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segunda-feira, março 28, 2011

Desculpas (só)cretinas

(imagem daqui)

A culpa

A culpa de não haver PEC 4 é do PSD e do CDS. A culpa de haver portagens nas Scuts é do PSD que viabilizou o PEC 3. A culpa do PEC 3 é do PEC 2. Que, por sua vez, tem culpa do PEC 1.

Chegados a este, a culpa é da situação internacional. E da Grécia e da Irlanda. E antes destas culpas todas, a culpa continua a ser dos Governos PSD/CDS. Aliás, nos últimos 16 anos, a culpa é apenas dos 3 anos de governação não socialista.

A culpa é do Presidente da República. A culpa é da Chanceler. A culpa é de Trichet. A culpa é da Madeira. A culpa é do FMI. A culpa é do euro.

A culpa é dos mercados. Excepto do "mercado" Magalhães. A culpa é do ‘rating'. A culpa é dos especuladores que nos emprestam dinheiro. A culpa até chegou a ser das receitas extraordinárias. À falta de outra culpa, a culpa é de os Orçamentos e PEC serem obrigatórios.

A culpa é da agricultura. A culpa é do nemátodo do pinho. A culpa é dos professores. A culpa é dos pais. A culpa é dos exames. A culpa é dos submarinos. A culpa é do TGV espanhol. A culpa é da conjuntura. A culpa é da estrutura.

A culpa é do computador que entupiu. A culpa é da ‘pen'. A culpa é do funcionário do Powerpoint. A culpa é do Director-Geral. A culpa é da errata, porque nunca há errata na culpa. A culpa é das estatísticas. Umas vezes, a culpa é do INE, outras do Eurostat, outras ainda do FMI. A culpa é de uma qualquer independente universidade. E, agora em versão pós Constâncio, a culpa também já é do Banco de Portugal. A culpa é dos jornalistas que fazem perguntas. A culpa é dos deputados que questionam. A culpa é das Comissões parlamentares que investigam. A culpa é dos que estudam os assuntos.

A culpa é do excesso de pensionistas. A culpa é dos desempregados. A culpa é dos doentes. A culpa é dos contribuintes. A culpa é dos pobres.

A culpa é das empresas, excepto as ungidas pelo regime. A culpa é da meteorologia. A culpa é do petróleo que sobe. A culpa é do petróleo que desce.

A culpa é da insensibilidade. Dos outros. A culpa é da arrogância. Dos outros. A culpa é da incompreensão. Dos outros. A culpa é da vertigem do poder. Dos outros. A culpa é da demagogia. Dos outros. A culpa é do pessimismo. Dos outros.

A culpa é do passado. A culpa é do futuro. A culpa é da verdade. A culpa é da realidade. A culpa é das notícias. A culpa é da esquerda. A culpa é da direita. A culpa é da rua. A culpa é do complexo de culpa. A culpa é da ética.

Há sempre "novas oportunidades" para as culpas (dos outros). Imagine-se, até que, há tempos, o atraso para assistir a uma ópera, foi culpa do PM de Cabo-Verde.

No fim, a culpa é dos eleitores, que não deram a maioria absoluta ao imaculado. A culpa é da democracia. A culpa é de Portugal. De todos. Só ele (e seus pajens) não têm culpa. Povo ingrato! Basta! Na passada quarta-feira, a culpa... já foi.

quarta-feira, março 23, 2011

Música dedicada ao senhor que não quis respeitar o Parlamento


NOTA: a dignidade de um governo que deixa o Parlamento, num debate tão importante, sem o Primeiro Ministro durante quase todo o debate e, em grande parte do mesmo, o ministro Teixeira dos Santos, é inqualificável.

terça-feira, março 22, 2011

Tudo corre mal, nos últimos dias, a um mentiroso (sempre) desmentido

(imagem daqui)

Ministros do eurogrupo negam abertura negocial ao Governo
Países da zona euro excluem alterações ao PEC apresentado pelo Governo

Os responsáveis da zona euro demoliram ontem as ofertas de negociação das novas medidas de austeridade feitas pelo governo à oposição, ao afirmarem que não há razões para alterar o programa que já foi apresentado por Portugal a Bruxelas.


