sexta-feira, setembro 22, 2017

O padre e músico José Maurício Nunes Garcia nasceu há 250 anos

José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 176718 de abril de 1830) foi um padre católico, professor de música, maestro, multi-instrumentista e compositor brasileiro.
Mulato, descendente de escravos, nasceu pobre, mas recebeu uma educação sólida tanto em música como em letras e humanidades. Optou pela carreira na Igreja por devoção mas provavelmente também por praticidade, sendo um meio de garantir um futuro decente, especialmente para pessoas de sua condição social. Suas elevadas qualificações artísticas e intelectuais se revelaram cedo e, de certo modo, fizeram a sociedade escravocrata da sua época atenuar as fortes restrições de acesso a posições de prestígio que colocava contra os negros e pardos como ele, mas não o livraram completamente dos infortúnios gerados pelo preconceito.
José Maurício viveu numa fase de grandes mudanças políticas, sociais e culturais, testemunhando a transição entre o Brasil colonial e o Império independente, e entre o Barroco e o Neoclassicismo. Neste período passou-se de um universo cultural que tinha dois séculos de idade e raízes solidamente fincadas no Brasil, baseando-se nos contrastes acentuados, na sumptuosidade decorativa e na expressão emocional exaltada, para outro em que houve a recuperação de ideais da Antiguidade, que pregavam o equilíbrio, a clareza e a economia expressiva sob o primado da razão. A sua obra musical refletiria essas mudanças estéticas em uma síntese híbrida e multifacetada, traindo a herança da música colonial brasileira mas absorvendo fortes influências da escola classicista germânica, que viria a dominar sua produção madura. O seu apogeu durou apenas cerca de dez anos, iniciando com sua nomeação como mestre de capela da Catedral do Rio de Janeiro no final do século XVIII, e transcorrendo ao longo da primeira parte do período em que a corte portuguesa esteve no Rio. Nessa época, caiu nas graças do príncipe-regente dom João, que foi um grande admirador de seu talento, indicando-o diretor da Capela Real e fazendo-o cavaleiro da Ordem de Cristo. Entretanto, o afamado operista português Marcos Portugal, ao chegar em 1811, imediatamente ganhou o favor da elite e lhe fez guerra constante, ocupando praticamente todo o seu antigo espaço. Isto iniciou sua fase de decadência, ao que parece acelerada por uma saúde em declínio e pela generalizada crise económica e institucional dos primeiros anos após a Independência do Brasil. Mesmo assim, neste período final compôs algumas de suas obras mais importantes, como o Requiem e o Ofício de Finados (1816) e as missas de Nossa Senhora do Carmo (1818) e de Santa Cecília (1826). Faleceu, quase na miséria, com pouco mais de sessenta anos, deixando, apesar de ser padre, cinco filhos, que teve com Severiana Rosa de Castro.
Foi talvez o compositor brasileiro mais prolífico da sua época, e hoje é considerado um dos nomes mais representativos da música brasileira de todos os tempos e sem dúvida o mais importante compositor de sua geração. Entretanto, sua posição histórica tem sido interpretada à luz de ideologias divergentes e muitos mitos ainda se prendem à sua figura, que é mais citada pelo folclore que gerou do que realmente conhecida e compreendida de maneira objetiva e crítica. Sobrevivem mais de 240 composições catalogadas, praticamente todas no género sacro e vocal, entre missas, matinas, vésperas, motetos, antífonas e outras voltadas para o culto católico, além de umas poucas modinhas e peças orquestrais e dramáticas, bem como uma obra didática, e outro tanto foi perdido. Fez renome também como professor de música e instrumentista, elogiado sobretudo pelas suas qualidades como improvisador e acompanhador ao teclado.
 
 

Antônio Conselheiro morreu há 120 anos

Estátua em madeira representando o Conselheiro no memorial em Quixeramobim

Antônio Vicente Mendes Maciel (Nova Vila de Campo Maior, 13 de março de 1830 - Canudos, 22 de setembro de 1897), mais conhecido na História do Brasil como Antônio Conselheiro, que se autodenominava "o peregrino", foi um líder religioso brasileiro.
Figura carismática, adquiriu uma dimensão messiânica ao liderar o arraial de Canudos, um pequeno vilarejo no sertão da Bahia, que atraiu milhares de sertanejos, entre camponeses, índios e escravos recém libertos, e que foi destruído pelo Exército da República na chamada Guerra de Canudos em 1896.
A imprensa dos primeiros anos da República e muitos historiadores, para justificar o genocídio, retrataram-no como um louco, fanático religioso e contra-revolucionário monárquico perigoso.
Herói do Brasil, lutou pelos grupos sociais menos favorecidos, em uma época em que a escravidão e opressão eram naturais.

