terça-feira, abril 23, 2024
O Estado Novo criou oficialmente o Campo de Concentração do Tarrafal há 88 anos
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sexta-feira, abril 19, 2024
Duarte Pacheco nasceu há 124 anos...
Último de quatro filhos e sete filhas de José de Azevedo Pacheco (Loulé, São Clemente, 18 de Janeiro de 1864 - 1914), Comissário da Polícia de Loulé, e de sua mulher Maria do Carmo Pontes Bota (Loulé, São Clemente - 1905), doméstica, e sobrinho paterno de Marçal de Azevedo Pacheco.
Ingressou aos 17 anos no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, onde se forma em 1923 em Engenharia Eletrotécnica. Um ano depois é contratado como assistente e em 1925 já era professor catedrático, ensinando a cadeira de Matemáticas Gerais. Em 1926 torna-se diretor interino do IST e, em 10 de agosto de 1927, o Conselho Escolar determinava por unanimidade a sua nomeação como Diretor efetivo.[2]
Em 1928, com apenas 29 anos, ocupa pela primeira vez um cargo político, ao ser nomeado para Ministro da Instrução Pública, exercendo estas funções apenas durante uns curtos meses. A 18 de abril toma posse e a 10 de novembro demite-se. Era o primeiro governo de José Vicente de Freitas, estando Óscar Carmona na presidência da república.
Nesse tempo teve uma missão que se veio a revelar de uma importância decisiva para o século XX português: vai a Coimbra convencer Salazar a regressar à pasta das Finanças. Salazar encontrava-se desiludido com a experiência anterior dos amargos cinco dias que participou do Governo de Mendes Cabeçadas e pela desgraça política financeira do General João Sinel de Cordes, com quem tinha tentado colaborar. É Duarte Pacheco que negoceia as condições extraordinárias que Salazar pretende para voltar a ocupar o cargo. A missão foi bem sucedida, tanto que Salazar toma posse a 28 de abril desse mesmo ano.
É sob a orientação de Duarte Pacheco, que se dá início à construção dos edifícios do Instituto Superior Técnico em Lisboa, construindo-se aquele que viria a ser o primeiro campus universitário português. Existe uma história curiosa quanto à origem dos vidros do edifício do Instituto. Diz-se que foram enviados por diversas indústrias vidreiras como amostras solicitadas pelo próprio Ministro, a fim de determinar o de melhor qualidade, sendo utilizadas nas janelas do edifício sem se terem informado as indústrias solicitadas e sem ter havido nenhum tipo de remuneração dos vidros usados.
Mas é com 33 anos que Duarte Pacheco encontra o seu próprio destino. Em 1932 volta a ser convidado por Salazar, que admirava o seu carácter, para participar no seu Governo, na pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações. A 5 de julho assume pela primeira vez a pasta das Obras Públicas e Comunicações no Governo de Salazar, até 18 de janeiro de 1936, altura em que abandona as funções. Entretanto, a 1 de julho de 1933, é agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 1936, com uma reforma da corporação política, Duarte Pacheco é afastado do Governo, regressando ao Instituto Superior Técnico, mas ferido politicamente e profetiza que "hão de vir em peregrinação pedir-me desculpas e suplicar-me que regresse". Profecia que sai certa, porque, no dia 1 de janeiro de 1938, Duarte Pacheco é nomeado presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e meses depois, a 25 de maio, em acumulação, novamente ministro do Governo, passando a ocupar a pasta das Obras Públicas e Comunicações, pasta que desta vez só abandonará com a morte ao serviço da Nação Portuguesa. A 18 de dezembro de 1940 é agraciado com a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.
A 18 de setembro de 1941 foi inaugurada a Ponte Eng. Duarte Pacheco entre o Torrão, atualmente fazendo parte da freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão (Marco de Canaveses) e o lugar de Entre-os-Rios na freguesia da Eja (Penafiel) pelo Presidente da República Óscar Carmona. Assistiu à cerimónia, entre outros, o Eng.º Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas e Comunicações, que viria a dar nome à ponte.
