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sexta-feira, abril 26, 2024

Música para não esquecer (mais) um crime de guerra...



The Stone Roses - Guernica

Watch me at war really up
You wanna hurt me stop the row
We both are stitched up now
We're hard with fear hard speak up
You wanna hurt me stop the row
We both are stitched up now
We're whores sit down
We're whores that's us

He wanted us he swore and all we've got
You wanna hurt me stop the row
We both are stitched up now
We're hard with fear hard speak up
You wanna hurt me stop the row
We both are stitched up now
We're whores sit down
We're whores that's us

Simple lives yeah we don't have
We pack up in truth it seems this
See gargoyles can you see the wonder?
Yes I fear the carbine
What does never wrong mean?
That's right

Every one of us he swore so hurry up
You wanna hurt me stop the row
We both are stitched up now
We're hard with fear hard speak up
You wanna hurt me stop the row
Both of us are stitched up now
We're whores sit down
We're whores

That must mean sinful eyes that maim of fear
It's the look that stings I fear boy
Being distrusting I trust no one

They've been back down for nothing
It was never shared it's ours
We will know those names who follow

Guernica foi bombardeada há 87 anos...

Ruínas de Guernica
   
O bombardeamento de Guernica, a 26 de abril de 1937, foi um ataque aéreo feito por aviões alemães da Legião Condor durante a Guerra Civil Espanhola no País Basco.
Coordenado por Wolfram von Richthofen e com suporte do Corpo Truppe Volontarie, o ataque destruiu a maior parte da localidade, na época com 5.000 - 7.000 habitantes, causando centenas de vítimas. Foi considerada um ataque terrível na época e usado como uma propaganda amplamente difundida no Ocidente, levando a acusações de "atentado terrorista" e de que 1.654 pessoas tinham morrido no ataque. Estimativas modernas avaliaram o número de mortos em cerca de 300 a 400.
O ataque, que serviu também para testar aviões de guerra e ganhar experiências no combate aéreo, apoiou as forças de Francisco Franco que invadiram a cidade poucos dias depois do bombardeamento.
O painel Guernica, pintado por Pablo Picasso em 1937, é normalmente tratada como representativa do bombardeamento sofrido pela cidade de Guernica.

 

Mural na cidade de Guernica com uma reprodução da obra original
         

Um maluco nazi chamado Rudolf Hess nasceu há cento e trinta anos

  
Rudolf Walter Richard Hess (Alexandria, Egito, 26 de abril de 1894 – Berlim, 17 de agosto de 1987), foi um político de destaque da Alemanha nazi, nomeado Delegado do Führer (Stellvertreter des Führers em alemão) por Adolfo Hitler em 1933, e nesse cargo até 1941, quando viajou de avião, sozinho, para a Escócia, numa tentativa de negociar a paz com o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Foi detido e, posteriormente, julgado por crimes de guerra, sendo condenado a prisão perpétua.
Hess alistou-se no 7.º Regimento de Artilharia Terrestre da Baviera no início da Primeira Guerra Mundial. Foi ferido por diversas vezes e recebeu a Cruz de Ferro de segunda classe, em 1915. Pouco antes da guerra terminar, Hess matriculou-se na força aérea como piloto-aviador, mas não chegou a combater. Deixou as forças armadas em dezembro de 1918 com a patente de Leutnant der Reserve (Tenente de Reserva).
No outono de 1919, Hess entrou para a Universidade de Munique, onde estudou geopolítica com Karl Haushofer, um proponente do conceito de Lebensraum ("espaço vivo "), que mais tarde se tornaria um dos pilares da ideologia do Partido Nazi. Hess juntou-se ao NSDAP em 1 de julho de 1920, e esteve ao lado de Hitler a 8 de novembro de 1923 no Putsch da Cervejaria, uma tentativa falhada dos nazis de tomarem o controlo do governo alemão. Durante o tempo de prisão devido ao golpe, Hess ajudou Hitler a escrever a sua obra, Mein Kampf, que se tornou numa das fundações da plataforma política do NSDAP.
Depois da tomada de poder nazi em 1933, Hess foi designado para Delegado do Führer do NSDAP, e recebeu um cargo no gabinete de Hitler. Passou a ser o terceiro homem mais poderoso da Alemanha, atrás de Hitler e Hermann Göring. Para além de aparecer em manifestações e palestras em nome de Hitler, Hess redigiu grande parte da legislação, incluindo as Leis de Nuremberga de 1935, as quais retiravam os direitos dos judeus na Alemanha, e que estiveram na origem do Holocausto.

Hess continuou o seu interesse na aviação, e aprendeu a pilotar os mais modernos aviões que estavam a ser desenvolvidos no início da Segunda Guerra Mundial. A 10 de maio de 1941, voou sozinho para a Escócia, onde esperava reunir-se com Douglas-Hamilton, o qual ele pensava fazer parte da oposição ao governo britânico, para falar sobre acordos de paz. Hess foi preso de imediato à sua chegada, e detido, sob custódia britânica, até ao final da guerra, voltando à Alemanha para ser julgado nos Julgamentos de Nuremberga, em 1946. Durante uma grande parte do julgamento, alegou sofrer de amnésia, mas, mais tarde, admitiu tratar-se de um estratagema. Hess foi condenado contra crimes contra a paz e conspiração com outros líderes alemães para cometer crimes, e foi transferido para a Prisão de Spandau em 1947, após ser condenado a prisão perpétua. A sua família e destacados políticos, tentaram que fosse libertado mais cedo, mas foram impedidos pela União Soviética

   

(...)

