Mostrar mensagens com a etiqueta crimes contra a humanidade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta crimes contra a humanidade. Mostrar todas as mensagens

sábado, março 16, 2024

O massacre de My Lai foi há 56 anos...

         
Mỹ Lai é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietname.
  
História
Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à região por denúncias de que a área estaria a servir de refúgio para guerrilheiros vietcongs da FNL (Frente Nacional para a Libertação do Vietname), foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da região às sete da manhã para compra de comida e que, consequentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.
Como consequência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, rumaram ao local. Muitos soldados dessa unidade haviam sido mortos ou feridos em combates, nos dias anteriores.
Quando as tropas penetraram na aldeia, o tenente Calley, lhes disse: "É o que vocês estavam esperando: uma missão de procurar e destruir". Calley diria mais tarde ter recebido ordens para "limpar My Lai", considerada um feudo dos combatentes da FNL. '"As ordens eram para matar tudo o que se mexesse"', diria mais tarde um dos militares americanos ao jornalista Seymour Hersh, que daria a conhecer ao mundo o horror praticado pelo exército dos EUA naquela aldeia.
Sob o comando de Calley, o pelotão não poupou ninguém. Em apenas quatro horas, mataram os animais, queimaram as choupanas, violaram e mutilaram as mulheres, assassinaram homens e trucidaram as crianças. Para sobreviver, alguns habitantes tiveram que fingir-se de mortos, passando horas no meio dos cadáveres. No final do derramamento de sangue, havia 504 cadáveres dos aldeões, na sua grande maioria idosos, mulheres e crianças (cerca de 170), todos desarmados e assassinados a sangue frio. Ron Haeberle, fotógrafo militar que acompanhava o pelotão, encarregou-se de imortalizar a chacina.
No ocidente, o episódio é conhecido como o massacre de My Lai, e no Vietname, como Son My, o nome do povoado a que pertenciam as quatro aldeias, entre elas My Lai, que serviram de cenário para a orgia matinal de atrocidades, celebrada pelos homens da Companhia Charlie, dirigida pelo capitão Ernest Medina.
Cerca de vinte pessoas sobreviveram. As casas foram incendiadas, e as quatro aldeias reduzidas a cinzas. Quando acabou a guerra, em 1975, alguns voltaram para recomeçar a vida na terra de seus ancestrais. Seis deles permanecem na comunidade, rebatizada pela República Socialista do Vietname como Tinh Khe.
O massacre só foi interrompido graças à iniciativa heroica de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras da sua própria aeronave contra os soldados americanos.
O crime só veio a público um mês depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo norte-americanos, inclusive ao presidente Richard Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e estamparam-nas nos media mundiais, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietname.
Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de factos e provas no caso de My Lai. Comparado pelos media aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazis, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes, foi indiciado e julgado.
Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.
   

domingo, janeiro 28, 2024

O genocida Charles Taylor, ex-presidente da Liberia, nasceu há 76 anos

  

Charles McArthur Ghankay Taylor (Arthington, 28 de janeiro de 1948) é um economista e político que foi presidente da Libéria de 1997 a 2003. Era um líder militar proeminente na guerra civil liberiana da década de 90, foi eleito presidente, preso, foragido com apoio norte-americano e forçado a exilar-se. Pelas suas ações, consideradas cruéis dentro do seu próprio país, e também pela sua participação na violenta Guerra Civil de Serra Leoa, Taylor passou a ser considerado um criminoso de guerra e foi posteriormente detido pela ONU e acusado formalmente de perpetrar crimes contra a humanidade.

  
Biografia
Nasceu em 1948, filho de libero-americanos, estudou nos Estados Unidos. Voltou à Libéria quando ocorreu o golpe de Estado de Samuel Kanyon Doe em 1980, que foi bem sucedido, sendo encarregado de controlar o orçamento de Estado. Todavia, desviou cerca de um milhão de dólares e, assim, Taylor regressou aos Estados Unidos, mesmo enfrentando um pedido de extradição do governo da Libéria.
Charles Taylor foi exilado para a Serra Leoa, depois de ter sido capturado na Nigéria, próximo dos Camarões, de onde se preparava para fugir, com duas malas cheias de dólares e euros.
O Tribunal Especial para a Serra Leoa foi criado para "julgar todos os que têm grande responsabilidade pelos crimes contra a Humanidade e de Guerra". Charles Taylor foi acusado por 17 crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo aterrorizar a população, assassinatos ilegais, violência sexual e física, recrutamento forçado de crianças-soldado, sequestros (raptos), trabalho forçado e ataques ao pessoal da ONU, entre outros.