Na manhã de 15 de novembro de 1943, Duarte Pacheco foi a Vila Viçosa, inteirar-se dos trabalhos em curso para a construção da estátua de D. João IV, mas queria chegar a tempo ao Conselho de Ministros, marcado para a tarde. Ao regressar a Lisboa, na Estrada Nacional n.º 4, no lugar da Cova do Lagarto, entre Montemor-o-Novo e Vendas Novas, o veículo oficial seguia a alta velocidade e despistou-se, embatendo com o lado direito num sobreiro. Um acompanhante teve morte imediata. Os outros sofreram ferimentos relativamente ligeiros. Os de Duarte Pacheco foram graves. O ministro foi transportado para o Hospital da Misericórdia em Setúbal. Mal foi informado, Salazar seguiu para lá, fazendo-se acompanhar de um grupo de médicos reputados. De nada puderam valer e, na madrugada de 16, era confirmado o óbito de Duarte Pacheco, devido a uma hemorragia interna.Postado por Fernando Martins às 01:24 0 bocas
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quinta-feira, abril 18, 2024
O marechal Carmona morreu há 73 anos...
(...)
Estudou no Colégio Militar em Lisboa entre 1882 e 1888 e na Escola do Exército entre 1889 e 1892, de onde saiu como oficial de Cavalaria.
Republicano, iniciado na Maçonaria, foi nomeado pelo governo revolucionário republicano, a 15 de outubro de 1910, membro da Comissão de Reestruturação do Exército.
Um dos líderes do golpe militar de 28 de maio de 1926, seria o Ministro da Guerra, entre 9 de julho e 29 de novembro, ministro dos Negócios Estrangeiros, entre 3 de junho e 6 de julho de 1926, pasta que acumulou com a de presidente do Ministério - após o derrube do general Gomes da Costa - a partir de 9 de julho de 1926. Foi nomeado presidente da República interino em 26 de novembro de 1926. Eleito em 1928, ainda durante a Ditadura Militar, dando início ao período denominado Ditadura Nacional e, já na vigência da Constituição de 1933, em 1935, 1942 e 1949, não concluindo o último mandato, por ter falecido no decurso do mesmo. Tendo atingido o posto de General em 1922, foi-lhe atribuído o título honorífico de marechal do exército em 1947.
Faleceu a 18 de abril de 1951 e ficou no jazigo familiar do cemitério da Ajuda. Em 1966 o seu corpo fora solenemente trasladado da Sala do Capítulo do Mosteiro dos Jerónimos para o Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, Lisboa, por ocasião da sua inauguração. A cerimónia ocorreu no dia 5 de dezembro, conjuntamente com a trasladação de outras ilustres figuras portuguesas.
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terça-feira, abril 16, 2024
António Lopes Ribeiro nasceu há 116 anos...
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segunda-feira, março 11, 2024
O Padre Felicidade nasceu há 99 anos
Cidadão de uma enorme coragem, o Padre Felicidade (como era conhecido também nos meios antifascistas não católicos), foi uma das figuras centrais da oposição dos católicos à ditadura, sobretudo a partir de meados da década de 60.
Nas suas homilias abordava temas incómodos ao regime do Estado Novo e às hierarquias eclesiásticas, tais como a guerra colonial, a perseguição política e problemas sociais. Envolveu-se militantemente nos combates contra a Ditadura e na renovação da Igreja Católica, o que determinou a sua prisão e julgamento. Foi afastado das funções de pároco pelo então cardeal patriarca de Lisboa, Cardeal Cerejeira e, mais tarde, tomou conhecimento da sua excomunhão.
José da Felicidade Alves nasceu em 11 de março de 1925 em Vale da Quinta, freguesia de Salir de Matos, Caldas da Rainha, sendo filho de Joaquim Alves e Maria Felicidade.
Após a instrução primária entrou para o seminário, com 11 anos. Em 1948 foi ordenado sacerdote. Destacando-se desde logo pela sua inteligência, foi colocado como professor no Seminário de Almada, e depois no Seminário dos Olivais.
