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quarta-feira, março 13, 2024

O Papa Francisco foi eleito há onze anos

   
Francisco (em latim: Franciscus), cujo nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936), é o 266.º Papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano, sucedendo ao Papa Bento XVI, que abdicou em 28 de fevereiro de 2013.
É o primeiro papa nascido no continente americano, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. Tornou-se Arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e cardeal-presbítero em 21 de fevereiro de 2001, foi eleito papa em 13 de março de 2013.
   
   

segunda-feira, março 11, 2024

Ástor Piazzolla nasceu há cento e três anos...

   
Astor Pantaleón Piazzolla (Mar del Plata, 11 de março de 1921Buenos Aires, 4 de julho de 1992), filho dos imigrantes italianos Vicente Piazzolla e Asunta Manetti, foi um bandoneonista e compositor argentino.
Aos quatro anos foi, com a sua família, viver em Nova York, em busca de melhores condições de vida. No seu período americano tornou-se fluente em espanhol, inglês, italiano e francês, iniciando o seu interesse por música. Em 1929 teve o seu primeiro bandoneón, dado pelo seu pai, e em 1933, começou a ter aulas de piano com Bela Wilde, um pianista húngaro discípulo de Sergei Rachmaninoff. Em Nova York conheceu o cantor argentino de tango Carlos Gardel, enquanto este estava na cidade, para rodar o filme El día que me quieras, onde atuou como um rapaz entregador de jornais.
Compositor de tango mais importante da segunda metade do século XX, estudou harmonia e música erudita com a compositora e diretora de orquestra francesa Nadia Boulanger. Na sua juventude, tocou e realizou arranjos orquestrais para o bandoneonista, compositor e diretor Aníbal Troilo.
Quando começou a fazer inovações no tango, no ritmo, no timbre e na harmonia, foi muito criticado pelos tocadores de tango mais antigos. Ao voltar de Nova Iorque, Piazzolla já mostrava a forte influência do jazz em sua música, estabelecendo então uma nova linguagem, seguida até hoje.
Quando os mais ortodoxos, durante a década de 60, bradaram que a música dele não era de facto tango, Piazzolla respondia-lhes que era música contemporânea de Buenos Aires. Para os seus seguidores e apreciadores, essa música certamente representava melhor a imagem da metrópole argentina.
Piazzola deixou uma discografia invejável, tendo gravado com Gary Burton, Tom Jobim, entre outros músicos que o acompanharam, como o também notável violinista Fernando Suarez Paz.
Entre os seus mais destacados parceiros na Argentina estão a cantora Amelita Baltar e o poeta Horacio Ferrer, além do escritor Jorge Luís Borges.
Algumas das suas composições mais famosas são Libertango e Adiós Nonino. Libertango é uma das mais conhecidas, sendo esta constantemente tocada por diversas orquestras de todo o mundo.
    

 


domingo, fevereiro 25, 2024

José de San Martín nasceu há 246 anos

      
José Francisco de San Martín y Matorras (Yapeyú, 25 de fevereiro de 1778 - Boulogne-sur-Mer, 17 de agosto de 1850) foi um general argentino e o primeiro líder da parte sul da América do Sul que obteve sucesso no seu esforço para a independência da Espanha, tendo participado ativamente dos processos de independência da Argentina, do Chile e do Peru.
     

quarta-feira, janeiro 31, 2024

Atahualpa Yupanqui nasceu há 116 anos...

 

Atahualpa Yupanqui, pseudónimo de Héctor Roberto Chavero (Pergamino, Buenos Aires, 31 de janeiro de 1908 - Paris, 23 de maio de 1992), foi um compositor, cantor, guitarrista e escritor argentino. É considerado um dos mais importantes divulgadores de música folclórica daquele país. As suas composições foram cantadas por reconhecidos intérpretes, como Mercedes Sosa, Alfredo Zitarrosa, Víctor Jara, Dércio Marques, Ángel Parra, Marie Laforêt e Elis Regina entre outros, continuando a fazer parte do reportório de vários artistas na Argentina e em diferentes partes do mundo.
Filho de pai quéchua e mãe basca, mudou-se, ainda criança, com a família para Agustín Roca, em cujo caminho de ferro o seu pai trabalhava.
Na adolescência, começa a ter aulas de viola com o concertista Bautista Almirón, viajando diariamente 15 quilómetros que o separavam da casa do mestre. É dessa época o pseudónimo Atahualpa Yupanqui, homenagem a Atahualpa e Tupac Yupanqui, os últimos imperadores incas.
      

 


sábado, janeiro 13, 2024

O Brasil duplicou de tamanho há 274 anos...!

Capitanias do Brasil - 1534
 
O Tratado de Madrid foi firmado na capital espanhola entre D. João V de Portugal e D. Fernando VI de Espanha, em 13 de janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colónias sul-americanas, pondo fim assim às disputas. O objetivo do tratado era substituir o Tratado de Tordesilhas, o qual já não era mais respeitado na prática. Pelo tratado, ambas as partes reconheciam ter violado o Tratado de Tordesilhas na Ásia e na América e concordavam que, a partir de então, os limites deste tratado se sobreporiam aos limites anteriores. As negociações basearam-se no chamado Mapa das Cortes, privilegiando a utilização de rios e montanhas para demarcação dos limites. O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de facto, deve possuir de direito), delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje.
  
