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quinta-feira, março 28, 2024

O asteroide Palas foi descoberto há duzentos e vinte e dois anos

 
Palas, de Pallas (asteroide 2 Palas) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que as suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única, mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto a 28 de março de 1802, por Heinrich Olbers, quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.
   
Uma imagem ultravioleta de 2 Palas mostrando a sua forma achatada, feita pelo Telescópio Espacial Hubble
  
História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou as suas observações deste objeto, notando que o seu movimento lento e uniforme não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers recuperaram-no, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava a tentar localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, que por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: antes deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter e Olbers havia encontrado um segundo objeto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseado nos seus movimentos orbitais médios, inclinação e excentricidade, descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com Palas, que nomeou como a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclíptica entre 33º e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002, mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides, em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram feitas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o seu diâmetro exato.
  
Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita
  
Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa por ser menos denso. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas tiveram o título de "o segundo maior" nalguns momentos da história da astronomia.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a dar um diâmetro preciso.
Mas estima-se que, em conjunto com Ceres, que são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de maio de 1979 falou-se da descoberta de um possível satélite diminuto, com um diâmetro de 1 km, ainda não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteroide Palas.
   

sábado, fevereiro 24, 2024

Notícia sobre envio (já efetuado) de sonda a asteroide metálico interessante...

NASA vai explorar asteroide trilionário. Falta pouco para a missão histórica

 

Asteroide Psyche (ilustração)

 

Rumo ao Psyche, para desvendar mistérios. 12 de outubro é a data em que “a ficção científica se tornará facto científico”.

Agora sim, há data marcada e já está próxima: 12 de outubro de 2023.

É a data em que “a ficção científica se tornará facto científico”, pegando em palavras do Interesting Engineering.

A NASA vai lançar a missão Psyche nesse dia, para explorar o misterioso e aparentemente trilionário asteroide com o mesmo nome – Psyche.

No Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida, decorrem os preparativos finais para a missão Psyche, que pretende desvendar os mistérios do asteroide homónimo.

Num comunicado, a agência espacial revela que os engenheiros testaram todos os quatro propulsores da nave, dobraram meticulosamente os seus painéis solares e abasteceram-na com gás xénon, o combustível para a sua jornada até ao cinturão de asteroides.

O principal objetivo desta missão é, não só chegar ao asteroide rico em metais, mas sim obter informações que poderão alterar a nossa compreensão sobre a formação planetária.

Como lembra o El Confidencial, o Psyche foi descoberto em 1852 mas continua a ser um mistério, guarda um segredo no seu interior.

Falta responder a diversas perguntas: Psyche é realmente um núcleo planetário exposto? É uma rocha grande, um monte de rochas menores ou algo totalmente diferente? As anteriores camadas exteriores (crosta e manto) foram violentamente arrancadas há muito tempo?

E falta a pergunta mais importante: o que aprendemos sobre Psyche pode ser extrapolado para resolver alguns dos mistérios sobre o núcleo da Terra?

Lindy Elkins-Tanton, a investigadora principal da Psyche na Universidade do Arizona, partilhou o seu entusiasmo, reforçando que a verdadeira celebração ocorrerá após o lançamento e estabelecimento bem-sucedido das comunicações.

A nave seguirá um percurso de espiral até ao asteroide, usando a sua eficiente propulsão elétrica solar, abastecida há pouco tempo com 1.085 kg de xénon.

O asteroide Psyche, com cerca de 278 km no seu ponto mais largo, é um laboratório celestial sem paralelo, podendo ser um fragmento do núcleo de um planetesimal, oferecendo uma perspetiva única sobre os blocos de construção dos primeiros planetas.

Recentes observações sugerem que o Psyche pode ser composto por uma combinação de metal e silicato, possivelmente contendo entre 30% e 60% de metal em volume.

Como parte do 14.º Programa de Descoberta da NASA, a missão Psyche é vista como um marco na exploração espacial.

Agora, resta-nos aguardar pelo lançamento, quando a ficção científica se transformará em facto científico.

 

in ZAP

 

(imagem daqui)

sábado, fevereiro 03, 2024

Notícia interessante sobre asteroide, com pistas sobre a formação e evolução do Sistema Solar...

“Bem-vinda a casa”. NASA traz amostras de asteroide para a Terra pela primeira vez

 

Nave espacial OSIRIS-REx da NASA em visita ao asteroide Bennu

 

A NASA conseguiu este domingo, pela primeira vez na sua história, trazer para a Terra uma amostra de um asteroide, que poderá proporcionar informações únicas sobre a origem da vida e a formação do sistema solar.

A cápsula da NASA que contém as amostras do asteroide Bennu aterrou às 08.52 locais (15.52 em Lisboa) de 24.09.2023, no deserto de Utah, nos Estados Unidos, pondo fim a uma viagem de sete anos.

Foi a primeira vez que a agência espacial dos Estados Unidos conseguiu recolher amostras de um asteroide. A Agência de Exploração Aerospacial do Japão conseguiu recuperar restos de asteroides em 2020, mas em quantidade mínima.