 

Morte

Hess morreu em 1987, ainda prisioneiro em Spandau, e a sua morte foi qualificada de suicídio. Hess, então com 93 anos, estava quase cego e movia-se com extrema dificuldade. Segundo a versão oficial, ele foi até à casa do jardim, colocou um cabo elétrico ao redor do pescoço e cometeu suicídio. Entretanto, as declarações da sua enfermeira pessoal também colocam em xeque a versão oficial. Ela encontrou Hess sem sinal de vida no interior da casa do jardim. Tentando reanimá-lo pediu o saco de primeiros socorros, que, segundo ela, "foi entregue com uma grande demora, exageradamente longa" e que lhe chegou às mãos já aberto, com os instrumentos cirúrgicos destruídos e a garrafa de oxigénio vazia.
Esta enfermeira que acompanhou os últimos 5 anos da vida de Rudolf Hess afirma que "Hess tinha muita artrite nas mãos e já estava bastante fraco para se manter de pé sem apoio. Ele não conseguia atar os seus sapatos nem levantar os seus braços a uma altura suficiente para colocar um cabo no seu pescoço - o que derrubaria a tese de suicídio por enforcamento.
Uma segunda autópsia foi efetuada a pedido do seu filho, Wolf Hess, que contratou o patologista Dr. Spann, do Hospital de Munique. A sua conclusão refuta a opinião do médico britânico, James Malcom Cameron: "Muito provavelmente Rudolf Hess foi estrangulado por trás, por outra pessoa".
Após a sua morte, as autoridades tentaram sepultá-lo num lugar secreto. Mais uma vez, o seu filho interveio e conseguiu levar o corpo para o cemitério da família. A cerimónia só pôde ser realizada de madrugada, com familiares mais próximos, não podendo exceder os 2 minutos, tudo sob controle das autoridades.
Após a morte de Hess, neonazis da Alemanha e de toda a Europa encontraram-se em Wunsiedel, onde ele foi enterrado, para uma certa "marcha pela memória". Essas manifestações repetem-se a cada ano, no dia da morte de Hess, apesar de proibidas de 1991 a 2000 (anos durante os quais as marchas ocorreram em diversas cidades das redondezas). As marchas de 2002 e 2003 (novamente autorizadas) reuniram 2.500 neonazis.
Em julho de 2011 os responsáveis pela comunidade de Wunsiedel exumaram os restos mortais de Rudolf Hess e destruíram o seu túmulo, com a intenção de acabar com os manifestos e atos em torno da figura símbolo de Rudolf, pois tais manifestações perturbavam a ordem e a paz da pequena cidade.
     

quinta-feira, abril 25, 2024

O 25 de abril, em Itália, foi há 79 anos...

     

  
La festa della Liberazione, o semplicemente 25 aprile, è una festa nazionale della Repubblica Italiana che ricorre il 25 aprile di ogni anno.
È un giorno fondamentale per la storia d'Italia e assume un particolare significato politico e militare, in quanto simbolo della vittoriosa lotta di resistenza militare e politica attuata dalle forze armate alleate, dall'Esercito Cobelligerante Italiano ed anche dalle forze partigiane durante la seconda guerra mondiale a partire dall'8 settembre 1943 contro il governo fascista della Repubblica Sociale Italiana e l'occupazione nazista
 
   in Wikipédia

quarta-feira, abril 24, 2024

Pétain nasceu há 168 anos

  
Marechal Henri Philippe Benoni Omer Joseph Pétain (Cauchy-à-la-Tour, 24 de abril de 1856 - Île d'Yeu, 23 de julho de 1951), mais conhecido como Marechal Pétain, foi um militar francês e líder da França de Vichy instalado na França durante a Segunda Guerra Mundial.
Pétain é considerado um herói pelos seus feitos na Primeira Guerra Mundial, mas foi julgado traidor por seus atos na Segunda Guerra Mundial. Ele foi sentenciado à pena de morte, mas teve a pena comutada para prisão perpétua, que Pétain cumpriu na prisão em Île d'Yeu, uma ilha ao largo da costa do Atlântico. Acabou por morrer na prisão, em Fort-de Pierre de Levée. Foi enterrado num cemitério próximo da prisão.
  

