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sábado, abril 06, 2024

O príncipe Rainier III do Mónaco morreu há dezanove anos...

     
Rainier III, Príncipe do Mónaco, nascido Rainier Louis Henri Maxence Bertrand Grimaldi (Mónaco, 31 de maio de 1923 - Mónaco, 6 de abril de 2005) reinou no Principado do Mónaco durante quase cinquenta e seis anos, fazendo dele um dos monarcas que reinaram por mais tempo durante o século XX. Embora tenha ficado mais conhecido fora da Europa por se ter casado com a atriz dos Estados Unidos Grace Kelly, Rainier foi também responsável por reformas na constituição do Mónaco e pela expansão da economia do principado; não somente por meio de sua tradicional base de jogos de casino como também por meio do turismo. Os lucros com jogos correspondem, na atualidade, a três por cento da receita anual da nação, mas, quando Rainier ascendeu ao trono, em 1949, correspondiam a mais de noventa e cinco por cento. Antes da sua morte, era o segundo monarca no mundo que há mais tempo reinava.
         
         
          

quinta-feira, abril 04, 2024

A Rainha D.ª Maria II nasceu há 205 anos

   
D.ª Maria II de Portugal, de nome nome completo: Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1819 - Lisboa, 15 de novembro de 1853) foi rainha de Portugal de 1834 a 1853. 
  

Bandeira monárquica constitucional de Portugal, cujo primeiro exemplar foi bordado pela Rainha D.ª Maria II

  
Era filha do Rei D. Pedro IV de Portugal (Imperador do Brasil como D. Pedro I) e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria e irmã mais velha de D. Pedro II, segundo imperador brasileiro, também filho de Pedro IV com Leopoldina. Foi cognominada de A Educadora ou A Boa Mãe, em virtude da aprimorada educação que dispensou aos seus filhos. Maria da Glória era loira, de pele muito fina, e olhos azuis como a mãe austríaca. Foi a 31.ª Rainha de Portugal e dos Algarves aquando da abdicação do pai, de 1826 a 1828, e de 1834 a 1853.
  
Ceptro do dragão, feito para a aclamação da rainha Maria II, simbolizando a Coroa de Portugal, a carta constitucional de 1826, e um dragão, emblemático da Casa de Bragança
   

sexta-feira, março 22, 2024

Guilherme I, primeiro Kaiser do II Reich alemão, nasceu há 227 anos

  
Guilherme I, de nome completo Guilherme Frederico Luís de Hohenzollern (Wilhelm Friedrich Ludwig von Hohenzollern, em alemão; Berlim, 22 de março de 1797 - Berlim, 9 de março de 1888) foi rei da Prússia (de 2 de janeiro de 1861 a 9 de março de 1888) e o primeiro Kaiser (Imperador) da Alemanha unificada (foi Imperador de 18 de janeiro de 1871 a 9 de março de 1888). Pertencia a poderosa Casa de Hohenzollern e era filho de Frederico Guilherme III e da rainha Luísa de Mecklemburg-Strelitz, sucedendo ao seu irmão Frederico Guilherme IV.
Durante o reinado de Guilherme I, ocorreu a transformação da Prússia numa potência capaz de enfrentar nações poderosas que estendeu sua influência a toda a Alemanha e pôs em prática uma política imperial de expansão.
Os reveses da Prússia diante de Napoleão (a derrota em Jena e a ocupação do país) convenceram o então príncipe a combater os franceses, o que o levou a participar dos últimas campanhas contra Napoleão (1814-1815).
Defendia o absolutismo monárquico, tendo um papel relevante na repressão dos movimentos liberais que assolaram a Alemanha nesta época (1848-1849). Em março de 1848, viu-se obrigado a refugiar-se na Inglaterra devido à Revolução de Berlim. Um ano depois, voltou e chefiou as tropas que, na Baviera, instauraram a ordem alterada pelos liberais.
Foi nomeado regente da Prússia depois do seu irmão (Frederico Guilherme IV) ter enlouquecido (1858), e sucedeu-lhe como rei após a sua morte (1861). O seu primeiro objetivo foi dotar a Prússia de poderio militar, para evitar a repetição dos desastres passados. No entanto, teve de enfrentar a oposição do Parlamento, integrado por ricos proprietários, que viam a criação de um poderoso exército profissional como um óbice a suas pretensões de controlar a política do governo. Para enfrentar o Parlamento, Guilherme I nomeou para primeiro-ministro Otto von Bismarck, que se transformou em figura-chave na construção da potência prussiana e da consecução da unidade alemã sob a direção da Prússia. Conseguiu reconstituir o exército prussiano.
Em 1862, dando início à política militarista da Prússia, ligou-se à Áustria para vencer a Dinamarca na Guerra dos Ducados (1864-1865), seguindo-se a guerra austro-prussiana, contra a sua ex-aliada, a Áustria, na qual a Prússia conseguiu anexar alguns territórios, depois da vitória de Sadowa (1866).
   