(...)

Em 22 de setembro de 1897, morre Antônio Conselheiro. Não se sabe ao certo qual foi a causa de sua morte. As razões mais citadas são ferimentos causados por uma granada, e uma forte "caminheira" (disenteria).
Em 5 de outubro de 1897 são mortos os últimos defensores de Canudos, e o exército inicia a contagem das casas do arraial. No dia seguinte o cadáver de Antônio Conselheiro é encontrado enterrado no Santuário de Canudos, sua cabeça é cortada e levada até a Faculdade de Medicina de Salvador para ser examinada pelo Dr. Nina Rodrigues, pois para a ciência da época, "a loucura, a demência e o fanatismo" deveriam estar estampados nos traços de seu rosto e crânio. O arraial de Canudos é completamente destruído.

Madre Teresa de Santo Agostinho nasceu há 265 anos

Mère Thérèse bénissant les carmélites avant l'exécution, Vitrail de l'église Saint Honoré

Marie-Madeleine-Claudine Lidoine, appelée en religion Mère Thérèse de Saint-Augustin ou parfois Madame Lidoine (Paris le - Paris le ) est la mère supérieure des Carmélites de Compiègne qui furent guillotinées à Paris durant la Grande Terreur.
Béatifiée avec ses sœurs carmélites martyres de Compiègne le par le pape Pie X, elle est fêtée le 17 juillet.

 
Pintura representativa da chegada em glória ao Céu das mártires carmelitas de Compiègne

As Carmelitas de Compiègne ou Mártires Carmelitas de Compiègne ou Mártires de Compiègne são dezasseis religiosas do Carmelo de Compiègne assassinadas por revolucionários franceses do Comité de Salvação Pública que as levaram à guilhotina por ódio à religião, no segundo período do Terror da Revolução Francesa, no dia 17 de julho de 1794, no local hoje denominado "Place de la Nation", na época "Place du Trône Renversé".

Antes de serem executadas ajoelharam-se e cantaram o hino Veni Creator, após o que todas renovaram em voz alta os seus compromissos do batismo e os votos religiosos. A execução teve início com a noviça e por último foi executada a Madre Superiora 'Madeleine-Claudine Ledoine (Madre Teresa de Santo Agostinho - Paris, 22 de setembro de 1752), professa em 16 ou 17 de maio de 1775. Durante as execuções reinou absoluto silêncio. Os seus corpos foram sepultados num profundo poço de areia num cemitério em Picpus. Como neste areal foram enterrados 1.298 vítimas da Revolução, é pouco provável a recuperação das suas relíquias. Foram solenemente beatificadas em 27 de maio de 1906 pelo Papa São Pio X.
O Papa João Paulo I sobre elas disse: Durante o processo ouviu-se a condenação: "À morte por fanatismo". E uma, na sua simplicidade, perguntou: — "Senhor Juiz, se faz favor, que quer dizer fanatismo?". Responde o juiz: — É pertencerdes tolamente à religião". — "Oh, irmãs!" — disse então a religiosa — "ouvistes, condenam-nos pelo nosso apego à fé. Que felicidade morrer por Jesus Cristo!". Fizeram-nas sair da prisão da Conciergerie, meteram-nas na carreta fatal e elas, pelo caminho, foram cantando hinos religiosos; chegando ao palco da guilhotina, uma atrás doutra ajoelharam-se diante da Prioresa e renovaram o voto de obediência. Depois entoaram o "Veni Creator"; o canto foi-se tornando, porém, cada vez mais débil, à medida que iam caindo, uma a uma, na guilhotina, as cabeças das pobres irmãs. Ficou para o fim a Prioresa, Irmã Teresa de Santo Agostinho; e as suas últimas palavras foram estas: "O amor sempre vencerá, o amor tudo pode". Eis a palavra exacta: não é a violência que tudo pode, é o amor que tudo pode.
O grupo de religiosas carmelitas, lideradas por Madre Teresa de Santo Agostinho, era composto por 16 mulheres: 10 freiras, 1 noviça, 3 irmãs leigas e 2 irmãs rodeiras.