Em 1956 foi nomeado pároco de Santa Maria de Belém, em Lisboa, onde se evidenciou pelo conteúdo das suas homilias. Foi no trabalho da paróquia que se foi dando conta de que o país real era muito diferente do que pensava e, a partir de 1967, as suas intervenções começaram a causar incómodo ao regime e à Igreja Católica.
Solidário com o grupo de católicos mais progressistas, o percurso de Felicidade Alves ficou definitivamente marcado após a comunicação que proferiu ao Conselho Paroquial de Belém, em 19 de abril de 1968, na presença de muitas dezenas de pessoas.
Sob o tema «Perspetivas atuais de transformação nas estruturas da Igreja», a comunicação de Felicidade Alves punha em causa a forma como a Igreja se apresentava à sociedade, a sua organização, e o modo como eram transmitidos os ensinamentos cristãos e era abordada a própria figura de Deus.
Defendendo uma profunda renovação da Igreja e das suas estruturas, as ideias de Felicidade Alves desagradaram ao cardeal Cerejeira. Em consequência, foi-lhe movido um longo processo que determinou, em Novembro de 1968, o afastamento das suas funções de pároco em Santa Maria de Belém, e, mais tarde, a suspensão das suas funções sacerdotais, terminando, em 1970, com a sua excomunhão.
Após o afastamento da paróquia de Belém, Felicidade Alves tornou-se o grande impulsionador, em conjunto com Nuno Teotónio Pereira e o padre Abílio Tavares Cardoso, da publicação dos Cadernos GEDOC, de que saíram onze números, entre 1969 e 1970. Abordando criticamente questões ligadas à hierarquia católica e à guerra colonial, a publicação foi condenada pelo Cardeal Cerejeira e considerada ilegal pela PIDE, sendo instaurado um processo aos seus responsáveis, de que resultará, em 19 de maio de 1970, a prisão de Felicidade Alves por «atividades contrárias à segurança do Estado». Acusado de incitar à violência e à luta armada, foi julgado e absolvido. Porém, para lá da questão do colonialismo, para a qual acordara lentamente, havia a situação da Igreja em Portugal, com que se confrontava diariamente.
Em 1969 Felicidade Alves publicou a obra «Católicos e Política - de Humberto Delgado a Marcello Caetano», na qual coligiu inúmeros documentos sobre as relações entre os católicos, a Igreja e o Estado, desde a campanha do general Humberto Delgado, em 1958, até à chegada ao poder de Marcello Caetano (1969).
Em 1970 redigiu as obras «Pessoas Livres» e «É Preciso Nascer de Novo». Nesta última Felicidade Alves reflete sobre o casamento, pouco antes de tomar a decisão de se casar civilmente. Em 1 de agosto daquele ano casou com Maria Elisete Alves, nas Caldas da Rainha.
Depois do 25 de abril de 1974, Felicidade Alves aderiu ao PCP, partido em que se manteve até morrer. Nunca deixou de ser católico, tivera de casar civilmente em 1970, mas pôde realizar o seu casamento pela Igreja em 10 de junho de 1998, a poucos meses do seu falecimento Foi na sequência de longo processo junto do Vaticano que o ato foi celebrado pelo Cardeal Patriarca de então, D. José Policarpo.
A produção literária de José da Felicidade Alves é ampla e variada. De entre as publicações de natureza teológica e pastoral avultam: Católicos e Política (1969), Pessoas Livres (1970), É Preciso Nascer de Novo (1970) e, sobretudo, Jesus de Nazaré (Livros Horizonte, 1994). Foi também em Livros Horizonte que publicou a extensa bibliografia premiada pela Academia Nacional de Belas Artes, que o fez académico em 1994. Redigiu uma série de estudos originais sobre o Mosteiro dos Jerónimos (três volumes publicados entre 1989 e 1994); coordenou e anotou a coleção «Francisco de Holanda» (seis obras entre 1984 e 1989) e a coleção «Cidade de Lisboa» (cinco obras, entre 1987 e 1990).
