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quinta-feira, janeiro 12, 2023

Perfilados de Medo...! - música e poema para um pseudo-ministro que finge gerir o ministério da Educação...

 

Perfilados de Medo
 

Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.

Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.

Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.

Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido…

 

Alexandre O’Neill 

 
NOTA: hoje a minha Escola, que os Professores são gente de palavra, estará fechada, à semelhança de muitas outras. Tivessem os políticos palavra como têm os Professores e nada disto seria necessário. Senhor ministro João Costa, se não sabe fazer, como demonstrou à saciedade, nos últimos sete anos em que tem sido ministro ou manipulador dos fios de uma marioneta que se dizia ministro, deixe-se de tretas e demita-se... Se houve no passado um infeliz governo que era o pântano, o senhor faz parte de um governo de areia movediça...

domingo, junho 23, 2013

A propósito da greve que os Professores vão (continuar a) fazer na 2ª-feira

Professores, uma referência contra o medo
São José Almeida - 22.06.2013



Na semana em que se assinalam os dois anos da posse do Governo de coligação PSD-CDS, chefiado por Pedro Passos Coelho, o executivo sofreu uma derrota política com a greve dos professores. O dia 17 de Junho pode vir a ficar na história deste Governo como o dia marcante no que tem sido a investida autofágica ao próprio Estado, que o Governo tem consumado no ataque aos funcionários públicos.

A greve dos professores no dia de exame nacional de Português - na continuação da greve às avaliações, que já estava a ser um sucesso - foi uma importante derrota política de todo o Governo e em especial do primeiro-ministro, que deu cobertura à forma como o ministro da Educação geriu este assunto e o transformou num braço-de-ferro com os sindicatos dos professores e com os professores em geral. A derrota foi tal que os exames previstos para o dia da greve geral já foram antecipados para a véspera.

O primeiro-ministro autorizou e apoiou a forma autoritária e no limite do poder democrático e do Estado de direito como o ministro da Educação procurou forçar os professores a irem vigiar exames. Quebrando todas as noções de bom senso e de tentativa de conciliação social que competem ao poder executivo em democracia, o ministro da Educação insistiu na recusa em adiar o exame para 20 de Junho, como foi sensatamente proposto pelo colégio arbitral a que o próprio ministro recorreu e que se recusou a decretar serviços mínimos. Se o tivesse feito, Nuno Crato tinha de uma penada saído como um governante que sabe dialogar e reconhecer o direito democrático à greve, mas que pôs em primeiro lugar o interesse dos alunos. Seria visto como um vencedor e teria esvaziado a greve dos professores, deixando os sindicatos sem espaço político e social para remarcar a greve para outro dia de exames.

Mas o primeiro-ministro, com o respaldo e o veemente apoio político que deu a Nuno Crato nesta cruzada, decidiu que mais uma vez os professores iam servir de exemplo. E adoptando a arrogância do autoritarismo neoliberal perante o trabalho e prosseguindo a mesma linha ideológica de que tem governado com o intuito de baixar o valor do trabalho, o Governo seguiu em relação à greve dos professores as regras de um manual de thatcherismo de trazer por casa. Convenceu-se que também ele ia "quebrar a espinha" aos sindicatos. Enganou-se.

O que o Governo conseguiu foi lançar a confusão nos exames de Português, que ou não se realizaram ou realizaram em muitos casos atabalhoadamente. Se não, vejamos os dados que resultam de um dia de greve. Segundo o próprio Ministério da Educação, apenas 76% dos 75 mil alunos inscritos a exame conseguiram realizar a provas, ou seja, cerca de 20 mil alunos ficaram sem exame de Português, pelo que o ministério foi obrigado a anunciar logo no mesmo dia que se realiza novo exame dia 2 de Julho.
Mas a imagem da seriedade e do rigor de Estado, que é necessária à execução de exames, ficou comprometida. Mesmo antes do dia, o facto de o ministério convocar para vigiarem exames dez vezes mais professores do que os dez mil que normalmente estariam envolvidos, mostra o desespero e a falta de racionalidade com que o Governo agiu perante o problema. Já em relação ao dia, os dados conhecidos falam por si.