A missão da NASA, batizada como “Osiris-Rex”, esperava ter recolhido 250 gramas do asteroide Bennu, embora só se saiba com maior certeza quando a cápsula fosse aberta.

Os peritos creem que o asteroide Bennu contém moléculas que remontam à formação do sistema solar, há 4.500 milhões de anos e que pode dar algumas respostas a questões que intrigam a humanidade há séculos, como a origem da vida e do próprio sistema solar.

O asteroide Bennu é o mais perigoso do Sistema Solar. Já não devemos cá estar para o presenciar, mas sempre podemos marcar no calendário: o dia 24 de setembro de 2182 será o dia em que o asteroide Bennu terá maior probabilidade de colidir com a Terra nos próximos 300 anos.

A probabilidade de colisão é de apenas 0.057% – ou de uma em 11 750. A 24 de setembro de 2182, o Bennu vai ter uma probabilidade de 0.037% de chocar com a Terra, ou seja, uma em cada 2700. Cálculos anteriores apontavam para uma probabilidade de um em 2700 até ao ano 2200.

A NASA transmitiu em direto a aterragem e o momento mais emocionante ocorreu quando foi acionado um paraquedas que permitiu reduzir a velocidade da cápsula e evitar o seu despenhamento no deserto.

“Bem-vinda a casa”, afirmou Noelia González, da equipa de comunicação da NASA, no momento da chegada.

 

 

A viagem começou em 2016, quando a sonda “Osiris-Rex” partiu do centro da NASA em Cabo Canaveral, Flórida. Chegou a Bennu em 2018 e depois de voar ao redor do asteroide durante dois anos em busca do melhor local para a recolha de amostras, a nave aproximou-se da superfície para extrair poeira e pedaços de rochas.

Quando a NASA enviou uma nave para recolher amostras da superfície do asteroide Bennu, em 2020, causou uma explosão e abriu uma cratera de 8 metros de largura ao aterrar.

Um cientista da NASA observou que “as partículas que compõem o exterior do Bennu são tão soltas, que agem mais como um fluido do que como um sólido”.

A NASA descreve o asteroide como sendo semelhante às piscinas de bolas em que as crianças brincam - coloca-se qualquer tensão nas rochas e pedaços de pó na superfície de Bennu, e elas deslizam facilmente umas para as outras.

 

 

in ZAP

sábado, janeiro 20, 2024

Notícia interessante sobre impactismo na Terra...

A maior cratera de impacto da Terra pode estar escondida por baixo da Austrália

 

Gravuras encontradas na cratera de impacto de Vredefort

 

Os asteroides já foram responsáveis, possivelmente, pela extinção de mais espécies do que quase qualquer outro tipo de desastre desde o início da vida na Terra.

O mais famoso destes, o impactor Chicxulub, exterminou os dinossauros há cerca de 65 milhões de anos, juntamente com 76% de todas as espécies do planeta naquele período.

No entanto, essa não foi, de forma alguma, a pior catástrofe; tanto quanto podemos dizer, nem sequer foi o maior asteroide. Esse título atualmente pertence à cratera Vredefort na África do Sul. Com mais de 300 quilómetros de largura, é a maior cratera de asteroide encontrada até agora, pelo menos quando foi formada há cerca de dois mil milhões de anos.

Mas isso pode estar prestes a mudar, se uma teoria de Andrew Glikson e Tony Yeates da Universidade de New South Wales estiver correta. Os cientistas encontraram o que acreditam ser a maior cratera de impacto na Terra na sua própria província australiana de New South Wales e pensam que poderá ter causado um dos outros cinco grandes eventos de extinção.

Os cientistas nomearam a cratera, que estimam ter cerca de 520 quilómetros de tamanho, estrutura Deniliquin. Como escala e termo de comparação, a distância entre Porto e Faro é de cerca de 550 quilómetros. Investigar uma estrutura tão vasta é uma tarefa difícil, e torna-se ainda mais complicado quanto mais antiga for.

Glikson e Yeates estimam que a estrutura Denliquin tenha cerca de 445 milhões de anos. É muito tempo para a erosão, sedimentação e atividade tectónica afetarem qualquer estrutura na Terra, independentemente do seu tamanho. Contudo, existem algumas pistas reveladoras que os investigadores podem encontrar para indicar a dimensão desta cratera de impacto.

Primeiro, há uma avaliação dos dados geofísicos da região. As atualizações destes dados, que culminaram em 2020, apontam para uma estrutura com um domo definido de um evento sísmico de cerca de 520 km de largura. Outras evidências magnéticas abundam, como “falhas radiais” que apontam para o que se pensa ser o centro da estrutura de impacto. E existem algumas irregularidades magnéticas que poderiam ter sido causadas pelo magma em movimento mais próximo da superfície após o impacto.