   

segunda-feira, março 18, 2024

O Rei Jorge I da Grécia foi assassinado há cento e onze anos...

  
Jorge I (Copenhaga, 24 de dezembro de 1845Salónica, 18 de março de 1913), nascido príncipe Guilherme de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, foi o Rei da Grécia desde a sua eleição, em 1863, até ao seu assassinato.
Originalmente um príncipe dinamarquês, Jorge parecia estar destinado a uma carreira na Marinha Real. Foi eleito rei pela Assembleia Nacional Grega quando tinha apenas dezassete anos, pouco depois da deposição do impopular rei Oto. A sua nomeação foi sugerida e apoiada pelas grandes potências da época: o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, o Segundo Império Francês e o Império Russo. Ele casou com a grã-duquesa Olga Constantinovna da Rússia, tornando-se o primeiro monarca da nova dinastia real grega. Duas das suas irmãs, Alexandra e Dagmar, casaram-se com os monarcas britânico e russo, respetivamente. O rei Eduardo VII e o imperador Alexandre III eram seus cunhados, enquanto Jorge V e Nicolau II eram seus sobrinhos.
O reinado de quase cinquenta anos de Jorge foi caracterizado por ganhos territoriais enquanto a Grécia estabelecia o seu lugar na Europa pré-Primeira Guerra Mundial. O Reino Unido cedeu-lhe pacificamente as Ilhas Jónicas, enquanto a Tessália foi anexada ao Império Otomano após a Guerra Russo-Turca de 1877–78. A Grécia nem sempre foi bem sucedida nas suas ambições expansivas, sendo derrotada na Guerra Greco-Turca de 1897. Jorge foi assassinado durante a Primeira Guerra Balcânica, logo depois das tropas gregas terem ocupado Salónica. Sucedeu-lhe o seu filho, Constantino I.
  
(...)
  
  
Quando se aproximava o seu 50º aniversário de reinado, Jorge fez planos de abdicar em favor de Constantino logo depois das celebrações do jubileu, em outubro de 1913. Como fazia em Atenas, o rei foi passear por Salónica sem nenhuma força significativa de proteção. Ele foi baleado nas costas por Aléxandros Schinas enquanto caminhava durante a tarde do dia 18 de março de 1913 perto da Torre Branca. O atirador "disse pertencer a uma organização socialista" e "declarou ao ser preso que havia matado o Rei por ele ter-se recusado a dar-lhe dinheiro". A bala penetrou no coração do Rei e ele morreu imediatamente. O governo grego afirmou que o assassinato não teve motivações políticas, dizendo que Schinas era um vagabundo alcoólico. Ele foi torturado na prisão e matou-se ao atirar-se de uma janela da esquadra da polícia, seis semanas depois.
O corpo de Jorge foi levado de volta a Atenas abordo do Amphitrite, sendo escoltado por uma frota de navios da marinha. O caixão do rei, enrolado nas bandeiras da Dinamarca e Grécia, foi velado três dias na Catedral Metropolitana de Atenas antes do seu corpo ser levado para o seu túmulo, no Palácio de Tatoi.
  
  
    

quinta-feira, março 14, 2024

Vítor Emanuel I, o primeiro Rei da Itália unificada, nasceu há 204 anos

   
Vítor Emanuel II
(Turim, 14 de março de 1820Roma, 9 de janeiro de 1878), também chamado pelos italianos de "Pai da Pátria", foi o Rei da Sardenha, de 23 de março de 1849 até 17 de março de 1861, quando unificou a Península Itálica numa único estado, continuando a partir de então a reinar como Rei da Itália até à sua morte. Era filho do rei Carlos Alberto da Sardenha e da sua esposa, a arquiduquesa Maria Teresa da Áustria.
  
Nascimento
Vítor Emanuel II, da Casa de Saboia, nasceu em Turim, no Piemonte. Primogénito de Carlos Alberto de Savoia-Carignano e de Maria Teresa de Hasburgo-Lorena (em italiano, Maria Teresa d'Asburgo-Lorena), casou-se, aos 22 anos, com a sua prima Maria Adelaide, filha do arquiduque Rainier de Áustria.
  
