos de centro e da direita, entre eles o PS, PSD e CDS. Apesar da revolução ter falhado, o dia 11 de março de 1975 marca o final do PREC (Processo Revolucionário em Curso) e o início do Verão Quente de '75.
A iniciativa de Spínola foi vista como uma provocação ao 25 de Abril de 1974 pelos revolucionários, que eram apoiados pela extrema-esquerda e pelos comunistas. Por isso, nas semanas que se seguiram, as sedes dos partidos de centro e de direita foram alvo de assaltos e os partidos pequenos foram proibidos de participar nas eleições legislativas, que chegaram mesmo a estar em risco de não se realizarem. Foi o Presidente da República general Costa Gomes que interveio de forma a adiar o sufrágio para 25 de abril, um ano depois da revolução.
A Junta de Salvação Nacional chegava assim ao fim. Foi ainda dissolvido o Conselho de Estado e criado o Conselho da Revolução, composto unicamente por militares a quem foi conferido o direito de veto perante todas as decisões do governo. Os militares ganhavam cada vez mais poder, juntando ao Conselho da Revolução a Assembleia do Movimento das Forças Armadas (MFA), também criada na sequência do dia 11 de março. Outra decisão tomada foi sobre a eleição do Presidente da República que passaria a ser escolhido em conjunto pela Assembleia da MFA e por um colégio composto pelos deputados eleitos e por militares, estando estes em maioria.
A ameaça do regresso da direita, encarnada na tentativa do golpe de Estado, foi tal que o comando militar revolucionário (Copcon) chegou mesmo a prender militares, empresários, capitalistas ou civís de direita ou de centro sem acusações ou mandatos. Também dentro dos exércitos, vários militares foram colocados na reserva por não acatarem os princípios da MFA.
Foi o início do fim das colónias, o incentivo à ocupação de terras de exploração agrícola, empresas e casas de habitação e o começo das nacionalizações dos bancos, das empresas e dos jornais.

in O Sol

11 de março
 

  
Passam hoje 40 anos sobre um dos mais marcantes momentos do processo iniciado em 25 de Abril. O PREC (Processo Revolucionário Em Curso) começou verdadeiramente em 11 de Março de 1975. Aqueceu com a Primavera, mas foi no Verão, nesse Verão quente de 75, que escaldou. Incendiou-se, literalmente!
Foi-se esgotando á medida que o Verão se ia aproximando do fim... Até chegar novembro... novembro, 25. A data que completa a trilogia da revolução dos cravos, e que fecha os 19 meses mais vertiginosos da História de Portugal!
Se quisermos espreitar os rostos desta trilogia encontraremos certamente a cara de Salgueiro Maia no 25 de abril, e a de  Jaime Neves no 25 de novembro. No 11 de março pouca gente identificará o rosto de Dinis de Almeida, o jovem major ao centro na imagem acima, que retrata o momento central - tão caricato quanto marcante - dos acontecimentos que marcam esta data histórica. É o episódio em que o herói do 11 de março, comandante do então RAL 1 (Regimento de Artilharia Ligeira) e depois RALIS, atacado pelos pára quedistas de Tancos, dialoga com o comandante das forças agressoras (de costas) em frente às câmaras da RTP, que acaba a confessar-se enganado. Acabava ali a tentativa de golpe de Estado patrocinado por Spínola que, curiosamente, tinha tentado o apoio de Jaime Neves (disse-lhe que só obedecia à hierarquia) e de Salgueiro Maia, que nem lhe atenderia o telefone...

in blog Quinta Emenda

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Baptista-Bastos nasceu há 91 anos...

 
Armando Baptista-Bastos (Lisboa, 27 de fevereiro de 1933 – Lisboa, 9 de maio de 2017) foi um jornalista e escritor português. jornalista e escritor português.
    
(...)
   
Foi um dos fundadores do semanário O Ponto, periódico onde registou uma série de entrevistas semanais, entre outros textos e reportagens, posteriormente editadas no livro O Homem em Ponto.
Apresentou na televisão o programa de entrevistas Conversas Secretas, emitido na SIC. A convite do jornal Público, realizou também uma série de 16 célebres entrevistas, com o título «Onde é que você estava no 25 de Abril?», posteriormente editadas em CD-ROM, uma pergunta que se tornou icónica da imagem de Baptista-Bastos e recorrente em entrevistas de caráter biográfico, por outros jornalistas.
Faleceu a 9 de maio de 2017, aos 84 anos de idade, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internado há várias semanas.
 