Se realmente existir, teria sido criada por um impacto de proporções épicas. Os autores de um novo artigo sobre a cratera sugerem um momento específico na história há 445 milhões de anos, que coincide com o evento geológico chamado fase de glaciação Hirnantian, que fez parte da primeira das cinco grandes extinções – a extinção do fim do Ordovícico.

O fim do período Ordovícico foi causado por um arrefecimento global massivo, o que provocou grandes alterações na química dos oceanos e outros problemas. Um total de 86% de todas as espécies na Terra desapareceu durante este período, sendo o segundo mais catastrófico de todos os eventos de extinção (após o que acabou com o Pérmico há 250 milhões de anos).

Muitos processos geológicos podem causar o arrefecimento global, mas um dos mais dramáticos é o impacto de um asteroide, que lança detritos para a atmosfera superior que bloqueiam o Sol. Um impacto tão grande quanto o que criou a estrutura Deniliquin foi certamente suficientemente grande para fazer exatamente isso.

Portanto, esta imensa cratera poderia ser uma pista de como um asteroide diferente causou outra catástrofe global? Talvez, mas para obter uma melhor datação de quando o impacto ocorreu, os investigadores precisarão de recolher amostras do núcleo magnético da cratera de impacto.

Atualmente, não existem planos para o fazer, mas se a teoria ganhar atenção suficiente, certamente haverá algum multimilionário disposto a financiar um esforço para investigar a maior cratera de impacto do mundo – e descobrir se foi responsável por um dos eventos mais mortais na história da Terra.

 

in ZAP

segunda-feira, janeiro 15, 2024

A sonda espacial Stardust voltou para a Terra, com amostras, há dezoito anos


A Stardust era uma nave espacial da NASA, gerida pelo Laboratório de Propulsão a Jato, (JPL) da NASA na Califórnia. Foi lançada em 7 de fevereiro de 1999, pelo foguete Delta II, no Cabo Canaveral, estado da Flórida. A sua finalidade é o de investigar o cometaWild 2 e o asteroide Annefrank, além de recolher poeira interestelar.

Stardust é a primeira missão norte-americana, dedicada única e exclusivamente para explorar um cometa com a finalidade de trazer material extraterrestre, para lá da órbita da Lua.

A Stardust aproximou-se de Wild 2 em 2 de janeiro de 2004, após uma viagem de quatro anos pelo espaço. Durante esta aproximação ele recolheu amostras de poeira do cometa e obteve fotos detalhadas do seu núcleo gelado.

Adicionalmente a sonda Stardust devia trazer amostras de poeira interestelar que foi recentemente descoberta passando pelo Sistema Solar e se dirige para a constelação de Sagitário.

A sonda Stardust regressou, a 15 de janeiro de 2006, à Terra, para entregar as amostras do material proveniente do cometa dentro de uma cápsula. 

  


A missão

Acredita-se que o material recolhido pela sonda era antigo, de época anterior à existência do Sistema Solar e que também seja formado de grãos e de nuvens de poeira remanescentes da época da formação do Sistema Solar.

Para encontrar com o cometa Wild 2, a sonda teve que fazer três voltas em torno do Sol. Na segunda volta ocorreu a trajetória de interseção com o cometa. Durante este encontro, a sonda Stardust realizou uma série de tarefas como a contar o número de partículas com o instrumento científico denominado de Dust Flux Monitor (DFM) e em tempo real, analisar a composição destas partículas e substâncias voláteis pelo Comet and Interstellar Dust Analyzer (CIDA).

Utilizando uma substância denominada de Aerogel, a sonda Stardust consegue capturar e armazenar em segurança amostras do cometa, na sua longa jornada de volta para a Terra. Ela é constituída de silício, material que foi construído junto com a grade do coletor de aerogel, que é similar a uma grande raquete de ténis.

Estava previsto que em janeiro de 2006 a Stardust devia regressar e entregar a cápsula com as amostras dentro de um paraquedas, pesando aproximadamente 57 quilogramas.

Stardust foi a quarta missão da NASA do Programa Discovery, programa este que consiste na construção de pequenas naves espaciais de pesquisa espacial, que levem no máximo 36 meses para ficarem prontas e que custem menos de US$ 190 milhões de dólares em desenvolvimento e que o custo total da missão, seja inferior a US$ 299 milhões de dólares.

A missão Stardust veio depois das missões: Mars Pathfinder, Near Earth Asteroid Rendezvous ou (NEAR) e da Lunar Prospector.

Este é um programa de pesquisa espacial visa a obter dados científicos relevantes em missões de baixo custo, onde se emprega tecnologia de ponta, e cujas missões possam ser levadas adiante em um curto espaço de tempo.

  

Sucesso no retorno da cápsula

Em 15 de janeiro de 2006 a sonda Stardust teve sucesso regressou e, ao chegar à atmosfera terrestre, a cápsula contendo amostras do cometa e de poeira estelar, foi recolhida.

A cápsula de 45 kg pousou às 3 horas e 10 minutos, hora local, no deserto do Estado de Utah, no noroeste dos Estados Unidos.