Rei da Sardenha
Quando rebentou a primeira guerra de independência comandou uma divisão da reserva do exército. Na batalha de Goito (30 de maio de 1848) conduziu pessoalmente a companhia "Guardia" ao ataque e foi ferido. Depois da batalha de Novara e da abdicação de Carlos Alberto (23 de março de 1849), sucedeu ao seu pai como rei da Sardenha num momento difícil para o país.
Não tendo condições de continuar a guerra, Vítor Emanuel II teve que assinar o armistício de Vignale (24 de março de 1849) com o marechal austríaco Radetzky. Se o exército foi posto a dura prova pela derrota, a situação interna do reino não era melhor, estremecido também por uma revolta republicana em Génova (abril de 1849). A maior dificuldade política encontrava-se na hostilidade da Câmara dos Deputados (de maioria democrática) para ratificar o tratado de paz com a Áustria.
Para superar a oposição da câmara, Vítor Emanuel II chegou ao limite extremo da honestidade constitucional anunciando o decreto de Moncalieri (20 de novembro de 1849) com que dissolvia o parlamento e convocava novas eleições. A convocação real conseguiu o seu efeito no Piemonte. Assinada a paz com a Áustria pode dedicar-se a solução dos grandes problemas internos, primeiro entre todos o da consolidação do regime constitucional.
Vítor Emanuel II era propenso a exercer a autoridade régia além dos limites do estatuto, mas provou a sua lealdade constitucional proclamando as leis "Siccardi" contra os privilégios do clero. Todavia o monarca também foi induzido a recorrer a estes instrumentos pela firme postura do governo presidido por Massimo D'Azeglio.
No mês de novembro de 1852, Camillo Benso, Conde de Cavour sucedeu a D'Azeglio. O relacionamento de Vítor Emanuel II com Cavour nem sempre foi cordial e fácil, porque o "grande ministro" não hesitava em expor ao rei os seus pontos de vista que nem sempre estavam de acordo com aqueles do soberano. Mas geralmente, o monarca seguiu as linhas gerais da política de Cavour, com o desejo de restaurar a fama do seu exército, como no caso da intervenção na Crimeia. Para aumentar o prestígio e o domínio da sua casa aprovou a aliança com Napoleão III, com quem ele compartilhava um certo gosto pela política secreta.
  
Rei de Itália
Os anos de 1858 até 1861 foram os mais favoráveis ao reino de Vítor Emanuel II. No mês de abril de 1859 partiu para a guerra contra a Áustria, e menos de dois anos depois era proclamado o Reino de Itália, com Vítor Emanuel como soberano. Certamente, para a rápida ascensão do monarca, contribuiu em muito a obra do Conde de Cavour e de Giuseppe Garibaldi que, com a Expedição dos Mil, deu a Vítor Emanuel II o Reino das Duas Sicílias. Mas deve-se reconhecer que naqueles anos decisivos ele esteve decididamente solidário com a causa da unidade nacional.
A terceira guerra de independência (1866) trouxe o Veneto para a coroa, mas sem aquela vitória militar que o rei desejava. Para completar a unidade da Itália faltava ainda Roma. Quando, no verão de 1870, rebentou a guerra franco-prussiana, Vitor Emanuel II era mais propenso a correr em socorro do imperador francês Napoleão III, o antigo companheiro de armas e de intrigas, mas cedeu à vontade dos seus ministros que quiseram aproveitar da ocasião favorável para tomar Roma, então sob domínio do Papa, com apoio de tropas francesas. O rei tomou Roma, que se tornou então capital do Reino de Itália. Porém do mesmo modo que não se adaptou a Florença, que tinha sido escolhida para ser capital depois da Convenção de setembro (1864), não se adaptou também em Roma. Nunca morou no Palacio Quirinal, preferindo o retiro numa residência mais modesta, juntamente com a esposa morganática Rosa Vercellana, posteriormente condessa de Mirafiori.
Concluído o período heroico do Risorgimento, o rei era, num certo sentido, um sobrevivente, como muitos outros protagonistas do pátrio resgate. Em 1876, viu sair do governo, por voto contrário do parlamento, a direita histórica de onde vieram os seus ministros mais hábeis e os seus mais confiáveis conselheiros. Respeitoso das indicações do parlamento, chamou ao governo a esquerda. Isto aconteceu no ano da sua morte.
   
Descendência
Com a morte de Vítor Emanuel II em 9 de janeiro de 1878, subiu ao trono do Reino de Itália o seu filho Humberto I. Era ainda pai da princesa Maria Clotilde de Saboia,  do rei de Espanha Amadeu I, do príncipe  Otão, Duque de Montferrat e da Rainha de Portugal,  Maria Pia de Saboia.
 



