domingo, novembro 03, 2013

Hoje é dia de eclipse...!


Este domingo há um eclipse do Sol visível em Portugal. Começa pouco depois das 11.30 horas, o seu máximo é cerca das 12.20 horas e termina pouco depois das 13.10 horas. Nós iremos vê-lo em Leiria, à entrada da Sede do Agrupamento de Escolas Dr. Correia Mateus:


Para saberes mais sobre o eclipse podes ir a este site da NASA (AQUI) e, em particular, a este sobre o eclipse de 3 de novembro de 2013 (AQUI).

O eclipse de domingo é um dos mais raros, é híbrido: começa por ser anular, no centro é total e termina como anular. A sua linha central começa ao largo da costa atlântica dos Estados Unidos, atravessa o Oceano atlântico, entra em África pela Guiné Equatorial e termina na fronteira da Etiópia com a Somália.

Quem estiver perto de Leiria e o quiser ver, estaremos disponíveis junto da Escola Correia Mateus, entre as 11.30 e as 13.30 horas, com telescópio com filtro solar, óculos de observar o Sol e outros materiais...!

sábado, novembro 02, 2013

Pier Paolo Pasolini foi misteriosamente assassinado há 38 anos

Pier Paolo Pasolini (Bolonha, 5 de março de 1922 - Óstia, 2 de novembro de 1975) foi um cineasta e escritor italiano.

Biografia
Era filho de Carlo Alberto Pasolini, militar de carreira, e de Susanna Colussi, professora primária, natural de Casarsa della Delizia (Friul), no norte da Itália.Teve um irmão, Guidalberto Pasolini (1925 - 1945) que faleceu numa emboscada, lutando na Segunda Guerra Mundial. Em 1926 o pai de Pasolini foi preso por dívidas de jogo e a sua mãe mudou-se para casa da sua família, em Casarsa della Delizia, na região de Friuli.

Vida pessoal
Em 1939 Pasolini licenciou-se em Literatura pela Universidade de Bologna. Era homossexual assumido e um artista solitário. Antes de ficar famoso como cineasta tinha sido professor, poeta e novelista. Entre seus livros mais conhecidos estão Meninos da Vida, Uma Vida Violenta e Petróleo (livro). De porte atlético e estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas.

A adesão ao Partido Comunista Italiano
Em 26 de janeiro de 1947 Pasolini escreveu uma declaração polémica para a primeira página do jornal Libertà: "Em nossa opinião, pensamos que, actualmente, só o comunismo é capaz de fornecer uma nova cultura." A controvérsia foi parcialmente devido ao facto de ele ainda não ser um membro do Partido Comunista Italiano PCI. Após a sua adesão aos PCI, participou de várias manifestações e, em maio de 1949, participou do Congresso da Paz em Paris. Observando-se as lutas dos trabalhadores e camponeses, e vendo os confrontos dos manifestantes com a polícia italiana, ele começou a criar seu primeiro romance. No entanto, em outubro do mesmo ano, Pasolini foi acusado de corrupção de menores e atos obscenos em lugares públicos. Como resultado, foi expulso pela secção de Udine do Partido Comunista e perdeu o emprego de professor que tinha obtido no ano anterior em Valvasone. Ficou em uma situação difícil e, em janeiro de 1950, Pasolini mudou-se para Roma, para viver com a sua mãe.

Cinema
Realizou estudos para filmes sobre a Índia, a Palestina e sobre a Trilogia de Orestes, de Ésquilo, que pretendia filmar na África (Apontamento para uma Oréstia Africana). Os seus filmes são muito conhecidos por criticarem a estrutura do governo italiano (na época fortemente ligado à igreja católica), que promovia a alienação e hábitos conservadores na sociedade. Além disso, seu cinema foi marcado por uma constante ligação com o arcaísmo prevalecente no homem moderno. Prova disso é a obra Teorema, em que um indivíduo entra na vida de uma família e a desestrutura por inteiro (cada membro da família representa uma instituição da sociedade). Dirigiu os filmes da Trilogia da Vida com conteúdo erótico e político: Il Decameron, I Raconti di Canterbury e Il fiore delle mille e una notte. Pasolini, num determinado momento da sua vida, renegou esses filmes, afirmando a indústria cultural se tinha apropriado deles e que os classificava como pornográficos.
Essa trilogia foi filmada na Etiópia, Índia, Irão, Nepal e Iémen. Os filmes eram dobrados em italiano. Pelo conteúdo, pretensamente classificado como erótico, foi proibido nos Estados Unidos e só foi exibido na década de 80 (no Brasil só foi exibido após a abertura política). Em Accattone, em 1961, Pasolini pôs em prática a sua visão sobre a classe do proletariado na sociedade italiana da época. Gostava de trabalhar com atores amadores e do povo.

Morte
Foi brutalmente assassinado em novembro de 1975. Tinha o rosto desfigurado e várias lesões no corpo. Foi encontrado no hidro-aeródromo de Ostia. Os motivos do seu assassinato continuam gerando polémica até hoje, sendo associados a crime político ou um mero latrocínio. Um processo judicial concluiu que o cineasta foi assassinado por um prostituto, que teria o intuito de assaltá-lo. Tal versão, porém, não é sustentável. Existem estudos, filmes e programas de TV que põem por terra a versão aceite pela justiça italiana. No ano de 2005, Pino Pelosi declarou não ter sido ele o assassino de Pasolini, depois de ter cumprido a pena como assassino confesso.