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

Spínola publicou o livro que abalou o regime há cinquenta anos

(imagem daqui)
    
Portugal e o Futuro foi um livro publicado pela Editora Arcádia no dia 22 de fevereiro de 1974, assinado pelo general António de Spínola.
Nesse livro, o ex-governador da Guiné-Bissau advogava, após 13 anos de Guerra do Ultramar, uma solução política e não militar como sendo a única saída para o conflito.
As ações do governo marcelista, a demissão dos generais António de Spínola e Francisco da Costa Gomes dos cargos que ocupavam, no Estado-Maior General das Forças Armadas, e a organização de cerimónia de apoio ao regime, a Brigada do Reumático, dado ser maioritariamente constituída por oficiais-generais idosos dos três ramos das Forças Armadas, vieram ainda mostrar mais quanto o regime se sentia ameaçado pelas ideias contidas no livro.
No rescaldo da publicação, Marcelo Caetano pede a demissão ao Presidente da República, que não a aceita.
    

quinta-feira, janeiro 25, 2024

O general Ramalho Eanes faz hoje 89 anos

   
António dos Santos Ramalho Eanes (Alcains, Castelo Branco, 25 de janeiro de 1935) é um oficial militar (general) e ex-político português. Grande figura de destaque no golpe de 25 de novembro de 1975, foi o 16.º presidente da República assim como o primeiro democraticamente eleito após a revolução de 1974.

   

quinta-feira, setembro 28, 2023

A Manifestação da Maioria Silenciosa foi proibida há 49 anos

(imagem daqui)

 

Maioria silenciosa é a designação pela qual ficou conhecida em Portugal a iniciativa política de alguns sectores conservadores da sociedade portuguesa, civil e militar, que decidiram organizar uma manifestação, em 28 de setembro de 1974, de apoio ao então Presidente da República General Spínola. A manifestação visava o reforço de posição política deste militar.

Dia 9 de Setembro reúnem-se para preparar a manifestação da “maioria silenciosa”, elementos dos partidos PP/MFP, PDC e PL, tendo sido escolhidos para a comissão organizadora José Filipe Rebelo Pinto, António Sousa Macedo, Manuel Sá Coutinho, Francisco de Bragança van Uden, António da Costa Félix e Manuel João Ramos de Magalhães, que viria a ser presidida por Fernando José Pereira Marques Cavaleiro, na sequência de contactos entre o Tenente-coronel António Figueiredo e o general Kaúlza de Arriaga.

No dia 10 de Setembro, nas instalações da SINASE, o tenente-coronel Figueiredo, Almeida Araújo e António Ávila reúnem-se com os membros da Comissão Organizadora da manifestação, distribuindo tarefas. A 13 de Setembro, o Partido Liberal distribui uma carta-circular apelando à participação na manifestação de apoio ao Presidente da República que seria denominada de “maioria silenciosa” e a realizar em data a anunciar.

Dia 23 o Governador Civil de Lisboa autoriza a manifestação.

Na tarde de 26 tem lugar o Concurso Hípico Internacional de Lisboa em que Spínola recebe um cartaz da “maioria silenciosa” entre os aplausos dos presentes. Nessa ocasião, Galvão de Melo, trajado de cavaleiro, declara o seu apoio à manifestação. Passados dois dias, estando ele enquanto chefe de Estado numa corrida de touros no Campo Pequeno, será a vez do cavaleiro tauromáquico José João Zoio fazer o mesmo.

No dia 27, o Brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho do COPCON e o Ministro da Defesa Mário Firmino Miguel reagem, com o conhecimento de Costa Gomes. Otelo monta uma operação visando a prisão de antigos membros da Legião Portuguesa, de pessoas ligadas ao Estado Novo e dos envolvidos na preparação da manifestação.