(imagem daqui)
     
Após a Itália ser unificada, em 1861, muitas das óperas de Verdi foram reinterpretadas como Risorgimento. Começando em Nápoles, em 1859, e espalhando-se por toda a Itália, o slogan "Viva VERDI" foi usado como um acróstico de Viva Vittorio Emanuele Re D'Italia (Viva Vitor Emanuel, Rei da Itália), referindo-se a Vítor Emanuel II da Itália, então rei da Sardenha.
  

Humberto I, o segundo rei de Itália, nasceu há cento e oitenta anos

  
Humberto Rainiero Carlos Emanuel João Maria Fernando Eugénio de Saboia, em italiano: Umberto Rainerio Carlo Emanuele Giovanni Maria Ferdinando Eugenio di Savoia (Turim, 14 de março de 1844 - Monza, 29 de julho de 1900), cognominado "o Rei Bom", foi o segundo rei da Itália.
     
    
Umberto era o segundo filho (primeiro varão) do rei Vítor Emanuel II e da arquiduquesa Maria Teresa de Áustria-Toscana. Os seus avós paternos foram o rei Carlos Alberto da Sardenha e Maria Cristina da Saxónia e seus avós maternos foram Fernando III, Grão-duque da Toscana e Luísa das Duas Sicílias. Era irmão da Rainha de Portugal, Maria Pia de Saboia, e do Rei Amadeu I de Espanha, bem como tio do rei D. Carlos I de Portugal.
 
(...)
  
Em 29 de julho de 1900, Humberto I foi convidado a Monza para participar de uma cerimónia de entrega de prémios organizada pela Società Ginnastica Monzese Forti e Liberi, evento que contou com equipas de atletas de Trento e Trieste. Embora ele costumasse usar uma cota de malha de proteção sob a camisa, decidiu não usá-la naquele dia, em virtude do calor, atitude que contrariava as instruções dos seus agentes de segurança. Entre os populares que o saudavam também se encontrava Gaetano Bresci, com um revólver no bolso.
O rei permaneceu no local por cerca de uma hora e, segundo testemunhas, estava de bom humor: "Entre estes jovens inteligentes me sinto rejuvenescido.", teria declarado. Ele decidiu retornar ao palácio da Villa Reale di Monza por volta de 22.30 horas, caminhando entre a multidão e a banda de música, que iniciava a "Marcha Real".
Aproveitando-se da confusão, Bresci colocou-se à frente do rei e disparou três tiros. Humberto, baleado no ombro, pulmão e coração, dirigiu-se ao general Ponzio Vaglia: "Vamos, acho que estou ferido!" .
Logo após, a polícia prendeu Brescia (que não ofereceu nenhuma resistência), livrando-o do linchamento pela multidão. Enquanto isso, a carruagem chegava à Villa Reale onde a rainha, já avisada do ocorrido gritava: "Façam algo, salvem o Rei!" Mas nada mais podia ser feito, o Rei já estava morto.
O seu corpo foi sepultado Panteão de Roma, em 13 de agosto. Bresci foi julgado e condenado à morte, por regicídio, a 29 de agosto, mas a condenação foi comutada em prisão perpétua pelo novo rei, Vítor Emanuel III.
   

domingo, março 10, 2024

El-Rei D. João VI morreu há 198 anos

Domingos Sequeira: O Príncipe Regente Passando Revista às Tropas na Azambuja, 1803
      
D. João VI de Portugal (nome completo: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança; Lisboa, 13 de maio de 1767 - Lisboa, 10 de março de 1826), cognominado O Clemente, foi rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1816 a 1822, de facto, e desde 1822 até 1825, de jure. Desde 1825 foi rei de Portugal até sua morte, em 1826. Pelo Tratado do Rio de Janeiro de 1825, que reconhecia a independência do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, também foi o imperador titular do Brasil, embora tenha sido seu filho Pedro o imperador do Brasil de facto.
   
Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
           
in Wikipédia

sábado, março 09, 2024

Kaiser Guilherme I, primeiro Kaiser do II Reich, morreu há 136 anos

   
Guilherme I
(Berlim, 22 de março de 1797 – Berlim, 9 de março de 1888) foi o Rei da Prússia de 1861 até à sua morte e também o primeiro Imperador do unificado Império Alemão, a partir de 1871. Sob a sua liderança como chefe de estado e do seu chefe de governo, Otto von Bismarck, a Prússia encabeçou a Unificação Alemã e por consequência o (re)estabelecimento do Império Alemão (a Alemanha moderna como conhecemos hoje, porém com território maior). Apesar do apoio que dava ao chanceler do império, o soberano tinha muitas reservas sobre algumas das políticas mais reacionárias do político, incluindo o seu anti-catolicismo e a severidade com os subordinados. Ao contrário de Bismarck, o imperador foi descrito como cavalheiresco, educado e refinado, e apesar de manter um firme conservadorismo, tinha uma mentalidade mais aberta a certas ideias clássicas liberais que o seu neto Guilherme II, porém muito menos que o seu filho, e breve sucessor, Frederico III.
  
  

sexta-feira, março 08, 2024

O Duque de Ávila e Bolama nasceu há 217 anos

 
António José de Ávila  (Horta, Ilha do Faial, Açores, 8 de março de 1807 - Lisboa, 3 de maio de 1881), 1.º conde de Ávila, 1.º marquês de Ávila e 1.º duque de Ávila e Bolama, foi um político conservador do tempo da Monarquia Constitucional em Portugal. Entre outras funções, foi ministro das Finanças e, por três vezes, Presidente do Conselho de Ministros (1868, 18701871 e 18771878). 

 

Vida

António José de Ávila nasceu a 8 de março de 1807, numa modestíssima habitação da Rua de Santo Elias, da freguesia da Matriz da então vila da Horta, Ilha do Faial, Açores, filho de Manuel José de Ávila, de ascendência nobre, filho segundo de fidalgos de Lisboa, que perdera tudo e tentara fortuna no arquipélago, e de Prudenciana Joaquina Cândida da Costa, oriunda de famílias da Matriz da Horta.

Dos dez filhos do casal, apenas quatro sobreviveram até atingir a idade adulta, o que diz das condições de vida da família. Entre os filhos que atingiram a idade adulta, António José, o futuro duque, era o rapaz mais velho, apenas precedido por sua irmã Joaquina Emerenciana (nascida em 1804). Os outros sobreviventes foram Maria do Carmo (nascida em 1815) e Manuel José, o último filho do casal (nascido em 1817).

Durante a infância de António José as condições económicas da família melhoraram substancialmente, tendo o pai enveredado pelo comércio e conseguido amealhar alguns recursos. Tanto assim é que, quando António José termina com excecional brilho os poucos estudos então disponíveis no Faial, já o pai dispunha de meios suficientes para lhe permitir estudos fora da ilha, o que então era privilégio de poucos.

Assim, com apenas 15 anos, Ávila matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde estudou filosofia natural e os preparatórios de Matemática. Frequentou também naquela Universidade o primeiro ano de Medicina. Dos tempos de estudante não se lhe conhece qualquer militância política.

Com o início da Guerra Civil de 1832-34, regressou aos Açores, onde se achava o governo liberal no exílio, tornando-se um político local de grande sucesso.

Após o fim da guerra (1834), foi eleito pela primeira vez para as Cortes, pelo círculo dos Açores; durante 26 anos consecutivos, foi deputado da Nação ao Parlamento.

Em termos ideológicos, Ávila aproximou-se da fação mais conservadora dentro do liberalismo português, o cartismo, tornado-se oposição ao governo progressista que tomou o poder em Setembro de 1836, na sequência da Revolução de Setembro.

Com o fim dos ciclo de governos setembristas (com a subida ao poder, pela primeira vez, do cartista Joaquim António de Aguiar, em 1841), Ávila tornou-se ministro das Finanças, cargo que manteve durante os governos de Costa Cabral e do Duque da Terceira. Só com a subida ao poder de Saldanha, abandonou o governo. Em 1857, no primeiro governo do Duque de Loulé, voltou a assumir a pasta da Fazenda.

Por alvará de mercê nova de D. Pedro V de Portugal, de 9 de outubro de 1860, concederam-se a António José de Ávila as seguintes armas de Ávila: esquartelado, o 1.º e o 4.º de ouro, com uma águia estendida de negro, o 2.º e o 3.º de prata, com três faixas de vermelho, acompanhadas de quatro olhos sombreados de azul, alinhados em banda; timbre: a águia do escudo. Coroas: posteriormente de Conde, de Marquês e de Duque. Antes dessa Mercê, usava um escudo partido: a 1.ª de Ávila e a 2.ª da Costa; timbre: de Ávila.

Quando, em 4 de janeiro de 1868, se deu a Janeirinha, que pôs termo ao governo de coligação a que presida Joaquim António de Aguiar, Ávila foi chamado a exercer as funções de presidente do Conselho.