União Ibérica
Com a União Ibérica (1580-1640), embora os respetivos domínios ultramarinos continuassem separados teoricamente, é certo que tanto espanhóis entravam sem grandes problemas em territórios portugueses, quanto lusitanos entravam em terras espanholas, estabelecendo-se e com isso obtendo títulos de propriedade que seriam respeitados pela diplomacia posterior. Esta ótica da questão de fronteiras durante a União é inexata, já que continuou existindo uma rivalidade entre os dois povos, porém isso explica em parte esta expansão. Iam se estabelecendo, assim, algumas das futuras fronteiras terrestres do Brasil. Pela orla marítima os portugueses estenderam seus domínios da Baía de Paranaguá ao Rio Oiapoque (antes os extremos no litoral eram Cananéia e Itamaracá). Nesse período conquistaram-se muitas regiões do Nordeste e do Norte (da Paraíba ao Grão-Pará e quase toda a Amazónia). Também houve grande expansão ao Sul (onde bandeiras de caça ao índio destruíram assentamentos de jesuítas espanhóis nos atuais oeste paranaense, no centro do Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, o que contribuiu para incorporar esses territórios no atual Brasil).
Durante a União Ibérica, o Brasil continuou a ser alvo de estrangeiros como os franceses, porém os maiores inimigos foram os holandeses - que até 1571 tinham seu território dominado pela Espanha, o que motivou sua ação contra os espanhóis e seus aliados. Apesar da força com que invadiram o Brasil e aí se estabeleceram, principalmente na faixa litorânea que hoje vai do Espírito Santo ao Maranhão e de modo peculiar em Pernambuco, eles foram definitivamente expulsos em 1654, 14 anos após a Restauração de Portugal como reino independente.
 
A Colónia de Sacramento
Após a Restauração, em 1640, a paz entre Portugal e Espanha foi firmada em 1668. Portugal ainda não havia desistido de estender os seus domínios até à foz do rio da Prata, razão pela qual o rei ordenou, em 1678, a fundação de uma colónia naquela região para sustentar e afirmar os seus direitos sobre a localidade. O limite vigente, definido pelo Tratado de Tordesilhas, não era claro, e cada parte tinha a sua interpretação. Para os portugueses, as 370 léguas deveriam ser medidas a partir da Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, mas, para os espanhóis, o ponto de partida seria a ilha de São Nicolau. De posse de um mapa, elaborado por João Teixeira, os portugueses afirmavam que a linha, se medida a partir da ilha de São Nicolau, passaria a 19 léguas a leste da região, que estaria sob domínio espanhol, mas se medida a partir da ilha de Santo Antão, passaria a 13 léguas a oeste, e a região seria de domínio português. Em 1679, o governador da capitania do Rio de Janeiro Manuel de Lobo partiu, com apoio dos comerciantes interessados em ampliar os seus negócios com a América espanhola, para fundar o que seria o primeiro assentamento europeu no território que viria a formar o Uruguai. Em frente à cidade de Buenos Aires, na margem oposta do Prata, a colónia se tornaria um centro de contrabando para comerciantes portugueses e ingleses terem acesso a Buenos Aires, durante a proibição do comércio de géneros do Brasil, como açúcar, tabaco e algodão.
Tão logo tomou ciência da ocupação portuguesa, o governador espanhol mobilizou tropas e desalojou os portugueses da região e prendeu Manuel de Lobo. Após protestos de Portugal que levaram à intervenção do papa Inocêncio XI, a colónia foi devolvida aos portugueses em 1683, o que foi ratificado nos tratados de Lisboa (1701) e de Utrecht (1715). Em 1714, durante a negociação deste último, Alexandre de Gusmão tomou conhecimento dos sentimentos envolvidos. Para os espanhóis, o controle do estuário do Prata, e da navegação da prata oriunda do Peru, era indispensável à segurança do seu império, ameaçado pelos britânicos aliados dos portugueses. A posse exclusiva daquela região representava condição de vida ou morte. Por outro lado, para os portugueses, abandonar a região à nação que haviam derrotado na última guerra era motivo de desonra. Após alguns atritos, o soberano espanhol concedeu o inteiro domínio da margem setentrional do rio da Prata e em 1715, confirmou que o Prata era o limite ao sul do Brasil.
A definição geral dos limites ocorreria em 1750 com o tratado de Madrid. Os Sete Povos das Missões foram deixados em paz até 1750. Pelo tratado, a área dos Sete Povos das Missões passaria a pertencer a Portugal e em troca a Colónia do Sacramento (no sul do atual Uruguai) passaria ao domínio espanhol. Porém os portugueses exigiam a expulsão dos missionários.