"Aprovámos o programa de ajustamento tal como nos foi proposto pelo governo português [e] que foi avalizado tanto pela Comissão Europeia como pelo Banco Central Europeu", afirmou Jean-Claude Juncker, ministro das finanças do Luxemburgo e presidente do eurogrupo no final de uma reunião dos seus pares em Bruxelas.

A afirmação refere-se à cimeira de chefes de Estado ou de Governo dos países do euro do passado dia 11, à qual o primeiro ministro, José Sócrates, apresentou um conjunto de novas medidas de austeridade para compensar as falhas detectadas na estratégia de redução do défice orçamental até 2013 (o chamado PEC IV).

A confirmar-se o cenário de chumbo do PEC, amanhã na Assembleia da República, tudo indica que os líderes europeus vão dedicar uma boa parte dos trabalhos da cimeira de chefes de Estado da União Europeia de dias 24 e 25 à situação portuguesa.

domingo, março 20, 2011

O PEC IV e o fim de um lamentável governo

 
O bando dos mentirosos empedernidos e compulsivos

Sócrates disse que apresentou as novas medidas do PEC IV primeiro aos portugueses, através da conferência de imprensa de Teixeira dos Santos, antes de as apresentar em Bruxelas.
MENTIRA: a carta de compromisso de José Sócrates com as novas medidas seguiu para Bruxelas no dia 10 de Março e Teixeira dos Santos só falou no dia 11 de manhã (agora andam a dizer que a data da carta não conta, o que além de descarado logro, resulta numa figura caricata, mesmo patética).
Sócrates disse na SIC e repetiu no parlamento que só apresentou em Bruxelas linhas de orientação “negociáveis”.
MENTIRA: na carta que enviou ao BCE e à Comissão Europeia o Governo utiliza sete vezes expressões como “o compromisso do Governo” ou “as autoridades portuguesas comprometeram-se”.
Sócrates disse que a intenção de congelar as pensões mínimas era um equívoco que resultava do mau entendimento das palavras de Teixeira dos Santos
MENTIRA: Para além desse princípio estar muito claro tanto nos documentos distribuídos por Teixeira dos Santos, como na famosa carta enviada a Bruxelas (“the suspension of the application of pension indexation rules yields budgetary savings of 0.2 %GDP”), a verdade é que Teixeira dos Santos nunca desmentiu essa suspensão das pensões, mesmo quando foi directamente confrontado com ela no parlamento. O “equívoco” não passa de uma invenção de António Costa.
Para esta gente vale tudo. E não é só para Sócrates. É para a pandilha toda. Só há solução: uma limpeza total. Recomendo o uso de lixívia, pois as nódoas já estão demasiado entranhadas.

PS. A Agência Lusa, em mais um dos seus habituais fretes ao Governo, veio dizer que a Comissão Europeia tinha contrariado declarações de Paula Teixeira da Cruz baseadas numa notícia do Expresso. Acontece que não contrariou. Primeiro: a data da carta enviada para Bruxelas é mesmo 10 de Março, não 11 de Março. Segundo: o email enviado com a carta chegou ao gabinete de Durão Barroso às 9h54, hora de Lisboa, e a essa hora Teixeira dos Santos não tinha ainda apresentado as medidas aos portugueses, pois a sua conferência de imprensa de dia 11 de Março começou muito atrasada (todas as notícias nas edições on-line têm hora mais tardia, tendo sido sempre colocadas depois das 10h da manhã, mesmo os registos mais breves). A Lusa pretende que uma frase do email de Sócrates - “O Governo português está actualmente a finalizar os seus Programas de Estabilidade e de Reformas Nacionais para apresentar às instituições europeias em Abril” – desmente a alegação de que o plano apresentado em Bruxelas era um compromisso firme quando, se é verdade que esse documento não era o PEC na sua redação final, o relevante é que Sócrates escreveu também, dirigindo a Durão Barroso, que “gostava de partilhar consigo as orientações políticas gerais e medidas que o Governo português se compromete a adoptar para enfrentar os grandes desafios económicos”. Vou repetir: “se compremete a adoptar”. Que eu saiba “comprometer a adoptar” não é amesma coisa que “comprometer a negociar”. Lamentavelmente muitos sites de informação estão a reproduzir acriticamente e acefalamente a notícia da Lusa. 