 


A França de Vichy (em francês chamada hoje de Régime de Vichy ou Vichy; na altura autotitulava-se de État Français) foi o estado francês entre os anos de  1940 e 1944, um governo fantoche, de influência nazi, opondo-se às Forças Livres Francesas, sediadas inicialmente em Londres e depois em Argel. Foi estabelecido após o país se ter rendido à Alemanha nazi em 1940, na Segunda Guerra Mundial. Recebeu o seu nome da capital do governo, a cidade de Vichy, a sudeste de Paris, próximo de Clermont-Ferrand.

sábado, abril 20, 2024

Um dos maiores genocidas de sempre nasceu há 135 anos

        
Adolf Hitler (Braunau am Inn, 20 de abril de 1889 - Berlim, 30 de abril de 1945), por vezes em português Adolfo Hitler, foi um militar e político, líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (em alemão: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP), também conhecido por partido nazi, uma abreviatura do nome em alemão (Nationalsozialistische), sendo ainda oposição aos sociais-democratas, os Sozi. Hitler tornou-se chanceler e, posteriormente, ditador alemão. Era filho de um funcionário de alfândega de uma pequena cidade fronteiriça da Áustria com a Alemanha.
      
No exterior do edifício onde Hitler nasceu em Braunau am Inn, na Áustria, um memorial em pedra para lembrar os horrores da II Guerra Mundial - a tradução diz: "Pela paz, liberdade e democracia,  fascismo nunca mais, milhões de mortos lembram"
     

terça-feira, abril 16, 2024

O comandante do campo de concentração de Auschwitz foi enforcado há 77 anos

 
Rudolf Franz Ferdinand Höss
(ou Höß, Hoeß e Hoess) (Baden-Baden, 25 de novembro de 1901 – Oświęcim, 16 de abril de 1947) foi um oficial alemão das SS nazis. Serviu, durante quase dois anos, como comandante do campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial e foi um dos responsáveis por testar, e depois implementar, vários métodos de matança para executar o plano de Adolf Hitler para exterminar a população judaica na Europa ocupada pela Alemanha nazi, num projeto denominado de "a Solução final".
Höss foi posteriormente acusado e condenado de perpetrar diversos crimes contra a humanidade. Entre suas atrocidades mais conhecidas estão os testes, que ele supervisionou, da introdução do pesticida Zyklon B, que continha cianeto de hidrogénio, para acelerar o processo de matança de judeus no Holocausto. Em 1944, mais de 2 mil pessoas morriam, por hora, no campo de concentração de Auschwitz. Sob a supervisão de Höss, foi criado um dos maiores sistemas de aniquilação sistemática de seres humanos da história.
 
(...)
 
Höß foi capturado a 11 de março de 1946 pela polícia militar britânica. Durante os Julgamentos de Nuremberga, foi ouvido, como testemunha, nos julgamentos de Ernst Kaltenbrunner e Oswald Pohl, além da companhia IG Farben, fabricante do gás Zyklon B.
A 2 de abril de 1947, foi sentenciado à morte por enforcamento. A sentença foi executada no dia 16 de abril do mesmo ano, na entrada do que outrora fora o crematório do campo de concentração Auschwitz I.
Na sua autobiografia publicada em 1958, Rudolf Höß: Kommandant in Auschwitz, descreveu-se como um homem de "grande virtude e obediência militar", tendo "um grande senso de dever". Höß era casado e tinha cinco filhos.
  
Patíbulo onde Höess foi executado em Auschwitz
 

Durante o julgamento de Nuremberga, em 5 de abril de 1946, Höss afirmou:

Eu comandei Auschwitz até 1 de dezembro de 1943 e estimo que um total de 2.500.000 vítimas tenham sido executadas e exterminadas lá por gaseamento ou carbonização, e pelo menos outros meio milhão sucumbiram à fome e doença, totalizando 3.000.000 de mortos. Estes números representam um total de 70% a 80% de todas as pessoas envidas para Auschwitz como prisioneiras, o restante foi selecionado e usado como trabalho escravo nas indústrias do campo de concentração. Entre os executados e carbonizados, estão aproximadamente 20.000 prisioneiros de guerra russos que foram entregues a Auschwitz nos transportes da Wehrmacht por homens e oficiais do exército. O resto incluía pelo menos 100.000 judeus alemães e um grande número de cidadãos (maioria judeus) dos Países Baixos, França, Bélgica, Polónia, Hungria, Checoslováquia, Grécia e outros países. Nós executámos cerca de 400.000 judeus húngaros em Auschwitz apenas no verão de 1944.

Embora inicialmente tenha se mostrado apático com as revelações a respeito da magnitude do que aconteceu em Auschwitz, Rudolf Höß não se eximiu da responsabilidade por seus crimes. Em suas memórias e conversas que teve com os carcereiros e com os juízes no seu julgamento, ele começou a expressar remorso por seus atos. Quatro dias antes de ser executado, ele confessou para o promotor: "Na solidão de minha cela, eu cheguei ao amargo reconhecimento de que pequei gravemente contra a humanidade. Como comandante de Auschwitz, eu fui responsável por executar os planos cruéis do Terceiro Reich para a destruição humana. Ao fazê-lo, infligi feridas terríveis à humanidade. Causei sofrimento indescritível ao povo polaco em particular. Eu pagarei por isso com minha vida. Que o Senhor Deus me perdoe um dia pelo que fiz."

