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quinta-feira, janeiro 25, 2024

Fehér morreu há vinte anos...

(imagem daqui)
     
A carreira de Fehér começou no Győri ETO FC, tendo representado em Portugal o FC Porto, o Salgueiros e o Sporting de Braga, antes de se mudar para o Benfica. Fez a sua estreia na seleção húngara em outubro de 1998 contra o Azerbaijão, tendo marcado sete golos em 25 partidas. Fehér faleceu durante uma partida em que o Benfica defrontava o Vitória de Guimarães, em Guimarães, para a I Liga, a 25 de janeiro de 2004.
     
(...)
     
No dia 25 de janeiro de 2004, o Benfica viajou até Guimarães. O jogo estava a ser transmitido em direto na televisão e o Benfica ganhava por 1-0. Após uma jogada mais dura (o cartão amarelo foi mostrado, porque Miki tentou impedir um lançamento lateral ao jogador adversário) Fehér recebeu um cartão amarelo, tendo de seguida sentindo-se mal, acabando por cair inanimado no campo. Os médicos e colegas aperceberam-se de imediato que tinha sofrido uma paragem cardíaca, e o seu colega Sokota tirou-lhe a língua da garganta com as suas próprias mãos, para que Miki não sufocasse imediatamente, tendo de seguida sido submetido a manobras de reanimação, nesta altura todo o estádio já se tinha apercebido da gravidade da situação. Uma ambulância entrou no campo para transportar o jogador para o hospital. A sua condição física foi acompanhada ao longo do dia pelos media portugueses, e antes da meia noite a morte de Fehér foi confirmada. O médico legista mais tarde anunciou que Fehér morreu devido a uma fibrilação ventricular devido a uma cardiomiopatia hipertrófica. Tinha apenas 24 anos.
Em sua memória, o Benfica retirou o número 29, usado por ele, decidindo que este nunca mais irá ser utilizado por um jogador do Benfica.
Apesar de Fehér ter deixado o FC Porto para os rivais de Lisboa, após a sua morte, Reinaldo Telles (director) e José Mourinho (treinador), prestaram a sua homenagem no Estádio da Luz, onde o seu corpo esteve em câmara ardente.
   

sexta-feira, novembro 10, 2023

A Revolução Húngara de 1956 terminou há sessenta e sete anos...

O símbolo da revolução: a Bandeira da Hungria com o emblema comunista cortado

 

A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.

A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes entrando no prédio da Rádio Free Europe numa tentativa de transmitir as suas demandas, mas foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelos manifestantes do lado de fora, eles foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e a desordem e violência irromperam por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente por toda a Hungria e o governo caiu. Milhares organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram verdadeiras mudanças políticas. O novo governo dissolveu formalmente a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu restabelecer eleições livres. No final de outubro, as lutas tinham quase parado e um senso de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. A 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos foram mortos no conflito, tendo 200.000 húngaros fugido, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Essas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria durante trinta anos, mas desde os anos 80 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. Na inauguração da Terceira República da Hungria, em 1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.
   
   

sábado, novembro 04, 2023

A União Soviética (e os estados fantoches do pacto de Varsóvia) invadiram a Hungria há 67 anos...

         
A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
        
(...)
        
Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo traidor simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.
     

segunda-feira, outubro 23, 2023

A Hungria fartou-se do comunismo há 67 anos

   
A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes, entrando no prédio da rádio numa tentativa de transmitir as suas exigências, foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelo manifestantes do lado de fora, ele foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e desordem e violência irromperam por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu. Milhares de pessoas organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu restabelecer livres eleições. No final de outubro, as lutas tinham quase parado e uma sensação de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. Em 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos foram mortos no conflito, tendo 200.000 húngaros fugido, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Estas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria durante trinta anos, mas desde os anos 1980 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. No princípio da Terceira República da Hungria, em 1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.
   