Requiem para Pier Paolo Pasolini

Eu pouco sei de ti mas este crime
torna a morte ainda mais insuportável.
Era novembro, devia fazer frio, mas tu
á nem o ar sentias, o próprio sexo
que sempre fora fonte agora apunhalado.
Um poeta, mesmo solar como tu, na terra
é pouca coisa: uma navalha, o rumor
de abril podem matá-lo - amanhece,
os primeiros autocarros já passaram,
as fábricas abrem os portões, os jornais
anunciam greves, repressão, dois mortos na
primeira página,
o sangue apodrece ou brilhará
ao sol, se o sol vier, no meio das ervas.
O assassino, esse seguirá dia após dia
a insultar o amargo coração da vida;
no tribunal insinuará que respondera apenas
a uma agressão (moral) com outra agressão,
como se alguém ignorasse, excepto claro
os meritíssimos juízes, que as putas desta espécie
confundem moral com o próprio cu.
O roubo chega e sobra excelentíssimos senhores
como móbil de um crime que os fascistas,
e não só os de Salò, não se importariam
de assinar.
Seja qual for a razão, e muitas há
que o Capital a Igreja e a Polícia
de mãos dadas estão sempre prontos a justificar,
Pier Paolo Pasolini está morto.
A farsa, a nojenta farsa, essa continua.


Eugénio de Andrade

k. d. lang - 52 anos

k. d. lang (Edmonton, Alberta, 2 de novembro de 1961) é uma cantora canadiana vencedora de vários Grammy Awards. Embora tenha tido considerável êxito ao longo da sua carreira com temas como "Constant Craving" ou "Miss Chatelaine", foi o dueto com Roy Orbison, "Crying", que tornou a sua voz conhecida mundialmente.

Biografia
Em 1983 Lang forma o grupo-tributo a Patsy Cline, The Re-Clines, do qual foi vocalista. O álbum de 1984, Truly Western Experience, teve boa aceitação do público canadiano e fez com que k. d. fosse considerada a "Vocalista Feminina Mais Promissora" nos Juno Awards.
O ano de 1987 foi marcado por Crying, tema cantado por Lang e Roy Orbison e que fez parte da banda sonora do filme Hiding Out.
No início dos anos 90, k. d. lang assumiu-se como lésbica, numa entrevista à revista "The Advocate", tornando-se, desde aí, ativista pelos direitos LGBT.
Em 2008, foi anunciado que teria uma estrela no Passeio da Fama canadiano, o Canada's Walk of Fame.


Keith Emerson, dos Emerson Lake & Palmer, faz hoje 69 anos

Keith Emerson (Todmorden, 2 de novembro de 1944) é um pianista e compositor britânico. Ex-membro das bandas The T-Bones, V.I.P.s e P.P. Arnold (que acabou dando origem aos The Nice), ficou mais conhecido depois de fundar a banda Emerson Lake & Palmer (ELP), um dos primeiros supergrupos, em 1970. Quando os ELP acabaram, em 1979, Emerson teve um sucesso modesto em outras bandas, como Emerson Lake & Powell, 3 e algumas reuniões dos ELP, no começo da década de 90. Em 2002, ele reuniu os The Nice e fez uma turnê e, em 2006, foi em turnê com a The Keith Emerson Band.
Emerson nasceu em Todmorden, Yorkshire, mas cresceu na região costeira de Worthing, West Sussex, na Inglaterra. Quando criança, aprendeu música clássica ocidental, de onde tirou inspiração para criar o seu próprio estilo, que combina música erudita, jazz e temas do rock. Emerson ficou intrigado com um órgão Hammond depois de ouvir o teclista de jazz Jack McDuff tocar "Rock Candy", e com isto acabou escolhendo este órgão para ser o seu instrumento no final dos anos 60. Em 1969, Emerson incorporou um sintetizador Moog nos seus teclados. Outros artistas, como os Beatles e os Rolling Stones, já haviam usado um Moog em gravações em estúdio, mas Emerson foi o primeiro artista a sair em turnê usando um ao vivo.
Ele é conhecido por ser um teclista virtuoso e pelas suas espalhafatosas apresentações ao vivo, em que “fritava” teclas específicas de seu órgão Hammond durante seus solos, tocava o órgão de cabeça para baixo enquanto o instrumento ficava em cima dele, e fazia com que o instrumento ficasse girando enquanto o tocava. Juntamente com os seus contemporâneos Richard Wright, dos Pink Floyd, Tony Banks, dos Genesis, e Rick Wakeman, dos Yes, Emerson é amplamente considerado um dos melhores teclistas de rock progressivo, dono de uma tecnica muito apurada. Inclusive o seu estilo agressivo de tocar piano criou-lhe uma série de complicações nos seus punhos e dedos.
Uma característica marcante das músicas de Keith Emerson são os seus arranjos de rock para composições eruditas, de autores que iam desde Bach e Modest Mussorgsky até compositores do século XX como Béla Bartók, Aaron Copland e Alberto Ginastera.
Em 2004, Emerson publicou a sua aclamada autobiografia, intitulada "Pictures of an Exhibitionist" (uma referência ao disco "Pictures At An Exhibition" do ELP), que perpassa toda a sua carreira, dando enfoque especialmente ao começo, com o The Nice, e uma cirurgia de enxerto nervoso, que quase acabou com ela, em 1993.
Emerson foi responsável pelas bandas sonoras de vários filmes a partir de 1980, como Inferno e World of Horror, de Dario Argento, e os filmes de 1981 Nighthawks, Genma Taisen e Godzilla: Final Wars. Ele também foi o compositor da curta série de televisão Iron Man, de 1994.


