sábado, abril 20, 2024
Joan Miró nasceu há cento e trinta e um anos...
sexta-feira, abril 19, 2024
Botero nasceu há noventa e dois anos...
Fernando Botero Angulo (Medellín, 19 de abril de 1932 - Mónaco, 15 de setembro de 2023) foi um artista figurativista colombiano, cujo estilo é chamado por alguns de "boterismo", o que lhe dá uma identidade inconfundível.
As suas obras destacam-se sobretudo por figuras rotundas, o que pode sugerir a estaticidade da humanidade. Percebe-se a sua escultura como uma crítica social, especialmente no que diz respeito à ganância do ser humano.
(...)
Em 1954, Botero casou-se com Gloria Zea (fundadora do Museu de Arte Moderna de Bogotá e diretora do Instituto Colombiano de Cultura Colcultura) e tiveram três filhos: Fernando (nascido em 1956 enquanto moravam na Cidade do México e foi Ministro da Defesa, durante o governo de Ernesto Samper), Lina (1958) e Juan Carlos Botero Zea (1960). O casal divorciou-se em 1960.
Em 1964, Botero casou-se com Cecilia Zambrano, com quem teve um filho, Pedro (1970), que morreu tragicamente em 1974 em um acidente de carro na Espanha, enquanto a família estava de férias. Botero e Zambrano se separaram em 1975. Em 1978, Botero casou-se com a artista grega Sophia Vari. Eles moravam em Paris e tinham uma casa em Pietrasanta, Itália.
segunda-feira, abril 15, 2024
Leonardo da Vinci nasceu há 572 anos
Leonardo di Ser Piero da Vinci, ou simplesmente Leonardo da Vinci (Anchiano, 15 de abril de 1452 - Amboise, 2 de maio de 1519), foi um polímata italiano, uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o percursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido. Segundo a historiadora de arte Helen Gardner, a profundidade e o alcance de seus interesses não tiveram precedentes e sua mente e personalidade parecem sobre-humanos para nós, e o homem em si [parece-nos] misterioso e distante.
in Wikipédia
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sexta-feira, abril 12, 2024
O escultor Mario Cravo nasceu há cento e um anos...
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terça-feira, abril 02, 2024
O pintor surrealista Max Ernst nasceu há 133 anos
Max Ernst (Brühl, 2 de abril de 1891 - Paris, 1 de abril de 1976) foi um pintor alemão, naturalizado norte-americano e depois francês. Também praticou a poesia entre os surrealistas, movimento do qual fez parte. Seu filho foi Jimmy Ernst.
Max Ernst, Ubu Imperator, 1923, Musée National d'Art Moderne, Centre Pompidou, Paris
in Wikipédia
quarta-feira, março 06, 2024
Miguel Ângelo nasceu há 549 anos
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de março de 1475 - Roma, 18 de fevereiro de 1564), mais conhecido simplesmente como Miguel Ângelo, foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente.
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terça-feira, fevereiro 27, 2024
O escultor Ruy Roque Gameiro nasceu há 118 anos
(imagem daqui)
Ruy Roque Gameiro (Amadora, 27 de fevereiro de 1906 - Rio de Mouro, 18 de agosto de 1935) foi um escultor português.
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quarta-feira, fevereiro 21, 2024
Lagoa Henriques morreu há quinze anos...
António Augusto Lagoa Henriques (Lisboa, 27 de dezembro de 1923 - Lisboa, 21 de fevereiro de 2009) foi um escultor português.
Fernando Pessoa, bronze
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sexta-feira, fevereiro 16, 2024
Soares dos Reis suicidou-se há 135 anos...
António Manuel Soares dos Reis nasceu a 14 de outubro de 1847, no lugar de Santo Ovídio, freguesia de Mafamude, concelho de Vila Nova de Gaia. Era filho de Manuel Soares Júnior, proprietário de uma tenda de mercearia a retalho, e de sua mulher Rita do Nascimento de Jesus. Recebeu o apelido "dos Reis", de seu avô materno, António José dos Reis.