Cronologia
O levantamento popular húngaro começou a 23 de outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Estaline foi derrubada por manifestantes que entoavam, "Russos, voltem para casa", "Abaixo Gerő" e "Viva Nagy". Em resposta, o Comité Central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o Comité Central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por Imre Nagy.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a proteção das Nações Unidas.
A 3 de novembro, Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20.000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo traidor e simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de treze mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.
 
Cenas da revolução, em cinejornal da época
 
   

domingo, outubro 22, 2023

Música adequada à data...

Franz Liszt nasceu há 212 anos

      
Franz Liszt,  em húngaro Liszt Ferenc (Doborján, 22 de outubro de 1811  - Bayreuth, 31 de julho de 1886), foi um compositor húngaro do século XIX, pianista, maestro e professor e membro da ordem terceira franciscana do século XIX. O seu nome em húngaro é Liszt Ferenc.
Liszt ganhou fama na Europa durante o início do século XIX, pela sua habilidade como pianista virtuoso. Foi citado por seus contemporâneos como o pianista mais avançado de sua idade, e em 1840 ele foi considerado por alguns como, talvez, o maior pianista de todos os tempos. Liszt foi também um compositor bem conhecido e influente, professor e maestro. Ele foi um benfeitor para outros compositores, incluindo Richard Wagner, Hector Berlioz, Camille Saint-Saëns, Edvard Grieg e Alexander Borodin.
Como compositor, ele foi um dos representantes proeminentes da "Neudeutsche Schule" ("Nova Escola Alemã"). Deixou para trás um corpo extenso e diversificado de trabalho em que ele influenciou seus contemporâneos sobre o futuro e antecipou algumas ideias e tendências do século XX. Algumas de suas contribuições mais notáveis ​​foram a invenção do poema sinfónico, desenvolvendo o conceito de transformação temática, como parte de suas experiências em forma musical e fazer ruturas radicais em harmonia. Ele também desempenhou um papel importante na popularização de uma grande variedade de música de transcrição para piano.
   

 


Robert Capa nasceu há cento e dez anos...

   
Robert Capa, de seu nome verdadeiro Endre Ernő Friedmann (Budapeste, 22 de outubro de 1913 - Thai-Binh, 25 de maio de 1954), foi um fotógrafo húngaro.
Um dos mais célebres fotógrafos de guerra, Capa cobriu os mais importantes conflitos da primeira metade do século XX: a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial na Europa (em Londres, na Itália, a Batalha da Normandia em Omaha Beach, e a libertação de Paris), no Norte da África, a Guerra árabe-israelita de 1948 e a Primeira Guerra da Indochina.

Durante os seus estudos secundários sente-se atraído pelos meios culturais marxistas. Foi referenciado pela polícia e teve que se exilar em 1930. Vai para Berlim onde se inscreveu na Faculdade de Ciências Políticas e aproximou-se do meio jornalístico. Encontrou trabalho na "Dephot" (Deutscher Photodienst), a maior agência de jornalismo da Alemanha naquela época.
A sua carreira de fotógrafo começa no fim do ano de 1931, uma vez que aparece a fotografar Leon Trotski, no meio de múltiplas dificuldades, durante um congresso em Copenhaga. O aparecimento dos nazis e a sua ascendência e religião judaica fazem com que em 1932 ele tenha que deixar Berlim, dirigindo-se para Viena e depois, Paris.
Em 1934 encontra Gerda Taro, e no ano seguinte, ambos criam o personagem Robert Capa, repórter mítico de nacionalidade norte-americana, pelo que Endre Friedmann declara-se associado a Gerda Taro, a sua primeira namorada, também fotógrafa-produtora. O nome de Robert Capa de repente fica célebre e, logo que se descobre que ele é um pseudónimo, a notoriedade do repórter está assegurada. Em 1936, Capa e Gerda Taro partem em reportagem para o meio da Guerra Civil Espanhola, onde Gerda encontra a morte no ano seguinte.
Em 1938, Capa vai à China para fotografar o conflito sino-japonês, retornando à Espanha em 1940, logo que a França cai sob o jugo nazi. Retira-se em seguida para os Estados Unidos, onde começa a trabalhar para a revista Life. Posteriormente vai para Inglaterra e depois para a Argélia.
Em junho de 1944 participa no desembarque da Normandia, o Dia D. Depois da guerra, com David Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger, funda a Agência Magnum (constituída oficialmente em 1947). Nos primeiros tempos, ocupa-se na organização da estrutura, partindo em seguida para o "terreno".
Robert Capa fotografou a Guerra Civil Espanhola, onde tirou a sua mais famosa foto ("A morte de um soldado republicano"), a Guerra Civil Chinesa e a II Guerra Mundial com lentes normais, o que fez com que ele se tornasse um dos mais importantes fotógrafos europeus do século XX.
Capa morreu na Guerra da Indochina, em 25 de maio de 1954, ao pisar uma mina terrestre. O seu corpo foi encontrado com as pernas dilaceradas, mas a câmara permanecia entre as suas mãos...
   