Conclusão: o exercício de autoritarismo protagonizado por Nuno Crato redundou em descrédito da autoridade de Estado e na mácula do currículo dos alunos. A greve teve assim apenas um aspecto positivo - a vitória que ela foi para os professores. E neste sentido, ou seja, num sentido social mais amplo, pode dizer-se que esta greve foi uma mais-valia para a sociedade portuguesa e para a democracia.

Isto porque, se o Governo pensou que ia fazer dos professores um exemplo e que ia "quebrar a espinha" ao movimento sindical, a união dos sindicatos e a união com que todos os professores agiram deu uma lição ao Governo sobre como nem tudo é permitido e como há pessoas que não se deixam intimidar pelo medo. A maioria da classe docente, ao mostrar que não se deixava acobardar pela intimidação do Governo, deu uma lição de dignidade e serviu de exemplo a toda a função pública, a todos os trabalhadores, à sociedade portuguesa e à democracia portuguesa. Os professores estão assim de parabéns, pois voltaram a ser uma referência para a sociedade, uma referência contra o autoritarismo e contra o medo.

in Público - artigo de opinião aqui

sábado, junho 22, 2013

Porque continua a Greve dos Professores...

Da mobilidade especial às 40 horas semanais na Educação
Paulo Guinote, 19.06.2013


Começa a ser tempo para ver para além da forte poeira levantada nas últimas semanas em torno do conflito entre o Governo e os professores, ultrapassando as adjectivações e fulanizações tão úteis para o exacerbamento das falsas paixões e posições e à sua redução a caricaturas da situação real.
O que está em causa é demasiado importante para deixarmos o campo livre para aqueles que apenas pretendem mascarar os factos com argumentos não fundamentados mas apresentados com tamanha certeza discursiva que até quase nos fazem esquecer que estamos perante simples pre(con)ceitos ideológicos. Seja repetir até à exaustão a “Defesa da Escola Pública” como se explicasse tudo, seja usar até à náusea as fórmulas do “Vivemos acima das nossas possibilidades” e “Não há dinheiro” para justificar os cortes em sectores básicos das funções sociais do Estado enquanto permanecem os sorvedouros financeiros de contratos com interesses privados.

Tem interesse regressar a duas questões nucleares que estão na base da escalada de insatisfação – há muito latente – dos professores, mesmo se estão longe de esgotar todos os aspectos que explicam o clima de crispação que se vive. Trata-se da questão da mobilidade especial e da relativa às 40 horas de trabalho semanal.

Mas antes gostava de colocar duas questões preliminares mais amplas, mas essenciais para se compreender tudo o que enquadra o conflito em presença. Antes de mais, gostava de sublinhar o meu desacordo em relação a todas as formulações que, a coberto do princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei, optam por soluções legislativas concretas de cariz autoritário e quase totalitário, atropelando de forma cega as diferenças e tratando de forma igual aquilo que o não é. Para além disso, existe a afirmação de todas estas medidas resultarem do chumbo das normas do Orçamento de Estado pelo Tribunal Constitucional, o que é falso pois muito do que agora se apresenta já estava contido no discurso de diversos elementos ligados ao Governo, em particular a partir da divulgação no início deste ano do estudo encomendado pelo Governo ao FMI.

Mas passemos às duas questões centrais da nova investida governamental e das razões que levam os professores a resistir-lhes:

A mobilidade especial – a profissão docente é, no quadro da administração pública e mesmo num plano mais amplo, a carreira que apresenta um nível mais elevado de mobilidade geográfica, pois a larga maioria dos docentes, mesmo depois de pertencerem aos quadros, andam com enorme regularidade de escola em escola, de terra em terra. Essa é uma realidade que quase define o exercício da docência e que os concursos plurianuais não eliminaram, pois quase tudo permaneceu na mesma. Mais grave.