Afastado da Igreja, Felicidade Alves irá trabalhar em diversas empresas, como o Anuário Comercial e a editora Livros Horizonte, e prossegue a sua produção literária, publicando estudos de natureza teológica e pastoral, mas também de carácter histórico: coordenou uma coleção relativa à obra de Francisco de Holanda e uma outra edição de textos históricos sobre a cidade de Lisboa. A sua atividade bibliográfica foi premiada pela Academia Nacional de Belas Artes, que o tornou seu académico em 1994.
Em 10 de junho de 1994, foi agraciado com a Comenda da Ordem da Liberdade pelo então Presidente da República Mário Soares. No ano seguinte recebeu o prémio Júlio de Castilho de Olisopografia, atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa.
José da Felicidade Alves morreu no dia 14 de dezembro de 1998, com 73 anos.
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quarta-feira, março 06, 2024
O PCP faz hoje 103 anos
O PCP tem deputados na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, onde integra o grupo Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde. Depois da morte do secretário-geral do PCP, Bento Gonçalves, no campo de concentração do Tarrafal, o Partido passou por um período, de 1942 até 1961, sem secretário-geral. Em 1961, é eleito o líder histórico Álvaro Cunhal. Em 1992, é sucedido por Carlos Carvalhas, e em 2004 é Jerónimo de Sousa o escolhido pelo Comité Central para Secretário-Geral do PCP, até 2022, quando é eleito Paulo Raimundo para o cargo.
O Partido foi fundado em 1921, e em 1922 estabeleceu contactos com a Internacional Comunista (Komintern), tornando-se em 1923 a secção Portuguesa do Komintern. Ilegalizado no fim dos anos 1920, o PCP teve um papel fundamental na oposição ao regime ditatorial conduzido por António de Oliveira Salazar e Marcello Caetano. Durante as cinco décadas de ditadura, o PCP participou ativamente na oposição ao regime e era o Partido mais organizado e mais forte da oposição. Foi suprimido constantemente pela polícia política, a PIDE, que obrigou os seus membros a viver clandestinamente, sob a ameaça de serem presos, torturados ou assassinados. A capacidade de adaptar a sua organização à conjuntura política interna e externa, e a capacidade de recuperação de uma organização política sujeita à frequente repressão e violência política, foram importantes fatores que garantiram a sua continuidade. Após a revolução dos cravos, em 1974, os seus 36 membros do Comité Central de então já tinham, em conjunto, cumprido 308 anos de prisão.
Após o fim da ditadura, o Partido tornou-se numa principal força política do novo regime democrático, mantendo o seu «papel de vanguarda ao serviço dos interesses de classe dos trabalhadores, do processo de transformação social, para a superação revolucionária do capitalismo» a assumir o Marxismo-Leninismo como a sua base teórica, a concepção materialista e dialética do mundo como «instrumento de análise e guia para a acção, imprescindível para a interpretação do mundo e para a sua transformação revolucionária», a rutura com a política de direita, a concretização de uma alternativa patriótica e de esquerda e a realização do seu programa de uma «Democracia Avançada com os valores [da revolução] de Abril no futuro de Portugal, o socialismo e o comunismo». O Partido é popular em vastos sectores da sociedade portuguesa, particularmente nas áreas rurais do Alentejo e Ribatejo e áreas industrializadas como Lisboa e Setúbal, onde lidera vários municípios.
O PCP publica o jornal semanário Avante!, fundado em 1931, e a revista bimensal O Militante. A sua ala jovem é a Juventude Comunista Portuguesa, membro da Federação Mundial da Juventude Democrática.
(...)
A data de fundação do PCP, 6 de março de 1921, é data da última de várias reuniões. Pouco depois da fundação do Partido, criou-se também a Juventude Comunista (JC), que estabeleceu imediatamente contactos com a Internacional Comunista Juvenil.