Divisão territorial do Brasil - 1789
 
O Tratado
O Tratado de Madrid foi a primeira tentativa de pôr fim ao litígio entre Espanha e Portugal a respeito dos limites de suas colónias na América do Sul.
Com as epopeias dos bandeirantes, desbravando o interior do Brasil, criando pequenos povoamentos, a validade do antigo Tratado de Tordesilhas estava em xeque. O novo Tratado tinha por objetivo "que se assinalassem os limites dos dois Estados, tomando por balizas as paragens mais conhecidas, tais como a origem e os cursos dos rios e dos montes mais notáveis, a fim de que em nenhum tempo se confundissem, nem dessem ensejo a contendas, que cada parte contratante ficasse com o território que no momento possuísse, à exceção das mútuas concessões que nesse pacto se iam fazer e que em seu lugar se diriam". Assinado em 1750, o tratado não usava as linhas convencionais, mas outro conceito de fronteiras, introduzido neste contexto por Alexandre de Gusmão, a posse efetiva da terra (uti possidetis) e os acidentes geográficos como limites naturais.
Com trabalhos apresentados à Corte espanhola, Gusmão comprovou que as usurpações luso-espanholas em relação à linha de Tordesilhas (1494) eram mútuas, com as portuguesas na América (parte da Amazónia e do Centro-oeste) sendo compensadas pelas da Espanha na Ásia (Filipinas, Ilhas Marianas e Ilhas Molucas).
Apesar de Tomás da Silva Teles (Visconde de Vila Nova de Cerveira) ter representado Portugal, Alexandre de Gusmão foi o redator do Tratado e o idealizador da aplicação do uti possidetis.
Em 1746, quando começaram as negociações diplomáticas a respeito do Tratado, Alexandre de Gusmão já possuía os mapas mais precisos da América do Sul, que encomendara aos melhores geógrafos do Reino. Era um dos trunfos com que contava para a luta diplomática que duraria quatro anos.
Alexandre sabia que os espanhóis jamais deixariam em paz uma colónia (Colónia do Sacramento) que lhes prejudicava o tesouro. Além disso, descobrira-se ouro no Brasil, não sendo preciso entrar em conflitos por causa da prata peruana. Para a compensação, já tinha em vista as terras convenientes à coroa portuguesa: os campos dos Sete Povos das Missões, a oeste do Rio Grande do Sul, onde os luso-brasileiros poderiam conseguir grandes lucros criando gado.
Finalmente, em Madrid, a 13 de janeiro de 1750, firmou-se o tratado: Portugal cedia a Colónia do Sacramento e as suas pretensões ao estuário do Prata, e, em contrapartida, receberia o atual estado do Rio Grande do Sul, partes de Santa Catarina e Paraná (território das missões jesuíticas espanholas), o atual Mato Grosso do Sul, a imensa zona compreendida entre o Alto-Paraguai, o Guaporé e o Madeira de um lado e o Tapajós e Tocantins do outro, regiões estas desabitadas e que não pertenceriam aos portugueses se não fossem as negociações do tratado.
Foi meio continente assegurado a Portugal pela atividade de Alexandre de Gusmão. Para a região mais disputada, o Sul, o santista já enviara, em 1746, casais de açorianos para garantir a posse do terreno. Era uma nova forma de colonização que Alexandre preconizava, através de famílias que produzissem, sem precisar de escravos. Os primeiros sessenta casais fundaram o Porto dos Casais, mais tarde Porto Alegre.
O tratado foi admirável em vários aspetos. Determinou que sempre haveria paz entre as colónias americanas, mesmo quando as metrópoles estivessem em guerra. Abandonou as decisões tomadas arbitrariamente nas cortes europeias por uma visão mais racional das fronteiras, marcadas pelos acidentes naturais do terreno e a posse efetiva da terra. O princípio romano de uti possidetis deixou de se referir à posse de direito, determinada por tratados, como até então tinha sido compreendido, para se fundamentar na posse de facto, na ocupação do território: as terras habitadas por portugueses eram portuguesas.
Entretanto, o tratado logo fez inimigos: os jesuítas espanhóis, expulsos das Missões, e os comerciantes impedidos de contrabandear no rio da Prata. Os seus protestos encontraram um inesperado apoio no novo homem forte de Portugal: o Marquês de Pombal.
Um novo acordo - o de El Pardo -, firmado em 12 de fevereiro de 1761, anulou o de Madrid. Mas as bases geográficas e os fundamentos jurídicos, por que Alexandre tanto lutara em 1750, acabaram prevalecendo e, em 1777, aqueles princípios anulados em El Pardo ressurgiram no Tratado de Santo Ildefonso. A questão foi ainda objeto de novo tratado do Pardo, a 11 de março de 1778.
Devido ao sucesso obtido por Gusmão no Tratado de Madrid, mais tarde o historiador paraguaio padre Bernardo Capdeville se referiria a este como "a vergonha da diplomacia espanhola".
   
Consequências
O Tratado de Madrid trouxe como consequências imediatas: a revogação do Tratado de Tordesilhas; a consagração do princípio do uti possidetis (quem tem a posse tem o domínio); a permuta da Colónia do Sacramento pelo território dos Sete Povos das Missões; e a definição do rio Uruguai como fronteira oeste do Brasil com a Argentina.
São apontadas como consequências indiretas deste tratado: a concessão à Espanha da navegação exclusiva do Rio da Prata; a criação da Capitania D’El Rey de São Pedro do Rio Grande do Sul; o aumento do poderio militar português no Sul do Brasil; a concessão de parte da Amazónia aos portugueses; a construção do Forte Príncipe da Beira, do Forte do Macapá e do Forte de Tabatinga, entre outros. É também parcialmente responsável pela mudança da capital do Vice-Reino de Salvador para o Rio de Janeiro.
As demarcações das fronteiras impostas pelo Tratado de Madrid sofreram resistência, particularmente por parte dos índios guaranis, apoiados pelos jesuítas. A reação indígena guarani do cacique José (Sepé) Tiaraju deu início à Guerra Guaranítica (1752-1756). Sepé foi morto três dias antes da última batalha, a de Caibaté, onde morreram, combatendo, mais de 1.500 índios.
O resultado final desses tratados e de outros que viriam foi fruto da colonização portuguesa desde o século XVI até o XIX que ao penetrar o território, seja por motivos económicos (mineração na região mais central - Minas, Mato Grosso e Goiás -, pecuária no sertão nordestino e no sul do Brasil e recolha de produtos da floresta, associado à facilidade de navegação da Bacia Amazónica) ou religiosos (como é o caso das missões jesuítas, franciscanas e carmelitas que estiveram em diversas partes do Brasil), expandiu os domínios portugueses de norte a sul e, pelo uti possidetis, adquiriu terras que antes não lhes pertenciam.
Para a historiografia brasileira, o Tratado de Madrid representa a base histórico-jurídica da formação territorial do país, por ser o primeiro documento a definir com precisão as suas fronteiras naturais. Para historiadores argentinos, no entanto, este tratado teria sido extorquido ao governo espanhol, por incapacidade ou por influência da rainha da Espanha, filha do rei português.
    