Enquanto chefe de governo, Ávila revogou o imposto que causara a impopularidade e queda do governo anterior, mas tal agravou as dificuldades financeiras do Estado, pelo que acabaria por cair em 22 de julho do mesmo ano.

Voltaria ainda a ser ministro das Finanças, e de novo presidente do Conselho entre 29 de outubro de 1870 e 13 de setembro de 1871, altura em que foi substituído por Fontes Pereira de Melo. Foi então designado para presidir à Câmara dos Pares, em substituição do Duque de Loulé.

Em 1877, devido ao descontentamento popular, o governo Fontes caiu, e Ávila foi de novo chamado a formar governo, o qual durou dez meses, até Fontes voltar ao poder.

No ano seguinte, foi nobilitado, com o título de 1.º duque de Ávila e Bolama, em recompensa pelos serviços prestados, especialmente pelo sucesso na negociações por ele encetadas que permitiram resolver a Questão de Bolama, um conflito diplomático entre Portugal e o Reino Unido sobre a posse da ilha de Bolama e territórios adjacentes, na então Guiné Portuguesa.

Faleceu pelas 21 horas e meia do dia 3 de maio de 1881 no primeiro andar da casa Nº 20, da Rua do Duque de Bragança, freguesia dos Mártires (Lisboa), tinha 74 anos. Não deixou filhos. O funeral realizou-se dia 5. A urna saiu da Basílica dos Mártires pelas 14 horas até chegar ao Cemitério dos Prazeres pelas 16, onde foi sepultado no jazigo nº 1870.

Encontravam-se no funeral Fontes e Sampaio, o Duque de Palmela, o Marquês de Ficalho e o Duque de Loulé, seguido por cerca de 500 carruagens, com mais de um milhar de pessoas, que incluíam representantes dos órgãos do Estado, da família real, associações e muitas classes da sociedade. Um criado da Casa Real foi fornecido para conduzir a carruagem funerária, seguido de uma carruagem com o vigário paroquial da Basílica dos Mártires e doze sacerdotes. Este transporte também foi seguido pelo sobrinho António José de Ávila, e outra carruagem com a coroa Ducal sobre uma almofada de veludo preto, seguido pelo Regimento de Cavalaria n.º 4 e banda.

  

   

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

O último estertor do franquismo tentou acabar com a democracia em Espanha há 43 anos

(imagem daqui)
     
O frustrado golpe de Estado de 23 de fevereiro de 1981 na Espanha, também conhecido como 23-F, foi uma tentativa de golpe de estado perpetrada por certos militares, sendo o acontecimento mais representativo o assalto ao Congresso dos Deputados por um numeroso grupo de guardas civis, comandado pelo tenente-coronel Antonio Tejero. O assalto ocorreu durante a votação da nomeação para Presidente do Governo da Espanha, de Leopoldo Calvo-Sotelo, da UCD.
   
(...)
    
A recusa do Rei em apoiar o golpe ajudou a abortá-lo ao longo da noite. Também destacou a atitude do presidente da Generalitat de Catalunha, Jordi Pujol, que pouco antes das dez da noite transmitia ao país pelas emissoras de Rádio Nacional e Rádio Exterior uma alocução na qual apelava à tranquilidade. Até à uma da madrugada houve diligências a partir do Hotel Palace, na proximidade do Congresso, lugar eleito como centro de operações pelo general Aramburu Topete, então Diretor Geral da Guarda Civil e o general Sáenz de Santa Maria, pela sua vez Diretor Geral da Polícia Nacional. Por ali também passou o general Alfonso Armada, parte do plano golpista, que pretendia, simulando negociar com os assaltantes, propor-se como solução. O seu secreto plano de golpe, emulando o general francês De Gaulle,  fracassou perante a recusa de Tejero a que este presidisse um governo do qual também fariam parte socialistas e comunistas. Mais tarde, descobertos os seus planos, seria demitido do seu posto de 2º Chefe do Estado-Maior do Exército, pela sua implicação na conspiração golpista.
    
(...)
    
Por volta da uma da manhã de 24 de fevereiro, o Rei falou na televisão, vestido com uniforme de capitão-general, para se colocar contra os golpistas, defender a constituição espanhola, chamar à ordem as Forças Armadas, na sua qualidade de comandante-em-chefe, e desautorizar Milans del Bosch. A partir desse momento o golpe dá-se por fracassado. Milans del Bosch, isolado, cancelou os seus planos às cinco da manhã e foi detido, enquanto Tejero resistiu até ao meio-dia. Seria, porém, durante a manhã do dia 24, que os deputados foram finalmente libertados.
 