  

A morte de um soldado republicano

terça-feira, setembro 26, 2023

Bela Bartok morreu há 78 anos...

  
Béla Viktor János Bartók de Szuhafő (Nagyszentmiklós, 25 de março de 1881 - Nova Iorque, 26 de setembro de 1945) foi um compositor húngaro, pianista e investigador da música popular da Europa Central e do Leste.
Béla Bartók é considerado um dos maiores compositores do século XX. Foi um dos fundadores da etnomusicologia e do estudo da antropologia e etnografia da música. Juntamente com o seu amigo, o compositor Zoltán Kodály, percorreu cidades do interior da Hungria e Roménia, onde recolheu e anotou um grande número de canções de origem popular. Durante a Segunda Guerra Mundial, decidiu abandonar a Hungria e emigrou para os Estados Unidos. Morando em Nova Iorque, Bartók dececionou-se com a vida americana, pois havia pouco interesse pela sua obra e as suas apresentações, onde a sua segunda esposa, Ditta Pásztory também participava, tinham pouco retorno financeiro. Ajudado financeiramente por amigos, prosseguiu a sua carreira de compositor, sendo o sexto quarteto uma de suas últimas composições. Em 1944 a sua saúde declina tanto que Bartók passa a viver no hospital, sob cuidados médicos. Apesar da sombria situação, compõe ainda o 3° Concerto para Piano e um Concerto para Viola, que fica incompleto, ao morrer, aos 64 anos, de leucemia. 
  

 


sexta-feira, agosto 04, 2023

Raoul Wallenberg nasceu há cento e onze anos...

   
Raoul Wallenberg (Lidingö, 4 de agosto de 1912 - Moscovo, 17 de julho de 1947) foi um arquiteto sueco, empresário e diplomata. Tornou-se famoso por conta de seus esforços bem sucedidos para resgatar dezenas de milhares de judeus da Hungria ocupada pelos nazis durante o Holocausto.
Em 17 de janeiro de 1945, durante o cerco de Budapeste pelo Exército Vermelho, Wallenberg foi detido pelas autoridades soviéticas, sob suspeita de espionagem e, posteriormente, desapareceu. Mais tarde, foi relatado que morreu em 17 de julho de 1947, enquanto estava preso na prisão de Lubyanka, em Moscovo, Rússia. Os motivos por trás da prisão de Wallenberg pelo governo soviético, juntamente com as circunstâncias de sua morte, permanecem misteriosas.
Devido a suas ações corajosas em nome dos judeus húngaros, Raoul Wallenberg tem sido objeto de numerosas honrarias humanitárias nas décadas seguintes a sua morte presumida. Em 1981, o deputado Tom Lantos, ele próprio salvo por Wallenberg, elaborou uma lei tornando Wallenberg cidadão honorário dos Estados Unidos. Ele também é cidadão honorário do Canadá, Hungria e Israel. Também em Israel, Raoul Wallenberg é considerado como um dos "Justos entre as Nações", citado e homenageado no Yad Vashem, o Memorial do Holocausto.