sábado, dezembro 30, 2023

Um incêndio há dezanove anos numa discoteca matou quase duzentas pessoas em Buenos Aires

Encendiendo velas por las víctimas del incendio de República Cromañón

 
La tragedia de Cromañón fue un incendio producido la noche del 30 de diciembre de 2004 en República Cromañón, establecimiento ubicado en el barrio de Once de la ciudad de Buenos Aires, durante un recital de la banda de rock Callejeros. Este incendio provocó la peor tragedia mundial en la historia de la música de rock y una de las mayores tragedias no naturales en Argentina dejando un saldo de 194 muertos y al menos 1.432 heridos.

Esta tragedia causó, además, importantes cambios políticos y culturales. Los familiares de los jóvenes fallecidos y los sobrevivientes del incendio conformaron un gran colectivo de movilización pública y demanda de justicia, por las muertes y los daños sufridos.​ En lo político, la Legislatura de la Ciudad de Buenos Aires inició un juicio político para destituir al entonces jefe de Gobierno Aníbal Ibarra por considerarlo responsable político de la tragedia. El enjuiciamiento terminó con su destitución, y fue reemplazado por el vicejefe de Gobierno, Jorge Telerman. En cuanto a lo cultural, la tragedia concientizó a la sociedad sobre el estado de las discotecas y locales destinados a espectáculos musicales, además de que provocó fuertes replanteos acerca de prácticas habituales y símil futboleras, como el uso de bengalas y la búsqueda de juntar el máximo posible de público. El Gobierno revisó el estado de las discotecas y otros locales de baile, lo que resultó en la clausura de una gran cantidad de ellos. La tragedia de Cromañón fue un evento altamente impactante en la historia del rock argentino; cerró una etapa y dio paso a la era post-Cromañón del rock argentino, donde las tendencias de géneros musicales, espacios de recitales, organización e infraestructura reflejaron los cambios surgidos a raíz del siniestro.

 

domingo, dezembro 17, 2023

O Papa Francisco celebra hoje 87 anos


Francisco (em latim: Franciscus), cujo nome de batismo é Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires a 17 de dezembro de 1936, é o 266.º Papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano, sucedendo ao Papa Bento XVI, que abdicou a 28 de fevereiro de 2013.
É o primeiro Papa nascido no continente americano, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1.200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. Tornou-se Arcebispo de Buenos Aires a 28 de fevereiro de 1998 e cardeal-presbítero a 21 de fevereiro de 2001, sendo eleito Papa a 13 de março de 2013.
  


Brasão papal do papa Francisco
  

segunda-feira, dezembro 11, 2023

Por una cabeza...

Carlos Gardel nasceu há 133 anos...

     
Carlos Gardel (Tacuarembó ou Toulouse, 11 de dezembro de 1890 - Medellín, 24 de junho de 1935) foi o mais famoso dos cantores de tango argentino, país ao qual chegou aos dois anos de idade.
O seu lugar de nascimento constitui uma questão controversa; alguns sustentam que Gardel teria nascido no interior do Uruguai, no departamento de Tacuarembó, baseando-se em alguns documentos e matérias jornalísticas de época, e seria filho do líder político local Carlos Escayola e de Maria Lelia Oliva, que tinha 13 anos; outros dizem que Gardel teria nascido na cidade francesa de Toulouse como Charles Romuald Gardès, filho de pai ignorado e de Berthe Gardès (1865-1943). Gardel era esquivo sobre o tema e quando indagado dizia: "Nasci em Buenos Aires aos dois anos e meio de idade".
Cantor e ator celebrado em toda a América Latina pela divulgação do tango, iniciou-se como cantor ainda jovem, com o nome artístico de El Morocho, apresentando-se em cafés dos subúrbios da capital argentina. A sua primeira interpretação formal se dá no Teatro Nacional da Avenida Corrientes, no qual também se apresenta Don José Razzano, com quem formaria uma parceria durante vários anos. Pela sensualidade da sua voz, que se presta muito bem à interpretação da milonga – género precursor do tango – torna-se conhecido a partir da canção Mi noche triste, de 1917.
   
(...)
   
Morte
Gardel morreu, num desastre de avião, durante uma turnê, em Medellín, na Colômbia. Nesse acidente morreu também o seu parceiro musical, Alfredo Le Pera. Os seus restos mortais encontram-se no cemitério de La Chacarita, na capital argentina. Em 2003, por proposta do governo uruguaio, a voz de Gardel foi gravada pela Unesco no Programa Memória do Mundo.
   

 


segunda-feira, outubro 30, 2023

Maradona nasceu há 63 anos

 

Diego Armando Maradona Franco (Lanús, 30 de outubro de 1960 - Tigre, 25 de novembro de 2020) foi um treinador e futebolista argentino que atuava como atacante. Considerado um dos maiores futebolistas de todos os tempos, liderou a conquista do Campeonato do Mundo de 1986, marcando, nos quartos-de-final, o Golo do Século. Ele ainda disputou mais três mundiais (1982, 1990 e 1994), tendo alcançado o vice-campeonato em 1990. A Copa de 1994 ficou marcada como o ponto final da vitoriosa trajetória de Maradona pela Seleção, após ele ser apanhado no exame antidoping na partida contra a Nigéria (a segunda da Argentina no Mundial). Por conta de sua notória participação nos mundiais, em 2002 ele foi escolhido para a  Equipa de Sonho dos Campeonatos do Mundo FIFA.