quarta-feira, março 16, 2011

E, só por curiosidade, quando é que o parlamento aprecia o PEC IV?

Entrevista à SIC
Primeiro-ministro admite demitir-se em caso de “chumbo” do PEC

“Se o Parlamento se pronunciar contra o Programa de Estabilidade e Crescimento, estará a abrir uma crise política”, afirmou José Sócrates, esta terça-feira, em entrevista à SIC.

Sócrates foi ainda mais longe quando, perante a insistência de Ana Lourenço, admitiu implicitamente a demissão do Governo nesse cenário. Se o resultado do debate parlamentar for o “chumbo”, os partidos “tiram todas as condições ao Governo para governar e teria de haver eleições”. “Nunca irei para uma Cimeira Europeia sem me poder comprometer com um programa de medidas de médio prazo que considero essenciais”, frisou.

Foi já na recta final da entrevista, de mais de 45 minutos, e nesta passagem não houve qualquer insistência. Apenas mais um dado explícito: em caso de eleições antecipadas, Sócrates volta a candidatar-se: “Com certeza que sim. Não volto a cara às dificuldades”. E assim se pôs fim aos anseios de quem desejaria ver na crise a oportunidade de o substituir à frente do PS.

Mas o cenário de crise é coisa de que o primeiro-ministro não quer nem ouvir falar: “Não acredito numa crise política; não quero acreditar que a irresponsabilidade dos partidos os leve tão longe”. “Espero que todos caiam em si”, “tudo farei para evitar uma crise política”, disse e repetiu.

E porquê? Porque, justificou o primeiro-ministro, “isso agravaria os riscos de financiamento da nossa economia e levaria Portugal a pedir uma intervenção externa”. Com “custos gravíssimos para o país”, que enumerou: “10 anos de opróbrio, pelo menos cinco anos fora dos mercados, perda de prestígio e influência no mundo, consequências para o Estado e para os portugueses muito piores que estas medidas”.

Isso significaria, acrescentou ainda, a entrada em Portugal da “agenda do FMI”: “Acabar com o 13º mês, reduzir o salário mínimo, despedimentos na função pública”. “É isto que queremos?”, questionou Sócrates, elevando ao limite o nível de dramatização.

Pelo meio, o primeiro-ministro foi polvilhando a conversa com fortes ataques ao seu principal alvo. “O PSD está em aproveitamento político total, em situação de profunda irresponsabilidade”, usando “uma linguagem cada vez mais agressiva que está a encaminhar o país para a crise política”, acusou.

Sócrates recordou que ainda há um mês, numa entrevista à Antena 1, o líder do PSD se mostrara “disponível para negociar” o PEC com o Governo, dizendo não compreender agora a reacção de Pedro Passos Coelho (ver texto ao lado). E insistiu várias vezes na crítica daqueles “que dizem não sem apresentarem qualquer alternativa”.

segunda-feira, março 14, 2011

Com um ligeiro atraso, o PM explicou o PEC IV

(imagem daqui)

Síntese da mensagem das 20.00 horas*

1) Confiem em mim;
2) Outra vez;
3) Desta é que é.
4) Têm aí mais uns trocos para ajudar?

*são 21.00 horas em Berlim

in 31 da Armada - post de Carlos Nunes Lopes