Memorial Raoul Wallenberg, Rua Wallenberg, Tel-Aviv, Israel
   
Raoul Wallenberg nasceu em Kappsta, um distrito da cidade de Lidingö, nas proximidades de Estocolmo, onde seus avós maternos, o professor Per Johan e sua esposa Sophie, tinham uma casa de verão. O seu avô paterno, Gustaf Wallenberg, era diplomata e trabalhou em Tóquio, Constantinopla e Sofia. Os seus pais eram Raoul Oscar Wallenberg (1888 – 1912), oficial da Marinha Sueca, e Maria "Maj" Sofia (18911979), casados em 1911. Raoul Oscar morreu de cancro quando o seu filho contava apenas três meses de idade. Em 1918, sua mãe casou novamente e teve mais dois filhos.
Em 1931, Wallenberg foi estudar arquitetura na Universidade de Michigan, nos EUA. Na faculdade, ele aprendeu Inglês, Alemão e Francês.
De volta à Suécia, o seu diploma americano de arquiteto não foi validado pelas autoridades locais. No entanto, o seu avô conseguiu-lhe um emprego na Cidade do Cabo, África do Sul, no escritório de uma empresa sueca de venda de materiais de construção. Entre 1935 e 1936, Wallenberg trabalhou numa filial do Banco Holandês em Haifa, na então Palestina Britânica, onde travou contacto com a grande comunidade judaica local. De volta à Suécia em 1936, obteve um cargo em Estocolmo, com a ajuda de seu tio e padrinho, Jacob Wallenberg, numa empresa de exportação e importação de propriedade da Kálmán Lauer, um judeu húngaro.
A partir de 1938, o Reino da Hungria, sob a regência de Miklós Horthy, mergulhou numa onda de antissemitismo. Foram adotadas medidas inspiradas nas leis recentemente promulgadas na Alemanha Nazista. As novas leis húngaras restringiam o acesso dos judeus a inúmeras profissões. Na tentativa de driblar as leis anti-judaicas, Kalman Lauer nomeou Wallenberg como seu “sócio” e representante. Com isso, ele passou a viajar para a Hungria para fazer negócios em nome de Lauer e de zelar pelos membros da grande família de Lauer que permaneceram em Budapeste. Ele rapidamente aprendeu a falar húngaro e também se tornou conhecedor dos métodos da burocracia alemã da época, por ter de fazer negócios com empresas nazis. Tal conhecimento seria fundamental mais tarde, quando se aproveitou das brechas legais nazis para salvar judeus.
Estando em contacto bastante estreito com os alemães em plena Guerra, Wallenberg pode testemunhar a campanha de perseguições e extermínio contra os judeus, empreendida pelo regime nazi. Tais factos chocaram o empresário, que a partir de 9 de julho de 1944, foi nomeado primeiro-secretário da delegação sueca em Budapeste. Agora feito diplomata, Wallenberg aproveitou da imunidade, de seu poder e de seus contactos para expedir passaportes especiais (“schutzpass”) para cidadãos judeus. Estes eram qualificados como cidadãos suecos, à espera de repatriamento. Embora tais documentos não fossem legalmente válidos, eles pareciam impressionar os oficiais nazis que ocupavam a Hungria, que acabavam dando passagem aos seus portadores.
Além disso, Wallenberg alugou casas para os refugiados judeus em nome da embaixada sueca, colocando nas suas entradas falsas identificações, tais como "Biblioteca da Suécia" ou "Instituto de Pesquisas Suecas". Protegidas pelo status diplomático, tais casas não podiam ser invadidas pelos nazis e os judeus encontravam nelas refúgio.
Wallenberg habilmente negociou com oficiais nazis, como Adolf Eichmann e o comandante das forças armadas alemãs na Hungria, general Gerhard Schmidhuber. A dois dias da chegada do Exército Vermelho em Budapeste, ele conseguiu cancelar uma leva de judeus que seriam deportados para campos de concentração e extermínio da Alemanha, usando um bilhete assinado por um amigo fascista húngaro, Pal Szalay, que os ameaçou de processo por crimes de guerra.
Estima-se em cem mil o número de judeus que teriam sido salvos da morte por conta das ações de Raoul Wallenberg.
A chegada dos soviéticos à Hungria determinou o fim das perseguições aos judeus. Mas foi o início do fim de Raoul Wallenberg. Em 17 de janeiro de 1945, quando a guerra ainda se desenrolava, Wallenberg e seu motorista particular foram presos pelas autoridades comunistas, acusados de serem "espiões da OSS", a agência de espionagem britânica. De Budapeste, Wallenberg foi deportado para Moscovo, onde foi encarcerado na prisão de Lubyanka. Posteriormente foi transferido para a prisão de Lefortovo, também em Moscovo, onde permaneceria até à sua suposta morte, dois anos depois.
As condições das cadeias soviéticas eram tão terríveis quanto as vigentes nos campos de concentração nazis. Torturas, privações extremas, terrorismo psicológico e execuções sumárias faziam parte dos "métodos" comunistas. Incomunicável, Wallemberg teria morrido em Lefortovo no dia 17 de julho de 1947. Pelo menos foi isso o que as autoridades russas afirmaram em 6 de fevereiro de 1957, após uma intensa campanha internacional por notícias de seu paradeiro. Mesmo após tal notícia, prosseguiram as investigações em busca de seu paradeiro. Em 1981, sobreviventes dos gulags afirmaram terem conhecido um prisioneiro estrangeiro com as mesmas características físicas de Raoul Wallemberg, ainda vivo muitos anos depois da data da sua suposta morte.
Contudo em 1991, Vyacheslav Nikonov foi encarregado pelo governo da Rússia de investigar o destino de Wallenberg. Ele concluiu que Wallenberg morreu em 1947, executado como prisioneiro na prisão de Lubyanka.