Amplamente considerado um dos maiores, mais famosos e mais polémicos jogadores do século XX, diversas personalidades e organizações reconheceram-no como um dos melhores jogadores da história do futebol e dos mundiais. Na votação do Melhor Jogador do Século XX pela FIFA, realizada em dezembro de 2000, ele ficou na primeira posição na votação popular e em terceiro na votação dos especialistas selecionados pela FIFA. Neste mesmo ano, ele foi eleito o quinto melhor jogador da história pelo IFFHS.

Enquanto jogador, Maradona foi reverenciado como uma divindade em seu país natal, sendo criada inclusive uma igreja dedicada a ele. O seu maior momento foi na Campeonato do Mundo de 1986 que, na opinião popular, foi ganha sozinha por El Pibe de Oro, outra das suas muitas alcunhas. Nesse Campeonato, que ficou conhecida como "O Campeonato de Maradona", Dieguito teve influência direta em 71% dos 14 golos anotados pela Argentina na campanha do título (ele marcou cinco tentos e teve cinco assistências para golo), sendo a maior percentagem individual da história das Copas. Internacionalmente, Maradona também consagrou-se como herói da equipe italiana do Napoli, um clube que, embora tradicional, esteve entre os pequenos do país. Com El Diez, o Napoli viveu momentos de glória no final da década de 80, ganhando os seus dois únicos títulos no Campeonato Italiano e lutando de igual para igual com as maiores equipas do país. Além disso, Maradona foi o primeiro jogador na história do futebol a estabelecer duas vezes o recorde mundial de transferência mais cara: primeiro, quando foi transferido para o Barcelona por um recorde mundial de 5 milhões de euros, e o segundo quando foi transferido para o Nápoles pelo valor recorde de 6,9 milhões de euros.

A carreira de Maradona, porém, foi cercada de controvérsias, que não se limitaram aos relvados. Algumas delas estão relacionadas ao seu abuso de drogas, vício que levou ao seu banimento dos relvados por duas ocasiões, em 1991 e 1994. Teve também dois filhos fora do casamento, que não reconheceu como seus. E rotineiramente fazia declarações contra os bastidores da FIFA, principalmente aos dirigentes João Havelange, Joseph Blatter, Michel Platini, Franz Beckenbauer, além de Pelé. Também tinha um histórico de atritos com a imprensa, incluindo a de seu próprio país. Morreu aos sessenta anos de idade, na sua residência em Tigre, vítima de uma paragem cárdio-respiratória.
 
 

segunda-feira, outubro 23, 2023

Charly García nasceu há 72 anos


Carlos Alberto García Moreno (Buenos Aires, 23 de outubro de 1951) conhecido pelo pseudónimo de Charly García, é um dos mais influentes artistas, compositores e produtores argentinos, sul-americanos e internacionais do rock.

É considerada uma das figuras chaves da música contemporânea Argentina, por seu talento e sua personalidade. Fundou duas das mais importantes bandas de rock da argentina, Sui Géneris e Serú Girán, gravou 41 discos, é considerado um dos ícones do rock argentino.


in Wikipédia



segunda-feira, outubro 09, 2023

Hasta siempre, Comandante...

Che Guevara foi executado há cinquenta e seis anos...

Che Guevara (fotografia de Alberto Korda)
         
Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928 - La Higuera, 9 de outubro de 1967), foi um guerrilheiro, político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano.
    
Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou, até 1965, na reorganização do Estado cubano, desempenhando vários altos cargos da sua administração e do governo, principalmente na área económica, como presidente do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais.
Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi capturado, e assassinado de maneira sumária e clandestina, pelo exército boliviano, em colaboração com a CIA, a 9 de outubro de 1967.
    
(...)   
     

No final de 1966, a localização de Guevara ainda não era conhecida publicamente, embora representantes do movimento de independência de Moçambique, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), relatassem que se encontraram com ele no final de 1966 em Dar es Salaam para tratar da sua oferta para ajudar no seu projeto revolucionário, que foi rejeitada.

Antes de partir para a Bolívia, alterou a sua aparência, rapando a barba e grande parte do cabelo, também pintando-o de cor cinza, ficando irreconhecível. Em 3 de novembro de 1966, chegou secretamente em La Paz em um voo de Montevidéu com o nome falso Adolfo Mena González, fazendo-se passar por um empresário uruguaio de meia-idade que trabalhava para a Organização dos Estados Americanos. 

Três dias depois de sua chegada à Bolívia, deixou La Paz para a região rural do sudeste do país para formar o seu exército guerrilheiro. O seu primeiro acampamento base era localizado na floresta seca e montanhosa na remota região de Ñancahuazú. O treino no acampamento no vale de Ñancahuazú provou ser perigoso, e pouco foi conseguido para construir um exército guerrilheiro. A funcionária da Alemanha Oriental nascida na Argentina, Haydée Tamara Bunke Bider, mais conhecida por seu nome de guerra "Tania", foi instalada como agente principal de Che em La Paz.

A força guerrilheira de Guevara, que contava com cerca de 50 homens e atuava sob a sigla ELN (Exército de Libertação Nacional da Bolívia), estava bem equipada e obteve inúmeros sucessos antecipados contra os soldados regulares do exército boliviano no terreno da região montanhosa de Camiri durante os primeiros meses de 1967. Como resultado da vitória das suas unidades em várias escaramuças contra as tropas bolivianas na primavera e no verão de 1967, o governo boliviano começou a sobrestimar o tamanho real da força de guerrilha.