Em 25 de maio de 1946, Höß foi entregue às autoridades polacas e ao Supremo Tribunal Nacional. O seu julgamento durou de 11 a 29 de março de 1947. Em 2 de abril, foi sentenciado à morte por enforcamento. A sentença foi executada no dia 16 de abril de 1947, na entrada do que outrora fora o crematório do campo de concentração Auschwitz I. Antes de sua execução, ele retornou ao catolicismo e recebeu os sacramentos finais.    
  

terça-feira, abril 09, 2024

A Alemanha nazi invadiu a Dinamarca e a Noruega, estados neutrais, há 84 anos...

    
A Operação Weserübung foi o assalto alemão sobre as nações neutrais da Dinamarca e Noruega durante a Segunda Guerra Mundial. Esse ataque provocou a Campanha da Noruega, que seria ganha pelos alemães. O nome da operação significa "Exercício no Weser", sendo este um rio alemão. Foi planeada pelo general alemão Nikolaus von Falkenhorst, a pedido de Hitler.
Às 04.15 horas da madrugada, na hora local, a "hora Weser", de 9 de abril de 1940, o "dia Weser", a Alemanha invadiu a Dinamarca e a Noruega, supostamente para protegê-las de um possível ataque da França e Inglaterra.
    

Os nazis enforcaram Wilhelm Canaris e Dietrich Bonhoeffer há 79 anos...

       
Wilhelm Franz Canaris (Aplerbeck, 1 de janeiro de 1887Flossenbürg, 9 de abril de 1945) foi um almirante alemão, líder dos serviços de espionagem militar (a Abwehr) de 1935 a 1944. Foi também uma das figuras da resistência alemã (Widerstand) ao regime nazi de Adolf Hitler e um dos (indiretamente) envolvidos no atentado de 20 de julho de 1944.
  
(...)
  
    

 

   
Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906Flossenbürg, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazi e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazi.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou sendo enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio.
  
(...)
   
Quando já estava sendo perseguido pelos nazis, Bonhoeffer escreveu um tratado considerado por muitos uma das maiores obras primas do protestantismo, que denominou simplesmente "Ética". É nesta obra que ele justifica, em parte, o seu empenhamento na resistência alemã anti-nazi e o seu envolvimento na luta contra Adolf Hitler, dizendo que:
  
  
As suas cartas da prisão são um testemunho de martírio e também um tesouro para a Teologia Cristã do século XX.

segunda-feira, abril 01, 2024

Os nazis começaram a perseguir os judeus há noventa e um anos...

 

1 de abril de 1933 - os nazis, recém-eleitos, organizam, sob a batuta de Julius Streicher, um boicote de um dia a todas as lojas e negócios pertencentes a judeus na Alemanha, a preparação do Holocausto. Num cartaz, afixado por um membro da milícia para-militar SA (os camisas castanhas), lia-se a seguinte propaganda anti-semita: 
  
Alemães, defendam-se! Não comprem aos judeus!
   

domingo, março 31, 2024

Anne Frank morreu, provavelmente, há 79 anos...

Cenotáfio de Margot e Anne Frank, vítimas dos nazis no campo de concentração de Bergen-Belsen
   
Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank (Frankfurt am Main, 12 de junho de 1929 - Bergen-Belsen, 31 de março de 1945), foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do holocausto, que morreu aos quinze anos de idade num campo de concentração. Ela tornou-se famosa mundialmente com a publicação póstuma do seu diário, no qual escrevia as experiências do período em que a sua família se escondeu da perseguição aos judeus dos Países Baixos. O conjunto de relatos, que recebeu o nome de Diário de Anne Frank, foi publicado pela primeira vez em 1947 e é considerado um dos livros mais importantes do século XX.
  
 
Embora tenha nascido na cidade alemã de Frankfurt am Main, Anne passou a maior parte da vida em Amesterdão, nos Países Baixos. A sua família mudou-se para lá em 1933, ano da ascensão dos nazis ao poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o território neerlandês foi ocupado e a política de perseguição do Reich foi estendida à população judaica residente no país. A família de Anne escondeu-se em julho de 1942, abrigando-se num sótão secreto de um edifício comercial.
Durante o período no chamado "anexo secreto", Anne escrevia no diário a sua intimidade e também o quotidiano das pessoas ao seu redor. E lá permaneceu por dois anos até que, em 1944, um delator desconhecido, revelou o esconderijo às autoridades nazis. O grupo foi, então, levado para campos de concentração. Anne Frank e sua irmã Margot foram transferidas para o campo de Bergen-Belsen, onde morreram de tifo em março de 1945.
Otto Frank, pai de Anne e único sobrevivente da família, retornou a Amesterdão depois da guerra e teve acesso ao diário da filha. Os seus esforços levaram à publicação do material em 1947. O diário, que foi dado a Anne no seu aniversário de 13 anos, narra a sua vida de 12 de junho de 1942 até 1 de agosto de 1944. É, atualmente, um dos livros mais traduzidos em todo o mundo.
  
