domingo, setembro 24, 2023
Música para o primeiro dia inteiramente outonal...
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sábado, setembro 23, 2023
Adeus verão - começou o outono...!
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sexta-feira, setembro 23, 2022
Poema para celebrar a chegada do outono...
O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
in Fidelidade (1958) - Jorge de Sena
Começou o outono...!
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quarta-feira, setembro 22, 2021
Poesia para celebrar a nova estação...
Glosa à chegada do Outono
O corpo não espera.Não.Por nós
ou pelo amor.Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede,uma memória,tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera;este pousar
que não conhece,nada vê,nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo!E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
in Fidelidade(1958) - Jorge de Sena
Começou o outono...
Em 2021 o Equinócio de outono ocorre no dia 22 de setembro às 20.21 horas. Este instante marca o início do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 89,859 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de dezembro às 15.59 horas.
Equinócio: instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste. A palavra de origem latina aequinoctium agrega o nominativo aequus (igual) com o substantivo noctium, genitivo plural de nox (noite). Assim significa “noite igual” (ao dia), pois nestas datas o senso comum diz-nos que o dia e a noite têm igual duração.
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Porque hoje começa o outono...
Balada do Outono - Zeca Afonso
Letra e música - José Afonso
Águas passadas do rio
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'rás bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
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terça-feira, setembro 22, 2020
Música para celebrar a chegada do outono
Balada do Outono - Zeca Afonso
Letra e música - José Afonso
Águas passadas do rio
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'rás bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
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Poemas para celebrar a chegada do outono!
Primeiro poema do outono
Mais uma vez é preciso
reaprender o outono —
todos nós regressamos ao teu
inesgotável rosto
Emergem do asfalto aquelas
inacreditáveis crianças
e tudo incorrigivelmente principia
Já na rua se não cruzam
olhos como armas
Recebe-nos de novo o coração
E sabe deus a minha humana mão
Segundo poema do outono
Quantas vezes ainda verei eu cair
as pálidas leves folhas do outono?
— Não pode um homem vê-las
cair e conseguir viver
(e cá estou também eu
cá estou eu incorrigivelmente a cantar
as gastas folhas do outono
as mesmas das minhas mais antigas leituras
as primeiras e as últimas que tenho visto cair
Haverá outra poesia que não
a que cai nas tristes
folhas do outono?)
— Não pode o homem ver
cair as folhas e viver
in Aquele Grande Rio Eufrates (1961) - Ruy Belo
segunda-feira, setembro 23, 2019
Música adequada à data...
Letra e música - José Afonso
Águas passadas do rio
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'rás bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
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domingo, setembro 23, 2018
Poesia - para terminar bem o primeiro dia do outono...
Nascimento último
Como se não tivesse substância e de membros apagados.
Desejaria enrolar-me numa folha e dormir na sombra.
E germinar no sono, germinar na árvore.
Tudo acabaria na noite, lentamente, sob uma chuva densa.
Tudo acabaria pelo mais alto desejo num sorriso de nada.
No encontro e no abandono, na última nudez,
respiraria ao ritmo do vento, na relação mais viva.
Seria de novo o gérmen que fui, o rosto indivisível.
E ébrias as palavras diriam o vinho e a argila
e o repouso do ser no ser, os seus obscuros terraços.
Entre rumores e rios a morte perder-se-ia.
in No Calcanhar do Vento (1987) - António Ramos Rosa
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Chegou o outono...
Primeiro poema do outono
Mais uma vez é preciso
reaprender o outono —
todos nós regressamos ao teu
inesgotável rosto
Emergem do asfalto aquelas
inacreditáveis crianças
e tudo incorrigivelmente principia
Já na rua se não cruzam
olhos como armas
Recebe-nos de novo o coração
E sabe deus a minha humana mão
Segundo poema do outono
Quantas vezes ainda verei eu cair
as pálidas leves folhas do outono?
— Não pode um homem vê-las
cair e conseguir viver
(e cá estou também eu
cá estou eu incorrigivelmente a cantar
as gastas folhas do outono
as mesmas das minhas mais antigas leituras
as primeiras e as últimas que tenho visto cair
Haverá outra poesia que não
a que cai nas tristes
folhas do outono?)
— Não pode o homem ver
cair as folhas e viver
in Aquele Grande Rio Eufrates (1961) - Ruy Belo (2ª Edição - 1972)
sexta-feira, setembro 22, 2017
É (finalmente) outono...