Oculta-se que o novo modelo de gigantescas unidades de gestão, em conjunto com a transformação dos quadros de escola em quadros de agrupamento, levou a que cada vez mais professores de carreira deixaram de ter um local de trabalho, passando a uma itinerância diária entre estabelecimentos de ensino do mesmo agrupamento, deslocando-se sem quaisquer ajudas de custo e com intervalos de tempo diminutos para percorrer, pelo seus meios, trajectos sem transportes públicos. Essa é uma realidade presente que quase ninguém destaca com clareza. Neste contexto, a mobilidade especial, tal como agora é apresentada, significa uma ainda maior pulverização da estabilidade do trabalho docente, em particular se cruzarmos essa medida com outras destinadas a reforçar a alegada autonomia da gestão escolar.

As 40 horas semanais de trabalho – já quase todos admitiram, de forma sincera ou hipócrita, que os professores trabalham efectivamente muitos mais de 40 horas por semana, não sendo esse referencial (na linguagem de alguns governantes) o que mais choca. O que está em causa é a falta de confiança acerca do que no futuro possa acontecer com a chamada componente lectiva, ou seja, do que é considerado trabalho efectivo com os alunos ou com as horas que os professores venham a ser obrigados a permanecer no espaço escolar. O MEC alega que no despacho de organização do próximo ano lectivo se mantiveram os 22 tempos lectivos (mais exactamente os 1100 minutos) e que os professores não têm razão para protestar, querendo fazer esquecer que esse total não poderia ser alterado sem revisão do Estatuto da Carreira Docente (o que não ocorreu) e que dessa componente lectiva foram retirados os tempos relativos à direcção de turma, que é o cargo mais importante que os professores podem desempenhar na ligação entre a escola e as famílias. Os governantes na área da Educação - e todos aqueles a quem tem apetecido falar sobre o assunto com escasso ou nulo conhecimento de causa – ocultam ainda que o tempo de permanência na escola pode ser aumentado, bastando considerar como não lectivas diversas tarefas realizadas com os alunos. Algo que tem acontecido com regularidade no passado recente, de forma transversal aos governos.

É impossível não recordar que Nuno Crato iniciou o seu mandato com a declaração de que era necessário os professores fazerem mais com menos. O problema é que os professores já fazem isso há muito, têm continuado a fazê-lo e cada vez se sentem os únicos pressionados para fazer mais com menos condições de trabalho. Um economista de formação deveria conhecer a clássica teoria dos rendimentos decrescentes, segundo a qual a pressão para o aumento da produção, em condições cada vez mais adversas, leva a uma diminuição gradual da produtividade. Esse ponto, no caso dos professores, já foi atingido e ultrapassado.

O autor é professor do ensino básico e autor do blogue A Educação do meu Umbigo.

segunda-feira, junho 17, 2013

Porque fiz greve hoje

Com a devida vénia, republico o post do Blog Dúvida Metódica, de Sara Raposo:

A greve e as condições de trabalho dos professores

Fiz greve às avaliações e amanhã farei greve ao exame. Convictamente, por razões que passarei a explicar.
Há mais de vinte anos que sou professora. Faço greve a pensar nas condições de trabalho que tive este ano (mais de cem alunos, cinco turmas, três níveis e uma direção de turma) e que irão ser ainda piores no próximo ano, caso as medidas propostas pelo ministro Nuno Crato se venham a concretizar.
O principal motivo que me leva a fazer greve amanhã não é o congelamento da carreira (que dura há muitos anos), nem a burocracia asfixiante, nem o sistema de avaliação de desempenho injusto, nem a diminuição arbitrária da carga horária de várias disciplinas (decidida sem que tenham sido explicados os critérios que fizeram algumas delas perder horas, mesmo sem os programas terem mudado - como a Filosofia e todas as disciplinas de opção do 12º ano dos cursos científico humanísticos).
O principal motivo que me leva a fazer greve é porque quero ter tempo para preparar aulas, estudar as matérias que leciono, elaborar e corrigir testes. Quero poder fazer aquilo que é essencial no ensino, sem sacrificar permanentemente a minha vida pessoal, sem passar os fins de semanas e feriados a trabalhar horas sem fim (muito mais do que as 40 semanais). Quero ter condições para responder às solicitações dos meus alunos, da escola e dos meus filhos. Quero não me sentir exausta e desalentada, pois por muitas horas que trabalhe, ainda assim não cumpri tudo aquilo que esperavam que eu fizesse. Quero que respeitem a minha profissão e ter condições decentes para a exercer.
Sei que há professores com piores condições que as minhas e outros com melhores. Ao contrário do que se diz e escreve - e o ministério também não esclarece junto da opinião pública - os professores têm condições de trabalho muito diferentes. Mesmo entre os professores do ensino secundário (falo do que conheço diretamente), há situações muitos dispares devido às diferentes cargas horárias das disciplinas e aos cargos exercidos. Por exemplo, há os que com apenas duas turmas têm o horário completo e os que precisam de cinco, seis, sete ou mais turmas para que isso aconteça. Há até professores que para completar o seu horário se deslocam entre diferentes escolas.
Apesar de pertencermos a uma mesma classe profissional nem todos estamos no mesmo barco, os interesses imediatos divergem muito e, portanto, não é fácil que todos se unam em torno de objetivos comuns. É por isso que não tem sido difícil atacar e dividir a “classe” dos professores.
Com o poder centralizado no diretor, um sistema de avaliação dependente de uma estrutura hierárquica, muitas contratações de professores decididas ao nível de escola e um elevado número de candidatos desempregados para os poucos lugares vagos… tudo isso contribui para que muitas escolas se tenham tornado lugares de subserviência e submissão. Esta passou a ser a melhor estratégia para garantir o emprego ou a melhor classificação na avaliação de desempenho.
Esta é verdadeira pressão que existe nas escolas: o medo. O ministério da educação sabe isso e explora a frágil situação laboral de muitos docentes, sem parecer preocupar-se com a qualidade do ensino ministrado aos alunos.
Professores obedientes, acéfalos e assustados. Foi com isso que o ministro Nuno Crato contou ao pensar que resolveria o problema da greve convocando todos os professores para vigiar o exame de Português. E se calhar até conseguirá fazê-lo. O que não faz é alterar as condições de trabalho degradantes e humilhantes de muitos professores.
Reconheço que na minha profissão, como aliás em qualquer outra, há os que fazem o que devem e são competentes e os que são incompetentes (e que o sistema atual de avaliação não permite distinguir), os que têm condições de trabalho muito boas e os que não as têm. Mas, na prática, algumas direções das escolas, alguns professores, alguns avaliadores, alguns pais, alguns alunos, o ministério, ignoram este facto, fazem de conta que não existe. Cada um que se arranje, que não se queixe, que não falhe, pois se o fizer têm muita gente a exigir-lhe explicações e a atribuir-lhe responsabilidades.
É por isso que os mais prejudicados pelas medidas propostas por este governo são aqueles que procuram ensinar bem os seus alunos. A mobilidade, o aumento da carga horária para 40 horas – como se ser professor fosse um trabalho análogo aos dos outros funcionários públicos – e a passagem das direções de turma para a componente não letiva constituem uma degradação ainda maior das atuais condições de trabalho dos professores. Não se entende como é que o exercício de um cargo exigente em termos de perfil e fulcral para o sucesso do ensino e da aprendizagem dos alunos, como é o do diretor de turma, seja tirado da componente letiva, obrigando os professores que antes o exerciam a ter mais turmas para completar o seu horário. Parece óbvio que a ideia é poupar mais uns tostões e colocar os professores com reduções da componente letiva a exercê-lo a custo zero.
Eu não sou sindicalizada e discordo muitas vezes dos sindicatos. A ideia de que estou a ser manipulada pelos sindicatos é ofensiva. Quero também referir que fiquei contente com a nomeação do ministro Nuno Crato por admirar a qualidade do seu trabalho. Mas há limites para a humilhação.
Faço greve porque respeito os meus alunos e preciso de ter condições para ensiná-los condignamente.