Quando a cápsula se encontrava a 105.000 pés, um pequeno pára-quedas se abriu e estabilizou a cápsula. Quando foi atingido a altitude de 10.000 pés, o pára-quedas principal abriu e permitiu um pouso suave no deserto. Devido à escuridão da noite foram utilizados câmaras infravermelhas para monitorizar a descida da cápsula.

 

sexta-feira, setembro 15, 2023

O sistema solar pode voltar a ter nove planetas principais...

O Sistema Solar pode ter um nono planeta (e não é Plutão)

 

 

Todos nós costumávamos pensar que havia nove planetas. Mas em 2006 o Sistema Solar ficou com apenas oito planetas, quando Plutão deixou de ser classificado como tal.

Mas ainda é possível que haja um planeta além de Neptuno – possivelmente muito além dele? Nos últimos vinte anos, fizemos avanços significativos na exploração do sistema solar exterior.

Estamos a falar do que é conhecido como Espaço Transneptuniano, a noite eterna além do reino dos planetas gigantes. E nesta exploração deparamo-nos com uma surpreendente população de habitantes, os chamados Objetos Trans-Neptunianos Extremos, cujas características peculiares têm suscitado intenso debate na comunidade científica.

Alguns pesquisadores veem nessa população a manifestação de uma presença invisível, um novo planeta ainda não descoberto nos confins escuros e frios do nosso Sistema Solar. Outros, no entanto, pensam que tal planeta não existe e que essas peculiaridades transneptunianas extremas se devem à incompletude das nossas observações limitadas, os chamados “vieses de observação”.

 

Um hipotético mundo enorme e distante

Este planeta hipotético é provisoriamente conhecido como Planeta 9. Acredita-se que o Planeta 9 não seja um objeto pequeno como Plutão ou como muitos outros objetos transneptunianos que foram descobertos nos últimos anos. Simulações detalhadas foram criadas para teorizar sobre as características que o corpo poderia ter para produzir os efeitos observados, e a conclusão é que deve ser um planeta muito grande, com 4 a 8 vezes a massa da Terra.

Também deve estar extremamente longe do Sol: algo como dez vezes a distância de Plutão. Provavelmente ainda mais.

Se existir, seria um novo tipo de planeta, diferente dos outros que conhecemos atualmente no sistema solar. Os nossos vizinhos planetários são basicamente classificados em dois tipos. Eles são pequenos mundos rochosos com uma superfície sólida (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte) ou são gigantes gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno).

O Planeta 9 cairia em algum lugar entre essas categorias. Pode ser o que é conhecido como Super-Terra, um planeta rochoso maior que o nosso, ou Sub-Neptuno, um mundo gasoso menos massivo e ligeiramente menor que Neptuno.

Já localizamos planetas como este em torno de outras estrelas, mas, estando tão distantes, sabemos muito pouco sobre eles. Descobrir um no nosso próprio Sistema Solar abriria as portas para estudar em detalhes uma categoria de planetas quase desconhecida hoje.

 

A longa jornada do asteroide CNEOS14

Como poderíamos detetar este Planeta 9? Não é fácil. Estando tão longe, o seu brilho seria extremamente fraco e precisaríamos de poderosos telescópios. O problema é que esses telescópios costumam ter um campo de visão muito pequeno.

É como usar um microscópio para digitalizar uma área muito grande em busca de algo pequeno que deixamos cair. Nos últimos anos, esforços observacionais significativos foram feitos para tentar descobrir esse mundo indescritível – até agora sem sucesso.

Há alguns meses, foi publicado um artigo científico de dois investigadores de Harvard afirmando que um meteorito (CNEOS14) que caiu no Pacífico em 2014 não era um objeto do nosso Sistema Solar.

Este seria o primeiro objeto interestelar que detetamos, um pequeno asteroide de aproximadamente um metro de diâmetro que impactou o nosso planeta enquanto viajava pelo Sistema Solar a 60 quilómetros por segundo.

Esta alta velocidade é precisamente o que levou os investigadores a determinar a sua proveniência como visitante de outras estrelas. Para fazer isso, eles primeiro tiveram que descartar que o objeto tinha sido acelerado ou desviado pela gravidade de um planeta do nosso Sistema Solar, o que é fácil de verificar reconstruindo a sua trajetória e vendo se ele passou perto de algum dos planetas conhecidos. Neste caso, o asteroide não tinha passado perto de nenhum planeta conhecido.

Mas, e se CNEOS14 tivesse interagido com um planeta ainda não conhecido durante a sua jornada pelo Sistema Solar? Esta foi a pergunta que um novo estudo fez.

 

Uma incrível coincidência

A primeira pista de que poderia haver uma conexão entre o meteorito CNEOS14 e o Planeta 9 apareceu quando foi traçada num mapa celeste a órbita que o planeta deveria ter, de acordo com as simulações mais detalhadas, e sobreposta a origem do CNEOS14.