Glosa à chegada do Outono
O corpo não espera.Não.Por nós
ou pelo amor.Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede,uma memória,tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera;este pousar
que não conhece,nada vê,nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo!E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
in Fidelidade(1958) - Jorge de Sena
quarta-feira, setembro 23, 2015
Começou o outono...!
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terça-feira, setembro 23, 2014
Música, com respetiva poesia de Vivaldi, para celebrar a estação em que entrámos...
L'Autunno
Celebra il vilanel con balli e canti
Del felice raccolto il bel piacere
E del liquor de Bacco accesi tanti
Finiscono col sonno il lor godere.
Fà ch' ogn' uno tralasci e balli e canti
L' aria che temperata dà piacere,
E la Staggion ch' invita tanti e tanti
D'un dolcissimo sonno al bel godere.
I cacciator alla nov' alba á caccia
Con corni, schioppi e canni escono fuore
Fugge la belua, e seguono la traccia;
Già Sbigottita, e lassa al gran rumore
De'schioppi e canni, ferita minaccia
Languida di fuggir, mà oppressa muore.
NOTA: tradução pessoal do poema de Vivaldi, para quem não entende italiano:
O Outono
Celebra o agricultor com danças e cantos
Da feliz colheita o grande prazer;
Mas um tanto aceso pelos líquidos de Baco
Acaba com o sono estes divertimentos.
Faz a todos interromper danças e cantos,
O clima temperado é aprazível;
E a estação convida a uns e outros
De um dulcíssimo sono a todos gozar.
O caçador, na nova alvorada, à caça,
Com trompas, espingardas e cães, irrompe;
Foge a besta, mas seguem-lhe o rastro.
Já exausta e apavorada com o grande rumor,
Por tiros e mordidas ferida, ameaça
Uma curta fuga, mas cai e morre oprimida!
Porque acabou o verão...
O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera: este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Chegou o outono...
Postado por Fernando Martins às 02:29 0 bocas
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domingo, setembro 22, 2013
Poema para celebrar a chegada do outono!
A construção do ser
Em setembro a construção do ser torna-se mas fácil:
o outono, com a sua melancolia, empresta um estranho
perfume de terra ao espírito. As linhas da natureza ficam
tão nítidas como a linha do horizonte; e pode ver-se
para o outro lado, onde as ideias se sobrepõem como
peças de um jogo de cubos. Espreito através deles,
tentando esquecer as letras que serviam para que,
com esses cubos, se formassem palavras: as palavras
simples de um vocabulário infantil. Mas as letras tapam-me
a vista do horizonte, e trazem-me de volta ao puro
jogo do ser, onde nada está decidido. É verdade que podia
atirar tudo abaixo, pensando que o que importa são
essas linhas abstractas que desenham, entre as nuvens e o mar,
uma hipótese de alma. Para isso, seria preciso que eu
esquecesse as palavras que aprendi, e que voltasse à planície
branca da origem. Fogo, água, luz, terra, todas as letras
me obrigam a tê-los em conta, mesmo quando o que eu quero
é outra coisa - a própria qualidade, o essencial, o que
nenhum sentido capta. Então, espero pelo inverno para
me desembaraçar da matéria: a chuva, a neve, as tardes
de nevoeiro, o frio da noite até ao nascer da madrugada,
onde os cubos de luz caem entre ser e não ser.
in Cartografia de Emoções (2001) - Nuno Júdice
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Começou o outono...
Balada do Outono - Zeca Afonso
Letra e música - José Afonso
Águas passadas do rio
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'rás bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Postado por Fernando Martins às 23:00 0 bocas
Marcadores: Balada de Outono, Fado de Coimbra, música, Outono, Zeca Afonso
Dois poemas para celebrar o exato momento da chegada do outono
Primeiro poema do outono
Mais uma vez é preciso
reaprender o outono —
todos nós regressamos ao teu
inesgotável rosto
Emergem do asfalto aquelas
inacreditáveis crianças
e tudo incorrigivelmente principia
Já na rua se não cruzam
olhos como armas
Recebe-nos de novo o coração
E sabe deus a minha humana mão
Segundo poema do outono
Quantas vezes ainda verei eu cair
as pálidas leves folhas do outono?
— Não pode um homem vê-las
cair e conseguir viver
(e cá estou também eu
cá estou eu incorrigivelmente a cantar
as gastas folhas do outono
as mesmas das minhas mais antigas leituras
as primeiras e as últimas que tenho visto cair
Haverá outra poesia que não
a que cai nas tristes
folhas do outono?)
— Não pode o homem ver
cair as folhas e viver
in Aquele Grande Rio Eufrates (1961) - Ruy Belo (2ª Edição - 1972)