segunda-feira, julho 31, 2023

Liszt morreu há 137 anos

 
Franz Liszt (Doborján, 22 de outubro de 1811 - Bayreuth, 31 de julho de 1886) foi um compositor húngaro, pianista, maestro e professor e membro da ordem terceira franciscana do século XIX. O seu nome em húngaro é Liszt Ferenc.
Liszt ganhou fama na Europa durante o início do século XIX, pela sua habilidade como pianista virtuoso. Foi citado por seus contemporâneos como o pianista mais avançado de sua idade, e em 1840 ele foi considerado por alguns como, talvez, o maior pianista de todos os tempos. Liszt foi também um compositor bem conhecido e influente, professor e maestro. Ele foi um benfeitor para outros compositores, incluindo Richard Wagner, Hector Berlioz, Camille Saint-Saëns, Edvard Grieg e Alexander Borodin.
Como compositor, ele foi um dos representantes proeminentes da "Neudeutsche Schule" ("Nova Escola Alemã"). Deixou para trás um corpo extenso e diversificado de trabalho em que ele influenciou seus contemporâneos sobre o futuro e antecipou algumas ideias e tendências do século XX. Algumas de suas contribuições mais notáveis ​​foram a invenção do poema sinfónico, desenvolvendo o conceito de transformação temática, como parte de suas experiências em forma musical e fazer ruturas radicais em harmonia. Ele também desempenhou um papel importante na popularização de uma grande variedade de música de transcrição para piano.
     

 


sexta-feira, junho 16, 2023

Imre Nagy foi enforcado há 65 anos...