O Ministro da Comunicação Social lê um comunicado do Governo Provisório na Emissora Nacional, emitido de meia em meia hora. A manifestação é interditada pelo MFA. Os partidos políticos de esquerda distribuem entretanto comunicados apelando “à vigilância popular” e denunciam as tentativas contra-revolucionárias dessa minoria tenebrosa. São levantadas barricadas populares nos acessos a Lisboa e noutras localidades. Durante a noite, grupos de militares tomam o lugar dos ativistas civis. São detidas várias figuras políticas afetas ao velho regime, quadros da Legião Portuguesa e alguns manifestantes.

António de Spínola tenta entretanto reforçar o poder da Junta de Salvação Nacional, que comanda, e, em vão, estabelecer o estado de sítio. Em consequência disso, a Comissão Coordenadora do MFA impõe-lhe a demissão dos três generais mais conservadores do grupo: Galvão de Melo, Manuel Diogo Neto e Jaime Silvério Marques. Derrotado, Spínola demite-se, a 30 de setembro, do cargo de Presidente da República, sendo substituído pelo general Costa Gomes. No seu discurso de renúncia, Spínola denuncia certas políticas do governo e prenuncia o caos, a anarquia e “novas formas de escravatura”.

Com a “vitória sobre a reação” e a derrota da direita civil, declaradas pelo então Primeiro Ministro Vasco Gonçalves, fecha-se assim o que seria considerado o primeiro ciclo do PREC. Vários apoiantes militares de Spínola fogem para o estrangeiro.

 

quinta-feira, agosto 31, 2023

Otelo Saraiva de Carvalho nasceu há 87 anos

   
Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho (Maputo, ex-Lourenço Marques, 31 de agosto de 1936Lisboa, Lumiar, 25 de julho de 2021) foi um coronel de artilharia português, tendo sido um dos principais estrategas do 25 de abril de 1974, tendo posteriormente fundado e dirigido a organização terrorista «Forças Populares 25 de abril – FP-25».
  
Biografia
Foi capitão em Angola de 1961 a 1963 e também na Guiné entre 1970 e 1973, sendo um dos principais dinamizadores do movimento de contestação ao Decreto Lei nº 353/73, que deu origem ao Movimento dos Capitães e ao MFA. Entre 1964 a cerca de 1968, foi professor na "Escola Central de Sargentos" em Águeda.
Era o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA e foi ele quem dirigiu as operações do 25 de Abril, a partir do posto de comando clandestino instalado no Quartel da Pontinha.
Graduado em brigadeiro, foi nomeado comandante-adjunto do COPCON e comandante da região militar de Lisboa a 13 de julho de 1974, tendo passado a ser comandante do COPCON a 23 de junho de 1975 (cargo que na prática já exercia desde setembro de 1974). Foi afastado destes cargos após os acontecimentos de 25 de novembro de 1975, por realizar de ânimo leve uma série de ordens de prisão e de maus tratos de elementos moderados.
Fez parte do Conselho da Revolução desde que este foi criado, a 14 de março de 1975, até dezembro de 1975. A partir de 30 de julho do mesmo ano integra, com Costa Gomes e Vasco Gonçalves, o Diretório, estrutura política de cúpula durante o V Governos Provisório na qual os restantes membros do Conselho da Revolução delegaram temporariamente os seus poderes (mas sem abandonarem o exercício das suas funções).
Conotado com a ala mais radical do MFA, viria a ser preso em consequência dos acontecimentos do 25 de novembro. Solto três meses mais tarde, foi candidato às eleições presidenciais de 1976.
Em 1980 cria o partido Força de Unidade Popular (FUP) e volta a concorrer às eleições presidenciais de 1980.
Na década de 80 foi acusado de liderar a organização terrorista FP-25, responsável pelo assassinato de 17 pessoas. Foi detido em 1984.
Em 1985 foi julgado e condenado em tribunal pelo seu papel na liderança das FP-25 de Abril. Após ter apresentado recurso da sentença condenatória, ficou em prisão preventiva cinco anos, passando a aguardar julgamento em liberdade provisória. Mais tarde acusou o PCP de ter estado por trás da sua detenção e de ter feito com que ficasse em prisão preventiva tanto tempo. Acusou ainda alguns nomes então na Polícia Judiciária, como a antiga diretora do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, Cândida Almeida, então na PJ, de, devido à militância no PCP, ter estado por trás da sua detenção.
Em 1996 a Assembleia da República aprovou o indulto, seguido de uma amnistia, para os presos do caso FP-25.

domingo, agosto 13, 2023

Spínola morreu há vinte e sete anos...