Hoje é dia de Greve dos Professores...

(imagem daqui)

Recebido via e-mail, e porque, pela primeira vez vou fazer uma greve a exames (os alunos estão são em primeiro, para mim, mas desta vez, para os poder defender, terei mesmo de fazer greve...), aqui fica um apelo aos colegas professores para cumpram o seu direito (e dever...) cívico (e as Direções das Escolas também são constituídas por professores, logo também têm o direito - ou o dever... - de fazer greve). 

Para os restantes leitores deste blog, o nosso pedido de compreensão: os professores não aguentam mais - as horas de trabalho, a burocracia, a ameaça de despedimento ou de desterro, o aumento de trabalho na Escola e fora dela (diz o Ministro da Educação que, ao passarmos para 40 horas de trabalho - que hoje já fazemos mais do que isso - não há acréscimo de horas letivas, mas esquece-se de dizer que retirou as horas de Direção de Turma da componente letiva, logo devem desaparecer cerca de 1.700 lugares de professor, só com esta medida, com os que ficam a trabalharem de graça pelos que foram embora...). Não aguentam a falta de verbas nas Escolas, que ganham mais atribuições e só perdem dinheiro no seu orçamento. Não aguentam mais os Mega-Agrupamentos, abortos pedagógicos que alguns antes condenavam e agora apreciam, que tornam impessoal e pouco familiarizada a gestão das Escolas.  Não aguentam mais os alunos que entram com fome e saem com menos fome porque os professores lhe pagaram qualquer coisa para enganar a fome. Não aguentam mais as mentiras e intoxicação dos media sobre os professores e a Escola Pública - BASTA!

(imagem daqui)
Caros colegas,

o colégio arbitral, legalmente constituído, considerou que a greve ao exame "não afeta de modo grave e irremediável o direito ao ensino na sua vertente de realização dos exames finais nacionais, não se estando por isso perante a violação de uma necessidade social impreterível".


O Ministério e o Governo, valendo-se de uma arrogância já nossa familiar e que, agora que viram os seus intentos contrariados, mostrou as garras com todo o vigor, deu ordem às direções para que sejam convocados todos os professores. Assim, ouso fazer-vos este apelo:

Mais do que nunca, façamos todos greve no dia 17,

- respondamos à altura à arrogância destes políticos, que preferem impor a dialogar, prejudicando professores, alunos, todo o ensino, e insistindo no discurso de que são os professores que prejudicam os alunos;

- os alunos já estão a ser prejudicados pela inflexibilidade do governo, sejamos capazes de não falhar no momento decisivo, fazendo com que tudo isto valha a pena;

- há poucos anos, por muitíssimo menos, fomos capazes de nos unir numa greve, fechámos a escola, lembram-se?! sejamos capazes de fazer o mesmo próxima segunda, com um impacto muito maior - outras escolas seriam arrastadas por este impedimento numa escola. Temos mais poder do que imaginamos, sejamos capazes de dar o exemplo!

- se estivermos todos unidos, será muito mais fácil para todos, sentir-nos-emos apoiados, seguros;

- E tenham presente, segunda-feira não são os alunos que vão a exame, somos nós!

Todos os olhos estarão virados para nós, não podemos falhar! Não agora!

Os alunos, em setembro/outubro, estarão nos seus cursos, sem qualquer sombra de dúvida, seguirão os seus caminhos...

E nós???? Se nada fizermos, muitos estarão no desemprego ou a entrar na mobilidade e os que ficam estarão com mais turmas, mais horas de trabalho, para ainda piorar no ano seguinte (lembram-se da intenção de mexer no 79º?), pois nunca mais poderemos invocar força, nunca mais nos levantaremos.

Pensem nisso, por favor. Esqueçam tudo o acessório, centrem-se no essencial: este é o momento de dizerem se querem que eles continuem a destruir-nos a nós e ao ensino em Portugal.