 

(imagem daqui)
          
Imre Nagy (Kaposvár, 7 de junho de 1896 - 16 de junho de 1958) foi um líder comunista húngaro.
Combateu pelo exército da Áustria-Hungria na Primeira Guerra Mundial. Trabalhou depois na secção húngara do Comintern.
Depois da ocupação da Hungria pelos soviéticos em 1945, na sequência da Segunda Guerra Mundial, Nagy tornou-se ministro da Agricultura e ministro da Justiça durante o período de purgas (1948-1953), mas pertenceu à liderança da ala reformista do Partido Comunista Húngaro após a morte de Estaline.
Em outubro de 1956, tornou-se primeiro-ministro durante a revolução e concordou com medidas radicais anti-soviéticas. Depois de as tropas soviéticas ocuparem a Hungria e esmagado pela força a Revolução Húngara de 1956, Nagy foi executado e enterrado secretamente em 1958.
 
(imagem daqui)

 
 

quarta-feira, junho 07, 2023

Imre Nagy nasceu há 127 anos...

   
Imre Nagy (Kaposvár, 7 de junho de 1896 - 16 de junho de 1958) foi um líder comunista húngaro. Combateu pelo exército da Áustria-Hungria na Primeira Guerra Mundial e trabalhou depois na secção húngara do Comintern.
Depois da ocupação da Hungria pelos soviéticos, em 1945, na sequência da Segunda Guerra Mundial, Nagy tornou-se o ministro da agricultura e ministro da justiça durante a época das purgas (1948-1953), mas pertenceu à liderança da ala reformista do Partido Comunista Húngaro após a morte de Estaline.
Em outubro de 1956, tornou-se primeiro-ministro durante a revolução e concordou com medidas radicais anti-soviéticas. Depois de as tropas soviéticas ocuparem a Hungria e esmagado pela força a Revolução Húngara de 1956, Nagy foi executado e enterrado secretamente em 1958.
     

(imagem daqui)

        

quinta-feira, maio 25, 2023

Robert Capa morreu há 69 anos


Robert Capa, de seu nome verdadeiro Endre Ernő Friedmann (Budapeste, 22 de outubro de 1913 - Thai-Binh, 25 de maio de 1954), foi um fotógrafo húngaro.
     
(...) 
  
Capa morreu, na Guerra da Indochina, em 25 de maio de 1954, ao pisar uma mina terrestre. O seu corpo foi encontrado com as pernas dilaceradas. A câmara permanecia intacta entre as suas mãos. 
  
Morte de um Miliciano
     

domingo, abril 30, 2023

Franz Lehár nasceu há 153 anos

     
Franz Lehár (Komárom, Áustria-Hungria, atual Komárno, na Eslováquia; 30 de abril de 1870 - Bad Ischl, Áustria; 24 de outubro de 1948) foi um compositor austríaco de ascendência húngara, conhecido principalmente pelas suas operetas. Ele foi um dos maiores compositores da Áustria.
O seu maior sucesso foi Die lustige Witwe (A Viúva Alegre), apresentada pela primeira vez no Theater an der Wien (Viena) a 30 de dezembro de 1905.
    

 


quarta-feira, janeiro 25, 2023

Fehér morreu há dezanove anos...

(imagem daqui)
     
A carreira de Fehér começou no Győri ETO FC, tendo representado em Portugal o FC Porto, o Salgueiros e o Sporting de Braga, antes de se mudar para o Benfica. Fez a sua estreia na seleção húngara em outubro de 1998 contra o Azerbaijão, tendo marcado sete golos em 25 partidas. Fehér faleceu durante uma partida em que o Benfica defrontava o Vitória de Guimarães, em Guimarães, para a I Liga, a 25 de janeiro de 2004.
     
(...)
     
