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sexta-feira, março 01, 2024

A sonda Venera 13 aterrou em Vénus há quarenta e dois anos

Postage stamp of Venera 13/14
  
Venera 13 (Russian: Венера-13 meaning Venus 13) was a probe in the Soviet Venera program for the exploration of Venus.
Venera 13 and 14 were identical spacecraft built to take advantage of the 1981 Venus launch opportunity and launched 5 days apart, Venera 13 on 30 October 1981 at 06:04:00 UTC and Venera 14 on 4 November 1981 at 05:31:00 UTC, both with an on-orbit dry mass of 760 kg.
    
(...)
    
After launch and a four-month cruise to Venus the descent vehicle separated from the cruise stage and plunged into the Venusian atmosphere on 1 March 1982. After entering the atmosphere a parachute was deployed. At an altitude of about 50 km the parachute was released and simple airbraking was used the rest of the way to the surface.
Venera 13 landed at 7.5°S 303°E, about 950 km northeast of Venera 14, just east of the eastern extension of an elevated region known as Phoebe Regio.
The lander had cameras to take pictures of the ground and spring-loaded arms to measure the compressibility of the soil. The quartz camera windows were covered by lens caps which popped off after descent.
The area was composed of bedrock outcrops surrounded by dark, fine-grained soil. After landing, an imaging panorama was started and a mechanical drilling arm reached to the surface and obtained a sample, which was deposited in a hermetically sealed chamber, maintained at 30 °C and a pressure of about 0.05 atmosphere (5 kPa). The composition of the sample determined by the X-ray fluorescence spectrometer put it in the class of weakly differentiated melanocratic alkaline gabbroids.
The lander functioned for 127 minutes (the planned design life was 32 minutes) in an environment with a temperature of 457 °C (855 °F) and a pressure of 89 Earth atmospheres (9.0 MPa). The descent vehicle transmitted data to the satellite, which acted as a data relay as it flew by Venus.
    
   
   in Wikipédia

domingo, outubro 22, 2023

A sonda Venera 9 aterrou em Vénus há 48 anos

 

Maquete da Venera 9 - o aterrizador estava alojado dentro da esfera

   

A Venera 9 foi uma sonda espacial enviada a Vénus e fazia parte do Programa Venera, desenvolvido pelo programa espacial soviético e era essencialmente idêntica à Venera 10.

A sonda era composta por um orbitador e um aterrizador e pesava no total 4.936 kg. Foi lançada no dia 8 de junho de 1975 e chegou a Vénus no dia 22 de outubro de 1975. Fez medições da atmosfera do planeta e obteve as primeiras fotos de sua superfície.
 
Primeira foto tirada da superfície de Vénus (horizonte está no canto superior direito) - as rochas possuem algumas dezenas de centímetros de largura
 
 

quinta-feira, outubro 19, 2023

A Mariner 5 chegou a Vénus há 56 anos

   
A Mariner 5 (Mariner Venus 1967) foi uma sonda espacial norte-americana que fez parte do Programa Mariner que transportou recursos complementares para o estudo da atmosfera de Vénus.
A Mariner 5 foi originalmente construída como uma cópia de segurança da Mariner 4, mas depois do sucesso daquela, foi modificada para a "missão Vénus", removendo a câmara de televisão, invertendo e reduzindo os quatro painéis solares, e adicionando isolamento térmico extra.
Ela foi lançada em direção a Vénus a 14 de junho de 1967 e chegou ao planeta a 19 de outubro desse mesmo ano, a uma altitude de 3.990 quilómetros. Com instrumentos mais sensíveis do que a sua antecessora, a Mariner 2, a Mariner 5 obteve mais informações sobre Vénus e também sobre as características do espaço profundo, em viagens interplanetárias.
Dados sobre a "ocultação de rádio" ocorridas na Mariner 5 ajudaram a compreender os dados sobre pressão e temperatura enviados pela sonda Venera 4 na sua aterragem, que chegou a Vénus um dia antes. Após estas missões, ficou claro que Vénus tinha uma superfície muito quente e uma atmosfera ainda mais densa do que a esperada.
As operações da Mariner 5 terminaram em novembro de 1967 e a sonda foi deixada numa órbita heliocêntrica.

quarta-feira, outubro 18, 2023

Conseguiu-se pousar uma sonda num planeta (Vénus) pela primeira vez há 56 anos

   
A Venera 4 (em russo: Венера-4) foi uma sonda espacial soviética do Programa Venera.
Esta foi lançada a partir de um Sputnik Tyazheliy (67-058B) em direção ao planeta Vénus, com a missão de estudar a atmosfera local. A 18 de outubro de 1967, a sonda espacial entrou na atmosfera venusiana e libertou dois termómetros, um barómetro, um rádio-altímetro, um indicador da densidade atmosférica, 11 analisadores de gases e dois rádio-transmissores que operavam na banda DM.
O módulo principal, que transportou a cápsula para Vénus, incluía um magnetómetro, detetores de raios cósmicos, indicadores de hidrogénio e oxigénio e aparelhos para recolha de partículas carregadas. Foram enviados sinais da sonda espacial, que abrandou e libertou um sistema de paraquedas depois de entrar na atmosfera venusiana, a uma altitude de 24,96 quilómetros. Venera-4 foi a primeira sonda a realizar com sucesso a análise do ambiente de outro planeta e foi também a primeira sonda a pousar noutro planeta.
Venera 4 realizou a primeira análise química da atmosfera venusiana, mostrando que Vénus tem principalmente dióxido de carbono com uma pequena percentagem de azoto e abaixo de um por cento de oxigénio e vapor de água. Também foi ela que detetou que Vénus tinha um campo magnético muito fraco e sem radiação. A camada atmosférica exterior continha muito pouco hidrogénio e oxigénio não atómico. A sonda enviou as primeiras medições diretas provando que Vénus é extremamente quente, que a atmosfera era muito mais densa do que a esperada e que Vénus tinha perdido a maior parte da sua água há muito tempo.

sábado, julho 29, 2023

O planeta Vénus e os seus vulcões...