  

domingo, março 24, 2024

Os nazis perpetraram o Massacre das Fossas Ardeatinas há oitenta anos

Entrada para as Fossas Ardeatinas
     
Num certo dia, num combate durante a primavera de 1944, uma bomba da resistência italiana matou 33 soldados alemães e, por represália pelos alemães mortos, sob ordem do Führer, os militares alemães teriam que matar dez italianos por cada alemão morto, ou seja, 330 italianos seriam fuzilados como castigo da morte dos 33 soldados mortos. Passado vinte e quatro horas a Gestapo reuniu 335 pessoas para serem executadas, filas para a morte foram formadas e fossas foram abertas para abrigar os corpos, sendo as vitimas maioritariamente italianas, incluindo judeus, crianças e idosos. O massacre ocorreu sob o comando de Erich Priebke.

Priebke era capitão das SS quando, em 24 de março de 1944, ordenou o fuzilamento de 335 civis italianos, e participou do mesmo, como represália pelo ataque partigiano de via Rasella, onde morreram 33 militares alemães.

Em junho de 1944, Priebke foi capturado nos Alpes italianos pelo exército americano, quando confessou a sua participação no massacre e ficou detido por cerca de 20 meses numa série de campos de prisioneiros de guerra na Europa. Uma noite, Priebke decidiu fugir com mais dois cúmplices, e foi pelo arame farpado que eles conseguiram escapar do campo. Ele sabia que não podia ficar escondido por muito tempo, e que seria mais seguro imigrar com a família para outro país.

    
       

Erich Priebke (Hennigsdorf, Brandemburgo, 29 de julho de 1913Roma, 11 de outubro de 2013) foi um hauptsturmführer (capitão) da SS durante a Segunda Guerra Mundial. Viveu 20 meses no período final da guerra como prisioneiro de guerra, tendo escapado do campo pelos arames farpados e tomado o "caminho dos ratos" (ratline), uma rota europeia conhecida para fuga de nazis para a América do Sul, que passava por Nápoles. De lá embarcou num navio e foi se refugiar no interior da Argentina.

Viveu na Argentina com o seu nome verdadeiro e passaporte alemão. Cinquenta anos depois ele foi localizado por uma equipe da TV norte-americana da CBS, que confirmou a sua identidade e inclusive o entrevistou na saída de um colégio onde ministrava aulas. Preso pela polícia argentina depois de a notícia ter sido transmitida nos Estados Unidos, levou mais um ano e meio até a justiça argentina expatriá-lo para a Itália para julgamento por crimes de guerra na península itálica.

Recaía sobre ele a acusação de assassinato de 355 civis italianos (dez civis italianos para cada soldado alemão morto em um atentado da resistência italiana), no chamado Massacre das Fossas Ardeatinas em Roma, em 24 de março de 1944. Em 1996, foi condenado à prisão perpétua. Cumpriu prisão domiciliar pelas leis italianas, proibido de estar numa prisão pela sua idade avançada.

Morreu em 11 de outubro de 2013, aos cem anos de idade, em Roma, na Itália. O seu sepultamento e local do túmulo foi considerado secreto, após diversas cidades negarem acolher o corpo do ex-comandante da SS, temendo que o seu túmulo se convertesse num local de peregrinação para os neonazis.

sábado, março 23, 2024

Werner von Braun nasceu há 112 anos


Wernher Magnus Maximilian von Braun (Wirsitz, 23 de março de 1912 - Alexandria, 16 de junho de 1977) foi um engenheiro alemão e uma das principais figuras no desenvolvimento do foguete V-2 na Alemanha nazi e do foguetão Saturno V nos Estados Unidos.
Um pioneiro e visionário das viagens espaciais, é mundialmente conhecido pela sua liderança do projeto aeroespacial americano durante a Corrida Espacial, tendo trabalhado como projetista chefe do primeiro foguete de grande porte movido a combustível líquido produzido em série, o Aggregat 4, e por liderar o desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou os astronautas dos Estados Unidos à Lua, em julho de 1969. O seu rival, do lado soviético, foi o engenheiro Sergei Korolev.
     

sexta-feira, março 22, 2024

O Massacre de Khatyn foi há 81 anos...

    
O Massacre de Khatyn foi um extermínio em massa ocorrido na vila de Khatyn (bielorruso) ou Chatyń (russo), na província de Minsk, Bielorrúsia (então União Soviética), durante a II Guerra Mundial. Em 22 de março de 1943 a população local foi exterminada por homens de um batalhão auxiliar de colaboradores das tropas ocupantes nazis, o 118º Schutzmannschaft, formado um ano antes em Kiev na sua maioria com colaboradores ucranianos, desertores do exército russo e prisioneiros de guerra, juntamente com homens das Waffen-SS, integrantes da 36ª Divisão Waffen Grenadier da SS.
O massacre não foi um acidente isolado. Cerca de 5.300 pequenas localidades bielorrussas foram destruídas pelos nazis e vários dos seus habitantes executados pelos invasores. Na região de Vitebsk, 243 vilas foram queimadas por duas vezes, 83 três vezes e 22 vilas foram destruídas mais de três vezes. Na região de Minsk, 92 vilas foram queimadas duas vezes, 40 delas três vezes, nove quatro vezes e seis vilas cinco ou mais vezes. No total, cerca de dois milhões de civis foram executados na Bielorrússia durante os três anos de ocupação nazi, cerca de um quarto da população total do país.
  