Julgamento e condenação 
Taylor foi condenado por um tribunal ligado às Nações Unidas e à Serra Leoa, tornando-se o primeiro ex-chefe de nação a ser condenado pela justiça internacional. Charles Taylor foi condenado a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para a Serra Leoa, sendo o seu julgamento realizado em Haia, nos Países Baixos.
   

quinta-feira, março 16, 2023

O massacre de My Lai foi há 55 anos...

         
Mỹ Lai é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietname.
  
História
Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à região por denúncias de que a área estaria a servir de refúgio para guerrilheiros vietcongs da FNL (Frente Nacional para a Libertação do Vietname), foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da região às sete da manhã para compra de comida e que, consequentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.
Como consequência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, rumaram ao local. Muitos soldados dessa unidade haviam sido mortos ou feridos em combates, nos dias anteriores.
Quando as tropas penetraram na aldeia, o tenente Calley, lhes disse: "É o que vocês estavam esperando: uma missão de procurar e destruir". Calley diria mais tarde ter recebido ordens para "limpar My Lai", considerada um feudo dos combatentes da FNL. '"As ordens eram para matar tudo o que se mexesse"', diria mais tarde um dos militares americanos ao jornalista Seymour Hersh, que daria a conhecer ao mundo o horror praticado pelo exército dos EUA naquela aldeia.
Sob o comando de Calley, o pelotão não poupou ninguém. Em apenas quatro horas, mataram os animais, queimaram as choupanas, violaram e mutilaram as mulheres, assassinaram homens e trucidaram as crianças. Para sobreviver, alguns habitantes tiveram que fingir-se de mortos, passando horas no meio dos cadáveres. No final do derramamento de sangue, havia 504 cadáveres dos aldeões, na sua grande maioria idosos, mulheres e crianças (cerca de 170), todos desarmados e assassinados a sangue frio. Ron Haeberle, fotógrafo militar que acompanhava o pelotão, encarregou-se de imortalizar a chacina.
No ocidente, o episódio é conhecido como o massacre de My Lai, e no Vietname, como Son My, o nome do povoado a que pertenciam as quatro aldeias, entre elas My Lai, que serviram de cenário para a orgia matinal de atrocidades, celebrada pelos homens da Companhia Charlie, dirigida pelo capitão Ernest Medina.
Cerca de vinte pessoas sobreviveram. As casas foram incendiadas, e as quatro aldeias reduzidas a cinzas. Quando acabou a guerra, em 1975, alguns voltaram para recomeçar a vida na terra de seus ancestrais. Seis deles permanecem na comunidade, rebatizada pela República Socialista do Vietname como Tinh Khe.
O massacre só foi interrompido graças à iniciativa heroica de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras da sua própria aeronave contra os soldados americanos.
O crime só veio a público um mês depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo norte-americanos, inclusive ao presidente Richard Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e estamparam-nas nos media mundiais, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietname.
Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de factos e provas no caso de My Lai. Comparado pelos media aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazis, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes, foi indiciado e julgado.
Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.
   

sábado, janeiro 28, 2023

O genocida Charles Taylor, ex-presidente da Liberia, faz hoje 75 anos

  

Charles McArthur Ghankay Taylor (Arthington, 28 de janeiro de 1948) é um economista e político que foi presidente da Libéria de 1997 a 2003. Era um líder militar proeminente na guerra civil liberiana da década de 90, foi eleito presidente, preso, foragido com apoio norte-americano e forçado a exilar-se. Pelas suas ações, consideradas cruéis dentro do seu próprio país, e também pela sua participação na violenta Guerra Civil de Serra Leoa, Taylor passou a ser considerado um criminoso de guerra e foi posteriormente detido pela ONU e acusado formalmente de perpetrar crimes contra a humanidade.