No dia 25 de janeiro de 2004, o Benfica viajou até Guimarães. O jogo estava a ser transmitido em direto na televisão e o Benfica ganhava por 1-0. Após uma jogada mais dura (o cartão amarelo foi mostrado, porque Miki tentou impedir um lançamento lateral ao jogador adversário) Fehér recebeu um cartão amarelo, tendo de seguida sentindo-se mal, acabando por cair inanimado no campo. Os médicos e colegas aperceberam-se de imediato que tinha sofrido uma paragem cardíaca, e o seu colega Sokota tirou-lhe a língua da garganta com as suas próprias mãos, para que Miki não sufocasse imediatamente, tendo de seguida sido submetido a manobras de reanimação, nesta altura todo o estádio já se tinha apercebido da gravidade da situação. Uma ambulância entrou no campo para transportar o jogador para o hospital. A sua condição física foi acompanhada ao longo do dia pelos media portugueses, e antes da meia noite a morte de Fehér foi confirmada. O médico legista mais tarde anunciou que Fehér morreu devido a uma fibrilação ventricular devido a uma cardiomiopatia hipertrófica. Tinha apenas 24 anos.
Em sua memória, o Benfica retirou o número 29, usado por ele, decidindo que este nunca mais irá ser utilizado por um jogador do Benfica.
Apesar de Fehér ter deixado o FC Porto para os rivais de Lisboa, após a sua morte, Reinaldo Telles (director) e José Mourinho (treinador), prestaram a sua homenagem no Estádio da Luz, onde o seu corpo esteve.
   

quinta-feira, novembro 10, 2022

A Revolução Húngara de 1956 soçobrou há sessenta e seis anos...


O símbolo da revolução: a Bandeira da Hungria com o emblema comunista cortado

 

A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.

A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes entrando no prédio da Rádio Free Europe numa tentativa de transmitir as suas demandas, mas foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelos manifestantes do lado de fora, eles foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e a desordem e violência irromperam por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente por toda a Hungria e o governo caiu. Milhares organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram verdadeiras mudanças políticas. O novo governo dissolveu formalmente a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu restabelecer eleições livres. No final de outubro, as lutas tinham quase parado e um senso de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. A 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos foram mortos no conflito, tendo 200.000 húngaros fugido, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Essas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria durante trinta anos, mas desde os anos 80 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. Na inauguração da Terceira República da Hungria, em 1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.
   
   

sexta-feira, novembro 04, 2022

A União Soviética (e os seus fantoches do pacto de Varsóvia) invadiram a Hungria há 66 anos...

         
A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
        
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Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. Em 4 de novembro de 1956, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 soldados húngaras e 700 soviéticos foram mortos no conflito e 200.000 húngaros fugiram, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Essas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
     

domingo, outubro 23, 2022

A Hungria fartou-se dos comunistas há 66 anos

   
A Revolução Húngara de 1956 (em húngaro: 1956-os forradalom) foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.
A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes, entrando no prédio da rádio numa tentativa de transmitir as suas exigências, foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelo manifestantes do lado de fora, ele foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e desordem e violência irromperam por toda a capital.
A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu. Milhares de pessoas organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu restabelecer livres eleições. No final de outubro, as lutas tinham quase parado e uma sensação de normalidade começava a retornar.
Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. Em 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2.500 soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos foram mortos no conflito, tendo 200.000 húngaros fugido, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Estas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.
Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria durante trinta anos, mas desde os anos 1980 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. No princípio da Terceira República da Hungria, em 1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.
   
Cronologia
O levantamento popular húngaro começou a 23 de outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.
No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Estaline foi derrubada por manifestantes que entoavam, "Russos, voltem para casa", "Abaixo Gerő" e "Viva Nagy". Em resposta, o Comité Central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.
Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o Comité Central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por Imre Nagy.
Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.
Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.
Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a proteção das Nações Unidas.
A 3 de novembro, Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia a Hungria, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20.000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo traidor simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de treze mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.
 
Cenas da revolução, em cinejornal da época