(imagem daqui)
      
in Wikipédia

domingo, fevereiro 18, 2024

A Batalha de Almoster foi há 190 anos...

(imagem daqui)
         
A Batalha de Almoster (por vezes também referida como Batalha de Santa Maria ou da Ponte de Santa Maria) foi travada em 18 de fevereiro de 1834, saldando-se por uma vitória das tropas liberais, comandadas pelo Marechal Saldanha, sobre as chamadas tropas absolutistas, ou legitimistas, comandadas pelo General Lemos.
Pela vitória nesta batalha o Marechal Saldanha, então Conde de Saldanha, recebeu os títulos de Marquês de Saldanha e Conde de Almoster, este último reservado aos herdeiros da Casa de Saldanha. Com a posterior elevação a Ducado, os herdeiros da Casa de Saldanha passaram a usar o título de Marquês de Saldanha.
  
História

Santarém era o fulcro da guerra civil, mas o domínio da fação miguelista não existia apenas nesta cidade. Com efeito, apesar de várias vitórias liberais, no Norte as províncias de Trás-os-Montes, Minho e Beira Alta estavam ainda em poder de D. Miguel, que contava além disso com um vasto número de milícias que lhe eram fiéis no sul do País.

Foi então que Saldanha, comandante das forças liberais, estabeleceu o plano de, sem deixar de manter o cerco a Santarém, atacar com uma parte das suas tropas as cidades de Leiria e Coimbra, o que teria por efeito isolar os miguelistas que resistiam na capital ribatejana. As tropas de Saldanha fizeram a sua junção, em Rio Maior, com as que ele mandara ir de Lisboa e, em 16 de Janeiro de 1834, foi lançado, por dois lados, o ataque a Leiria. Vendo-se na iminência de ficar com a retirada cortada, os miguelistas abandonaram sem demora o Castelo de Leiria e tentaram refugiar-se em Coimbra. Seguidamente, nos primeiros dias de fevereiro, o General Póvoas, comandante das tropas miguelistas, pôs em execução um plano para atacar os liberais que ocupavam Pernes e os que cercavam Santarém.

Prevendo a possibilidade de tal tentativa, Saldanha tomou as precauções necessárias, fazendo com que o plano segurasse. Póvoas estabeleceu então novo projeto, que se baseava num ataque a Ponte de Asseca - em poder dos liberais - a fim de abrir caminho para Lisboa, onde deveria eclodir uma revolução miguelista. Dividindo-se em dois, no dia 18 de fevereiro os miguelistas fizeram marchar as cerca de 4.000 soldados do general Póvoas sobre Ponte de Asseca, embora sem efetuarem um ataque em larga escala que lhes permitisse conquistar posições. O seu objetivo era fazer uma manobra de diversão, para que fosse o General Lemos, que enquanto isso avançava com entre 4.500 e 5.000 homens em direção a Almoster e Santa Maria, a romper as linhas dos liberais. Estes viam-se assim obrigados a estender a sua cortina defensiva, enfraquecendo-a. Contudo, os comandados de Saldanha tinham a seu favor o facto de o terreno por si ocupado ser extremamente difícil de conquistar, pois formava um desfiladeiro estreito, entre colinas cobertas de mato denso.

Embora Saldanha viesse mais tarde a ficar com a fama de ter compreendido desde logo os intuitos de Lemos, armando por isso uma cilada aos miguelistas ao alegadamente permitir de forma deliberada que estes subissem o desfiladeiro uma vez passada a ponte de Santa Maria, tal teoria carece de qualquer fundamento tendo em conta os relatos da batalha de Luz Soriano e de outras crónicas coevas, tais como a do Barão de Saint Pardoux (A Guerra Civil em Portugal 1833-1834). Segundo se depreende claramente da leitura de Luz Soriano (op. cit., tomo V, pp. 219–23), os liberais limitaram-se a seguir os movimentos dos miguelistas, respondendo-lhes apressadamente quando estes decidiram avançar, tendo Saldanha, mesmo nessa altura, dado mostras de grande indecisão.