Foi descoberta uma coincidência impressionante entre a origem do meteorito e a região onde as simulações preveem que o Planeta 9 é mais provável de ser encontrado. A probabilidade de tal coincidência ser resultado do acaso é da ordem de 1%.

Seguindo essa linha de pensamento, foram feitas simulações que reconstroem a trajetória do CNEOS14 e foram encontradas outras três anomalias estatísticas que seriam altamente improváveis ​​num objeto vindo diretamente do meio interestelar.

Combinando a probabilidade dessas irregularidades, descobriu-se que ou há algo que não entendemos sobre objetos no meio interestelar ou há 99,9% de probabilidade de que o CNEOS14 tenha encontrado um planeta desconhecido no Sistema Solar externo – e esse novo mundo estar localizado exatamente na região prevista pelas simulações.

Essas coincidências e anomalias estatísticas levaram os autores a formular a “hipótese do mensageiro”, referindo-se ao uso do termo “mensageiro” na astrofísica para designar partículas que nos trazem informações dos corpos celestes. De acordo com esta hipótese, o CNEOS14 talvez tenha sido desviado por um objeto massivo desconhecido no Sistema Solar externo, possivelmente o Planeta 9, há entre 30 e 60 anos.

Se a conjetura estiver correta, traçando a trajetória do CNEOS14 para trás no tempo, encontraríamos a localização do Planeta 9 que, segundo os cálculos, estaria muito próximo do ponto onde as constelações de Áries, Touro e Cetus se encontram.

Está em curso uma campanha de observação no Observatório Javalambre (Teruel) para realizar esta busca. A tarefa ainda é difícil e vai levar tempo e trabalho, porque o campo a ser pesquisado ainda é grande e o objeto procurado é muito escuro, mas agora parece factível.

CNEOS14 pode estar a indicar a posição do Planeta 9 para nós. Ou talvez seja apenas uma grande coincidência cósmica. De qualquer forma, é uma bela história à qual poderíamos aplicar o velho ditado italiano de que se non è vero è ben trovato (mesmo que não seja verdade, está bem concebido) – expressão que, aliás, é atribuída a um astrónomo, o renascentista Frei Giordano Bruno.

 

Adaptado e corrigido de ZAP

sexta-feira, setembro 01, 2023

O asteroide Juno foi descoberto há 219 anos

 

Juno visto em quatro comprimentos de onda de luz - uma grande cratera aparece obscurecida nos 934 nm

 
Juno (asteroide 3) foi descoberto a 1 de setembro de 1804 pelo astrónomo alemão Karl Harding em Lilienthal. Localizado na cintura principal, foi o terceiro asteroide a ser descoberto, levando o número de ordem 3. Tem o nome da figura mitológica Juno, a deusa romana suprema, mulher de Júpiter.
Juno, líder da família de asteroides Juno, é um dos maiores asteroides da cintura principal, medindo cerca de 234 km em diâmetro. É um asteroide tipo S, significando isto que é altamente refletivo e composto de uma mistura de níquel e ferro com silicatos de ferro e magnésio.
  
Tamanho: os primeiros 10 asteroides descobertos, por cima da Lua - Juno é o terceiro a contar da esquerda
    
in Wikipédia

domingo, agosto 13, 2023

Notícia sobre um cometa disfarçado de asteroide - ou vice-versa...

O estranho asteroide 3200 Phaethon acabou de ficar ainda mais estranho

  

 

3200 Phaethon

 

Uma nova descoberta sobre o asteroide 3200 Phaethon - que mais parece um cometa - acabou de o tornar ainda mais estranho do que já era.

O asteroide 3200 Phaethon tem cerca de 5,4 quilómetros de largura e destaca-se por ter características pouco habituais, comportando-se mais como um cometa e menos como um asteroide. Os cientistas pensavam que isto acontecia devido à poeira que escapou do asteroide quando impactado pelo Sol.

No entanto, um novo estudo revelou que a cauda do asteroide é feita de sódio em gás e não é empoeirada como se acreditava, escreve o site Interesting Engineering.

“A nossa análise mostra que a atividade semelhante a um cometa de Phaethon não pode ser explicada por nenhum tipo de poeira”, disse Qicheng Zhang, autor principal do estudo, em comunicado.

Os asteroides, que são fundamentalmente rochosos, não costumam formar caudas quando se aproximam do Sol. Os cometas, no entanto, são uma mistura de gelo e rocha, e normalmente formam caudas quando o Sol vaporiza o seu gelo.

Quando os astrónomos descobriram Phaethon em 1983, perceberam que a órbita do asteroide correspondia à dos meteoros Geminídeos. Phaethon era a fonte da chuva anual de meteoros, embora fosse um asteróide e não um cometa, explica a NASA.

“Os cometas normalmente brilham intensamente por emissão de sódio quando muito perto do Sol, então suspeitamos que o sódio também poderia ter um papel fundamental no brilho de Phaethon”, disse Zhang.