My God, está cheio de vulcões! Eis o mapa dos 85 mil que há em Vénus

  

Um novo artigo científico na revista Journal of Geophysical Research: Planets fornece o mapa mais compreensivo de todas as construções vulcânicas em Vénus jamais compilado.

Tem interesse nos relatos recentes de erupções vulcânicas em Vénus?

Se é esse o caso, os cientistas planetários Paul Byrne e Rebecca Hahn da Universidade de Washington em St. Louis querem que se utilize o seu novo mapa de 85.000 vulcões em Vénus para ajudar a localizar o próximo fluxo de lava ativo.

O seu estudo foi publicado na revista Journal of Geophysical Research: Planets.

“Este artigo científico fornece o mapa mais completo de todas as construções vulcânicas em Vénus alguma vez compilado”, disse Byrne, professor associado de ciências da Terra e planetárias.

“Fornece aos investigadores uma base de dados extremamente valiosa para a compreensão do vulcanismo naquele planeta – um processo planetário chave, mas para Vénus é algo sobre o qual sabemos muito pouco, apesar de ser um mundo do mesmo tamanho que o nosso”.

Byrne e Hahn utilizaram imagens de radar da missão Magellan da NASA a Vénus para catalogar vulcões em Vénus a uma escala global. A sua base de dados resultante contém 85.000 vulcões, dos quais cerca de 99% têm menos de 5 km em diâmetro.

“Desde a missão Magellan da NASA na década de 1990 que temos muitas questões importantes sobre a geologia de Vénus, incluindo as suas características vulcânicas”, disse Byrne.

“Mas com a recente descoberta de vulcanismo ativo em Vénus, compreender exatamente onde os vulcões estão concentrados no planeta, quantos são, quão grandes são, etc., torna-se ainda mais importante – especialmente porque teremos novos dados sobre Vénus nos próximos anos”.

 

 

Um novo artigo científico na revista Journal of Geophysical Research: Planets fornece o mapa mais compreensivo de todas as construções vulcânicas em Vénus jamais compilado

 

“Tivemos a ideia de elaborar um catálogo global porque ninguém o tinha feito a esta escala antes”, disse Hahn, estudante de ciências da Terra e planetárias na Universidade de Washington, autora principal do novo artigo científico.

“Foi enfadonho, mas eu tinha experiência na utilização do software ArcGIS, que foi o que usei para construir o mapa. Essa ferramenta ainda não existia quando estes dados foram disponibilizados na década de 1990″.

“As pessoas na altura desenhavam círculos, à mão, em torno dos vulcões, quando agora o posso fazer no meu computador”.

“Esta nova base de dados vai permitir aos cientistas pensar onde mais procurar evidências de atividade geológica recente”, disse Byrne, docente do Centro McDonnell para Ciências Espaciais da mesma universidade.

“Podemos fazê-lo quer através da pesquisa de dados da Magellan, já com décadas de existência (como o novo artigo científico fez), quer analisando dados futuros e comparando-os com os da Magellan“.

 

 

Sapas Mons, um grande vulcão em Marte, tem cerca de 400 km em diâmetro - foi observado pela sonda Magellan 

 

O novo estudo de Byrne e Hahn inclui análises detalhadas sobre onde se encontram os vulcões, onde e como estão agrupados e como as suas distribuições espaciais se comparam com as propriedades geofísicas do planeta, tais como a espessura da crosta.

No seu conjunto, este trabalho fornece a compreensão mais abrangente das propriedades vulcânicas de Vénus – e talvez do vulcanismo de qualquer mundo até agora.

Isto porque, embora saibamos muito sobre os vulcões na Terra que se encontram em terra, é provável que ainda existam muitos por descobrir sob os oceanos. Na ausência de oceanos, toda a superfície de Vénus pode ser vista com imagens de radar da Magellan.

Embora existam vulcões em quase toda a superfície de Vénus, os cientistas encontraram relativamente menos vulcões na faixa dos 20-100 km de diâmetro, que deduzem ser em função da disponibilidade de magma e do ritmo de erupções.

Byrne e Hahn também quiseram observar de perto os vulcões mais pequenos em Vénus, aqueles com menos de 5 km de diâmetro que foram ignorados por caçadores de vulcões anteriores.

“São a característica vulcânica mais comum no planeta: representam cerca de 99% do seu conjunto de dados”, disse Hahn.

“Analisámos a sua distribuição utilizando diferentes estatísticas espaciais para descobrir se os vulcões estão agrupados em torno de outras estruturas em Vénus, ou se estão agrupados em certas áreas“.

 

 

Os vulcões mais pequenos à superfície de Vénus – como os agrupados aqui – são mais difíceis de detetar, mas constituem cerca de 99% das construções vulcânicas rastreadas numa nova e abrangente base de dados de vulcões por cientistas da Universidade de Washington. Estes vulcões foram observados pela sonda espacial Magellan

 

O novo conjunto de dados sobre os vulcões de Vénus está alojado na Universidade de Washington e disponível livremente para a consulta por outros cientistas.

“Já sabemos de colegas que descarregaram os dados e que estão a começar a analisá-los – que é exatamente o que nós queremos“, disse Byrne.

“Outras pessoas vão levantar novas perguntas que nós não levantámos, sobre a forma, tamanho, distribuição dos vulcões, tempo de atividade em diferentes partes do planeta, etc. Estou entusiasmado por ver o que eles conseguem descobrir com a nova base de dados”!

E se 85.000 vulcões em Vénus parece ser um grande número, Hahn disse que na realidade é conservador. Ela pensa que existem centenas de milhares de características geológicas adicionais que têm algumas propriedades vulcânicas. São apenas demasiado pequenas para serem detetadas e confirmadas.

“Um vulcão com 1 quilómetro em diâmetro teria 7 pixéis nos dados da Magellan, o que é realmente difícil de ver“, disse Hahn. “Mas com uma resolução melhorada, poderíamos ser capazes de resolver essas estruturas”.

E é exatamente esse tipo de dados que as futuras missões a Vénus vão obter na década de 2030.

“A NASA e a ESA vão cada uma enviar uma missão a Vénus na década de 2030 para obter imagens de radar de alta resolução da superfície”, disse Byrne. “Com essas imagens, poderemos procurar aqueles vulcões mais pequenos que prevemos que existam.