Jovelina Pérola Negra morreu há 15 anos

Jovelina Pérola Negra (Rio de Janeiro, 21 de julho de 1944 - Rio de Janeiro, 2 de novembro de 1998), cujo nome de batismo era Jovelina Farias Delford, foi uma cantora brasileira e uma das grandes damas do samba e do pagode. Voz rouca, forte, amarfanhada, de tom popular e força batente. Herdeira do estilo de Clementina de Jesus, foi, como ela, empregada doméstica antes de fazer sucesso no mundo artístico.

Biografia
Nascida em Botafogo (zona sul do Rio de Janeiro), Jovelina Pérola Negra logo fincou pé na Baixada Fluminense, em Belford Roxo. Apareceu para o grande público ao participar do histórico disco "Raça Brasileira", em 1985. Pastora do Império Serrano, ajudou a consolidar o que é chamado hoje de pagode.
Verdadeira tiete do partideiro Bezerra da Silva, Jovelina começou a dizer os seus pagodinhos no Vegas Sport Clube, em Coelho Neto, levada pelo amigo Dejalmir, que também lançou o nome Jovelina Pérola Negra, em homenagem à sua cor reluzente.
Gravou cinco discos individuais, conquistando um Disco de Platina. Atualmente são encontradas apenas as coletâneas com os grandes sucessos como "Feirinha da Pavuna", "Bagaço da Laranja" (gravada com Zeca Pagodinho), "Luz do Repente", "No Mesmo Manto" e "Garota Zona Sul", entre outros. O seu sucesso chegou tardiamente e ela não realizou o sonho de "ganhar muito dinheiro e dar aos filhos tudo o que não teve".
Morreu no dia 2 de novembro de 1998, com 54 anos, de enfarte do miocárdio, no bairro do Pechincha. Deixou três filhos: José Renato (30), Cassiana (24) e Cleyton (10), que teve com Nilton dos Santos, de quem estava separada. O enterro foi realizado no Cemitério da Pechincha.

Estilo
O estilo muito pessoal conquistou muitos fãs no meio artístico, levando até mesmo Maria Bethânia a uma apresentação no Terreirão do Samba, na Praça Onze de Junho, de onde a diva da música popular brasileira só saiu depois de ouvir Dona Jove versar. Alcione já homenageou a "Pérola Negra" num de seus melhores discos, "Profissão Cantora". Enquanto o samba e o verdadeiro partido-alto existirem, Jovelina sempre será lembrada pela voz potente e a ginga própria da raça negra - assim como Clementina de Jesus.


Teixeira de Pascoaes dizia que nasceu nesta data, há 136 anos

Teixeira de Pascoaes por António Carneiro

Teixeira de Pascoaes, pseudónimo literário de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, (Amarante, 8 de novembro de 1877 - Gatão, 14 de dezembro de 1952) foi um poeta e escritor português, principal representante do Saudosismo.
Todas as fontes bibliográficas indicam 2 de novembro de 1877 como a sua data de nascimento. Contudo, o assento de nascimento/batismo refere, indubitavelmente, que ele nasceu às cinco horas da tarde de 8 de novembro de 1877, em Amarante. Segundo Luísa Borges, em O Lugar de Pascoais, Pascoais terá adoptado 2 de novembro como data do seu aniversário por razões puramente simbólicas, por ser o Dia dos Mortos, uma "porta" para o "Mais Além".

Nasceu no seio de uma família aristocrática de Amarante, o segundo filho (de sete) de João Pereira Teixeira de Vasconcelos, juiz e deputado às Cortes, e de Carlota Guedes Monteiro. Foi uma criança solitária, introvertida e sensível, muito propenso à contemplação nostálgica da Natureza.
Em 1883, inicia os estudos primários em Amarante, e em 1887 ingressa no liceu da vila. Em 1895, muda-se para Coimbra onde termina os seus estudos secundários (em Amarante não foi bom aluno, tendo até reprovado em Português) e em 1896 inscreve-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Ao contrário da maioria dos seus camaradas, não faz parte da boémia coimbrã, e passa o seu tempo, monasticamente, no quarto, a ler, a escrever e a reflectir.
Licencia-se em 1901 e, renitentemente, estabelece-se como advogado, primeiro em Amarante e, a partir de 1906, no Porto. Em 1911, é nomeado juiz substituto em Amarante, cargo que exerce durante dois anos. Em 1913, com alívio, dá por terminada a sua carreira judicial. Sobre esta sua penosa experiência jurídica dirá: "Eu era um Dr. Joaquim na boca de toda a gente. Precisava de honrar o título. Entre o poeta natural e o bacharel à força, ia começar um duelo que durou dez anos, tanto como o cerco de Tróia e a formatura de João de Deus. Vivi dez anos, num escritório, a lidar com almas deste mundo, o mais deste mundo que é possível — eu que nascera para outras convivências." 
Sendo um proprietário abastado, não tinha necessidade de exercer nenhuma profissão para o seu sustento, e passou a residir no solar de família em São João do Gatão, perto de Amarante, com a mãe e outros membros da sua família. Dedicava-se à gestão das propriedades, à incansável contemplação da natureza e da sua amada Serra do Marão, à leitura e sobretudo à escrita. Era um eremita, um místico natural e não raras vezes foi descrito como detentor de poderes sobrenaturais.
Apesar de ser um solitário, Gatão era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas, nacionais e estrangeiros, que o iam visitar frequentemente. No final da vida, seria amigo dos poetas Eugénio de Andrade e Mário Cesariny de Vasconcelos. Este último haveria de o eleger como poeta superior a Fernando Pessoa, chegando a ser o organizador da reedição de alguns dos textos de Pascoais, bem como de uma antologia poética, nos anos 70 e 80.
Pascoais morreu aos 75 anos, em Gatão, de bacilose pulmonar, alguns meses depois da morte da sua mãe, em 1952.