Fátima Gomes

sábado, setembro 29, 2012

Lech Walesa nasceu há 69 anos

Lech Wałęsa (Popowo, 29 de setembro de 1943) é um político polaco e ativista dos Direitos Humanos. Foi um dos fundadores do sindicato Solidarność (Solidariedade) e presidente da Polónia, entre 1990 e 1995, sendo o primeiro após a derrocada do comunismo. Foi ainda agraciado com o Nobel da Paz de 1983.
Em 1967 começou a trabalhar como electricista no estaleiro naval de Gdansk, onde assistiu à repressão de manifestações operárias pela força das armas. Estes acontecimentos trágicos levaram-no a lutar pela constituição de sindicatos livres no país.
Wałęsa tornar-se-ia, com efeito, fundador e líder do Solidariedade, a organização sindical independente do Partido Comunista que obteve importantes concessões políticas e económicas do Governo polaco em 1980-1981, sendo nessa altura ilegalizado e passando à clandestinidade.
Em 1980, Wałęsa liderou o movimento grevista dos trabalhadores do estaleiro de Gdansk, cerca de 17 000 que protestavam contra a carestia de vida e as difíceis condições de trabalho. A greve alargou-se rapidamente a outras empresas.
Com dificuldade, as reivindicações dos trabalhadores acabaram por ser concedidas. As reivindicações sociais dos trabalhadores tomaram consequências claramente políticas quando foi assinado um acordo que lhes garantia o direito de se organizarem livremente, bem como a garantia da liberdade política, de expressão e de religião.
O facto de ter liderado as paralisações dos grevistas e de ser católico deu a Wałęsa uma grande base de apoio popular, mas os seus ganhos tiveram um carácter efémero ante a resistência do regime. Em 13 de dezembro de 1981 o Governo impôs a lei marcial, e a maioria dos líderes foram presos, incluindo Wałęsa, até 14 de novembro de 1982. Em 8 de outubro de 1982 o Solidariedade foi considerado ilegal.
O país passou a ser governado pelo general Wojciech Jaruzelski. A agitação operária continuou, embora de forma mais contida. Wałęsa só seria libertado em 1982. Um ano depois era-lhe atribuído o Nobel da Paz. Ele foi incapaz de aceitá-lo pessoalmente, temendo que o governo  polaco o impedisse de voltar ao país. Então, sua esposa Danuta aceitou o prémio em seu lugar.
O Solidariedade saiu da clandestinidade após negociações com o Governo em 1988-1989, assim como outras organizações sindicais. Com o desmoronamento do Bloco de Leste e a liberalização democrática do regime, ficou consagrada a realização de eleições livres.
Em 9 de dezembro de 1990 Wałęsa foi eleito presidente. Em 1995 realizaram-se novas eleições presidenciais, mas Wałęsa foi derrotado por uma diferença de 3 pontos percentuais no segundo turno. Nas eleições presidenciais de 2000 não conseguiu para além de 1% dos votos, devido a uma crescente insatisfação da opinião polaca em relação às suas posições.
Em 2006 Wałęsa saiu do Solidariedade, manifestando diferenças com o partido Lei e Justiça, e a ascensão ao poder de Lech e Jarosław Kaczyński.
 

segunda-feira, novembro 14, 2011

Contributo para a decisão dos docentes de (não) fazerem greve

Agarrem-Me Senão Eu Vou-Me A Ele


À luta a sério?!...
Ah...
Bem me parecia que até agora isto tinha sido uma brincadeira.
De muito mau gosto.
Então agora já não é atacado pela nostalgia de uma boa negociação?
Aborreceu-se dos acordos?
E dos entendimentos?
E dos memorandos?

in blog Trasgo - ler post

quarta-feira, dezembro 01, 2010

quarta-feira, novembro 24, 2010

Hoje é dia de Greve Geral...

... e este blog adere. Tudo o que é publicado hoje foi-o previamente, para que os nossos leitores não sejam atingidos, à guisa de serviços mínimos.