O Massacre
Em 22 de março de 1943, um comboio militar alemão foi atacado por membros da resistência, perto da vila de Kozin, a cerca de 6 km de Khatyn. O ataque resultou na morte de quatro oficiais de polícia do 118º batalhão Schutzmannschaft, composto na sua maioria de desertores russos, ex-prisioneiros de guerra e colaboradores ucranianos, comandados pelo capitão Hans Woellke, morto no atentado. Woellke tinha sido campeão olímpico do lançamento do martelo nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936.
Naquela tarde, reforçado por homens da 36ª Divisão Waffen Grenadier da SS, uma unidade composta na sua maioria de ex-criminosos recrutados para combate anti-guerrilha, o batalhão entrou em Khatyn e retirou todos os habitantes das suas casas, acordando-as com a ponta de rifles e colocando-os num grande barracão, que teve as suas portas trancadas, foi coberto com palha e incendiado. As pessoas aprisionadas do lado de dentro que tentavam escapar, forçando as portas, eram mortas a tiros de metralhadora. 140 pessoas, incluindo 75 crianças, foram assassinadas. A vila foi então saqueada e queimada até o chão. Apenas três crianças conseguiram escapar do cerco, escondendo-se nas redondezas. A mais jovem morta tinha apenas sete semanas de vida.
De entre os que foram aprisionados, Viktor Zhelobkovich, um menino de sete anos, conseguiu sobreviver ferido debaixo do corpo de sua mãe. Outro, Anton Baranovsky, de 12 anos, foi dado como morto por ter uma perna ferida e também escapou. O único adulto sobrevivente, Yuzif Kaminsky, queimado e ferido à bala, recobrou a consciência após os assassinos terem se retirado. Ele teria encontrado o seu filho no meio dos corpos, totalmente queimado e ferido, mas ainda vivo, e a criança morreu nos seus braços. Esse incidente foi depois reproduzido com uma estátua de ambos, no Memorial de Khatyn.
   
Julgamentos
No pós-guerra, os perpetradores do massacre foram identificados. O comandante do batalhão ucraniano, Vasyl Meleshko, foi julgado pelas autoridades soviéticas, condenado à morte e executado em 1975. O seu chefe-de-staff, outro ucraniano, Grigory Vassiura, foi julgado em Minsk, em 1986, e também condenado à morte. O caso e o julgamento do massacre de Khatin não teve um grande noticiário nos media local, devido ao receio dos soviéticos de provocar uma divisão na unidade entre os povos da Ucrânia e da Bielorrússia, então duas repúblicas da URSS.
   
Memorial
Durante o governo de Leonid Brejnev na União Soviética, uma enorme atenção foi dada a este episódio por parte das autoridades e da imprensa oficial, possivelmente com a intenção de desviar a atenção de outro massacre cujas evidências surgiam em outra região de nome similar, o Massacre de Katyn, na Polónia, quando milhares de soldados polacos prisioneiros foram executados pela NKVD soviética e que começava a tomar o noticiário internacional com as suas descobertas. 
Khatyn tornou-se um símbolo do genocídio da população civil durante as lutas entre guerrilheiros, tropas invasores e colaboradores. Em 1969 ele foi nomeado como memorial de guerra nacional da então República Socialista Soviética da Bielorrússia. Entre os símbolos mais conhecidos dentro do complexo do memorial, há um monumento com três bétulas e uma chama eterna no lugar de uma quarta, que representa um tributo a um em cada quatro bielorrussos que morreram durante a II Guerra. Há também uma estátua de Yuzif Kaminsky carregando o seu filho morto e uma grande parede com nichos que representam as vítimas dos campos de concentração, os maiores deles representando os com mais de 20 mil vítimas. Sinos tocam a cada 30 segundos, para lembrar a taxa de tempo em que cada vida de um bielorrusso foi perdida no período de tempo da guerra.
Entre os líderes mundiais que já visitaram o Memorial, encontram-se Richard Nixon, ex-presidente dos Estados Unidos, Fidel Castro de Cuba, Rajiv Gandhi ex-primeiro-ministro da Índia, Yasser Arafat e Jiang Zemin, ex-presidente da China.
  

sexta-feira, março 15, 2024

Hitler anexou os restos da República Checa há 85 anos

  
O Protetorado da Boémia e Morávia foi um protetorado de maioria étnica checa, que a Alemanha nazi criou nas partes centrais da Boémia, Morávia e Silésia checa, no que é hoje a República Checa.
  

Adolf Hitler na sua visita ao Castelo de Praga depois do estabelecimento do protetorado alemão
  
Foi criado em 15 de março de 1939, por decreto do líder alemão Adolf Hitler, no Castelo de Praga, na sequência da declaração da República Eslovaca, independente a partir de 14 de março de 1939. A Boémia e a Morávia eram territórios autónomos administrados pelos nazis, que o governo alemão considerou parte do Grande Reich Alemão. A existência do pseudo-estado chegou ao fim com a rendição da Alemanha aos Aliados, no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
     
          
in Wikipédia

quinta-feira, março 14, 2024

Os nazis criaram o estado fantoche eslovaco há 85 anos...