Aos 20 anos tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Em 1867, tendo vencido o concurso com um busto, Firmino, com o espírito romântico que a escultura portuguesa não conhecera ainda, parte para Paris, onde frequentou o atelier de François Jouffroy[3] e a École Imperiale et Speciale des Beaux Arts, recebendo aulas de Adolphe Yvon e de Hippolyte Taine.[4] Também aqui Soares dos Reis alcançou a classificação de n.º 1 do curso, distinção que levou os seus colegas a batizá-lo com o epíteto de voleur des prix (ladrão de prémios).
Mas a eclosão da Guerra Franco-Prussiana obrigou-o a regressar ao país. Por instâncias dos seus professores da Academia Portuense é enviado para Roma, a fim de completar o período de pensionato, sem assumir qualquer professor. Soares dos Reis chegou à Cidade Eterna em 1871 e foi aqui que executou uma das suas obras mais românticas e originais, O Desterrado, sua obra maior. Obra formalmente clássica, O Desterrado é também a nostalgia da Pátria distante uma «estátua da saudade». De inspiração classicista, a obra (na altura tida como plágio, o que iria angustiar durante muito tempo o escultor) é um notável trabalho dos volumes, permitindo jogos de luz e sombra, a acentuarem o sentido do título. A obra exerceu influência direta sobre obras da subsequente geração de escultores.
Resultado do seu contacto com a escultura europeia da época, a fase seguinte da obra de Soares dos Reis, para além do virtuosismo técnico da sua execução, iria ser marcada pelos valores do realismo, patentes, em várias obras.
Chegado ao Porto em 1872, Soares dos Reis foi recebido pelos seus conterrâneos com aplausos e admiração, sendo nomeado Académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes, em 1873. Em 1875, é nomeado Académico de Mérito pela Academia de Belas Artes de Lisboa. E em 1878 recebe uma Menção honrosa na Exposição Universal de Paris. Até 1880, o escultor produziu, expôs e foi reconhecido por diversos trabalhos. Foi um dos fundadores do Centro Artístico Portuense, organismo que muito contribuiu para a difusão das artes plásticas no país.
Contudo, Soares dos Reis será acusado de plagiar a estátua de Ares do Museu das Termas - e mais tarde dir-se-á mesmo que não era ele o autor d’O Desterrado, acusações que atingiram profundamente o artista. A obra é exposta em 1874 na Academia e em 1881 obtém uma medalha de ouro em Madrid sendo agraciado com o Grau de Cavaleiro da Ordem de Carlos III.
Monumento a D. Afonso Henriques, bronze, Guimarães
Obra revolucionária para a época, revelando qualidade e inspiração pessoal, O Desterrado é bem a expressão de uma certa ideia de Pátria a que os Vencidos da Vida se acordarão. Soares dos Reis fará posteriormente a estátua do Conde de Ferreira (1876), de D. Afonso Henriques (1887), de Brotero (1888), os retratos de Hintze Ribeiro, Correia de Barros e Fontes Pereira de Melo e os bustos da Viscondessa de Moser (1884) e «da Inglesa» (1887). Aceitou outras encomendas menores, por desespero e falta de outras — santos para confrarias, ornatos para estuques, gravuras para O Occidente, etc. Em 1881 é nomeado professor da Escola de Belas-Artes do Porto, onde pretende reformar o ensino da escultura, contando com a oposição obstinada dos seus colegas. Expõe em Paris, em 1881, na Exposição Universal.
Estátua de Avelar Brotero, 1887 - Jardim botânico de Coimbra
O seu ecletismo revelou-se na escultura de temática religiosa, onde também deixou uma marca naturalista (Cristo Crucificado, 1877) ou evocadora de um certo goticismo (São José e São Joaquim, peças esculpidas para a frontaria da capela da família Pestana, no Porto).