Fiquemos com um belíssimo cover de uma canção que tem, duplamente, a ver com o dia:


NOTA: outra versão, com a vantagem de ter, além do David Bowie, Annie Lennox:


segunda-feira, novembro 22, 2010

Humor - a Cimeira da NATO, os Blindados e o a Greve Geral


 
Será que os blindados da PSP chegam a tempo da greve geral?

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Cartoonista em greve

0919a

(c) Antero Valério - Blog anterozóide

domingo, janeiro 18, 2009

Poesia para se reflectir num Dia de Greve

Mãos - Guayasamin



entrega as tuas mãos ao medo
e não viverás.
há um espaço de arbítrio - entre acaso, ética,
responsabilidade, dever -
uma fenda para a coragem.
a vida caminha pela terra
passos decididos
entre tudo e nada,
uma brevidade imperceptível
a roçar os nossos rostos.
nada restará
depois que as horas calarem.
entrega tua face ao medo
e não a verás viva.

Silvia Chueire


Porque o caminho se faz caminhando seja ele qual for e porque há por aí muitas espécies de MEDO. Quando eu era pequena e tinha medo do escuro, o meu Pai apagava a Luz e dizia:
- Para perderes o medo, tens de apagar a Luz.
Era como dizer:
- Tens de aprender a viver com a ausência... daquilo que pensas que te tira o medo.

in CleopatraMoon - ler post

5 boas razões para um professor fazer greve amanhã

1. Maria de Lurdes Rodrigues, Junho.2006:

"admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública"



2. Valter Lemos, Assembleia da República, 24.01.2008:

"vocês [deputados do PS] estão a dar ouvidos a esses professorzecos"



3. Jorge Pedreira, Novembro.2008:

"caso haja grande número de professores a abandonar o ensino, sempre se poderiam recrutar novos no Brasil"



4. Jorge Pedreira, Auditório da Estalagem do Sado, 16.11.2008:

"quando se dá uma bolacha a um rato, ele a seguir quer um copo de leite!"



5. Margarida Moreira - DREN, Viana do Castelo, 28.11.2008:

"[os professores são] arruaceiros, covardes, são como o esparguete(depois de esticados, partem), só são valentes quando estão em grupo!"

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Respeito...

Com a devida vénia, uma música de Otis Redding, falecido no ano em que eu nasci e aqui na versão de Aretha Franklin também do mesmo ano...

Aretha Franklin - Respect (ao vivo em 1967)


PS - Dedicamos esta música ao Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, que teve uma prestação fantástica na conferência de imprensa de hoje à tarde...

Perguntar não ofende (ainda)

Alguém me sabe dizer o nome do país onde a Ministra da Educação proibiu, em clara violação da Lei, os Conselhos Executivos de fazerem greve?

GREVE - apelo

Amanhã é um dia único e irrepetível - um pouco parecido com um que Sophia de Mello Breyner Andresen celebrou em poema:
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Amanhã é o dia de os docentes portugueses mostrarem o que lhes vai na alma. Não vamos pedir aumentos (há oito anos que não sabemos o que é isso...). Não vamos pedir mundos e fundos - apenas queremos que nos respeitem...

Há alguns que pensam apenas no depois de amanhã e que irão trabalhar. A esses quero dizer que 30 moedas é muito pouco para pôr em causa tanta coisa - há que pensar para lá do fim do mês, no empréstimo do banco ou do Inglês ou Ballet da filha.

Por quanto nos iremos vender agora? E quem nos respeitará se não nos respeitarmos a nós próprios?

Tudo tem um limite - amanhã, muitos de nós iremos mostrar, à porta das nossas Escolas, que já não há mais caminho trilhar, porque o abismo está mesmo à nossa frente. Iremos enfrentar as vozes iradas de alguns pais (que só querem saber da Escola tal como o patrão do pastor, que quer saber se o redil tem redes altas e bem aramadas).

Iremos ser poucos à entrada de cada uma das nossas Escolas, mas, mesmo poucos, saberemos honrá-las e mostrar que ainda se pode defender as Escolas Públicas portuguesas...