Mudanças territoriais da República Eslovaca (1938-1947) sem as mudanças na fronteira com a Polónia 
 
1 - Bratislava bridgehead, part of Hungary until 15 October 1947
2 - Southern Slovakia, from 2 November 1938 until 1945 to Hungary, due to the First Vienna Award
3 - Strip of land in eastern Slovakia around the cities of Stakčín & Sobrance, part of Hungary from 4 April 1939 (following the Slovak–Hungarian War) until 1945
4 - Devín and Petržalka (now parts of the city of Bratislava), from 1938 until 1945 part of Germany
5 - German “Protection Zone”, military occupation as a result of the protection treaty with Slovakia

    
A República Eslovaca, também conhecido como Primeira República Eslovaca ou Estado Eslovaco, foi um estado nacional eslovaco, sendo, porém, um Estado fantoche clerofascista da Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial, ocupando o território da atual Eslováquia, exceto a parte sul, posteriormente recuperada da Hungria. Foi criado em 1939 sob o nome de Estado Eslovaco, quando a Alemanha estabeleceu o protetorado de Boémia e Morávia. Posteriormente, em julho do mesmo ano, foi proclamada uma república independente. Era governado pelo Monsenhor Jozef Tiso. Além da Boémia e Morávia, limitava com a Alemanha, Polónia e Hungria. A República Eslovaca deixou de existir, de facto, em 4 de abril de 1945, quando tropas soviéticas ocuparam Bratislava.
Embora às vezes chamada de Primeira República Eslovaca, a República Eslovaca moderna recusa considerar esse Estado como o seu antecessor, principalmente devido à implementação de medidas antissemitas e por realmente faltar autonomia ao seu governo. Durante a Guerra Fria, os livros de história da Checoslováquia referiam-se a esta nação como o Estado Eslovaco. Esta breve república só foi reconhecida pelas nações que faziam parte da esfera de influência das Potências do Eixo como a Alemanha e em vários outros estados, incluindo o Governo Provisório da República da China, o Estado Independente da Croácia, Estónia, Itália fascista, Hungria, Império do Japão, Lituânia, Manchukuo, Mengjiang, Reino da Roménia, Espanha franquista, além da União Soviética, assim como El Salvador, Suíça e Vaticano.
  
A República da Eslováquia: as planícies do sul, de maioria magiar tiveram de ser transferidas para a Hungria pela Primeira Arbitragem de Viena, a Ruténia foi ocupada pela Hungria; ao participar do ataque alemão à Polónia em 1939 ganhou 2 territórios ao norte
     
in Wikipédia

Mit brennender Sorge - o papa Pio XI escreveu uma carta ao povo alemão há 87 anos

   

Mit brennender Sorge (Com profunda preocupação - 14 de março de 1937), é uma Carta Encíclica de Pio XI que condena o nacional-socialismo alemão e sua ideologia racista. Foi a primeira crítica oficial aos nazis feita por um chefe de Estado e contém um ataque velado a Adolf Hitler, referindo-se a ele como "um profeta louco de arrogância repulsiva". É também notável por ser um dos dois únicos documentos oficiais da Santa Sé escritos numa língua diferente do latim e do grego, juntamente com a encíclica Non Abbiamo Bisogno, de 1931, que por sua vez critica o fascismo italiano.
Devido ao caráter urgente da mensagem destinada especificamente ao povo germânico, Pio XI optou por redigir a Encíclica diretamente em alemão. Quando pronta, foi enviada clandestinamente para a Alemanha por meio do serviço eclesiástico de correspondência, para que não fosse apreendida pela Gestapo, e então reproduzida por oficiais da Igreja Católica. As cópias foram distribuídas aos bispos, padres e capelães para serem lidas em todas as paróquias alemãs no dia 21 de março de 1937, durante a homilia da missa de Domingo de Ramos, quando a presença de fiéis costuma ser a máxima de todo o ano litúrgico. A encíclica faz uma condenação extremamente dura do racismo e ataca o Führer com uma agressividade raramente vista em documentos papais, motivando uma reação violenta de Hitler por meio da Gestapo, que recrudesceu fortemente a perseguição de católicos e ocasionou a prisão de mais de mil e cem clérigos. Numa época em que Adolf Hitler ainda gozava de grande prestígio na opinião pública internacional, a encíclica surpreendeu pelo tom decisivo e foi alvo de críticas inclusive de setores da esquerda católica, que ainda acreditavam numa convivência pacífica com a Alemanha.
Juntamente com os Cardeais alemães Adolf Bertram, Michael von Faulhaber e Karl Joseph Schulte e os dois bispos alemães mais contrários ao regime, Clemens von Gallen e Konrad von Preysing e com a intervenção decidida do Cardeal Pacelli - futuro Papa Pio XII - e dos seus auxiliares alemães Mons. Ludwig Kaas e dos jesuítas Robert Leiber e Augustin Bea é que se chegou à encíclica Mit brennender Sorge que, ainda em 1937, condenou os erros da ideologia nazi e os seus ideais racistas e pagãos.