Os pesquisadores supõem que o plano de Guevara para fomentar uma revolução na Bolívia fracassou por uma série de razões:

  • Guevara esperava assistência e cooperação dos dissidentes locais que não recebeu, nem recebeu apoio do Partido Comunista da Bolívia sob a liderança de Mario Monje, que era orientado por Moscovo e não por Havana. No diário de Guevara, capturado após sua morte, ele escreveu sobre o Partido Comunista da Bolívia, que ele qualificou de "desconfiado, desleal e estúpido".
  • Ele esperava lidar apenas com os militares bolivianos, que estavam mal treinados e mal equipados, e não sabia que o governo dos Estados Unidos havia enviado uma equipa de comandos da Special Activities Division da CIA e outros agentes para a Bolívia para ajudar no esforço anti-insurreição. O Exército boliviano também foi treinado, assessorado e abastecido pelas Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos, incluindo um batalhão de elite dos Rangers norte-americanos treinados em guerra na selva que montou acampamento em La Esperanza, um pequeno povoado próximo da localização dos guerrilheiros.

Além disso, sua conhecida preferência por confrontos em vez de compromissos, que já haviam surgido durante sua campanha de guerrilha em Cuba, contribuiu para sua incapacidade de desenvolver relações de trabalho bem-sucedidas com líderes rebeldes locais na Bolívia, assim como no Congo. Essa tendência existiu em Cuba, mas foi mantida sob controle pelas oportunas intervenções e orientação de Fidel Castro.

Guevara foi incapaz de atrair habitantes da área local para se juntar a sua milícia durante os onze meses em que tentou o recrutamento. Muitos dos habitantes informaram voluntariamente as autoridades e militares bolivianos sobre os guerrilheiros e seus movimentos na área. Perto do fim da aventura boliviana, ele escreveu em seu diário que "os camponeses não nos dão nenhuma ajuda e estão se transformando em informantes".
 
Captura e morte

Félix Ismael Rodríguez, um exilado cubano que se tornou um agente da Divisão de Atividades Especiais da CIA, acessorou as tropas bolivianas durante a caçada a Guevara na Bolívia. Além disso, o documentário My Enemy's Enemy, de 2007, alega que o criminoso de guerra nazi Klaus Barbie aconselhou e possivelmente ajudou a CIA a orquestrar a eventual captura do revolucionário.

Em 7 de outubro de 1967, um informante avisou as Forças Especiais da Bolívia sobre a localização do acampamento de guerrilha na garganta de Yuro. Na manhã de 8 de outubro cercaram a área com dois batalhões, contando com mil e oitocentos soldados e avançaram até ao barranco, desencadeando uma batalha em que Guevara foi ferido e feito prisioneiro enquanto liderava um destacamento com Simeón Cuba Sarabia. Jon Lee Anderson, biógrafo de Che, relatou a história do sargento boliviano Bernardino Huanca: quando os Rangers Bolivianos se aproximaram, Guevara duas vezes ferido, com sua arma inutilizada, ergueu os braços em sinal de rendição e gritou aos soldados: "Não atire! Eu sou Che Guevara e valho mais para você vivo do que morto".

Não havia ninguém mais temido pela empresa (CIA) do que Che Guevara, porque ele tinha a capacidade e o carisma necessários para dirigir a luta contra a repressão política das hierarquias tradicionais no poder nos países da América Latina.
Philip Agee, agente da CIA de 1957-1968, depois desertou para Cuba

Ele foi amarrado e levado para uma escola delapidada de lama na aldeia vizinha de La Higuera na noite de 8 de outubro. Durante o próximo meio dia, recusou ser interrogado por oficiais bolivianos e só falou em voz baixa com os soldados. Um desses soldados, um piloto de helicóptero chamado Jaime Nino de Guzman, descreveu Che como "terrível". De acordo com Guzman, o revolucionário foi baleado na barriga da perna direita, o seu cabelo estava sujo de barro, as suas roupas estavam rasgadas e os seus pés estavam cobertos por bainhas de couro. Apesar de sua aparência abatida, ele conta que "Che ergueu a cabeça, olhou todos diretamente nos olhos e pediu apenas para fumar". Guzman afirma que ele "teve pena" e deu-lhe uma pequena bolsa de tabaco para o cachimbo, e Guevara sorriu e agradeceu-lhe. Mais tarde, na noite de 8 de outubro, Guevara - apesar de ter as mãos amarradas - chutou um oficial do exército boliviano, chamado Capitão Espinosa, contra um muro depois que o oficial entrou na escola e tentou arrancar o cachimbo de sua boca para levar como lembrança enquanto ele ainda estava fumando. Noutro caso de desafio, cuspiu na cara do contra-almirante boliviano Ugarteche, que o tentou questionar algumas horas antes da sua execução.

Na manhã seguinte, 9 de outubro, Guevara pediu para ver a professora da aldeia, uma mulher de 22 anos chamada Julia Cortez. Mais tarde, ela afirmou que o encontrou como um "homem de aparência agradável com um olhar suave e irónico" e que durante a conversa ela se viu "incapaz de olhá-lo nos olhos" porque seu "olhar era insuportável, penetrante e tranquilo". Durante a sua curta conversa, apontou para Cortez o mau estado da escola, afirmando que era "anti-pedagógico" esperar que os estudantes camponeses fossem educados lá, enquanto "funcionários do governo dirigem carros Mercedes", e declarando que "é contra isso que nós estamos lutando". 