As recentes observações dos cientistas mostraram que a cauda do asteroide apareceu brilhante apenas no filtro que detetou sódio e não no que detetou poeira. Além disso, a cauda mudou de forma e intensidade quando Phaethon passou pelo Sol. Isto foi de encontro àquilo que os peritos esperavam caso fosse feita de sódio.

Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista científica Planetary Science Journal.

A equipa realça que os resultados deitam por terra “14 anos de pensamento sobre um objeto bem examinado”. Ainda assim, realça o Interesting Engineering, resta uma pergunta importante: se Phaethon não liberta muita poeira, como é que o asteroide fornece o material para a chuva de meteoros que vemos anualmente?

 

in ZAP

sábado, julho 22, 2023

Giuseppe Piazzi, o padre astrónomo que descobriu o primeiro asteroide, morreu há 197 anos

      
Em 1 de janeiro de 1801 Piazzi descobriu o planeta anão Ceres, tendo-o designado inicialmente por Cerere Ferdinan­dea (por causa da deusa da mitologia romana Ceres e do Rei Fernando IV de Nápoles e da Sicília). A existência e a localização de Ceres tinha sido prevista pela lei de Titius-Bode alguns anos antes e durante muitos anos foi considerado como um asteroide.
   
Homenagens
Em 1871, Constantino Corti esculpiu uma estátua de Piazzi, esta estátua encontra-se na terra natal de Piazzi, Ponte in Valtellina. Mais tarde, em 1923, 1000 Piazzia, o milésimo asteroide a ser numerado, foi batizado em sua homenagem. Em 1935, o seu nome foi dado a uma cratera lunar - Piazzi. Mais recentemente, um grande albedo, provavelmente uma cratera, fotografada pelo telescópio espacial Hubble em Ceres, foi, informalmente, batizada de Piazzi.

Ceres - foto de maio de 2015, pela sonda Dawn
       

sexta-feira, julho 07, 2023

Giuseppe Piazzi nasceu há 277 anos

  

Em 1 de janeiro de 1801 Piazzi descobriu o planeta anão Ceres, tendo-o designado inicialmente por Cerere Ferdinan­dea. A existência e a localização de Ceres tinha sido prevista pela lei de Titius-Bode alguns anos antes e durante muitos anos foi considerado como um asteroide.

Homenagens
Em 1871, Constantino Corti esculpiu uma estátua de Piazzi, esta estátua encontra-se na terra natal de Piazzi, Ponte in Valtellina. Mais tarde, em 1923, 1000 Piazzia, o milésimo asteroide a ser numerado, foi batizado em sua homenagem. Em 1935, o seu nome foi dado a uma cratera lunar - Piazzi. Mais recentemente, um grande albedo, provavelmente uma cratera, fotografada pelo telescópio espacial Hubble em Ceres, foi, informalmente, batizada de Piazzi.
 
Ceres
  
in Wikipédia

terça-feira, março 28, 2023

Palas foi descoberto há duzentos e vinte e um anos

 
Palas, de Pallas (asteroide 2 Palas) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que as suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única, mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto a 28 de março de 1802, por Heinrich Olbers, quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.
   
Uma imagem ultravioleta de 2 Palas mostrando a sua forma achatada, feita pelo Telescópio Espacial Hubble
  
História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou as suas observações deste objeto, notando que o seu movimento lento e uniforme não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers recuperaram-no, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava a tentar localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, que por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: antes deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter e Olbers havia encontrado um segundo objeto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseado nos seus movimentos orbitais médios, inclinação e excentricidade, descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com Palas, que nomeou como a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclíptica entre 33º e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002, mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides, em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram feitas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o seu diâmetro exato.
  
Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita
  
Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa por ser menos denso. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas tiveram o título de "o segundo maior" nalguns momentos da história da astronomia.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a dar um diâmetro preciso.
Mas estima-se que, em conjunto com Ceres, que são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de maio de 1979 falou-se da descoberta de um possível satélite diminuto, com um diâmetro de 1 km, ainda não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteroide Palas.
   

domingo, janeiro 15, 2023

A sonda espacial Stardust voltou a casa, com amostras, há dezassete anos


A Stardust era uma nave espacial da NASA, gerida pelo Laboratório de Propulsão a Jato, (JPL) da NASA na Califórnia. Foi lançada em 7 de fevereiro de 1999, pelo foguete Delta II, no Cabo Canaveral, estado da Flórida. A sua finalidade é o de investigar o cometaWild 2 e o asteroide Annefrank, além de recolher poeira interestelar.

Stardust é a primeira missão norte-americana, dedicada única e exclusivamente para explorar um cometa com a finalidade de trazer material extraterrestre, para lá da órbita da Lua.

A Stardust aproximou-se de Wild 2 em 2 de janeiro de 2004, após uma viagem de quatro anos pelo espaço. Durante esta aproximação ele recolheu amostras de poeira do cometa e obteve fotos detalhadas do seu núcleo gelado.

Adicionalmente a sonda Stardust devia trazer amostras de poeira interestelar que foi recentemente descoberta passando pelo Sistema Solar e se dirige para a constelação de Sagitário.