“Esta é uma das descobertas mais excitantes que fizemos em Vénus – com dados que têm décadas!”, disse Byrne. “Mas há ainda um grande número de questões que temos sobre Vénus que não podemos responder, para as quais temos de alcançar as nuvens e a superfície.

“Estamos apenas a começar”, disse.

 

in ZAP

terça-feira, julho 25, 2023

Obviamente que há vulcanismo ativo em Vénus...

Descoberto um vulcão ativo em Vénus

Maat Mons é apresentado nesta perspetiva tridimensional, gerada por computador, da superfície de Vénus

 

A superfície de Vénus tem muitos vulcões, mas até agora não tinham sido encontradas provas de atividade vulcânica recente. Contudo, uma nova análise de dados recolhidos há três décadas revela fortes indícios de erupção.

Foram observadas, pela primeira vez na superfície de Vénus, evidências geológicas diretas de atividade vulcânica recente.

Os cientistas fizeram a descoberta depois de analisarem imagens de radar tiradas há mais de 30 anos, na década de 90, pela missão Magellan da NASA. As imagens revelaram uma fissura vulcânica que mudou de forma e aumentou significativamente de tamanho em menos de um ano.

O estudo da Universidade do Alasca, nos Estados Unidos, liderado por Robert Herrick, revelou a existência de um respiradouro no vulcão Maat Mons de 2,2 quilómetros quadrados, que mudou de forma e cresceu durante oito meses em 1991.

De acordo com a equipa, os resultados do estudo, publicados esta semana na Science, apontam para que haja em Vénus atividade vulcânica contínua.

Quando ocorrem tais mudanças na Terra é sinal de atividade vulcânica – quer por uma erupção no respiradouro, quer pelo movimento do magma por baixo dele, que provoca o colapso e a expansão das paredes do respiradouro.

“A seleção da missão VERITAS pela NASA inspirou-me a procurar por atividade vulcânica recente nos dados da Magellan”, disse Robert Herrick, professor na Universidade do Alaska, em Fairbanks, e membro da equipa científica da VERITAS, que liderou a pesquisa dos dados de arquivo.

Não esperava realmente ter sucesso, mas após cerca de 200 horas de comparação manual das imagens de diferentes órbitas da Magellan, vi duas imagens da mesma região, tiradas com oito meses de intervalo, exibindo alterações geológicas provocadas por uma erupção”, acrescenta o investigador, em nota publicada pela universidade.

Os dados de altitude para as regiões Maat Mons e Ozza Mons, na superfície de Vénus, podem ser vistos à esquerda, com a área de estudo indicada pela caixa preta - à direita estão as observações da Magellan antes (A) e depois (B) da ampliação da fissura de Maat Mons, com possíveis novos fluxos de lava após um evento eruptivo

 

As imagens utilizadas para a investigação foram obtidas pela sonda espacial Magalhães, da NASA, que chegou a Vénus em 10 de agosto de 1990 e, durante a sua missão, obteve quase mil imagens, que, com as novas tecnologia, foram novamente analisadas.

Durante a missão, a sonda utilizou o radar para obter imagens da superfície de Vénus a partir de diferentes órbitas, olhando para alguns locais duas ou três vezes ao longo de dois anos, incluindo áreas mais tarde identificadas como possíveis locais de atividade vulcânica.

A equipa concentrou-se numa região de Vénus que inclui dois dos maiores vulcões do planeta, o Ozza e Maat Mons, comparáveis em volume aos maiores vulcões da Terra, mas com declives mais baixos, pelo que estão mais expandidos.

Herrick comparou uma imagem de meados de fevereiro de 1991 com uma de meados de outubro desse ano e notou uma alteração numa abertura no lado norte, que tinha passado de uma formação circular de cerca de 2,2 quilómetros quadrados para uma forma irregular de cerca de 4 quilómetros quadrados.

A segunda imagem indicava também que as paredes da chaminé se tinham tornado mais curtas e que a esta estava quase cheia até à borda.

Os investigadores acreditam que formou-se um lago de lava na chaminé durante os oito meses entre as imagens, embora se desconheça se o conteúdo era líquido ou se tinha arrefecido e solidificado. As alterações nas paredes do respiradouro poderiam estar associadas a um colapso no vulcânico, provocado por um terramoto.

No entanto, a equipa sublinhou que quedas desta magnitude nos vulcões da Terra foram sempre acompanhadas por erupções vulcânicas.

A superfície de Vénus é geologicamente jovem e as estimativas quanto ao número de erupções são especulativas e variam, disse Herrick. Agora é possível “dizer que Vénus é ativa a nível vulcânico, no sentido de que há pelo menos algumas erupções por ano”, indicou.

“É de esperar que as próximas missões a Vénus observem novos fluxos vulcânicos que ocorreram desde que a missão de Magalhães terminou há três décadas e devemos ver alguma atividade à medida que as próximas duas missões orbitais recolherem imagens”, concluiu.

 

 O legado da Magellan

Herrick e o resto da equipa da VERITAS estão ansiosos por ver como o conjunto de instrumentos científicos avançados e os dados de alta resolução da missão irão complementar a notável coleção de imagens de radar da Magellan, que transformou o conhecimento da humanidade sobre Vénus.

Vénus é um mundo enigmático e a Magellan sugeriu tantas possibilidades”, disse Jennifer Whitten, investigadora adjunta principal da VERITAS na Universidade de Tulane, em Nova Orleães.

“Agora que estamos muito certos de que o planeta sofreu uma erupção vulcânica há apenas 30 anos, esta é uma ante-visão das incríveis descobertas que a VERITAS irá fazer”, acrescentou.

A VERITAS vai utilizar um radar de abertura sintética topo-de-gama para criar mapas globais em 3D e um espectrómetro no infravermelho próximo para descobrir de que é feita a superfície.

A sonda também irá medir o campo gravitacional do planeta para determinar a estrutura do interior de Vénus. Juntos, os instrumentos vão fornecer pistas sobre os processos geológicos passados e presentes do planeta.