António Sebastião Ribeiro de Spínola
(Estremoz, 11 de abril de 1910 - Lisboa, 13 de agosto de 1996) foi um militar e político português, décimo quarto presidente da República Portuguesa e o primeiro após o 25 de Abril de 1974.

Estudou no Colégio Militar, em Lisboa, entre 1920 e 1928. Em 1939 tornou-se ajudante de campo do Comando da Guarda Nacional Republicana.
Germanófilo, partiu em 1941 para a frente russa como observador das movimentações da Wehrmacht, no início do cerco a Leninegrado, onde já se encontravam voluntários portugueses, incorporados na Blaue Division.
Em 1961, em carta dirigida a Salazar, voluntaria-se para a Guerra Colonial, em Angola. Notabilizou-se no comando do Batalhão de Cavalaria n.º 345, entre 1961 e 1963.
Foi nomeado governador militar da Guiné-Bissau em 1968, e de novo em 1972, no auge da Guerra Colonial, nesse cargo, o seu grande prestígio tem origem numa política de respeito pela individualidade das etnias guineenses e à associação das autoridades tradicionais à administração, ao mesmo tempo que continuava a guerra por todos os meios ao seu dispor que iam da diplomacia secreta (encontro secreto com Léopold Sédar Senghor, presidente do Senegal) e incursões armadas em países vizinhos (ataque a Conakri, Operação Mar Verde).
Em novembro de 1973, regressado à metrópole, foi convidado por Marcello Caetano, para a pasta do Ultramar, cargo que recusou, por não aceitar a intransigência governamental face às colónias.
A 17 de janeiro de 1974, foi nomeado vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, por sugestão de Costa Gomes, cargo de que foi afastado em março. Pouco tempo depois, mas ainda antes da Revolução dos Cravos, publica Portugal e o Futuro, onde expressa a ideia de que a solução para o problema colonial português passava por outras vias que não a continuação da guerra.
A 25 de Abril de 1974, como representante do Movimento das Forças Armadas, recebeu do Presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, a rendição do Governo (que se refugiara no Quartel do Carmo). Isto permitiu-lhe assumir assim os seus poderes públicos, apesar de essa não ter sido a intenção original do MFA.
Instituída a Junta de Salvação Nacional (que passou a deter as principais funções de condução do Estado após o golpe), à qual presidia, foi escolhido pelos seus camaradas de armas para exercer o cargo de Presidente da República, cargo que ocupará de 15 de maio de 1974 até à sua renúncia, em 30 de setembro do mesmo ano, altura em que foi substituído pelo general Costa Gomes.
Descontente com o rumo dos acontecimentos em Portugal após a Revolução dos Cravos (designadamente pela profunda viragem à esquerda, à qual eram afetos grande número de militares, e a perspetiva de independência plena para as colónias), tenta intervir ativamente na política para evitar a aplicação completa do programa do MFA; a sua demissão da Presidência da República, após o golpe falhado de 28 de setembro de 1974 (em que apelara a uma «maioria silenciosa» para se fazer ouvir contra a radicalização política que se vivia), ou o seu envolvimento na tentativa de golpe de estado de direita do 11 de março de 1975 (e fuga para a Espanha e depois para o Brasil) são disso exemplos. Neste ano, comandou o Exército de Libertação de Portugal (ELP), uma organização terrorista de extrema-direita.
Não obstante, a sua importância no início da consolidação do novo regime democrático foi reconhecida oficialmente em 5 de fevereiro de 1987, pelo então Presidente Mário Soares, que o designou chanceler das antigas ordens militares portuguesas, tendo-lhe também condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada (a maior insígnia militar portuguesa), pelos «feitos de heroísmo militar e cívico e por ter sido símbolo da Revolução de Abril e o primeiro Presidente da República após a ditadura».
A 13 de agosto de 1996, Spínola morre, aos 86 anos, vítima de embolia pulmonar.

sábado, julho 01, 2023

Salgueiro Maia nasceu há 79 anos...