  
Biografia
Nasceu em 1948, filho de libero-americanos, estudou nos Estados Unidos. Voltou à Libéria quando ocorreu o golpe de Estado de Samuel Kanyon Doe em 1980, que foi bem sucedido, sendo encarregado de controlar o orçamento de Estado. Todavia, desviou cerca de um milhão de dólares e, assim, Taylor regressou aos Estados Unidos, mesmo enfrentando um pedido de extradição do governo da Libéria.
Charles Taylor foi exilado para a Serra Leoa, depois de ter sido capturado na Nigéria, próximo dos Camarões, de onde se preparava para fugir, com duas malas cheias de dólares e euros.
O Tribunal Especial para a Serra Leoa foi criado para "julgar todos os que têm grande responsabilidade pelos crimes contra a Humanidade e de Guerra". Charles Taylor foi acusado por 17 crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo aterrorizar a população, assassinatos ilegais, violência sexual e física, recrutamento forçado de crianças-soldado, sequestros (raptos), trabalho forçado e ataques ao pessoal da ONU, entre outros.

Julgamento e condenação 
Taylor foi condenado por um tribunal ligado às Nações Unidas e à Serra Leoa, tornando-se o primeiro ex-chefe de nação a ser condenado pela justiça internacional. Charles Taylor foi condenado a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para a Serra Leoa, sendo o seu julgamento realizado em Haia, nos Países Baixos.
   

quarta-feira, março 16, 2022

O massacre de My Lai foi há 54 anos...

       
Mỹ Lai é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietname.
  
História
Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à região por denúncias de que a área estaria a servir de refúgio para guerrilheiros vietcongs da FNL (Frente Nacional para a Libertação do Vietname), foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da região às sete da manhã para compra de comida e que, consequentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.
Como consequência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, rumaram ao local. Muitos soldados dessa unidade haviam sido mortos ou feridos em combates, nos dias anteriores.
Quando as tropas penetraram na aldeia, o tenente Calley, lhes disse: "É o que vocês estavam esperando: uma missão de procurar e destruir". Calley diria mais tarde ter recebido ordens para "limpar My Lai", considerada um feudo dos combatentes da FNL. '"As ordens eram para matar tudo o que se mexesse"', diria mais tarde um dos militares americanos ao jornalista Seymour Hersh, que daria a conhecer ao mundo o horror praticado pelo exército dos EUA naquela aldeia.
Sob o comando de Calley, o pelotão não poupou ninguém. Em apenas quatro horas, mataram os animais, queimaram as choupanas, violaram e mutilaram as mulheres, assassinaram homens e trucidaram as crianças. Para sobreviver, alguns habitantes tiveram que fingir-se de mortos, passando horas no meio dos cadáveres. No final do derramamento de sangue, havia 504 cadáveres dos aldeões, na sua grande maioria idosos, mulheres e crianças (cerca de 170), todos desarmados e assassinados a sangue frio. Ron Haeberle, fotógrafo militar que acompanhava o pelotão, encarregou-se de imortalizar a chacina.
No ocidente, o episódio é conhecido como o massacre de My Lai, e no Vietname, como Son My, o nome do povoado a que pertenciam as quatro aldeias, entre elas My Lai, que serviram de cenário para a orgia matinal de atrocidades, celebrada pelos homens da Companhia Charlie, dirigida pelo capitão Ernest Medina.
Cerca de vinte pessoas sobreviveram. As casas foram incendiadas, e as quatro aldeias reduzidas a cinzas. Quando acabou a guerra, em 1975, alguns voltaram para recomeçar a vida na terra de seus ancestrais. Seis deles permanecem na comunidade, rebatizada pela República Socialista do Vietname como Tinh Khe.
O massacre só foi interrompido graças à iniciativa heroica de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras da sua própria aeronave contra os soldados americanos.
O crime só veio a público um mês depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo norte-americanos, inclusive ao presidente Richard Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e estamparam-nas nos media mundiais, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietname.
Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de factos e provas no caso de My Lai. Comparado pelos media aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazis, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes, foi indiciado e julgado.
Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.
   