E enquanto os dados da Magellan eram originalmente complexos de estudar, os dados da VERITAS estarão disponíveis online para a comunidade científica. Isso permitirá aos investigadores aplicar técnicas de ponta, como a aprendizagem de máquina, para analisar o planeta e ajudar a revelar os seus segredos mais íntimos.

 

in ZAP

sábado, julho 15, 2023

Adoro quando Astronomia e Geologia se cruzam...

A Geologia de Vénus é ainda mais bizarra (e fofinha) do que pensávamos

Conceito artístico de atividade vulcânica em Vénus

 

Embora a Terra e Vénus tenham aproximadamente o mesmo tamanho e ambos percam calor aproximadamente com o mesmo ritmo, os mecanismos internos que impulsionam os processos geológicos da Terra diferem do seu vizinho.

São esses processos geológicos venusianos que uma equipa de investigadores liderada pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA e pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia querem estudar mais enquanto discutem os mecanismos de arrefecimento de Vénus e os possíveis processos que o motivam.

Os processos geológicos que ocorrem na Terra são principalmente devido ao facto de nosso planeta ter placas tectónicas que estão em constante movimento a partir do calor que escapa do núcleo do planeta, que então sobe pelo manto até a litosfera, ou a camada rochosa externa rígida.

Vénus, por outro lado, não possui placas tectónicas, o que deixou os cientistas intrigados sobre como o planeta perde calor e remodela a sua superfície.

“Por muito tempo, estivemos presos à ideia de que a litosfera de Vénus é estagnada e espessa, mas a nossa visão agora está a evoluir”, disse a Dra. Suzanne Smrekar, investigadora sénior da NASA JPL e autora principal do estudo.

Para o estudo, os investigadores examinaram imagens de radar da missão Magellan da NASA, tiradas no início dos anos 90, retratando características geológicas quase circulares na superfície de Vénus, conhecidas como coronae.

A razão pela qual as imagens foram tiradas usando um radar é porque a atmosfera de Vénus é tão espessa que as imagens normais obtidas no espectro visual são incapazes de penetrar na atmosfera nublada.

Ao fazer medições de 65 coroas não estudadas anteriormente nas imagens de Magalhães e calcular a espessura da litosfera ao seu redor, os cientistas descobriram que essas coroas se formam e existem onde a litosfera de Vénus é a mais fina.

Usando modelos de computador, descobriram que a litosfera ao redor de cada coroa tem aproximadamente 11 quilómetros de espessura, o que acaba por ser muito mais fino do que o sugerido por estudos anteriores. Os investigadores também sugerem que as coroas podem ser geologicamente ativas, uma vez que essas áreas exibem um fluxo de calor médio maior do que a Terra.

“Embora Vénus não tenha uma atividade tectónica semelhante à da Terra, essas regiões de litosfera fina parecem permitir que quantidades significativas de calor escapem, semelhante a áreas onde novas placas tectónicas se formam no fundo do mar da Terra”, explica o Dr. Smrekar.

É esse maior fluxo de calor que também pode ajudar os cientistas a entender melhor o comportamento da litosfera na Terra antiga.

“O que é interessante é que Vénus fornece uma janela para o passado para nos ajudar a entender melhor como a Terra pode ter sido há mais de 2,5 mil milhões de anos”, disse o Dr. Smrekar, que também é o principal investigador do próximo  VERITAS, que está programado para ser lançado não antes de 2027.

Lançada do space shuttle Atlantis em maio de 1989, a sonda Magalhães chegou a Vénus em agosto de 1990 e é considerada uma das missões espaciais profundas de maior sucesso de todos os tempos.

Apesar disso, os dados têm uma baixa resolução e grandes margens de erro, então o VERTIAS atuará essencialmente como o Magalhães 2.0, produzindo mapas globais tridimensionais de Vénus usando um radar de abertura sintética de última geração, além de aprender mais sobre a composição da superfície com um espectrómetro de infravermelhos próximos.

Mas o exterior de Vénus não será o único local a ser estudado, pois o VERITAS estudará o interior do planeta examinando seu campo gravitacional. Ao todo, o VERITAS irá dar aos cientistas uma imagem maior dos processos geológicos antigos e atuais no nosso misterioso vizinho de tamanho gémeo.

“VERITAS será um geólogo orbital, capaz de identificar onde estão essas áreas ativas e resolver melhor as variações locais na espessura litosférica. Seremos até capazes de capturar a litosfera no ato da deformação”, explica o Dr. Smrekar. “Vamos determinar se o vulcanismo realmente está a tornar a litosfera ‘mole’ o suficiente para perder tanto calor quanto a Terra, ou se Vénus tem mais mistérios guardados.”

Outra missão a Vénus será a missão DAVINCI da NASA, cujo objetivo será a importância de mergulhar na atmosfera venusiana e examinar a sua composição com mais detalhes do que nunca.

Que novas perceções aprenderemos com Vénus e os seus processos geológicos nos próximos anos e décadas? Só o tempo dirá, e é por isso que fazemos ciência!

 

in ZAP

quarta-feira, junho 14, 2023

A sonda Mariner 5 foi lançada há 56 anos

   
A Mariner 5 (Mariner Venus 1967) foi uma nave espacial norte-americana que fez parte do Programa Mariner que transportou recursos complementares para o estudo da atmosfera de Vénus.
A Mariner 5 foi originalmente construída como uma cópia de segurança da Mariner 4, mas depois do sucesso daquela, foi modificada para a "missão Vénus", removendo a câmara de televisão, invertendo e reduzindo os quatro painéis solares, e adicionando isolamento térmico extra.
Ela foi lançada em direção a Vénus a 14 de junho de 1967 e chegou ao planeta a 19 de outubro desse mesmo ano, a uma altitude de 3.990 quilómetros. Com instrumentos mais sensíveis do que a sua antecessora, a Mariner 2, a Mariner 5 obteve mais informações sobre Vénus e também sobre as características do espaço profundo, em viagens interplanetárias.
Dados sobre a "ocultação de rádio" ocorridas na Mariner 5 ajudaram a compreender os dados sobre pressão e temperatura enviados pela sonda Venera 4 na sua aterragem, que chegou a Vénus um dia antes. Após estas missões, ficou claro que Vénus tinha uma superfície muito quente e uma atmosfera ainda mais densa do que a esperada.
As operações da Mariner 5 terminaram em novembro de 1967 e a sonda foi deixada numa órbita heliocêntrica.