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quinta-feira, fevereiro 22, 2024
Spínola publicou o livro que abalou o regime há cinquenta anos
Postado por Fernando Martins às 00:50 0 bocas
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quinta-feira, fevereiro 15, 2024
O escultor Francisco Franco faleceu há 69 anos
Pertence à primeira geração de artistas modernistas portugueses e destaca-se, segundo José-Augusto França, como o maior escultor português da década de 20. A sua obra desse período é um marco na renovação da escultura nacional. O seu Monumento a Gonçalves Zarco, 1927, assinala uma inflexão e tornar-se-ia numa referência para as direções da escultura pública portuguesa a partir dos anos 30; Francisco Franco foi, então, um dos autores mais solicitados para a realização da estatuária oficial do Estado Novo.
Estátua de D. João III, 1948 - Coimbra
Estátua de D. Dinis, 1943 - Coimbra
Postado por Fernando Martins às 06:09 0 bocas
Marcadores: escultura, estado novo, Francisco Franco (escultor), modernismo
terça-feira, fevereiro 13, 2024
Poema para Catarina...
RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA
Da medonha saudade da medusa
que medeia entre nós e o passado
dessa palavra polvo da recusa
de um povo desgraçado.
Da palavra saudade a mais bonita
a mais prenha de pranto a mais novelo
da língua portuguesa fiz a fita encarnada
que ponho no cabelo.
Trança de trigo roxo
Catarina morrendo alpendurada
do alto de uma foice.
Soror Saudade Viva assassinada
pelas balas do sol
na culatra da noite.
Meu amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
de corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.
José Carlos Ary dos Santos
Postado por Pedro Luna às 22:22 0 bocas
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domingo, fevereiro 04, 2024
Henrique Galvão nasceu há 129 anos
Henrique Carlos da Mata Galvão (Barreiro, 4 de fevereiro de 1895 - São Paulo, 25 de junho de 1970) foi um capitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor português. Ficou mundialmente famoso, em 1961, por ter organizado e comandado o assalto ao paquete Santa Maria, numa tentativa de provocar uma crise política contra o regime de Salazar.
(...)
Postado por Fernando Martins às 01:29 0 bocas
Marcadores: estado novo, guerrilha, Henrique Galvão, Santa Liberdade, Santa Maria
quarta-feira, janeiro 03, 2024
A Fuga de Peniche foi há sessenta e quatro anos...
A chamada Fuga de Peniche foi um episódio da história de Portugal - no contexto da oposição ao regime salazarista - ocorrido na prisão de alta-segurança de Peniche, a 3 de janeiro de 1960.
- Álvaro Cunhal
- Carlos Costa
- Francisco Martins Rodrigues
- Francisco Miguel
- Guilherme da Costa Carvalho
- Jaime Serra
- Joaquim Gomes
- José Carlos
- Pedro Soares
- Rogério de Carvalho
No exterior, Pires Jorge e António Dias Lourenço, com o auxílio de Octávio Pato e Rui Perdigão, planearam a fuga. A execução do plano teve início às quatro da tarde, no dia 3 de janeiro de 1960. O carro dirigido por Rogério Paulo, com o porta-bagagens destrancado, parou no largo à frente do Forte, dando assim sinal aos que estavam dentro para iniciarem a fuga.
Postado por Fernando Martins às 06:40 0 bocas
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Fado adequada à data...
Poema de David Mourão-Ferreira e música de Alain Oulman
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.
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terça-feira, janeiro 02, 2024
Norton de Matos morreu há 69 anos
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quarta-feira, novembro 29, 2023
O Cardeal Cerejeira nasceu há 135 anos
Manuel Gonçalves Cerejeira (Vila Nova de Famalicão, Lousado, Santa Marinha, 29 de novembro de 1888 - Buraca, 2 de agosto de 1977), cardeal da Igreja Católica, foi o décimo-quarto Patriarca de Lisboa com o nome de D. Manuel II (nomeado a 18 de novembro de 1929).
Era filho de Avelino Gonçalves Cerejeira (Vila Nova de Famalicão, Lousado, 14 de abril de 1857 - Vila Nova de Famalicão, Lousado, 13 de junho de 1927) e de sua primeira mulher Joaquina Gonçalves Rebelo (Fafe, Vila Cova, 30 de maio de 1864 - Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Famalicão, 30 de setembro de 1918).