sexta-feira, janeiro 28, 2022

Charles Taylor, ex-presidente da Liberia condenado por crimes contra a humanidade, faz hoje 74 anos

  

Charles McArthur Ghankay Taylor (Arthington, 28 de janeiro de 1948) é um economista e político que foi presidente da Libéria de 1997 a 2003. Era um líder militar proeminente na guerra civil liberiana da década de 90, foi eleito presidente, preso, foragido com apoio norte-americano e forçado a exilar-se. Pelas suas ações, consideradas cruéis dentro do seu próprio país, e também pela sua participação na violenta Guerra Civil de Serra Leoa, Taylor passou a ser considerado um criminoso de guerra e foi posteriormente detido pela ONU e acusado formalmente de perpetrar crimes contra a humanidade.

  
Biografia
Nasceu em 1948, filho de libero-americanos, estudou nos Estados Unidos. Voltou à Libéria quando ocorreu o golpe de Estado de Samuel Kanyon Doe em 1980, que foi bem sucedido, sendo encarregado de controlar o orçamento de Estado. Todavia, desviou cerca de um milhão de dólares e, assim, Taylor regressou aos Estados Unidos, mesmo enfrentando um pedido de extradição do governo da Libéria.
Charles Taylor foi exilado para a Serra Leoa, depois de ter sido capturado na Nigéria, próximo dos Camarões, de onde se preparava para fugir, com duas malas cheias de dólares e euros.
O Tribunal Especial para a Serra Leoa foi criado para "julgar todos os que têm grande responsabilidade pelos crimes contra a Humanidade e de Guerra". Charles Taylor foi acusado por 17 crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo aterrorizar a população, assassinatos ilegais, violência sexual e física, recrutamento forçado de crianças-soldado, sequestros (raptos), trabalho forçado e ataques ao pessoal da ONU, entre outros.

Julgamento e condenação 
Taylor foi condenado por um tribunal ligado às Nações Unidas e à Serra Leoa, tornando-se o primeiro ex-chefe de nação a ser condenado pela justiça internacional. Charles Taylor foi condenado a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para a Serra Leoa, sendo o seu julgamento realizado em Haia, nos Países Baixos.
   

terça-feira, março 16, 2021

O massacre de My Lai foi há 53 anos...

    
Mỹ Lai é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietname.
  
História
Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à região por denúncias de que a área estaria a servir de refúgio para guerrilheiros vietcongs da FNL (Frente Nacional para a Libertação do Vietname), foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da região às sete da manhã para compra de comida e que, consequentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.
Como consequência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, rumaram ao local. Muitos soldados dessa unidade haviam sido mortos ou feridos em combates, nos dias anteriores.
Quando as tropas penetraram na aldeia, o tenente Calley, lhes disse: "É o que vocês estavam esperando: uma missão de procurar e destruir". Calley diria mais tarde ter recebido ordens para "limpar My Lai", considerada um feudo dos combatentes da FNL. '"As ordens eram para matar tudo o que se mexesse"', diria mais tarde um dos militares americanos ao jornalista Seymour Hersh, que daria a conhecer ao mundo o horror praticado pelo exército dos EUA naquela aldeia.
Sob o comando de Calley, o pelotão não poupou ninguém. Em apenas quatro horas, mataram os animais, queimaram as choupanas, violaram e mutilaram as mulheres, assassinaram homens e trucidaram as crianças. Para sobreviver, alguns habitantes tiveram que fingir-se de mortos, passando horas no meio dos cadáveres. No final do derramamento de sangue, havia 504 cadáveres dos aldeões, na sua grande maioria idosos, mulheres e crianças (cerca de 170), todos desarmados e assassinados a sangue frio. Ron Haeberle, fotógrafo militar que acompanhava o pelotão, encarregou-se de imortalizar a chacina.
No ocidente, o episódio é conhecido como o massacre de My Lai, e no Vietname, como Son My, o nome do povoado a que pertenciam as quatro aldeias, entre elas My Lai, que serviram de cenário para a orgia matinal de atrocidades, celebrada pelos homens da Companhia Charlie, dirigida pelo capitão Ernest Medina.
Cerca de vinte pessoas sobreviveram. As casas foram incendiadas, e as quatro aldeias reduzidas a cinzas. Quando acabou a guerra, em 1975, alguns voltaram para recomeçar a vida na terra de seus ancestrais. Seis deles permanecem na comunidade, rebatizada pela República Socialista do Vietname como Tinh Khe.
O massacre só foi interrompido graças à iniciativa heróica de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras da sua própria aeronave contra os soldados americanos.
O crime só veio a público um mês depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo norte-americanos, inclusive ao presidente Richard Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e estamparam-nas nos media mundiais, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietname.
Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de factos e provas no caso de My Lai. Comparado pelos media aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazis, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes, foi indiciado e julgado.
Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.
   