A 15 de julho de 1885, casa em Mafamude, com Amélia Aguiar de Macedo, de quem teve dois filhos: Raquel Engrácia de Macedo Soares dos Reis (1886-1952) e Fernando de Macedo Soares dos Reis (1888-?), que viriam a falecer sem deixar descendência. Dedicado à divulgação da escultura, lecionou nos cursos noturnos do Centro Artístico Portuense, de sua iniciativa. Sofrendo, na sua intenção de renovar o ensino da escultura, a oposição de outras figuras ligadas às instituições da época, o escultor, de temperamento depressivo, abandona o Centro Artístico Portuense em 1887 e, dois anos depois, em 1889, suicida-se no seu atelier em Vila Nova de Gaia. É encontrado apoiado à sua mesa de trabalho. Desfechara um tiro de revólver contra a cabeça. Na parede branca atrás da cadeira onde ficou sentado, escrevera: «Sou cristão, porém, nestas condições, a vida para mim é insuportável. Peço perdão a quem ofendi injustamente, mas não perdoo a quem me fez mal». Tinha 41 anos e foi sepultado no cemitério de Mafamude, na localidade onde nascera, numa sepultura de mármore com o busto da Saudade, obra de sua autoria.
Incapaz de se sobrepor à incompreensão e ao descrédito lançados contra o seu valor artístico e de enfrentar a obstrução sistemática aos seus esforços de inovação como docente, recorreu ao suicídio, deixando uma obra ímpar na escultura da segunda metade do século XIX.
«Porto, 16 – Suicidou-se hoje às 08h00 da manhã, na sua casa da Rua
de Luís de Camões, em Vila Nova de Gaia, disparando dois tiros de
revólver na cabeça, o eminente estatuário Soares dos Reis, lente de
escultura na Academia de Belas Artes e autor de verdadeiras obras
primas. (…) São desconhecidas as causas que determinaram o suicídio.» in “Diário de Noticias”, 17 de fevereiro de 1889.
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quinta-feira, fevereiro 15, 2024
O escultor Francisco Franco faleceu há 69 anos
Pertence à primeira geração de artistas modernistas portugueses e destaca-se, segundo José-Augusto França, como o maior escultor português da década de 20. A sua obra desse período é um marco na renovação da escultura nacional. O seu Monumento a Gonçalves Zarco, 1927, assinala uma inflexão e tornar-se-ia numa referência para as direções da escultura pública portuguesa a partir dos anos 30; Francisco Franco foi, então, um dos autores mais solicitados para a realização da estatuária oficial do Estado Novo.
Estátua de D. João III, 1948 - Coimbra
Estátua de D. Dinis, 1943 - Coimbra
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segunda-feira, fevereiro 05, 2024
O Museu Hermitage abriu há 172 anos
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quarta-feira, janeiro 24, 2024
Modigliani morreu há 104 anos...
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quinta-feira, janeiro 11, 2024
Alberto Giacometti morreu há 58 anos
Vida
Filho do pintor Giovanni Giacometti (impressionista), estudou em Genebra, Roma e a partir de 1922 em França
Alberto Giacometti nasceu em 1901, em Borgonovo, e morreu em 1966, em Chur. Inicia a sua formação em Genebra, deslocando-se em 1923 para Paris, onde estuda com Antoine Bourdelle. Nessa época conheceu alguns dos principais pintores dadaístas, cubistas e surrealistas que influenciaram o seu início de carreira.
Adere ao movimento surrealista entre 1930 e 1934, período em que produziu algumas obras fundamentais para a caracterização da escultura surrealista, como L'Heure des Traces (1930), O Palácio às Quatro da Manhã (1932) e Mãos Sustentando o Vazio (1934). Esta última escultura valeu-lhe a admiração de André Breton, o autor do Manifesto Surrealista.
O escritor James Lord posou para o último retrato de Giacometti e escreveu um livro sobre o escultor que foi transformado em filme dirigido por Stanley Tucci.