Obra
Com António Sérgio e Raul Proença foi um dos líderes do chamado movimento da "Renascença Portuguesa" e lançou em 1910 no Porto, juntamente com Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão, a revista A Águia, principal órgão do movimento.


Amor, Liberdade, Poesia - Entrevista a Mário Cesariny de Vasconcelos
ÓSCAR FARIA
Sábado, 19 de janeiro de 2002 (Mil Folhas)

Cesariny é um sedutor. Cesariny é um danado. O maravilhoso surreal intensamente livre. Conversa acontecida na inauguração da exposição "Do Surrealismo em Portugal".

Cesariny (n. 9/8/1923) gosta de posar. E de fumar. Muito. Cesariny tem o dom das palavras. Às vezes basta-lhe uma linha para construir um mundo: "Ama como a estrada começa". Outras, esse encantamento suscita contínuos estremecimentos: "longe dos jogos civilizados/ livres da hora da mãe e da filha/ jogamos fumo para uma bilha/ jogamos o pocker o king a vrilha/ jogamos tudo como danados". O maravilhoso surreal, ainda vivo, ainda intensamente livre atravessa uma conversa acontecida na inauguração da polémica exposição "Do Surrelismo em Portugal", que esteve patente na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão. Fala-se aqui de ditadura, de revolução e da dificuldade em cumprir o programa surrealista: "liberdade, amor e poesia". Também se recordam António Maria Lisboa e Pedro Oom, Vieira da Silva e Pascoaes: "Não tenho nada contra o Pessoa, mas para mim o Pascoaes é o velho da montanha, é o mágico". Cesariny é um sedutor. Cesariny é um danado.


(...)
P. - Há um quadro seu em que homenageia Teixeira de Pascoaes...

R. - O Pascoaes é o grande poeta, não tenho nada contra o Pessoa, mas para mim o Pascoaes é o velho da montanha, é o mágico. Sabe que ele tinha lá no solar uma divisão em vidro no exterior, quando havia grandes tempestades devia ser uma coisa formidável, uma trovoada no Marão...

P. - Dizia-se que ele tinha poderes mágicos, druídicos...

R. - O João [um familiar de Pascoaes] contou-me e eu perguntei-lhe: "Você que idade tinha?", "Para aí 19 anos, vi-o sair do escritório com a cabeça em chamas". Isso é corroborado por um simples camponês que viu o Pascoaes vir não sei de onde e disse: "Quem é aquele homem que deita fogo pela cabeça?" Estava a carregar lá naquela coisa de vidro. Mas isto atira tudo para um terreno que as pessoas não gostam, cheira ao paranormal. A poesia dele - e talvez não propriamente os versos,"O Bailado" em prosa, por exemplo - é uma coisa formidável...

P. - "S. Paulo" é um texto notável...

R. - Desses o que ainda gosto mais é "S. Jerónimo e a Trovoada", porque é aflitivo, parece que ele estava lá. Não nego o talento poético do Pessoa, mas tornou-se odioso, porque já se ganha a vida à custa do Pessoa: é demais, já não pode ser. Nós temos grandes poetas desde os galaico-portugueses, não é? Isto acontece porque o Pessoa pegou lá fora, não é por outro motivo. Como pegou lá fora, então a saloiada toca toda a pegar no Pessoa nas universidades. O Camilo Pessanha não é inferior ao Pessoa; há muitos, o Sá-Carneiro...

P. - Foi por isso que escreveu "O Virgem Negra"?

R. - Não é contra ele, mas é contra a igreja dele. Isso tem uma segunda edição onde acrescentei mais duas cartas inventadas, mas muito giras.

P. - Na exposição tem um verso seu: "Ama como a estrada começa". Qual é essa estrada?

R. - Oh, aí é que está. Não sei, é com cada um. "Ama como a estrada começa" é o sentido da criação original, começa e vai...

P. - Falou nos antecessores, como Pascoes ou a própria Vieira da Silva. Actualmente quem é poderia ser visto na continuidade da tradição surrealista? Recordo, por exemplo, Álvaro Lapa...

R.- Se ele quiser entra à vontade, se não quiser não entra: o resultado é igual. E a Paula Rego, com certeza, essa tem a sorte de ter fama internacional; ela disse-me que está dentro. E entre os novos, novíssimos, o Álvaro Lapa. E parece que está a aparecer mais gente, veremos.

Nas Trevas
Como estou só no mundo! Como tudo 
É lágrima e silêncio!