(imagem daqui)

    

Fernando José Salgueiro Maia (Castelo de Vide, 1 de julho de 1944 - Lisboa, 4 de abril de 1992), foi um militar português.

     
Biografia
Salgueiro Maia, como se tornou conhecido, foi um dos distintos capitães do Exército Português, que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura. Filho de um ferroviário, Francisco da Luz Maia, e de sua mulher Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a Escola Primária em São Torcato, Coruche, mudando-se mais tarde para Tomar, vindo a concluir o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria (hoje Escola Secundária de Francisco Rodrigues Lobo). Depois da revolução, viria a licenciar-se em Ciências Políticas e Sociais, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.
Em outubro de 1964, ingressa na Academia Militar, em Lisboa e, acabado o curso, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Foi comandante de instrução em Santarém. Integrou uma companhia de comandos na então guerra colonial.
Em 1973 iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do «Levantamento das Caldas», foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de blindados que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcelo Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.
A 25 de novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santarém. Em 1984 regressa à EPC.
A 24 de setembro de 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 28 de junho de 1992 e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém. Recusou, ao longo dos anos, ser membro do Conselho da Revolução, adido militar numa embaixada à sua escolha, governador civil do distrito de Santarém e pertencer à casa Militar da Presidência da República. Foi promovido a major em 1981 e, posteriormente, a Tenente-Coronel.
Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria, a 4 de abril de 1992.
Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém:
"Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"
Todos os 240 homens que ouviram estas palavras, ditas da forma serena mas firme, tão característica de Salgueiro Maia, formaram de imediato à sua frente. Depois seguiram para Lisboa e marcharam sobre a ditadura.
  

 

Monumento ao Capitão Salgueiro Maia em Santarém

 
A Salgueiro Maia
  
  
Aquele que na hora da vitória
respeitou o vencido

... Aquele que deu tudo e não pediu a paga
  
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
  
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
  
Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
como antes dele mas também por ele
Pessoa disse

  
    

 
Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, junho 11, 2023

Vasco Gonçalves morreu há dezoito anos


Vasco dos Santos Gonçalves (Lisboa, 3 de maio de 1922 - Almancil, 11 de junho de 2005) foi um militar (general) e um político português da segunda metade do século XX.
  
   
Ao tempo coronel, surgiu no Movimento dos Capitães em dezembro de 1973, numa reunião alargada da sua comissão coordenadora efectuada na Costa da Caparica. Coronel de engenharia, viria a integrar a Comissão de Redacção do Programa do Movimento das Forças Armadas. Passou a ser o elemento de ligação com Costa Gomes.
Membro da Comissão Coordenadora do MFA, foi, mais tarde, primeiro-ministro de sucessivos governos provisórios (II a V). Pertencente ao grupo dos militares próximos do PCP, perdeu toda a sua influência na sequência dos acontecimentos do 25 de novembro de 1975.
Como primeiro-ministro, foi o mentor da reforma agrária, das nacionalizações dos principais meios de produção privados (bancos, seguros, transportes públicos, siderurgia, etc.) e do salário mínimo para os funcionários públicos.
O seu protagonismo durante os acontecimentos do Verão Quente de 1975 levou os apoiantes do gonçalvismo, na pessoa de Carlos Alberto Moniz, a inclusive comporem uma cantiga em que figurava o seu nome: «Força, força, companheiro Vasco, nós seremos a muralha de aço!».
Morreu a 11 de junho de 2005, aos 84 anos, quando nadava numa piscina, em casa de um irmão em Almancil, aparentemente devido a uma síncope cardíaca.
    
  

 


quarta-feira, maio 03, 2023

Vasco Gonçalves nasceu há 102 anos...


Vasco dos Santos Gonçalves (Lisboa, 3 de maio de 1921 - Almancil, 11 de junho de 2005) foi um militar (General) e um político português da segunda metade do século XX. Foi primeiro-ministro de Portugal dos II, III, IV e V Governos Provisórios, no período que ficou conhecido como Processo Revolucionário em Curso (PREC).