Obra
Nos trabalhos realizados depois da Segunda Guerra Mundial, onde a figura humana protagoniza as suas pesquisas plásticas, Giacometti recupera a capacidade expressiva da imagem e do objeto, acompanhando a tendência neo-figurativa que, nestes anos, marca o percurso criativo de vários artistas plásticos. Esta representação do corpo humano marca o período mais original de Giacometti.
A recorrência dos temas e das soluções plásticas adotadas resulta de um posicionamento teórico identificado com a filosofia existencialista, como o testemunha a amizade entre Giacometti e Jean-Paul Sartre. O existencialismo na obra de Giacometti traduz-se numa essencialidade e numa repetição dos meios expressivos e dos gestos formais, que imprimem à figura humana uma significação fundamental: uma linha vertical confrontando com a horizontalidade do mundo. A deformação dramática das proporções, o alongamento das formas e a manipulação da superfície e da textura acentuam a materialidade dos objetos e a capacidade expressiva e poética da obra de arte. As personagens, isoladas ou em grupos, exprimem um sentido de individualismo e de descontextualização, acentuado pela própria escala das esculturas. Destacam-se, entre as inúmeras obras executadas durante o final da década de 40 e da década seguinte, as esculturas L'Homme qui marche, representado, atualmente, na nota de cem francos suíços. Também era sua a escultura mais cara do mundo, vendida por 74.2 milhões de euros em 3 de fevereiro de 2010.
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Marcadores: Alberto Giacometti, escultura, expressionismo, pintura, Suíça
sexta-feira, janeiro 05, 2024
João Cutileiro morreu há três anos...
João Pires Cutileiro (Lisboa, 26 de junho de 1937 – Lisboa, 5 de janeiro de 2021) foi um escultor português.
Vida
De família burguesa, de raízes alentejanas, nasceu em Lisboa. Sua mãe, de nome Amália Pires, dona de casa, era de Pavia, no Alto Alentejo, e foi viver para Évora, onde se casou com José Cutileiro, um médico da Organização Mundial da Saúde aí sediado. Dos três filhos do casal, João Cutileiro era o do meio, sendo irmão de José Cutileiro. Em Lisboa, a família Cutileiro vivia na Av. Elias Garcia, numa casa afamada por ser frequentada pela chamada intelligentsia, um grupo de personalidades da época. António Pedro, um deles, trá-lo para desenhar no seu atelier, em 1946. Durante os dois anos que aí trabalhou, foi fortemente influenciado pelo Surrealismo. A família do pai era republicana e oposicionista ao regime do Estado Novo; a família da mãe era católica conservadora, além de apoiante do regime de Salazar.
Quando tinha seis anos, a família deixou a cidade de Évora e passou a viver em Lisboa. Mais tarde, o seu pai, sofrendo constrangimentos na direção do Centro de Saúde de Lisboa por motivos políticos - antes, fora afastado de um concurso para professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, por interferência da PIDE - passa a exercer a sua profissão ao serviço da Organização Mundial da Saúde. É assim que, por força da atividade profissional do pai, Cutileiro passa parte da sua adolescência em países tão distintos como a Suíça, a Índia e o Paquistão.
Entre 1949 e 1951, frequentou o estúdio de Jorge Barradas onde executa trabalhos de modelismo e de pintura, para além de vidrados de cerâmica. Descontente, mudou-se para o atelier de António Duarte, onde foi assistente de canteiro, voluntário, durante dois anos. Lá se deu o seu contacto com a pedra, pois tinha como trabalho ampliar os modelos do mestre canteiro, passá-los a gesso e, a esses últimos, metamorfoseá-los no mármore. Em 1951, com 14 anos, apresentou a sua primeira exposição individual em Reguengos de Monsaraz, numa loja de máquinas de costura, mostrando esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.
Completou o liceu no Colégio Valsassina e foi nesse período que apresentou a sua ideologia política, quando ingressou na organização juvenil do Movimento de Unidade Democrática (MUD). Anos mais tarde, em 1960, assumiu de novo uma posição política ao ingressar no Partido Comunista Português (PCP). Esta passagem pelo PCP como militante foi curta, pois a "célula" a que pertencia desmanchou-se e os contactos perderam-se.