quinta-feira, janeiro 28, 2021

Charles Taylor, ex-presidente da Liberia condenado por crimes contra a humanidade, faz hoje 73 anos


Charles McArthur Ghankay Taylor
(Arthington, 28 de janeiro de 1948) é um economista e político que foi presidente da Libéria de 1997 a 2003. Era um líder militar proeminente na guerra civil liberiana da década de 90, foi eleito presidente, preso, foragido com apoio americano e forçado a exilar-se. Pelas suas ações, consideradas cruéis dentro do seu próprio país, e também pela sua participação na violenta Guerra Civil de Serra Leoa, Taylor passou a ser considerado um criminoso de guerra e foi posteriormente detido pela ONU e acusado formalmente de perpetrar crimes contra a humanidade.
  
Biografia
Nasceu em 1948, filho de libero-americanos, estudou nos Estados Unidos. Voltou à Libéria quando ocorreu o golpe de Estado de Samuel Kanyon Doe em 1980, que foi bem sucedido, sendo encarregado de controlar o orçamento de Estado. Todavia, desviou cerca de um milhão de dólares e, assim, Taylor regressou aos Estados Unidos, mesmo enfrentando um pedido de extradição do governo da Libéria.
Charles Taylor foi exilado para a Serra Leoa, depois de ter sido capturado na Nigéria, próximo dos Camarões, de onde se preparava para fugir, com duas malas cheias de dólares e euros.
O Tribunal Especial para a Serra Leoa foi criado para "julgar todos os que têm grande responsabilidade pelos crimes contra a Humanidade e de Guerra". Charles Taylor foi acusado por 17 crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo aterrorizar a população, assassinatos ilegais, violência sexual e física, recrutamento forçado de crianças-soldado, sequestros (raptos), trabalho forçado e ataques ao pessoal da ONU, entre outros.

Julgamento e condenação 
Taylor foi condenado por um órgão ligado às Nações Unidas e à Serra Leoa, tornando-se o primeiro ex-chefe de nação a ser condenado pela justiça internacional. Charles Taylor foi condenado a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para Serra Leoa, sendo o seu julgamento realizado em Haia, nos Países Baixos.
   

sexta-feira, março 16, 2018

O massacre de My Lai foi há cinquenta anos...

Mỹ Lai é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietname.