Atacando então primeiro em campo aberto e, uma vez passada a ponte, pelo desfiladeiro acima (sempre debaixo de fogo inimigo), a infantaria miguelista foi conquistando terreno com grande bravura, mas à custa de pesadas baixas. Assim perderam a vida o General Santa Clara, quando carregava o inimigo à frente das suas tropas, e o Brigadeiro Brassaget, que prontamente o substituiu na vanguarda ao vê-lo cair. A sorte das armas manteve-se indecisa até ao momento em que, "por iniciativa própria", segundo Luz Soriano (op. cit., tomo V, p. 221), o coronel Queirós vislumbrou a hipótese de atacar os miguelistas de flanco e, à frente dos batalhões de caçadores nº 2 e nº 12, cortou-lhes a retirada para a ponte de Santa Maria, ao passo que, com os regimentos de infantaria nº 3 e nº 6, ficando o nº 1 de reserva, o brigadeiro Brito lançava uma impetuosa carga à baioneta. Quanto a Saldanha, comandava pessoalmente Infantaria nº 1 - o mesmo regimento com que detivera com notável mestria, mais de 20 anos antes, a célebre carga do Buçaco - e manteve-se sempre na retaguarda.

Só nessa altura os soldados de D. Miguel compreenderam a terrível situação em que se encontravam. Vendo a sua infantaria em riscos de ser dizimada, o General Lemos ainda fez avançar a cavalaria, mas o Brigadeiro Bacon, à cabeça dos experientes Lanceiros da Rainha (que, à semelhança do que acontecia em todo o exército liberal, contavam com um assinalável número de mercenários estrangeiros, veteranos de outras guerras), fez gorar mais esse intento dos miguelistas. A derrota destes foi pesada, e as suas perdas excederam um milhar de homens. No entanto, a forma como retiraram foi, do ponto de vista militar, irrepreensível, o que evitou um número de baixas ainda maior. Do lado liberal houve também baixas de vulto a lamentar, tendo sido particularmente sentida a morte do Coronel Miranda (Luz Soriano, op. cit., tomo V, p. 223).

Esta Batalha de Almoster significou, na opinião de muitos, o desmoronar das esperanças do irmão de D. Pedro IV de reconquistar Lisboa e, possivelmente, de vencer a guerra.

         

quarta-feira, fevereiro 14, 2024

João Franco, o último primeiro ministro de El-Rei D. Carlos I, nasceu há 169 anos

      
João Ferreira Franco Pinto Castelo Branco (Alcaide, Fundão, 14 de fevereiro de 1855 - Lisboa, 4 de abril de 1929) foi um dos políticos dominantes da fase final da monarquia constitucional portuguesa.
Natural de Alcaide, Fundão, era formado em direito pela Universidade de Coimbra. Ocupou vários cargos na magistratura judicial (delegado do procurador régio), nas alfândegas e no Tribunal Fiscal e Aduaneiro. Eleito deputado para as Cortes em 1884 (pelo círculo eleitoral de Guimarães), rapidamente subiu na vida política, ocupando vários postos ministeriais e a presidência do conselho de ministros. Entrando em dissidência com Hintze Ribeiro, abandonou o Partido Regenerador e formou o Partido Regenerador Liberal.
Foi o autor, enquanto Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino, no gabinete regenerador "Hintze-Franco", do Decreto, de 2 de março de 1895, que concedeu autonomia administrativa aos ex-distritos dos Açores.
   

segunda-feira, fevereiro 05, 2024

D. António Alves Martins morreu há 142 anos

     
D. António Alves Martins (Alijó, 18 de fevereiro de 1808 - Viseu, 5 de fevereiro de 1882) foi bispo de Viseu, desde julho de 1862, professor, enfermeiro, jornalista e político.
Entrou para a Ordem de São Francisco aos dezasseis anos, indo pouco depois para a Universidade de Coimbra. Foi expulso desta Universidade em 1828, por ter sido acusado de participar na Revolução liberal do Porto que se dera nesse ano no Porto, a 16 de maio.
Sendo um dirigente liberal é condenado à morte pelos miguelistas, mas conseguindo sempre escapar. Após a Convenção de Évoramonte, foi eleito deputado em 1842.
Dirigiu o jornal Nacional, entre 1848 e 1849.
Em 1862 é nomeado bispo de Viseu.
Assume-se dirigente do Partido Reformista, entre 1868 e 1869. Depois foi aclamado ministro do Reino quer no mesmo ano, quer em 1870.
Iria viver para Viseu, Portugal, onde viria a falecer no Paço do Fontelo, antigo Paço Episcopal da mesma diocese.
Na estátua em sua homenagem, nessa cidade, figura uma citação sua: «A religião deve ser como o sal na comida: nem muito nem pouco, só o preciso». É o patrono da Escola Secundária Alves Martins, em Viseu. 
 
Brasão eclesiástico de D. António Alves Martins