    

(...)


Como era de se esperar, no mesmo dia o órgão oficial nazi, Völkischer Beobachter, publicou uma primeira réplica à encíclica, mas foi também a última. O ministro alemão da propaganda, Joseph Goebbels, foi suficientemente inteligente e perspicaz para perceber a força que havia tido a declaração, e com o controle total da imprensa e do rádio que já tinha por essa ocasião, entendeu que o mais conveniente era ignorá-la completamente e censurar tanto o seu conteúdo como quaisquer referências a esta.
Após a leitura e publicação da encíclica, as perseguições anti-católicas tiveram lugar, e as relações diplomáticas Berlim-Vaticano ficaram severamente afetadas. Em maio de 1937, 1.100 padres e religiosos são lançados nas prisões do Reich. 304 sacerdotes católicos são deportados para Dachau em 1938. As organizações católicas são dissolvidas e as escolas confessionais interditas.
Até a queda do regime nazi, cerca de onze mil sacerdotes católicos (quase metade do clero alemão dessa época) "foram atingidos por medidas punitivas, política ou religiosamente motivadas, pelo regime nazi", terminando muitas vezes nos campos de concentração.

terça-feira, março 12, 2024

Anschluss (e afins...) nunca mais...

 
Anschluß ou Anschluss é uma palavra do idioma alemão que significa conexão, anexação, afiliação ou adesão. É utilizada em História para se referir à anexação político-militar da Áustria por pela Alemanha nazi em 1938.
Este termo é o oposto à palavra Ausschluß, que caracteriza a exclusão da Áustria no Reino da Prússia.
No tratado de Saint-Germain-en-Laye de 1919, que pôs fim ao Império Austro-Húngaro, o artigo 88º estipulava expressamente que a união de Áustria com Alemanha ficava proibida, mas a maioria dos habitantes que falavam o alemão apoiavam uma união com a Alemanha.
Como se sabe, a Áustria, na tradição do Império Austro-Húngaro, era uma nação multi-étnica e multicultural. Em Viena e nas principais cidades austríacas viviam pessoas que falavam línguas diversas (alemão, húngaro, checo, croata, iídiche etc.) e praticavam as mais diferentes religiões (católicos - cerca de 73,6% da população, luteranos, judeus, cristãos ortodoxos). O imperador da Áustria tinha sido a figura política que tinha dado coesão à sociedade multicultural do Império Austro-Húngaro. Esse papel centralizador não tinha então um correspondente na nova sociedade austríaca. Muitas famílias judaicas, por exemplo, recordavam com saudade esses tempos idos. A nova sociedade austríaca vivia sob o signo do antissemitismo e das dificuldades da coexistência multi-cultural. Muitos austríacos, aqueles que eram de origem germânica (como Adolf Hitler) aspiravam a uma nação livre dessas outras etnias, que desdenhavam. Aos olhos de Hitler, o ideal a seguir era o do pangermanismo: uma nação com uma só língua e etnia.
A 13 de setembro de 1931 uma milícia dos cristãos-socialistas tenta, em vão, tomar o poder na Áustria pelas armas.
Depois da vitória nas eleições de abril de 1932, os nazis não obtiveram a maioria absoluta, o que os leva à oposição. Os nazis austríacos lançam-se numa estratégia de tensão e recorrem ao terrorismo. O chanceler social cristão Engelbert Dollfuss escolhe, em 1933, governar por decreto, dissolve o parlamento, o Partido Comunista da Áustria, o partido nacional-socialista e a poderosa milícia social-democrata, a Schutzbund. O seu regime assemelha-se ao regime fascista, com uma preferência por Benito Mussolini. Dollfuss reprime os social-democratas, que não querem deixar morrer a democracia, seja através de Dollfuss ou dos nazis.
Após dura repressão da polícia, depois de uma insurreição em Linz, em fevereiro de 1934, que causou entre 1.000 e 2.000 mortes, os social-democratas abandonaram o combate e escolheram o exílio.
Enquanto isso os nazis austríacos reforçaram-se e organizaram-se; preferindo um fascismo mais germânico, assassinaram o chanceler Dollfuss, a 25 de junho de 1934, e exterminaram o seu clã, mas o seu golpe de Estado é frustrado.
O novo chanceler, Kurt Schuschnigg, negocia uma trégua com Hitler em Berchtesgaden, em fevereiro de 1938. O acordo é claro: entrada dos nazis no governo e amnistia para os crimes em troca de uma não-intervenção alemã na crise política.
O pacto não serve de nada: Schuschnigg perde o controle do país e vê como último recurso organizar um referendo para beneficiar da legitimidade popular: o exército alemão entra na Áustria a 12 de março e coloca o ministro do interior nazi no lugar de chanceler.
A 13 de março de 1938 a Alemanha anuncia oficialmente a anexação da república austríaca e converte-a numa província do Terceiro Reich. Em 10 de abril, um vergonhoso arremedo de referendo aprova a anexação, com uma taxa de 99% de aprovação pela população que pode votar.