História
Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à região por denúncias de que a área estaria a servir de refúgio para guerrilheiros vietcongs da FNL (Frente Nacional para a Libertação do Vietname), foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da região às sete da manhã para compra de comida e que, consequentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.
Como consequência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, rumaram ao local. Muitos soldados dessa unidade haviam sido mortos ou feridos em combates, nos dias anteriores.
Quando as tropas penetraram na aldeia, o tenente Calley, lhes disse: "É o que vocês estavam esperando: uma missão de procurar e destruir". Calley diria mais tarde ter recebido ordens para "limpar My Lai", considerada um feudo dos combatentes da FNL. '"As ordens eram para matar tudo o que se mexesse"', diria mais tarde um dos militares americanos ao jornalista Seymour Hersh, que daria a conhecer ao mundo o horror praticado pelo exército dos EUA naquela aldeia.
Sob o comando de Calley, o pelotão não poupou ninguém. Em apenas quatro horas, mataram os animais, queimaram as choupanas, violaram e mutilaram as mulheres, assassinaram homens e trucidaram as crianças. Para sobreviver, alguns habitantes tiveram que fingir-se de mortos, passando horas no meio dos cadáveres. No final do derramamento de sangue, havia 504 cadáveres dos aldeões, na sua grande maioria idosos, mulheres e crianças (cerca de 170), todos desarmados e assassinados a sangue frio. Ron Haeberle, fotógrafo militar que acompanhava o pelotão, encarregou-se de imortalizar a chacina.
No ocidente, o episódio é conhecido como o massacre de My Lai, e no Vietname, como Son My, o nome do povoado a que pertenciam as quatro aldeias, entre elas My Lai, que serviram de cenário para a orgia matinal de atrocidades, celebrada pelos homens da Companhia Charlie, dirigida pelo capitão Ernest Medina.
Cerca de vinte pessoas sobreviveram. As casas foram incendiadas, e as quatro aldeias reduzidas a cinzas. Quando acabou a guerra, em 1975, alguns voltaram para recomeçar a vida na terra de seus ancestrais. Seis deles permanecem na comunidade, rebatizada pela República Socialista do Vietname como Tinh Khe.
O massacre só foi interrompido graças à iniciativa heróica de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras da sua própria aeronave contra os soldados americanos.
O crime só veio a público um mês depois, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do caso – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo norte-americanos, inclusive ao presidente Richard Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e estamparam-nas nos media mundiais, ajudando a aumentar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietname.
Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de factos e provas no caso de My Lai. Comparado pelos media aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a condenação e execução de diversos oficiais nazis, apenas o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes, foi indiciado e julgado.
Condenado à prisão perpétua, Calley foi perdoado dois dias depois da divulgação da sentença pelo presidente Nixon, cumprindo uma pena alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.
   

domingo, janeiro 28, 2018

Charles Taylor, ex-presidente da Liberia condenado por crimes contra a humanidade, faz hoje setenta anos

Charles McArthur Ghankay Taylor (Arthington, 28 de janeiro de 1948) é um economista e político que foi presidente da Libéria de 1997 a 2003. Era um líder militar proeminente na guerra civil liberiana da década de 90, foi eleito presidente, preso, foragido com apoio americano e forçado a exilar-se. Pelas suas ações, consideradas cruéis dentro do seu próprio país, e também por sua participação na violenta Guerra Civil de Serra Leoa, Taylor passou a ser considerado um criminoso de guerra e foi posteriormente detido pela ONU e acusado formalmente de perpetrar crimes contra a humanidade.
  
Biografia
Nasceu em 1948, filho de libero-americanos, estudou nos Estados Unidos. Voltou à Libéria quando ocorreu o golpe de Estado de Samuel Kanyon Doe em 1980, que foi bem sucedido, sendo encarregado de controlar o orçamento de Estado. Todavia, desviou cerca de um milhão de dólares e, assim, Taylor regressou aos Estados Unidos, mesmo enfrentando um pedido de extradição do governo da Libéria.
Charles Taylor foi exilado para a Serra Leoa, depois de ter sido capturado na Nigéria, próximo dos Camarões, de onde se preparava para fugir, com duas malas cheias de dólares e euros.
O Tribunal Especial para a Serra Leoa foi criado para "julgar todos os que têm grande responsabilidade pelos crimes contra a Humanidade e de Guerra". Charles Taylor foi acusado por 17 crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo aterrorizar a população, assassinatos ilegais, violência sexual e física, recrutamento forçado de crianças-soldado, sequestros (raptos), trabalho forçado e ataques ao pessoal da ONU, entre outros.

Julgamento e condenação 
Taylor foi condenado por um órgão ligado às Nações Unidas e à Serra Leoa, tornando-se o primeiro ex-chefe de nação a ser condenado pela justiça internacional. Charles Taylor foi condenado a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial para Serra Leoa, sendo o seu julgamento realizado em Haia, nos Países Baixos.