quarta-feira, março 29, 2023

A Mariner 10 chegou a Mercúrio há 49 anos

      
A Mariner 10 foi uma sonda planetária integrada no Programa Mariner desenvolvido pelos Estados Unidos durante as décadas de 60 e 70. Foi a primeira sonda a utilizar a técnica de aceleração gravítica de um corpo celeste para auxílio à navegação (neste caso, utilizou a massa de Vénus para conseguir atingir Mercúrio). Foi também a primeira sonda a visitar dois planetas distintos (Vénus e Mercúrio).
Até à chegada da sonda MESSENGER a Mercúrio, a 18 de março de 2011, a Mariner 10 era a única sonda a ter visitado o planeta Mercúrio.
Foi a última missão do Programa Mariner sendo que as duas missões seguintes tiveram a sua designação alterada para Voyager.
     
A Missão
A Mariner 10 tinha como missão primária o estudo dos planetas Mercúrio e Vénus, em relação às suas características físicas, atmosféricas e ambientais. Estava também previsto o estudo do meio interplanetário e a avaliação de técnicas para o deslocamento nesse meio. Esta sonda foi lançada na sua missão através de um foguete Atlas-Centauro, a 3 de novembro de 1973.
Após o lançamento, a sonda foi colocada numa órbita em torno do Sol e numa trajetória em direção a Vénus. Foram, entretanto, detetadas algumas falhas em sistemas a bordo da sonda, nomeadamente com os sistemas de análise de electrostática e com o sistema de aquecimento das câmaras de observação. Durante a trajetória, um conjunto de outros problemas apresentaram-se aos controladores da missão, com especial relevância para o funcionamento irregular da antena de alto ganho, a câmara de navegação e o computador de comando da sonda.
A 5 de fevereiro de 1974, a Mariner 10 cruza a órbita do planeta Vénus, a uma altitude de 5.768 km, transmitindo para a Terra as primeiras imagens detalhadas da espessa atmosfera venusiana. A alteração da trajetória provocada por Vénus (provocada pela redução da velocidade da sonda) coloca a Mariner 10 na direção de Mercúrio.
A sonda cruza a órbita de Mercúrio a 29 de março de 1974, a uma altitude de 704 km. Nesta primeira passagem, obtiveram-se as primeiras (poucas) imagens de Mercúrio e alterou-se a trajetória por forma a permitir mais 2 passagens adicionais - a 21 de setembro do mesmo ano, a uma altitude de 48.000 km, e a 16 de março de 1975, a uma altitude de 327 km. Na segunda e terceira passagens, obtiveram-se um conjunto de imagens detalhadas da superfície mas que, devido à forma da órbita, apenas permitiram a observação de pouco menos de metade da superfície total.
A missão manteve-se operacional até 24 de março de 1975, quando o controlo sobre os sistemas foi perdido. Hoje, a Mariner 10 permanece inativa numa órbita em torno do Sol.
    
Painel de fotografias de Mercúrio, 6 horas antes da primeira passagem junto ao planeta
      
A Sonda
A sonda Mariner 10, era constituída por um chassis octogonal com uma diagonal de 1,39 m. Ligados à estrutura, dois painéis solares com uma área de 2,5 m² forneciam toda a energia necessária à manutenção dos sistemas e dos instrumentos. Também conectado à estrutura octogonal, um braço de 5,8 m que suportava um magnetómetro. No topo da estrutura estava situada a antena, com 1,53 m de diâmetro e com um motor de direcionamento. A transmissão era realizada através das bandas S e X com um débito máximo de 117,6 kilobits por segundo. A propulsão era realizada através de um propulsor com 222 N de potência acoplado a um tanque esférico do combustível localizado no centro da estrutura. O peso total da sonda, no lançamento, era de 503 kg.
    

quarta-feira, março 01, 2023

A sonda Venera 13 aterrou em Vénus há quarenta e um anos

Postage stamp of Venera 13/14
  
Venera 13 (Russian: Венера-13 meaning Venus 13) was a probe in the Soviet Venera program for the exploration of Venus.
Venera 13 and 14 were identical spacecraft built to take advantage of the 1981 Venus launch opportunity and launched 5 days apart, Venera 13 on 30 October 1981 at 06:04:00 UTC and Venera 14 on 4 November 1981 at 05:31:00 UTC, both with an on-orbit dry mass of 760 kg.
    
(...)
    
After launch and a four-month cruise to Venus the descent vehicle separated from the cruise stage and plunged into the Venusian atmosphere on 1 March 1982. After entering the atmosphere a parachute was deployed. At an altitude of about 50 km the parachute was released and simple airbraking was used the rest of the way to the surface.
Venera 13 landed at 7.5°S 303°E, about 950 km northeast of Venera 14, just east of the eastern extension of an elevated region known as Phoebe Regio.
The lander had cameras to take pictures of the ground and spring-loaded arms to measure the compressibility of the soil. The quartz camera windows were covered by lens caps which popped off after descent.
The area was composed of bedrock outcrops surrounded by dark, fine-grained soil. After landing, an imaging panorama was started and a mechanical drilling arm reached to the surface and obtained a sample, which was deposited in a hermetically sealed chamber, maintained at 30 °C and a pressure of about 0.05 atmosphere (5 kPa). The composition of the sample determined by the X-ray fluorescence spectrometer put it in the class of weakly differentiated melanocratic alkaline gabbroids.
The lander functioned for 127 minutes (the planned design life was 32 minutes) in an environment with a temperature of 457 °C (855 °F) and a pressure of 89 Earth atmospheres (9.0 MPa). The descent vehicle transmitted data to the satellite, which acted as a data relay as it flew by Venus.
    
   
   in Wikipédia

sábado, novembro 19, 2022

Notícia interessante sobre o planeta Vénus

As nuvens de Vénus podem ser habitáveis. A confirmação estará para breve

 


 

O que sabemos sobre Vénus até agora foi recolhido de sondas anteriores. Em breve podemos descobrir se as nuvens do planeta são habitáveis.

