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terça-feira, dezembro 26, 2023

Alexandre Pinheiro Torres nasceu há 102 anos...

(imagem daqui)


Alexandre Maria Pinheiro Torres
(Amarante, 27 de dezembro de 1921Cardiff, 3 de agosto de 1999) foi um escritor, historiador de literatura, crítico literário português do movimento neo-realista.

 

in Wikipédia

 

Convite para as trevas

 

Enchamos de vozes este túnel vazio
e sentemo-nos a uma mesa invisível
convidando os seres que nos falam, tímidos das trevas,
a tomarem lugar e a ganharem coragem.

Nós é que estamos sós nesta floresta de egoísmos,
nós é que estamos nas trevas, como espíritos,
crendo-nos, infantilmente, corpos palpáveis,
nós, balões garrados diluindo-se entre nuvens!...

Os outros, os que já pereceram, mas vivem algures,
não entre anjos ou diabos, ou anjos-diabos ou diabos-anjos,
mas entre a névoa criada pelo bafo da nossa respiração,
os outros é que conhecem o significado da palavra irmandade.

Esses é que fatigados do seu mundo se fazem adivinhar por vezes,
para que nós os chamemos e os convidemos, deste túnel de vazio,
a sentarem-se a uma mesa invisível,
e a ganharem coragem para estar entre os vivos.



in Novo Génesis (1950) - Alexandre Pinheiro Torres

terça-feira, dezembro 27, 2022

O poeta Alexandre Pinheiro Torres nasceu há 101 anos...

(imagem daqui)


Alexandre Maria Pinheiro Torres
(Amarante, 27 de dezembro de 1921Cardiff, 3 de agosto de 1999) foi um escritor, historiador de literatura, crítico literário português do movimento neo-realista.

 

in Wikipédia

 

Convite para as trevas

 

Enchamos de vozes este túnel vazio
e sentemo-nos a uma mesa invisível
convidando os seres que nos falam, tímidos das trevas,
a tomarem lugar e a ganharem coragem.

Nós é que estamos sós nesta floresta de egoísmos,
nós é que estamos nas trevas, como espíritos,
crendo-nos, infantilmente, corpos palpáveis,
nós, balões garrados diluindo-se entre nuvens!...

Os outros, os que já pereceram, mas vivem algures,
não entre anjos ou diabos, ou anjos-diabos ou diabos-anjos,
mas entre a névoa criada pelo bafo da nossa respiração,
os outros é que conhecem o significado da palavra irmandade.

Esses é que fatigados do seu mundo se fazem adivinhar por vezes,
para que nós os chamemos e os convidemos, deste túnel de vazio,
a sentarem-se a uma mesa invisível,
e a ganharem coragem para estar entre os vivos.



in Novo Génesis (1950) - Alexandre Pinheiro Torres

sábado, janeiro 30, 2010

Poesia para preparar uma reunião


Convite para as trevas

Enchamos de vozes este túnel vazio
e sentemo-nos a uma mesa invisível
convidando os seres que nos falam, tímidos das trevas,
a tomarem lugar e a ganharem coragem.

Nós é que estamos sós nesta floresta de egoísmos,
nós é que estamos nas trevas, como espíritos,
crendo-nos, infantilmente, corpos palpáveis,
nós, balões garrados diluindo-se entre nuvens!...

Os outros, os que já pereceram, mas vivem algures,
não entre anjos ou diabos, ou anjos-diabos ou diabos-anjos,
mas entre a névoa criada pelo bafo da nossa respiração,
os outros é que conhecem o significado da palavra irmandade.

Esses é que fatigados do seu mundo se fazem adivinhar por vezes,
para que nós os chamemos e os convidemos, deste túnel de vazio,
a sentarem-se a uma mesa invisível,
e a ganharem coragem para estar entre os vivos.

in Novo Génesis - Alexandre Pinheiro Torres

segunda-feira, agosto 03, 2009

Os percursos da água na Coimbra subterrânea

No dia 25 de Julho, conforme aqui referimos anteriormente, participei (mais o filho, mulher e uma colega reformada) na Geologia no Verão que dá nome a este post.

Foi uma excelente actividade: permitiu ver antigo professores da Universidade em plena forma, rever o Senhor Virgílio Sousa (ex-funcionário do Departamento e nosso colega de diversas Geologias no Verão...), conhecer as maravilhas das profundezas de Coimbra e perceber melhor o passado da cidade.

Começámos junto à estátua de El-Rei D. Dinis, junto a uma curiosa amostra fotográfica 3D das lutas académicas de 69 (é curioso ver o Almirante Américo Thomaz e o José Hermano Saraiva à porta das Matemáticas, com uma turbe de capa-e-batina do lado oposto da rua...). Daí fomos até ao Hospital Velho (Colégio de S. Jerónimo), onde entrámos numa cisterna deste edifício.

Em seguida fomos para o Jardim da Sereia, onde nos dividimos em dois grupos: o meu começou pela Mina de Água que abastece o Jardim Botânico (nas cercanias da Escola Secundária José Falcão) e passou depois para o Túnel de Ribelas (que passa debaixo da Praça da República) - tendo, o outro grupo, feito ao contrário.

Foi excelente para quem, como eu, gosta de buracos: a apresentação inicial, vista na Cisterna, era excelente (e até com novidades científicas fresquinhas...), as explicações muito boas, o convívio fantástico, a imprensa, que se portou bem, tudo correu de forma perfeita (faltou só dizer que os participantes deviam trazer fato-macaco - no túnel de Rebela era a farda ideal...).

Ficámos com vontade de voltar para o ano (não, não o faço, pois haverá muita gente interessada se os Doutores a repetirem...).

Para sublinhar os nossos pontos de vista aqui ficam algumas fotos:



Recordar as lutas académicas de 1969 - os estudantes

Recordar as lutas académicas de 1969 - o Regime

Descendo para a Cisterna

Debate na Cisterna

PowerPoint na Cisterna - locais a visitar

Sorrisos...!

PowerPoint na Cisterna - localização da Mina que abastece o Jardim Botânico

JB - não, não tem nada a ver com a água da vida celta...!

Explicações - parte I

Explicações - parte II

É bom ser pequeno...!

A mina - vista de zona só escavada e conduta de água

Conversa num antigo poço de ventilação

Falha

Na mina- zona mais baixa...

À entrada do buraco do Túnel da Ribela

O buraco...

Descendo 10 metros até ao Túnel

Numa parte larga do túnel

Pequeno arco, de sustentação, e antigo nível intermédio de transporte de águas

Jovens exploradores do Túnel da Ribela

Estalactites calcárias - túnel da Ribela (debaixo da Praça da República)

A saída do buraco, junto à fonte do Jardim da Sereia


ADENDA: faz hoje 10 anos que morreu o poeta Alexandre Pinheiro Torres - apenas um poema para o recordar:


MORTE: SUAS CONTAS DE DIVIDIR

O horizonte divide-nos nas suas mentiras:
ou é uma árvore ou um rio e todos os anzóis que engoliu
ou uma mandíbula de peixe ou o sol: o velho incendiário ambulante.
A morte essa é um maravilhoso número indivisível.

in A Flor Evaporada - Alexandre Pinheiro Torres