A caminho de Cabul, para visitar o seu pai que lá ficaria um ano, passou por Florença, onde se encantou pela obra de Michelangelo. Confirmou então uma tendência que existia desde os seus seis anos, quando esculpiu um presépio, a tendência para a escultura. No regresso a Lisboa, inscreve-se na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL), sendo aluno de Leopoldo de Almeida.
Não passou mais do que dois anos na ESBAL, entre 1953 e 1954, por perceber que em Portugal o único material considerado prestável era o bronze e as pesquisas, o experimentalismo e a criatividade eram travados. Saiu do país por influência de Paula Rego, que lhe deu a conhecer, em Londres, a Slade School of Art. Nessa escola, que frequentou entre 1955 e 1959 com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, desenvolveu a sua capacidade com o seu mestre escultor Reg Butler e no final recebeu três prémios: composição, figura e cabeça.
Obra
Ao começar a utilizar máquinas elétricas para executar o trabalho, dedicou-se ao mármore e surgem as figuras, as paisagens, as caixas e as árvores. Nos dez anos seguintes a 1961, fez cinco exposições em Lisboa e uma no Porto.
Em 1970, regressou a Portugal e instalou-se em Lagos. É lá que executou a sua obra mais polémica, D. Sebastião, erigida nessa mesma cidade.
Essa obra confrontou o academicismo do Estado Novo e recebeu fortes críticas, tendo Cutileiro afirmado, de modo irónico, que desistia da escultura, passando a ser apenas «um fazedor de objetos destinados à burguesia intelectual do ocidente», espantando os escultores, por, segundo ele próprio, ser essa mesma a função de um escultor, a de criador de peças decorativas. Esta frase pretendeu também menosprezar as críticas de quem o achava escultor menor.
Conquistou uma menção honrosa no Prémio Soquil no ano de 1971 e, cinco anos mais tarde, as suas esculturas e mosaicos foram expostos em Wuppertal, na Alemanha, seguindo-se exposições em Évora (1979, 1980 e 1981). No ano de 1980, a sua obra voltou à Alemanha, mas a Dortmund. Nesse mesmo ano, expõe em Washington, D. C. e na Sociedade Nacional de Belas Artes. No ano seguinte, participou no Simpósio da Escultura em Pedra, na cidade de Évora, e numa exposição na Jones Gallery, em Nova Iorque. A 3 de agosto de 1983, foi agraciado com o grau de Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.
A sua costela alentejana impulsionou-o a mudar-se para Évora no ano de 1985 e aí está exposta, na sua casa, uma grande parte do seu leque de obras.
As Meninas de Cutileiro, ironicamente assim chamadas, são provavelmente o seu tema mais famoso e valeram-lhe (e valem) a mais distinta glória e dinheiro, mas também desprezo da parte de alguns.
No ano de 1988, realizou exposições em Almancil, Macau e Lisboa e, no ano seguinte, fez novas exposições em Almancil e na capital de Portugal. Em 1990, elabora uma exposição que se apresentou como a retrospetiva da sua arte, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian. Daí resultou a amargura de só ver mostrada parte da sua obra e que não iria conseguir reunir todos os seus trabalhos de uma só vez.
Nos anos de 1992 e 1993, realizou mais exposições em Bruxelas, no Luxemburgo, em Évora, em Guimarães, em Lagos, Almancil e em Lisboa. Fez nos anos seguintes mais exposições.
Morte
Cutileiro morreu no dia 5 de janeiro de 2021, num hospital de Lisboa.
Estátua de Cutileiro representando D. Sancho I, em frente ao Castelo de Torres Novas
João Cutileiro, Estátua de El Rei D. Sebastião
Postado por Fernando Martins às 03:00 0 bocas
Marcadores: escultura, João Cutileiro
segunda-feira, dezembro 25, 2023
Miró morreu há quarenta anos...
terça-feira, dezembro 19, 2023
Porque um Pintor nunca morre, enquanto for recordado...