Vénus, muitas vezes chamado de planeta “gémeo do mal” da Terra, formou-se mais próximo do Sol e desde então evoluiu de maneira bem diferente do nosso próprio planeta. Tem um efeito de estufa “descontrolado” (o que significa que o calor fica completamente preso), uma atmosfera espessa rica em dióxido de carbono, nenhum campo magnético e uma superfície quente o suficiente para derreter chumbo.

Várias missões científicas não tripuladas estudarão como e porque é que isso aconteceu, durante a próxima década. Mas agora alguns cientistas querem enviar uma missão tripulada para um sobrevoo. Esta é uma boa ideia?

Com um diâmetro ligeiramente menor que a Terra, Vénus orbita mais perto do Sol. Isto significa que qualquer água na superfície teria evaporado logo após a sua formação, iniciando o seu efeito de estufa.

Erupções vulcânicas precoces e sustentadas criaram planícies de lava e aumentaram o dióxido de carbono na atmosfera – iniciando o efeito de estufa descontrolado, que aumentou a temperatura de apenas um pouco mais alta que a da Terra para o seu alto valor atual de 475°C.

Enquanto o ano de Vénus é mais curto que o nosso (225 dias), a sua rotação é muito lenta (243 dias) e “retrógrada” – o contrário da Terra. A rotação lenta está relacionada com a falta de campo magnético, resultando numa perda contínua de atmosfera. A atmosfera de Vénus gira mais rápido que o próprio planeta. Imagens de muitas missões mostram padrões de nuvens em forma de V, compostas por gotículas de ácido sulfúrico.

Apesar das condições adversas, alguns cientistas especularam que as nuvens de Vénus podem, em algumas altitudes, abrigar condições habitáveis. Medições recentes aparentemente a mostrar fosfina – um sinal potencial de vida, pois é continuamente produzida por micróbios na Terra – nas nuvens de Vénus têm sido fortemente debatidas. Claramente, precisamos de mais medições e exploração para descobrir de onde vem.

 

Missões futuras

O que sabemos sobre Vénus até agora foi recolhido de várias sondas anteriores. Em 1970-82, por exemplo, as sondas soviéticas Venera 7-14 conseguiram pousar na superfície dura de Vénus, sobreviver por até duas horas e enviar imagens e dados.

Mas ainda há questões sobre como Vénus evoluiu de maneira tão diferente da Terra, que também são relevantes para entender quais planetas a orbitar outras estrelas podem abrigar vida.

A próxima década promete ser uma bonança para os cientistas que estudam Vénus. Em 2021, a NASA selecionou duas missões, Veritas e DaVinci, com lançamento previsto para 2028-30. A Agência Espacial Europeia selecionou a EnVision para lançamento no início de 2030. Estas são missões complementares e não tripuladas que nos darão uma compreensão mais profunda do ambiente e da evolução de Vénus.

A Veritas vai mapear a superfície de Vénus para determinar a história geológica, a composição das rochas e a importância da água primitiva.

A DaVinci inclui um orbitador e uma pequena sonda que descerá pela atmosfera e medirá a sua composição, estudará a formação e evolução do planeta e determinará se já teve um oceano.

A EnVision vai estudar a superfície, a subsuperfície e os gases residuais atmosféricos do planeta. Usará radar para mapear a superfície com melhor resolução do que nunca.

A Índia também planeia uma missão não tripulada, Shukrayaan-1, e a Rússia propôs a Venera-D.

 

in ZAP

sábado, outubro 22, 2022

A sonda Venera 9 aterrou em Vénus há 47 anos

Maquete da Venera 9 - o aterrizador estava alojado dentro da esfera

   

A Venera 9 foi uma sonda espacial enviada a Vénus e fazia parte do Programa Venera, desenvolvido pelo programa espacial soviético e era essencialmente idêntica à Venera 10.

A sonda era composta por um orbitador e um aterrizador e pesava no total 4.936 kg. Foi lançada no dia 8 de junho de 1975 e chegou a Vénus no dia 22 de outubro de 1975. Fez medições da atmosfera do planeta e obteve as primeiras fotos de sua superfície.
 
Primeira foto tirada da superfície de Vénus (horizonte está no canto superior direito) - as rochas possuem algumas dezenas de centímetros de largura
 
 

quarta-feira, outubro 19, 2022

A Mariner 5 chegou a Vénus há 55 anos

   
A Mariner 5 (Mariner Venus 1967) foi uma sonda espacial norte-americana que fez parte do Programa Mariner que transportou recursos complementares para o estudo da atmosfera de Vénus.
A Mariner 5 foi originalmente construída como uma cópia de segurança da Mariner 4, mas depois do sucesso daquela, foi modificada para a "missão Vénus", removendo a câmara de televisão, invertendo e reduzindo os quatro painéis solares, e adicionando isolamento térmico extra.
Ela foi lançada em direção a Vénus a 14 de junho de 1967 e chegou ao planeta a 19 de outubro desse mesmo ano, a uma altitude de 3.990 quilómetros. Com instrumentos mais sensíveis do que a sua antecessora, a Mariner 2, a Mariner 5 obteve mais informações sobre Vénus e também sobre as características do espaço profundo, em viagens interplanetárias.
Dados sobre a "ocultação de rádio" ocorridas na Mariner 5 ajudaram a compreender os dados sobre pressão e temperatura enviados pela sonda Venera 4 na sua aterragem, que chegou a Vénus um dia antes. Após estas missões, ficou claro que Vénus tinha uma superfície muito quente e uma atmosfera ainda mais densa do que a esperada.
As operações da Mariner 5 terminaram em novembro de 1967 e a sonda foi deixada numa órbita heliocêntrica.

terça-feira, outubro 18, 2022

Consguiu-se pousar uma sonda num planeta (Vénus) pela primeira vez há 55 anos...!