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domingo, novembro 26, 2023
Umas inacreditáveis cheias mataram cerca de 700 pessoas na zona de Lisboa há cinquenta e seis anos
Apesar da gravidade da tragédia, as cheias e as suas consequências foram sub-noticiadas, devido às fortes limitações impostas pela censura do Estado Novo. Foi igualmente impedida a contabilização completa de mortes e estragos.
As condições meteorológicas
Na madrugada de 25 para 26 de novembro de 1967, fruto de uma depressão meteorológica que percorreu todo o Vale do Tejo, precipitação intensa e concentrada provocou cheias em toda a região de Lisboa, atingindo sobretudo os concelhos de Loures - do qual fazia parte na altura o atual concelho de Odivelas, que foi afetado nas freguesias à época de Póvoa de Santo Adrião, Olival Basto e Odivelas —, Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos. A precipitação destas fortes chuvadas equivaleu a um quinto da precipitação anual. Na estação meteorológica da Gago Coutinho no concelho de Lisboa foram registados 115.6 mm de precipitação num período de apenas 24 horas e na de São Julião do Tojal no concelho de Loures 111 mm em apenas 5 horas (entre as 19h e as 24h de dia 25 de novembro).
Várias causas contribuíram para a gravidade das cheias: as bacias hidrográficas da região lisboeta têm áreas reduzidas e tempos de resposta curtos (2 horas); a drenagem tinha sido dificultada pela construção ao longo dos cursos de água, pela falta de limpeza dos rios e ribeiras, e, em muitos pontos, pela canalização subterrânea com dimensão insuficiente.
As inundações, associadas às precárias condições de habitação e à falta de ordenamento, causaram cerca de 700 mortos e deixam milhares de pessoas sem abrigo, e destruíram casas, estradas e pontes. A título de exemplo aponta-se o seguinte número de mortos:
- Arruda dos Vinhos: 12 mortos;
- Vila Franca de Xira: 204 mortos.
Reação do Estado e censura - Mobilização da sociedade civil
O estado foi incapaz de dar o apoio adequado às vítimas. Ocorreu então uma mobilização da sociedade civil, nomeadamente de estudantes e de associações católicas. Recorda Mariano Gago:
"... com as cheias de 1967 e com a participação na movimentação dos estudantes de Lisboa no apoio às populações (morreram centenas de pessoas na área de Lisboa e isso era proibido dizer-se). Só as Associações de Estudantes e a Juventude Universitária Católica é que estavam no terreno a ajudar as pessoas a tirar a lama, a salvar-lhes os pertences, juntamente com alguns raros corpos de bombeiros e militares. Talvez isso, tenha sido um dos primeiros momentos de mobilização política da minha geração."
As cheias na Imprensa
50 anos depois podem-se rever os vários jornais que cobriram este acontecimento: Diário de Lisboa, Diário Popular, República, Flama e Século Ilustrado.
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quinta-feira, novembro 16, 2023
Duarte Pacheco morreu há oitenta anos...
Último de quatro filhos e sete filhas de José de Azevedo Pacheco (Loulé, São Clemente, 18 de Janeiro de 1864 - 1914), Comissário da Polícia de Loulé, e de sua mulher Maria do Carmo Pontes Bota (Loulé, São Clemente - 1905), doméstica, e sobrinho paterno de Marçal de Azevedo Pacheco.
Ingressou aos 17 anos no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, onde se forma em 1923 em Engenharia Eletrotécnica. Um ano depois é contratado como assistente e em 1925 já era professor catedrático, ensinando a cadeira de Matemáticas Gerais. Em 1926 torna-se diretor interino do IST e, em 10 de agosto de 1927, o Conselho Escolar determinava por unanimidade a sua nomeação como Diretor efetivo.[2]
Em 1928, com apenas 29 anos, ocupa pela primeira vez um cargo político, ao ser nomeado para Ministro da Instrução Pública, exercendo estas funções apenas durante uns curtos meses. A 18 de abril toma posse e a 10 de novembro demite-se. Era o primeiro governo de José Vicente de Freitas, estando Óscar Carmona na presidência da república.