A Morte Saiu À Rua - Zeca Afonso
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
E um rio de sangue de um peito aberto sai
E a foice duma ceifeira de Portugal
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Só olho por olho e dente por dente vale
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
E em todas florirão rosas de uma nação
Postado por Pedro Luna às 06:20 0 bocas
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José Dias Coelho foi assassinado há sessenta e dois anos...
Biografia
Natural de Pinhel, próximo da Guarda, foi o quinto de nove irmãos e irmãs.
Foi aluno da Escola de Belas Artes de Lisboa onde entrou em 1942. Frequentou primeiro o curso de Arquitetura, que abandonou, para frequentar o de Escultura.
Ainda muito jovem aderiu à Frente Académica Antifascista e, mais tarde (em 1946), ao MUD Juvenil. Participante em várias lutas estudantis em 1947, aderiu de seguida ao Partido Comunista Português e, em 1949, foi detido pela PIDE depois de participar na campanha presidencial de Norton de Matos. Em 1952, foi expulso da Escola Superior de Belas Artes e impedido de ingressar em qualquer faculdade do país; seria também demitido do lugar de professor do Ensino Técnico.
José Dias Coelho vai trabalhar, em 1952, como desenhador com os arquitetos Keil do Amaral, Hernâni Gandra e Alberto José Pessoa num atelier na Rua Fernão Álvares do Oriente, no Bairro de São Miguel em Lisboa.
Em 1955 entra para a clandestinidade, ao mesmo tempo que exercia funções no PCP, com o objetivo de criar uma oficina de falsificação de documentos para dar cobertura às atividades dos militantes clandestinos. Exercia esta atividade na altura do seu assassinato pela PIDE, em 19 de dezembro de 1961, na Rua da Creche, que hoje tem o seu nome, junto ao Largo do Calvário, em Lisboa.
O assassinato levou o cantor Zeca Afonso a escrever e dedicar-lhe a música A Morte Saiu à Rua. O mesmo fez o grupo Trovante com a música Flor da Vida. Da vida pessoal de José Dias Coelho há ainda a salientar a sua relação com Margarida Tengarinha, também artista plástica. O casal teve três filhas.
Ao optar pela clandestinidade em 1955, põe de parte a sua carreira artística como escultor, que nesse mesmo ano vê os primeiros sinais de reconhecimento público, com duas esculturas para a Escola Primária de Campolide (seões feminina e masculina) e uma grande escultura para a Escola Primária de Vale Escuro, em Lisboa, e dois baixos relevos, um para o Café Central das Caldas da Rainha, e outro para a fábrica Secil.
Já estava na clandestinidade quando, em junho de 1956, se realizou a 10.ª e última das Exposições Gerais de Artes Plásticas; José Dias Coelho foi um dos organizadores dessas exposições, desde a primeira edição em 1946, e é um dos artistas que expõe a partir da segunda. Por não poder participar abertamente na 10ª edição devido ao facto de estar na clandestinidade, um grupo de amigos expõe a escultura da cabeça da irmã Maria Emília, que já havia sido exposta, para garantir que o seu nome consta do catálogo.
Com uma intensa atividade social e intelectual a par da política, travou e manteve amizade com várias figuras destacadas da sociedade portuguesa de então, tais como os arquitetos Keil do Amaral e João Abel Manta, com Fernando Namora, Carlos de Oliveira, José Gomes Ferreira, Eugénio de Andrade, José Cardoso Pires, Abel Manta, Rogério Ribeiro, João Hogan, bem como aqueles que viriam dentro em breve a liderar os movimentos de independência em África, na altura estudantes em Lisboa: Agostinho Neto, Vasco Cabral, Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral e Orlando Costa.
Em março de 1975, quase um ano depois do 25 de Abril, foi finalmente organizada uma exposição em sua homenagem, na Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa.
Postado por Fernando Martins às 00:06 0 bocas
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