   
A Venera 4 (em russo: Венера-4) foi uma sonda espacial soviética do Programa Venera.
Esta foi lançada a partir de um Sputnik Tyazheliy (67-058B) em direção ao planeta Vénus, com a missão de estudar a atmosfera local. A 18 de outubro de 1967, a sonda espacial entrou na atmosfera venusiana e libertou dois termómetros, um barómetro, um rádio-altímetro, um indicador da densidade atmosférica, 11 analisadores de gases e dois rádio-transmissores que operavam na banda DM.
O módulo principal, que transportou a cápsula para Vénus, incluía um magnetómetro, detectores de raios cósmicos, indicadores de hidrogénio e oxigénio e aparelhos para recolha de partículas carregadas. Foram enviados sinais da sonda espacial, que abrandou e libertou um sistema de paraquedas depois de entrar na atmosfera venusiana, a uma altitude de 24,96 quilómetros. Venera-4 foi a primeira sonda a realizar com sucesso a análise do ambiente de outro planeta e foi também a primeira sonda a pousar noutro planeta.
Venera 4 realizou a primeira análise química da atmosfera venusiana, mostrando que Vénus tem principalmente dióxido de carbono com uma pequena percentagem de azoto e abaixo de um por cento de oxigénio e vapor de água. Também foi ela que detectou que Vénus tinha um campo magnético muito fraco e sem radiação. A camada atmosférica exterior continha muito pouco hidrogénio e oxigénio não atómico. A sonda enviou as primeiras medições diretas provando que Vénus é extremamente quente, que a atmosfera era muito mais densa do que a esperada e que Vénus tinha perdido a maior parte da sua água há muito tempo.

terça-feira, junho 14, 2022

A sonda Mariner 5 partiu rumo a Vénus há 55 anos

   
A Mariner 5 (Mariner Venus 1967) foi uma nave espacial norte-americana que fez parte do Programa Mariner que transportou recursos complementares para o estudo da atmosfera de Vénus.
A Mariner 5 foi originalmente construída como uma cópia de segurança da Mariner 4, mas depois do sucesso daquela, foi modificada para a "missão Vénus", removendo a câmara de televisão, invertendo e reduzindo os quatro painéis solares, e adicionando isolamento térmico extra.
Ela foi lançada em direção a Vénus a 14 de junho de 1967 e chegou ao planeta a 19 de outubro desse mesmo ano, a uma altitude de 3.990 quilómetros. Com instrumentos mais sensíveis do que a sua antecessora, a Mariner 2, a Mariner 5 obteve mais informações sobre Vénus e também sobre as características do espaço profundo, em viagens interplanetárias.
Dados sobre a "ocultação de rádio" ocorridas na Mariner 5 ajudaram a compreender os dados sobre pressão e temperatura enviados pela sonda Venera 4 na sua aterragem, que chegou a Vénus um dia antes. Após estas missões, ficou claro que Vénus tinha uma superfície muito quente e uma atmosfera ainda mais densa do que a esperada.
As operações da Mariner 5 terminaram em novembro de 1967 e a sonda foi deixada numa órbita heliocêntrica.

terça-feira, março 29, 2022

A Mariner 10 chegou a Mercúrio há 48 anos

      
A Mariner 10 foi uma sonda planetária integrada no Programa Mariner desenvolvido pelos Estados Unidos durante as décadas de 60 e 70. Foi a primeira sonda a utilizar a técnica de aceleração gravítica de um corpo celeste para auxílio à navegação (neste caso, utilizou a massa de Vénus para conseguir atingir Mercúrio). Foi também a primeira sonda a visitar dois planetas distintos (Vénus e Mercúrio).
Até à chegada da sonda MESSENGER a Mercúrio, a 18 de março de 2011, a Mariner 10 era a única sonda a ter visitado o planeta Mercúrio.
Foi a última missão do Programa Mariner sendo que as duas missões seguintes tiveram a sua designação alterada para Voyager.
     
A Missão
A Mariner 10 tinha como missão primária o estudo dos planetas Mercúrio e Vénus, em relação às suas características físicas, atmosféricas e ambientais. Estava também previsto o estudo do meio interplanetário e a avaliação de técnicas para o deslocamento nesse meio. Esta sonda foi lançada na sua missão através de um foguete Atlas-Centauro, a 3 de novembro de 1973.
Após o lançamento, a sonda foi colocada numa órbita em torno do Sol e numa trajetória em direção a Vénus. Foram, entretanto, detetadas algumas falhas em sistemas a bordo da sonda, nomeadamente com os sistemas de análise de electrostática e com o sistema de aquecimento das câmaras de observação. Durante a trajetória, um conjunto de outros problemas apresentaram-se aos controladores da missão, com especial relevância para o funcionamento irregular da antena de alto ganho, a câmara de navegação e o computador de comando da sonda.
A 5 de fevereiro de 1974, a Mariner 10 cruza a órbita do planeta Vénus, a uma altitude de 5.768 km, transmitindo para a Terra as primeiras imagens detalhadas da espessa atmosfera venusiana. A alteração da trajetória provocada por Vénus (provocada pela redução da velocidade da sonda) coloca a Mariner 10 na direção de Mercúrio.
A sonda cruza a órbita de Mercúrio a 29 de março de 1974, a uma altitude de 704 km. Nesta primeira passagem, obtiveram-se as primeiras (poucas) imagens de Mercúrio e alterou-se a trajetória por forma a permitir mais 2 passagens adicionais - a 21 de setembro do mesmo ano, a uma altitude de 48.000 km, e a 16 de março de 1975, a uma altitude de 327 km. Na segunda e terceira passagens, obtiveram-se um conjunto de imagens detalhadas da superfície mas que, devido à forma da órbita, apenas permitiram a observação de pouco menos de metade da superfície total.
A missão manteve-se operacional até 24 de março de 1975, quando o controlo sobre os sistemas foi perdido. Hoje, a Mariner 10 permanece inativa numa órbita em torno do Sol.
    
Painel de fotografias de Mercúrio, 6 horas antes da primeira passagem junto ao planeta
      
A Sonda
A sonda Mariner 10, era constituída por um chassis octogonal com uma diagonal de 1,39 m. Ligados à estrutura, dois painéis solares com uma área de 2,5 m² forneciam toda a energia necessária à manutenção dos sistemas e dos instrumentos. Também conectado à estrutura octogonal, um braço de 5,8 m que suportava um magnetómetro. No topo da estrutura estava situada a antena, com 1,53 m de diâmetro e com um motor de direcionamento. A transmissão era realizada através das bandas S e X com um débito máximo de 117,6 kilobits por segundo. A propulsão era realizada através de um propulsor com 222 N de potência acoplado a um tanque esférico do combustível localizado no centro da estrutura. O peso total da sonda, no lançamento, era de 503 kg.
    

terça-feira, março 01, 2022

Uma sonda aterrou em Vénus há quarenta anos...!