Nesse tempo teve uma missão que se veio a revelar de uma importância decisiva para o século XX português: vai a Coimbra convencer Salazar a regressar à pasta das Finanças. Salazar encontrava-se desiludido com a experiência anterior dos amargos cinco dias que participou do Governo de Mendes Cabeçadas e pela desgraça política financeira do General João Sinel de Cordes, com quem tinha tentado colaborar. É Duarte Pacheco que negoceia as condições extraordinárias que Salazar pretende para voltar a ocupar o cargo. A missão foi bem sucedida, tanto que Salazar toma posse a 28 de abril desse mesmo ano.
É sob a orientação de Duarte Pacheco, que se dá início à construção dos edifícios do Instituto Superior Técnico em Lisboa, construindo-se aquele que viria a ser o primeiro campus universitário português. Existe uma história curiosa quanto à origem dos vidros do edifício do Instituto. Diz-se que foram enviados por diversas indústrias vidreiras como amostras solicitadas pelo próprio Ministro, a fim de determinar o de melhor qualidade, sendo utilizadas nas janelas do edifício sem se terem informado as indústrias solicitadas e sem ter havido nenhum tipo de remuneração dos vidros usados.
Mas é com 33 anos que Duarte Pacheco encontra o seu próprio destino. Em 1932 volta a ser convidado por Salazar, que admirava o seu carácter, para participar no seu Governo, na pasta de Ministro das Obras Públicas e Comunicações. A 5 de julho assume pela primeira vez a pasta das Obras Públicas e Comunicações no Governo de Salazar, até 18 de janeiro de 1936, altura em que abandona as funções. Entretanto, a 1 de julho de 1933, é agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em 1936, com uma reforma da corporação política, Duarte Pacheco é afastado do Governo, regressando ao Instituto Superior Técnico, mas ferido politicamente e profetiza que "hão de vir em peregrinação pedir-me desculpas e suplicar-me que regresse". Profecia que sai certa. Porque no dia 1 de janeiro de 1938 Duarte Pacheco é nomeado presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e meses depois, a 25 de maio, em acumulação, novamente ministro do Governo, passando a ocupar a pasta das Obras Públicas e Comunicações, pasta que desta vez só abandonará com a morte ao serviço da Nação Portuguesa. A 18 de dezembro de 1940 é agraciado com a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.
A 18 de setembro de 1941 foi inaugurada a Ponte Eng. Duarte Pacheco entre o Torrão atualmente fazendo parte da freguesia de Alpendorada, Várzea e Torrão (Marco de Canaveses) e o lugar de Entre-os-rios na freguesia da Eja (Penafiel) pelo Presidente da República Óscar Carmona. Assistiu à cerimónia, entre outros, o Eng.º Duarte Pacheco, Ministro das Obras Públicas e Comunicações, que viria a dar nome à ponte.
Morte
Na manhã de 15 de novembro de 1943, Duarte Pacheco foi a Vila Viçosa, inteirar-se dos trabalhos em curso para a construção da estátua de D. João IV, mas queria chegar a tempo ao Conselho de Ministros, marcado para a tarde. Ao regressar a Lisboa, na Estrada Nacional n.º 4, no lugar da Cova do Lagarto, entre Montemor-o-Novo e Vendas Novas, o veículo oficial seguia a alta velocidade e despistou-se, embatendo com o lado direito num sobreiro. Um acompanhante teve morte imediata. Os outros sofreram ferimentos relativamente ligeiros. Os de Duarte Pacheco foram graves. O ministro foi transportado para o Hospital da Misericórdia em Setúbal. Mal foi informado, Salazar seguiu para lá, fazendo-se acompanhar de um grupo de médicos reputados. De nada puderam valer e, na madrugada de 16, era confirmado o óbito de Duarte Pacheco, devido a uma hemorragia interna.Postado por Fernando Martins às 00:08 0 bocas
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