Ó tristeza das Coisas, quando é noite
Na terra e em nosso espírito!… Tristeza
Que se anuncia em vultos de arvoredos,
Em rochas diluídas na penumbra
E soluços de vento perpassando
Na tenebrosa lividez do céu…
Ó tristeza das Coisas! Noite morta!
Pavor! Desolação! Escura noite!
Fantástica Paisagem,
Desde o soturno espaço à fria terra
Toda vestida em sombra de amargura!
Erma noite fechada! Nem um leve
Riso vago de estrela se adivinha…
Somente as grossas lágrimas da chuva
Escorrem pela face do Silêncio…
Piedade, noite negra! Não me beijes
Com esses lábios mortos de Fantasma!
Ó Sol, vem alumiar a minha dor
Que, perdida na sombra, se dilata
E mais profundamente se enraíza
Nesta carne a sangrar que é a minha alma!
Ilumina-te, ó Noite! Oh Vento, cala-te!
Negras nuvens do sul, limpai os olhos,
Desanuviai a brônzea face morta!
Oh, mas que noite amarga, toda cheia
Do teu Fantasma angélico e divino;
Espírito que, um dia, em minha irmã,
Tomou corpo infantil, figura de Anjo…
E para quê, meu Deus? Para partir,
Com seis anos apenas, no primeiro
Riso da vida, em lágrimas, levando
Toda a luz de esperança que floria
Este ermo, este remoto em que divago…
Como estou só no mundo! Como é triste
A solidão que faz a tua Ausência,
E o terrível e trágico silêncio
Da tua alegre Voz emudecida!
Oh noite, oh noite triste! Ó minha alma!
Tu, que o viste e beijaste tantas vezes,
Tu, que sentiste bem o que ele tinha
De angélica Criança sobre-humana,
Não vês as próprias coisas como sofrem,
E como as grandes árvores agitam
As ramagens de lágrimas e sombras?
Repara bem na lúgubre tristeza
Da nossa velha casa abandonada
Da divina Presença da Criança!
Ah, como as portas gemem e o beirais
Têm soluços de vento…
Lá fora, no terreiro onde brincavas,
A noite escura chora…
                        Ó minha alma,
Embebe-te na dor das Coisas ermas;
Chora também, consome-te, soluça,
Junto à Mãe dolorosa, de joelhos…


in Elegias (1912) - Teixeira de Pascoaes

Reginald Arvizu, aka 'Fieldy', faz hoje 44 anos

Reginald Quincy Arvizu (Bakersfield, 2 de novembro de 1969), com origens italianas e mexicanas. Também conhecido por 'Fieldy', começou por tocar no L.A.P.D. (juntamente com o baterista David Silveria e o guitarrista Munky). Reginald é divorciado e tem duas filhas, fruto do seu antigo casamento, cujos nomes estão tatuados no seu pescoço. Atualmente toca contra-baixo no conhecido grupo musical 'Korn', tendo também feito um disco a solo.

Curiosidades
  • Fieldy é conhecido por ter gostado muito de bebidas alcoólicas, mas, quando se converteu ao cristianismo, deixou de beber e ficou muito feliz por isso, pois lembra-se de tudo que aconteceu do início desse período para cá.
  • No final de maio de 1998, Fieldy casou com Shella e o casal teve duas filhas: Sarina Rae Arvizu e Olivia Arvizu.
  • Sobre as suas influências, Fieldy diz: “A única coisa que me influência é o hip-hop, mais o da costa oeste, não que eu tenha preferência por leste ou oeste, mas as batidas e o estilo da oeste parece que me influenciam mais”; no entanto também menciona os Red Hot Chili Peppers.
  • Os seus discos preferidos eram: “Issues”, “Chris Rock's live”, “Erikah Badu Live” e a maior coleção da velha escola do Hip-Hop que conseguisse achar.
  • Fieldy diz, sobre a sua música: “O meu som é mais parecido com uma bateria. Sou um percussionista que toca baixo. Muitas vezes as pessoas pensam que estão a ouvir a bateria, sendo na verdade o meu baixo. Por exemplo, quando Les Claypool (do Primus) ouviu B.B.K. ele disse: 'Esse pedal duplo é potente!'. Mas não tinha nada a ver com a bateria, era o baixo".
  • Ele não gostou de gravar o videoclipe de A.D.I.D.A.S. pois não gostou de ficar deitado nas macas de necrotério.
  • Fieldy teve a ideia da capa do Follow The Leader e chorou quando soube que Life Is Peachy estava no terceiro lugar na lista da Billboard.
  • Fieldy é o membro mais velho dos Korn, não obstante, encontra-se como sendo também o mais divertido.
  • O projeto a solo de Fieldy chama-se Fieldy Nightmares (Pesadelos de Fieldy), no qual supostamente Fieldy explorou o seu lado obscuro (álbum lançado em 2002).
  • A sua comida favorita são os burritos mexicanos.
  • Fieldy é o elemento mais tatuado da banda.
  • Fieldy tem vários problemas nervosos antes dos shows e por vezes vomita durante os espectáculos.
  • Fieldy também tem um filho chamado Israel.

Hoje é dia de recordar os nossos mortos...