Naquela manhã de 9 de outubro, o presidente boliviano, René Barrientos Ortuño, ordenou que Guevara fosse morto. A ordem foi retransmitida para a unidade que o detinha por Félix Rodríguez, apesar do desejo do governo dos Estados Unidos de que ele fosse levado ao Panamá para mais interrogatórios. O carrasco que se ofereceu para matar o revolucionário foi Mario Terán, um sargento de 27 anos do exército que, embora meio bêbado, pediu para atirar nele porque três de seus amigos da Companhia B, todos com o mesmo nome de "Mario", haviam sido mortos num tiroteio com o grupo guerrilheiro vários dias antes. Para fazer as feridas de bala parecerem consistentes com a história que o governo boliviano planeava divulgar ao público, Félix Rodríguez ordenou que Terán não atirasse na cabeça, mas apontasse com cuidado para fazer parecer que havia sido morto em ação durante um confronto com o exército. René Barrientos nunca revelou seus motivos para ordenar a execução sumária de Guevara em vez de julgá-lo ou expulsá-lo do país ou entregá-lo às autoridades dos Estados Unidos. Gary Prado, o capitão boliviano no comando da companhia do exército que capturou Guevara, disse que as razões pelas quais Barrientos ordenou  a sua execução imediata eram para que não houvesse possibilidade de Guevara escapar da prisão, e também para que não houvesse drama de um julgamento público, em que a publicidade adversa pode acontecer.

Cerca de 30 minutos antes de Guevara ser morto, Félix Rodríguez tentou questioná-lo sobre o paradeiro de outros guerrilheiros que estavam atualmente em liberdade, mas ele continuou a permanecer em silêncio. Rodríguez, auxiliado por alguns soldados bolivianos, ajudou-o a ficar de pé e levou-o para fora da cabana para desfilar diante de outros soldados bolivianos onde ele posou para uma fotografia ao lado de Guevara. Depois disso, Rodríguez disse a Guevara que ele seria executado. Um pouco mais tarde, Che foi questionado por um dos soldados que o vigiavam se ele estava pensando na sua própria imortalidade. "Não", ele respondeu, "estou pensando na imortalidade da revolução". Poucos minutos depois, o sargento Terán entrou na cabana para atirar nele, que neste momento se levantou e falou suas últimas palavras: "Eu sei que você veio me matar. Atire, covarde! Você só vai matar um homem!". Terán hesitou, depois apontou a carabina M2 de carregamento automático e abriu fogo, atingindo-o nos braços e nas pernas. Então, quando se contorceu no chão, aparentemente mordendo um de seus pulsos para evitar gritar, Terán disparou outra vez, ferindo-o fatalmente no peito. Guevara foi declarado morto às 13.10, hora local, segundo Rodríguez. Ao todo, foi baleado nove vezes por Terán, cinco vezes nas pernas, uma vez no ombro e no braço direito e uma vez no peito e na garganta.

Meses antes, durante sua última declaração pública à Conferência Tricontinental, Guevara escreveu seu próprio epitáfio, declarando: "Onde quer que a morte possa nos surpreender, que seja bem-vinda, desde que este nosso grito de guerra tenha chegado a algum ouvido recetivo e outra mão possa ser estendida para manejar nossas armas".
   

 
Após a sua execução, o corpo de Guevara foi amarrado aos patins de aterragem de um helicóptero e transportado para Vallegrande, onde foram tiradas fotografias dele deitado numa laje de cimento na lavandaria da Nuestra Señora de Malta. Várias testemunhas foram chamadas para confirmar sua identidade, entre elas o jornalista britânico Richard Gott, a única testemunha que o conhecera quando ainda estava vivo. Colocado em exibição, enquanto centenas de residentes locais passavam pelo corpo, o cadáver era considerado por muitos como representando um rosto "semelhante a Cristo", com alguns até mesmo aparando mechas de cabelo como relíquias divinas. Tais comparações foram estendidas ainda mais quando o crítico de arte britânico John Berger, duas semanas depois de ver as fotografias post-mortem, observou que elas se assemelhavam a duas pinturas famosas: A Lição de Anatomia do Dr. Tulp de Rembrandt e a Lamentação sobre o Cristo Morto de Andrea Mantegna. Havia também quatro correspondentes presentes quando o corpo de Guevara chegou a Vallegrande, incluindo Björn Kumm, do sueco Aftonbladet, que descreveu a cena em um 11 de novembro de 1967, exclusivo para o New Republic.

Um memorando desclassificado datado de 11 de outubro de 1967 para o presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, de seu assessor de segurança nacional Walt Whitman Rostow, chamou a decisão de matar Guevara de "estúpida" mas "compreensível do ponto de vista boliviano". Após a execução, Rodríguez levou vários itens pessoais de Guevara, incluindo um relógio que ele continuou a usar muitos anos depois, muitas vezes mostrando-os aos repórteres durante os anos seguintes. Hoje, alguns desses pertences, incluindo a sua lanterna, estão em exibição na CIA. Depois que um médico militar amputou suas mãos, oficiais do exército boliviano transferiram seu corpo para um local não revelado e se recusaram a revelar se seus restos tinham sido enterrados ou cremados. As mãos foram enviadas para Buenos Aires para identificação de impressões digitais. As mãos de Che, assim como ocorrera com o seu diário, foram levadas clandestinamente ao exterior com auxílio do então Ministro do Interior da Bolívia, Antonio Arguedas. As mãos chegariam em Cuba nos primeiros dias de 1970.
 