Postage stamp of Venera 13/14
  
Venera 13 (Russian: Венера-13 meaning Venus 13) was a probe in the Soviet Venera program for the exploration of Venus.
Venera 13 and 14 were identical spacecraft built to take advantage of the 1981 Venus launch opportunity and launched 5 days apart, Venera 13 on 30 October 1981 at 06:04:00 UTC and Venera 14 on 4 November 1981 at 05:31:00 UTC, both with an on-orbit dry mass of 760 kg.
    
(...)
    
After launch and a four-month cruise to Venus the descent vehicle separated from the cruise stage and plunged into the Venusian atmosphere on 1 March 1982. After entering the atmosphere a parachute was deployed. At an altitude of about 50 km the parachute was released and simple airbraking was used the rest of the way to the surface.
Venera 13 landed at 7.5°S 303°E, about 950 km northeast of Venera 14, just east of the eastern extension of an elevated region known as Phoebe Regio.
The lander had cameras to take pictures of the ground and spring-loaded arms to measure the compressibility of the soil. The quartz camera windows were covered by lens caps which popped off after descent.
The area was composed of bedrock outcrops surrounded by dark, fine-grained soil. After landing, an imaging panorama was started and a mechanical drilling arm reached to the surface and obtained a sample, which was deposited in a hermetically sealed chamber, maintained at 30 °C and a pressure of about 0.05 atmosphere (5 kPa). The composition of the sample determined by the X-ray fluorescence spectrometer put it in the class of weakly differentiated melanocratic alkaline gabbroids.
The lander functioned for 127 minutes (the planned design life was 32 minutes) in an environment with a temperature of 457 °C (855 °F) and a pressure of 89 Earth atmospheres (9.0 MPa). The descent vehicle transmitted data to the satellite, which acted as a data relay as it flew by Venus.
    
   
   in Wikipédia

sexta-feira, outubro 22, 2021

A sonda Venera 9 aterrou em Vénus há 46 anos

Maquete da Venera 9 - o aterrizador estava alojado dentro da esfera

   

A Venera 9 foi uma sonda espacial enviada a Vénus e fazia parte do Programa Venera, desenvolvido pelo programa espacial soviético e era essencialmente idêntica à Venera 10.

A sonda era composta por um orbitador e um aterrizador e pesava no total 4.936 kg. Foi lançada no dia 8 de junho de 1975 e chegou a Vénus no dia 22 de outubro de 1975. Fez medições da atmosfera do planeta e obteve as primeiras fotos de sua superfície.
 
Primeira foto tirada da superfície de Vénus. O horizonte está no canto superior direito. As rochas possuem algumas dezenas de centímetros de largura
 
 

terça-feira, outubro 19, 2021

A Mariner 5 chegou a Vénus há 54 anos

   
A Mariner 5 (Mariner Venus 1967) foi uma nave espacial norte-americana que fez parte do Programa Mariner que transportou recursos complementares para o estudo da atmosfera de Vénus.
A Mariner 5 foi originalmente construída como uma cópia de segurança da Mariner 4, mas depois do sucesso daquela, foi modificada para a "missão Vénus", removendo a câmara de televisão, invertendo e reduzindo os quatro painéis solares, e adicionando isolamento térmico extra.
Ela foi lançada em direção a Vénus a 14 de junho de 1967 e chegou ao planeta a 19 de outubro desse mesmo ano, a uma altitude de 3.990 quilómetros. Com instrumentos mais sensíveis do que a sua antecessora, a Mariner 2, a Mariner 5 obteve mais informações sobre Vénus e também sobre as características do espaço profundo, em viagens interplanetárias.
Dados sobre a "ocultação de rádio" ocorridas na Mariner 5 ajudaram a compreender os dados sobre pressão e temperatura enviados pela sonda Venera 4 na sua aterragem, que chegou a Vénus um dia antes. Após estas missões, ficou claro que Vénus tinha uma superfície muito quente e uma atmosfera ainda mais densa do que a esperada.
As operações da Mariner 5 terminaram em novembro de 1967 e a sonda foi deixada numa órbita heliocêntrica.

segunda-feira, outubro 18, 2021

Uma sonda aterrou num planeta (Vénus) pela primeira vez há 54 anos

   
A Venera 4 (em russo: Венера-4) foi uma sonda espacial soviética do Programa Venera.
Esta foi lançada a partir de um Sputnik Tyazheliy (67-058B) em direção ao planeta Vénus com a missão de estudar a atmosfera local. A 18 de outubro de 1967, a sonda espacial entrou na atmosfera venusiana e libertou dois termómetros, um barómetro, um rádio-altímetro, um indicador da densidade atmosférica, 11 analisadores de gases e dois rádio-transmissores que operavam na banda DM.
O módulo principal, que transportou a cápsula para Vénus, incluía um magnetómetro, detectores de raios cósmicos, indicadores de hidrogénio e oxigénio e aparelhos para recolha de partículas carregadas. Foram enviados sinais da sonda espacial, que abrandou e libertou um sistema de paraquedas depois de entrar na atmosfera venusiana, a uma altitude de 24,96 quilómetros. Venera-4 foi a primeira sonda a realizar com sucesso a análise do ambiente de outro planeta e foi também a primeira sonda a pousar noutro planeta.
Venera 4 realizou a primeira análise química da atmosfera venusiana, mostrando que Vénus tem principalmente dióxido de carbono com uma pequena percentagem de azoto e abaixo de um por cento de oxigénio e vapor de água. Também foi ela que detectou que Vénus tinha um campo magnético fraco e sem radiação. A camada atmosférica exterior continha muito pouco hidrogénio e oxigénio não atómico. A sonda enviou as primeiras medições diretas provando que Vénus é extremamente quente, que a atmosfera era muito mais densa do que a esperada e que Vénus tinha perdido a maior parte da sua água há muito tempo.