(imagem daqui)

Botânica: o cipreste

No canto de terra onde o plantaram,
procura o sentido da linha recta. Não pretende
o círculo, a roda das estações, a fuga ao
eixo que a gravidade lhe impõe. Aceita
que o céu é o seu destino; e por isso
as suas raízes que se alimentam dos mortos,
que lhes cedem as almas para
que o tronco as liberte, no inverno,
quando o frio faz vibrar a luz que
o envolve. Não oferece a sombra
a quem passa; não pede a companhia
dos amantes que o evitam, em busca
de um abrigo de flores. O seu destino
é o ponto que o olhar fixa, para além
do azul, num infinito em que outras
raízes crescem, bebendo o leite negro
das mitologias.

 

in As coisas mais simples (2006) - Nuno Júdice

sexta-feira, novembro 01, 2013

Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, morreu há 582 anos

D. Nuno Álvares Pereira (Ordem do Carmo), também conhecido como o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, hoje São Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun' Álvares (Paço do Bonjardim ou Flor da Rosa, 24 de junho de 1360Lisboa, 1 de novembro de 1431) foi um nobre e guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Nuno Álvares Pereira foi também 2.º Condestável de Portugal, 38.º Mordomo-Mor do Reino, 7.º conde de Barcelos, 3.º conde de Ourém e 2.º conde de Arraiolos.
Considerado como o maior guerreiro português de sempre e um génio militar. Comandou forças em número inferior ao inimigo e venceu todas as batalhas que travou. É o patrono da infantaria portuguesa.
Camões, em sentido literal ou alegórico, explícito ou implícito, faz referência ao Condestável nada menos que 14 vezes em «Os Lusíadas», chamando-lhe o "forte Nuno" e logo no primeiro canto (12ª estrofe) é evocada a figura de São Nuno, ao dizer "por estes vos darei um Nuno fero, que fez ao Rei e ao Reino um tal serviço" e no canto oitavo, estrofe 32, 5.º verso: "Ditosa Pátria que tal filho teve".
Uma escultura sua encontra-se no Arco da Rua Augusta, na Praça do Comércio, em Lisboa, outra no castelo de Ourém e uma, equestre, no exterior do Mosteiro da Batalha. Tem também uma estátua em Flor da Rosa, um dos dois locais apontados como a sua terra natal.
São Nuno foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 26 de abril de 2009 e a sua festa litúrgica é a 6 de novembro.

Paulo Gonzo - 57 anos

(imagem daqui)

Alberto Ferreira Paulo (Lisboa, 1 de novembro de 1956), mais conhecido pelo nome artístico de Paulo Gonzo, é um conhecido cantor português.

Foi fundador do grupo Go Graal Blues Band. Em 1984 começa uma carreira a solo, a par do seu trabalho na banda, lançando em 1986 um álbum de covers. Em 1992 resolve lançar o seu primeiro disco cantado em português, Pedras da Calçada, que é um enorme sucesso, em grande parte devido ao tema Jardins Proibidos. De então até ao presente vai alternando as edições cantadas em inglês e português. Em Novembro de 1993 é publicada a colectânea "My Best" com os seus maiores sucessos em inglês.
O álbum Fora d'Horas, com produção de Frank Darcel, é editado em 1995. O disco inclui letras de Pedro Abrunhosa ("Lugares" e "Acordar"), Rui Reininho e Pedro Malaquias.
Nos Prémios Blitz vence o prémio de melhor voz masculina sendo também nomeado para melhor artista masculino.
Em 1997, Paulo Gonzo lança a compilação "Quase Tudo" que conseguiu a proeza de ser Sextúpla Platina. Os maiores sucessos deste disco são uma nova versão de "Jardins Proibidos" com a participação de Olavo Bilac e "Dei-te Quase Tudo".
Em 1998 é editado o álbum "Suspeito" com produção de Frank Darcel e com uma participação especial de James Cotton (ex-trompetista de Miles Davis). É continuada a parceria de Paulo Gonzo com o letrista Pedro Malaquias e com Rui Reininho (em "Eco Aqui" e na adaptação de "These Foolish Things"). Outros temas são "Pagava P'ra Ver", "Ser Suspeito" e "Fogo Preso". O disco atinge o galardão de Platina.
"Ao Vivo Unplugged", gravado ao vivo nos Estúdios Valentim de Carvalho, é editado em 1999. O disco revisita uma grande parte do percurso a solo de Paulo Gonzo. Como convidados aparecem o pianista Bernardo Sassetti, Rui Reininho participa em "Coisas Soltas", Tim participa na versão acústica de "Chuva Dissolvente" e Zé Pedro toca em "Curva Fatal".
O álbum "Mau Feitio", gravado na Bélgica, é editado em 2001. Tito Paris e African Voices são alguns dos convidados do disco.
Por ocasião do Campeonato Mundial de Futebol da Coreia e Japão, de 2002, lança o single "Mundial". O tema foi incluído na compilação oficial do Campeonato do Mundo de Futebol de 2002.
Em julho de 2003 é reeditado o disco "Ao Vivo Unplugged" com a inclusão de um DVD.