Em 15 de outubro, em Havana, Fidel Castro reconheceu publicamente que Guevara estava morto e proclamou três dias de luto oficial em toda a ilha. Em 18 de outubro, Castro dirigiu-se a uma multidão de um milhão de pessoas na Plaza de la Revolución de Havana e falou sobre o caráter revolucionário de Guevara. Fidel fechou o seu fervoroso elogio assim:

Se quisermos expressar o que queremos que os homens das gerações futuras sejam, devemos dizer: Que sejam como Che! Se quisermos dizer como queremos que nossos filhos sejam educados, devemos dizer sem hesitação: queremos que eles sejam educados no espírito de Che! Se queremos o modelo de um homem, que não pertence ao nosso tempo, mas ao futuro, digo do fundo do meu coração que tal modelo, sem uma única mancha em sua conduta, sem uma única mancha em sua ação, é Che!

     

domingo, outubro 08, 2023

Perón nasceu há 128 anos

    
Juan Domingo Perón (Lobos, 8 de outubro de 1895 - Buenos Aires, 1 de julho de 1974) foi um militar e político argentino, presidente da Argentina de 1946 a 1955 e de 1973 a 1974.
   
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Em 1929, Perón casou-se pela primeira vez com Aurélia Tizón, que morreu em 1937, ainda jovem, vítima de cancro no útero.

O seu segundo casamento durou sete anos, de 1945 a 1952, com Eva Perón, mais conhecida como Evita. Eles também tentaram ter filhos, mas a esposa não conseguiu engravidar e, assim como Aurélia, também morreu de cancro no útero, com 33 anos.

Em 1961 casou-se pela terceira vez, agora com Maria Estela Martínez, mais conhecida como Isabelita Perón. O matrimónio durou treze anos. Juan também tentou novamente ser pai, mas a esposa não conseguiu engravidar. A união durou até à sua morte, em 1974. A sua esposa sucedeu-lhe na presidência da Argentina até 1976.

Devido à falta de filhos, afirmou em entrevistas que a pátria argentina era a sua herdeira.
 

Retrato del Presidente Juan Domingo Perón y su señora esposa María Eva Duarte de Perón, obra de Numa Ayrinhac, 1948
     

Che Guevara foi capturado há 56 anos...

      
Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928 - La Higuera, 9 de outubro de 1967), foi um guerrilheiro, político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano.
Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou desde então, até 1965, da reorganização do Estado cubano, desempenhando vários altos cargos da sua administração e de seu governo, principalmente na área económica, como presidente do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais.
Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi capturado e assassinado de maneira clandestina e sumária pelo exército boliviano, em colaboração com a CIA, em 9 de outubro de 1967.
A sua figura desperta grandes paixões, a favor e contra, na opinião pública, e converteu-se em um símbolo de importância mundial. Foi considerado pela revista norte-americana Time uma das cem personalidades mais importantes do século XX. Para muitos dos seus partidários, representa a rebeldia, a luta contra a injustiça social e o espírito incorruptível. Em contrapartida, muitos dos seus opositores consideram-no um criminoso, responsável por assassinatos em massa, e acusam-no de má gestão como ministro da Indústria.
O seu retrato fotográfico, obra de Alberto Korda, é uma das imagens mais reproduzidas do mundo e um dos ícones do movimento contracultural. Tanto a fotografia original como suas variantes, algumas apenas com o contorno do seu rosto, têm sido intensamente reproduzidas, para uso simbólico, artístico ou publicitário.
  
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Ele parte primeiramente para o Congo com um grupo de 100 cubanos "internacionalistas", tendo chegado em abril de 1965. Comandante supremo da operação, atuou com o nome de código Tatu e encontrou-se com Kabila. Por seu total desconhecimento da região, dos seus costumes, das suas crenças religiosas, das relações intertribais e da psicologia de seus habitantes, o "delírio africano" de Che resultou numa total deceção. Em seguida parte para a Bolívia onde tenta estabelecer uma base guerrilheira para lutar pela unificação dos países da América Latina e de onde pretendia invadir a Argentina. Enfrenta dificuldades com o terreno desconhecido, não recebe o apoio do partido comunista boliviano e não consegue conquistar a confiança dos poucos camponeses que moravam na região que escolheu para suas operações, quase desabitada. Nem Che nem nenhum de seus companheiros falavam a língua indígena local. É cercado e capturado em 8 de outubro de 1967 e morto no dia seguinte pelo soldado boliviano Mario Terán, a mando do Coronel Zenteno Anaya e também do vice-presidente René Barrientos, na aldeia de La Higuera. Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas sobre a identidade real do guerrilheiro, que se utilizou de uma miríade de documentos falsos, de vários países, para entrar e viver na Bolívia. A pedido de Juan Coronel Quiroga, amigo pessoal do então ministro da defesa da Bolívia, as mãos de Ernesto Che Guevara foram cortadas, mantidas em formol e entregues a ele. Segundo ele, «Durante anos guardei as mãos de Che Guevara debaixo de minha cama, num grande pote de vidro.»
Em 1997 os seus restos mortais foram encontrados por pesquisadores numa vala comum, junto a outras ossadas, na cidade de Vallegrande, a cerca de 50 km donde ocorreu a sua morte. A sua ossada estava sem as mãos, que foram amputadas logo após a sua morte. Os seus restos mortais foram transferidos para Cuba, onde, em 17 de outubro do mesmo ano, foram sepultados com honras de Chefe de Estado, na presença de membros da sua família e do líder cubano e antigo companheiro de revolução Fidel Castro. O seu corpo encontra-se no Mausoléu Guevara, em Santa Clara, província de Villa Clara.