A sonda Stardust regressou, a 15 de janeiro de 2006, à Terra, para entregar as amostras do material proveniente do cometa dentro de uma cápsula. 

  


A missão

Acredita-se que o material recolhido pela sonda era antigo, de época anterior à existência do Sistema Solar e que também seja formado de grãos e de nuvens de poeira remanescentes da época da formação do Sistema Solar.

Para encontrar com o cometa Wild 2, a sonda teve que fazer três voltas em torno do Sol. Na segunda volta ocorreu a trajetória de interseção com o cometa. Durante este encontro, a sonda Stardust realizou uma série de tarefas como a contar o número de partículas com o instrumento científico denominado de Dust Flux Monitor (DFM) e em tempo real, analisar a composição destas partículas e substâncias voláteis pelo Comet and Interstellar Dust Analyzer (CIDA).

Utilizando uma substância denominada de Aerogel, a sonda Stardust consegue capturar e armazenar em segurança amostras do cometa, na sua longa jornada de volta para a Terra. Ela é constituída de silício, material que foi construído junto com a grade do coletor de aerogel, que é similar a uma grande raquete de ténis.

Estava previsto que em janeiro de 2006 a Stardust devia regressar e entregar a cápsula com as amostras dentro de um paraquedas, pesando aproximadamente 57 quilogramas.

Stardust foi a quarta missão da NASA do Programa Discovery, programa este que consiste na construção de pequenas naves espaciais de pesquisa espacial, que levem no máximo 36 meses para ficarem prontas e que custem menos de US$ 190 milhões de dólares em desenvolvimento e que o custo total da missão, seja inferior a US$ 299 milhões de dólares.

A missão Stardust veio depois das missões: Mars Pathfinder, Near Earth Asteroid Rendezvous ou (NEAR) e da Lunar Prospector.

Este é um programa de pesquisa espacial visa a obter dados científicos relevantes em missões de baixo custo, onde se emprega tecnologia de ponta, e cujas missões possam ser levadas adiante em um curto espaço de tempo.

  

Sucesso no retorno da cápsula

Em 15 de janeiro de 2006 a sonda Stardust teve sucesso regressou e, ao chegar à atmosfera terrestre, a cápsula contendo amostras do cometa e de poeira estelar, foi recolhida.

A cápsula de 45 kg pousou às 3 horas e 10 minutos, hora local, no deserto do Estado de Utah, no noroeste dos Estados Unidos.

Quando a cápsula se encontrava a 105.000 pés, um pequeno pára-quedas se abriu e estabilizou a cápsula. Quando foi atingido a altitude de 10.000 pés, o pára-quedas principal abriu e permitiu um pouso suave no deserto. Devido à escuridão da noite foram utilizados câmaras infravermelhas para monitorizar a descida da cápsula.

 

quinta-feira, setembro 01, 2022

O asteroide Juno foi descoberto há 218 anos

Juno visto em quatro comprimentos de onda de luz - uma grande cratera aparece obscurecida nos 934 nm

Juno (asteroide 3) foi descoberto a 1 de setembro de 1804 pelo astrónomo alemão Karl Harding em Lilienthal. Localizado na cintura principal, foi o terceiro asteroide a ser descoberto, levando o número de ordem 3. Tem o nome da figura mitológica Juno, a deusa romana suprema, mulher de Júpiter.
Juno, líder da família de asteroides Juno, é um dos maiores asteroides da cintura principal, medindo cerca de 234 km em diâmetro. É um asteroide tipo S, significando isto que é altamente refletivo e composto de uma mistura de níquel e ferro com silicatos de ferro e magnésio.
  
Tamanho: os primeiros 10 asteroides descobertos, por cima da Lua - Juno é o terceiro a contar da esquerda
    
in Wikipédia

sexta-feira, julho 22, 2022

Giuseppe Piazzi, o astrónomo que descobriu o primeiro asteroide, morreu há 196 anos

      
Em 1 de janeiro de 1801 Piazzi descobriu o planeta anão Ceres, tendo-o designado inicialmente por Cerere Ferdinan­dea (por causa da deusa da mitologia romana Ceres e do Rei Fernando IV de Nápoles e da Sicília). A existência e a localização de Ceres tinha sido prevista pela lei de Titius-Bode alguns anos antes e durante muitos anos foi considerado como um asteroide.
   
Homenagens
Em 1871, Constantino Corti esculpiu uma estátua de Piazzi, esta estátua encontra-se na terra natal de Piazzi, Ponte in Valtellina. Mais tarde, em 1923, 1000 Piazzia, o milésimo asteroide a ser numerado, foi batizado em sua homenagem. Em 1935, o seu nome foi dado a uma cratera lunar - Piazzi. Mais recentemente, um grande albedo, provavelmente uma cratera, fotografada pelo telescópio espacial Hubble em Ceres, foi, informalmente, batizada de Piazzi.