O último rei Habsburgo de Espanha morreu há 313 anos

Carlos II de Espanha (Madrid, 6 de novembro de 1661 - Madrid, 1 de novembro de 1700) apelidado «O Enfeitiçado», foi o último rei da casa dos Habsburgos a reinar sobre a Espanha, Nápoles e Sicília, senhor de quase toda a Itália excepto dos Estados Papais e da Sereníssima República de Veneza, e do império ultramarino castelhano, do México à Patagónia e que incluía Cuba e as Filipinas. Era, como Rei de Nápoles, da Sicília e de Navarra, Carlos V, rei titular de Jerusalém e Rei da Sardenha e dos Países Baixos, duque de Milão, conde da Borgonha e conde do Charolais.
Carlos foi o único filho de Filipe IV de Espanha e Filipe III de Portugal (1605-1665) e da sua 2ª esposa Mariana de Áustria (1635-1696) a sobreviver à morte do pai, tendo sucedido-lhe por sua morte. Do 1º casamento do pai com Isabel de Bourbon, apenas uma filha, mais tarde rainha consorte de França Maria Teresa, sobrevivera à infância.
O seu nascimento foi causa de grande alegria para os espanhóis, que temiam uma disputa sucessória (que mais tarde ocorreria, por sua morte), caso Filipe IV fosse incapaz de gerar um varão para lhe suceder no trono. Como à data da morte do pai era ainda muito pequeno, a mãe assumiu a regência até 1675, altura em que completou 14 anos. Aproveitando este período de menoridade se fez a paz entre Portugal e Espanha, dando-se por encerradas as guerras da Restauração, em 1668; o acordo foi firmado pelos dois regentes, o infante Pedro por Portugal (em nome do seu irmão Afonso VI) e a rainha-mãe de Espanha por Carlos.
Os sucessivos casamentos consaguíneos praticados pelos Habsburgos, dada a sua convicção de que deveriam manter o seu sangue puro, produziram uma tal degenerescência que Carlos acabaria por nascer raquítico, quase louco, impotente e com outras doenças como epilepsia - além de possuir o célebre maxilar proeminente dos Habsburgos - uma afeção chamada de prognatismo mandibular - característica da interconsaguinidade familiar, bem vísivel nos retratos do rei). Foi ainda conhecido pelo cognome o Amaldiçoado.

Anthony Kiedis, o vocalista dos Red Hot Chili Peppers, faz hoje 51 anos

Anthony Kiedis (Grand Rapids, 1 de novembro de 1962) é um cantor norte-americano, mais conhecido como vocalista, principal letrista e co-fundador da banda californiana Red Hot Chili Peppers. Kiedis passou sua juventude em Grand Rapids, Michigan com a sua mãe, antes de se mudar, pouco antes de fazer 12 anos, para Hollywood, Califórnia, para viver com o seu pai. Após o ensino secundário, Kiedis começou a ter aulas na UCLA, mas desistiu após perder o interesse devido ao abuso de drogas. Após abandonar a universidade, Kiedis recebeu uma oferta para ser vocalista num show da banda local, que era de alguns dos seus amigos, Flea, Hillel Slovak e Jack Irons, e que se tornaria os Red Hot Chili Peppers. Em 2004, Kiedis lançou a sua autobiografia intitulada Scar Tissue, e, em 2009, foi homenageado pelo 5th Annual MusiCares MAP Fund Benefit Concert, em Los Angeles, Califórnia.


O Sismo de 1755, que destruiu a cidade de Lisboa, foi há 258 anos

Gravura em cobre de 1755 mostrando Lisboa em chamas e o tsunami varrendo o porto

O Sismo de 1755, também conhecido por Terramoto de 1755, ocorreu no dia 1 de novembro de 1755, resultando na destruição quase completa da cidade de Lisboa, e atingindo ainda grande parte do litoral do Algarve. O sismo foi seguido de um maremoto - que se crê tenha atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos (há quem aponte muitos mais). Foi um dos sismos mais mortíferos da história, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa Moderna. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu a magnitude 9,0 na escala de Richter.
O terramoto de Lisboa teve um enorme impacto político e sócio-económico na sociedade portuguesa do século XVIII, dando origem aos primeiros estudos científicos do efeito de um sismo numa área alargada, marcando assim o nascimento da moderna sismologia. O acontecimento foi largamente discutido pelos filósofos iluministas, como Voltaire, inspirando desenvolvimentos significativos no domínio da teodiceia e da filosofia do sublime.

Rick Allen, o fantástico baterista dos Def Leppard, faz hoje 50 anos!

Richard John Cyril Allen (Dronfield, 1º de novembro de 1963), mais conhecido como Rick Allen, é baterista inglês, membro da banda de rock britânica Def Leppard.

Origens
Baterista que iniciou sua carreira profissional muito jovem, com apenas 15 anos de idade. Em 1978, entra para os Def Leppard substituindo Frank Noon. Nesse mesmo ano Allen e a banda lançam o mini-LP Def Leppard. Aos 16 anos abandona definitivamente a escola tornando-se baterista em tempo integral. Allen tinha como característica apresentar-se nos shows sem camisa, calçando ténis sem meias, vestindo luvas pretas e usando um calção que reproduzia a bandeira da Grã-Bretanha. Essa imagem o tornou famoso no mundo inteiro.

Primeiros discos e consagração
Em 1980, faz sua estreia oficial em disco com sua banda no disco On Through the Night. Seguiram-se os álbuns High and Dry, muito elogiado, e Pyromania, um enorme sucesso. Allen foi particularmente muito elogiado pela crítica especializada por sua técnica, considerada esplêndida, chegando a ser comparado aos grandes bateristas do rock tais como Keith Moon e John Bonham.

Tragédia
Em 31 de dezembro de 1984, ao ir para uma festa de ano novo na casa de sua família em Sheffield, Inglaterra, Allen, então com 21 anos, dirigia seu Corvette quando foi ultrapassado por um Alfa Romeo. O motorista desafiou Allen e não o deixou passar. Em sua corrida para tentar ultrapassá-lo, Allen não viu uma curva à frente e perdeu o controle de seu carro, que caiu por um muro de pedra em um campo. Ele foi arremessado para fora do carro, tendo seu braço esquerdo lesionado por causa do cinto de segurança que estava mal-colocado. O carro ficou de cabeça para baixo, com sua namorada Miriam Barendsen presa em seu assento. Ela não se feriu gravemente, e encontrou Allen caído no campo. Eles foram ajudados por uma enfermeira que passava pelo local, e foram levados a um hospital. Inicialmente, os médicos reimplantaram o braço de Allen, mas por causa das infecções, ele teve de ser removido novamente. Ele deixou o hospital três semanas e meia depois, com uma recuperação estimada em pelo menos seis meses.
O acidente cancelou todos os seus compromissos profissionais - e também os do grupo - por quatro anos. Entre esses compromissos estavam as apresentações no Rock in Rio, no começo de 1985.

O regresso aos palcos
Allen e os Def Leppard só retornariam às paradas com o álbum Hysteria, em 1988. Allen muda sua característica: usa camisa, jeans, sem luvas e toca descalço. Para suas apresentações usa uma bateria feita especialmente para ele e cujos controles de ritmo estão todos nos pés, tocando apenas com o seu único braço. Seguem-se os álbuns Adrenalize (1992), Retro-Active (1993), Vault: Def Leppard's Greatest Hits (1995), Slang (1996), Euphoria (1999), X (2002), Best Of Def Leppard (2004), Rock of Ages: The Definitive Collection (2005), Yeah! (2006), Songs from the Sparkle Lounge (2008) e Mirrorball (2011). Allen vem se apresentando regularmente com os Def Leppard sempre com muito sucesso.

Discos (dos Def Leppard)

Notas
  • Segundo diz o site oficial dos Def Leppard, o companheiro de banda de Allen, Joe Elliot, afirma que "Rick é um melhor baterista agora do que quando tinha dois braços".
  • Allen fundou junto com sua esposa, Lauren Monroe, uma ONG chamada The Raven Drum Foundation para auxiliar pessoas com deficiência física.

Sismo sentido na Galiza

Aqui ficam os dados do sismo sentido na Galiza no dia 29 de outubro (e, provavelmente, na zona de Monção, no Minho), segundo o IGN espanhol:

Evento Fecha Hora (GMT) Latitud Longitud Prof.
(km)
Int. Máx. Mag.

1243560 29/10/2013 22:44:48 42.3215 -8.4837 11 III 2.8

Música atual para geopedrados...

Hoje é dia de recordar os nossos mortos...

(imagem daqui)

Botânica: o cipreste

No canto de terra onde o plantaram,
procura o sentido da linha recta. Não pretende
o círculo, a roda das estações, a fuga ao
eixo que a gravidade lhe impõe. Aceita
que o céu é o seu destino; e por isso
as suas raízes que se alimentam dos mortos,
que lhes cedem as almas para
que o tronco as liberte, no inverno,
quando o frio faz vibrar a luz que
o envolve. Não oferece a sombra
a quem passa; não pede a companhia
dos amantes que o evitam, em busca
de um abrigo de flores. O seu destino
é o ponto que o olhar fixa, para além
do azul, num infinito em que outras
raízes crescem, bebendo o leite negro
das mitologias.

 

in As coisas mais simples (2006) - Nuno Júdice

quinta-feira, outubro 31, 2013

Hoje é a data de nascimento de três Reis de Portugal...

D. Fernando I de Portugal, nono rei de Portugal, (Coimbra, 31 de outubro de 1345 - Lisboa, 22 de outubro de 1383). Era filho do rei D. Pedro I de Portugal e sua mulher, a princesa D. Constança de Castela. D. Fernando sucedeu a seu pai em 1367. Foi cognominado O Formoso ou O Belo (pela beleza física que inúmeras fontes atestam) e, alternativamente, como O Inconsciente ou O Inconstante (devido à sua desastrosa política externa, que ditou três guerras com a vizinha Castela, e até o perigo, após a sua morte, de o trono recair em mãos estrangeiras). Com apoio da nobreza local, descontente com a coroa castelhana, D. Fernando chegou a ser aclamado Rei em diversas cidades importantes de Norte a Sul da Galiza.



D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438) foi o décimo-primeiro Rei de Portugal, cognominado o Eloquente, pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu. Filho de D. João I de Portugal e D. Filipa de Lencastre, desde cedo foi preparado para reinar como primogénito da ínclita geração. Em 1433 sucedeu a seu pai. Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Sagres, de onde dirigiu as primeiras navegações e, em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro. D. Duarte interessou-se pela cultura e escreveu várias obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.




D. Luís I de Portugal (nome completo: Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) (Lisboa, 31 de outubro de 1838 - Cascais, 19 de outubro de 1889) foi o segundo filho da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando II. Luís herdou o trono depois da morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V, em 1861. Ficou conhecido como O Popular, devido à adoração pelo seu povo; Eça de Queirós chamou-lhe O Bom.