Ceres - foto de maio de 2015, pela sonda Dawn
       

quinta-feira, julho 07, 2022

Giuseppe Piazzi nasceu há 276 anos

 
Em 1 de janeiro de 1801 Piazzi descobriu o planeta anão Ceres, tendo-o designado inicialmente por Cerere Ferdinan­dea. A existência e a localização de Ceres tinha sido prevista pela lei de Titius-Bode alguns anos antes e durante muitos anos foi considerado como um asteroide.

Homenagens
Em 1871, Constantino Corti esculpiu uma estátua de Piazzi, esta estátua encontra-se na terra natal de Piazzi, Ponte in Valtellina. Mais tarde, em 1923, 1000 Piazzia, o milésimo asteroide a ser numerado, foi batizado em sua homenagem. Em 1935, o seu nome foi dado a uma cratera lunar - Piazzi. Mais recentemente, um grande albedo, provavelmente uma cratera, fotografada pelo telescópio espacial Hubble em Ceres, foi, informalmente, batizada de Piazzi.

Ceres
  
in Wikipédia

segunda-feira, março 28, 2022

O asteroide Palas foi descoberto há duzentos e vinte anos

 
Palas, de Pallas (asteroide 2 Palas) é o segundo maior asteroide, situado na cintura entre Marte e Júpiter. Estima-se que as suas dimensões sejam 558 x 526 x 532 km. A sua composição é única, mas bastante similar à dos asteroides do tipo C.
Foi descoberto a 28 de março de 1802, por Heinrich Olbers, quando observava Ceres. Olbers, batizou-o com o nome da deusa grega da sabedoria.
   
Uma imagem ultravioleta de 2 Palas mostrando a sua forma achatada, feita pelo Telescópio Espacial Hubble
  
História
Em 1801, o astrónomo Giuseppe Piazzi descobriu um objeto que inicialmente confundiu com um cometa. Pouco tempo depois, Piazzi anunciou as suas observações deste objeto, notando que o seu movimento lento e uniforme não era característico de um cometa, sugerindo que seria um objeto diferente.
Durante vários meses, o objeto foi perdido de vista, mas posteriormente Franz Xaver von Zach e Heinrich W. M. Olbers recuperaram-no, utilizando como base uma órbita preliminar calculada por Friedrich Gauss.
Este objeto foi batizado por Ceres e foi o primeiro asteroide a ser descoberto.
Alguns meses depois, em Bremen, Olbers estava a tentar localizar de novo o asteroide Ceres, quando observou um outro objeto novamente na vizinhança. Era o asteroide Palas, que por coincidência passava perto de Ceres naquele tempo.
A descoberta deste objeto causou um grande interesse pela comunidade astronómica: ante deste momento os astrónomos especulavam que devia existir um planeta entre Marte e Júpiter, e Olbers havia encontrado um segundo objecto.
A órbita de Palas foi determinada por Gauss, quando encontrou que o período de 4,6 anos era similar ao período de Ceres. Entretanto, Palas teria uma inclinação orbital relativamente elevada ao plano da eclíptica.
Em 1917, o astrónomo japonês Kiyotsugu Hirayama começou a estudar os movimentos dos asteroides. Observando um grupo de asteroides e baseado nos seus movimentos orbitais médios, inclinação e excentricidade, descobriu diversos agrupamentos distintos. Hirayama relatou um grupo de três asteroides associados com Palas, que nomeou como a Família Palas, usando o nome do membro maior do grupo.
Desde de 1994 mais de dez membros desta família foram identificados (os membros têm um afélio entre 2.50–2.82 U.A.; inclinação relativamente ao plano da eclíptica entre 33º e 38°).
A existência da família foi finalmente confirmada em 2002, mediante comparação dos seu espectros.
Palas foi observado ocultando uma estrela, por diversas vezes, incluindo o melhor observação de todos os eventos de ocultação de asteroides, em 29 de maio de 1983, quando as medidas do sincronismo da ocultação foram feitas por 140 observadores. Estes ajudaram a determinar o seu diâmetro exato.
  
Comparação de tamanho: os primeiros 10 asteroides com a Lua da Terra - Palas é o segundo da esquerda para a direita
  
Caraterísticas
Palas é o terceiro maior objeto da cintura de asteroides, similar a 4 Vesta em volume, mas com menos massa por ser menos denso. Em comparação, a massa de Palas equivale a aproximadamente a 0,3% da massa da Lua. Tanto Vesta como Palas tiveram o título de "o segundo maior" nalguns momentos da história da astronomia.
Palas tem sido observado ocultando uma estrela várias vezes. Medições cuidadosamente dos tempos de ocultação tem ajudado a dar um diâmetro preciso.
Mas estima-se que, em conjunto com Ceres, que são os únicos corpos da cintura de asteroides de forma esférica.
Durante a ocultação de 29 de maio de 1979 falou-se da descoberta de um possível satélite diminuto, com um diâmetro de 1 km, ainda não foi confirmada. Como curiosidade, o elemento químico paládio (número atómico 46) foi assim batizado em homenagem ao asteróide Palas.