O evento nas Artes
  • Literatura e teatro
A respeito deste facto, Gertrud von le Fort, escritora e romancista alemã (1876-1971), escreveu o romance histórico "A última ao cadafalso", posteriormente adaptado para o teatro, por Georges Bernanos, sob o título de "Diálogo das Carmelitas", publicado postumamente (em 1949).
  • Música
Em 1957, Francis Poulenc lançou uma ópera intitulada Dialogues des carmélites, sobre este evento.
  • Cinema
O texto da peça de Bernanos foi adaptado para o cinema sob o nome de Diálogo das Carmelitas.
 

quinta-feira, setembro 21, 2017

September, 21 - Do you remember?


September - Earth, Wind & Fire

Do you remember the
21st night of September?
Love was changing the minds of pretenders
While chasing the clouds away
Our hearts were ringing
In the key that our souls were singing.
As we danced in the night,
Remember how the stars stole the night away
Ba de ya - say do you remember
Ba de ya - dancing in September
Ba de ya - never was a cloudy day
Ba duda, ba duda, ba duda, badu
Ba duda, badu, ba duda, badu
Ba duda, badu, ba duda
My thoughts are with you
Holding hands with your heart to see you
Only blue talk and love,
Remember how we knew love was here to stay
Now December found the love we shared in September.
Only blue talk and love,
Remember the true love we share today
Ba de ya - say do you remember
Ba de ya - dancing in September
Ba de…

O livro O Hobbit foi publicado há oitenta anos!

The Hobbit, or There and Back Again (publicado em Portugal como O Gnomo e O Hobbit e, no Brasil, como O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez ou simplesmente O Hobbit) é um livro infanto-juvenil de alta fantasia escrito pelo filólogo e professor britânico J. R. R. Tolkien. Publicado originalmente a 21 de setembro de 1937, foi aclamado pela crítica, sendo nomeado à Medalha Carnegie e recebendo um prémio do jornal norte-americano New York Herald Tribune de melhor ficção juvenil. O romance mantém-se popular com o passar dos anos e é reconhecido como um clássico da literatura infantil.
Situado num tempo "Entre o Alvorecer das Fadas e o Domínio dos Homens", o livro segue a busca do hobbit caseiro Bilbo Baggins para conquistar uma parte do tesouro guardado pelo dragão Smaug. A jornada de Bilbo o leva de um ambiente rural alegre a um território mais sinistro. A história é contada na forma de uma busca episódica, e a maioria dos capítulos apresenta uma criatura específica, ou um tipo de criatura, das "Terras Ermas" de Tolkien. Ao aceitar o lado desonroso, romântico, feérico e aventureiro da sua natureza e aplicar a sua inteligência e senso comum, Bilbo ganha um novo nível de competência, maturidade e sabedoria. A história atinge o seu clímax na Batalha dos Cinco Exércitos, onde muitos das personagens e criaturas dos capítulos anteriores reemergem para se envolver no conflito.
O crescimento pessoal e as diferentes formas de heroísmo são os temas centrais da história. Juntamente das causas que levam a uma guerra, esses temas levaram os críticos a citar as próprias experiências pessoais de Tolkien durante a Primeira Guerra Mundial como instrumentos na formação da história. O conhecimento académico do autor sobre literatura anglo-saxónica e o seu interesse em contos de fadas também são indicados como influências.
Encorajada pelo sucesso crítico e financeiro do livro, a editora pediu uma continuação. Como o trabalho de Tolkien no seu sucessor, O Senhor dos Anéis, estava evoluindo, o escritor fez algumas acomodações retrospectivas para ele em O Hobbit. Essas poucas porém significativas mudanças foram integradas na segunda edição. Seguiram-se outras edições com alterações menores, incluindo aquelas que refletem um conceito variável de Tolkien do mundo de Bilbo. A obra nunca esteve fora de catálogo de vendas e seu legado permanente abrange muitas adaptações para teatro, cinema, rádio, jogos de tabuleiro e video games. Várias dessas adaptações têm recebido reconhecimento da crítica por seus próprios méritos.

Stephen King - 70 anos

Stephen Edwin King (Portland, 21 de setembro de 1947) é um escritor americano, reconhecido como um dos mais notáveis escritores de contos de horror fantástico e ficção de sua geração. Os seus livros já venderam quase 400 milhões de cópias, com publicações em mais de 40 países. Muitas de suas obras foram adaptadas para o cinema. É o nono autor mais traduzido no mundo.
Embora seu talento se destaque na literatura de terror/horror, escreveu algumas obras de qualidade reconhecida fora desse género e cuja popularidade aumentou ao serem levadas ao cinema, como nos filmes Conta Comigo, Os Condenados de Shawshank (contos retirados do livro As Quatro Estações), Christine, Eclipse Total, Lembranças de um Verão e À Espera de um Milagre.
O seu livro, The Dead Zone, originou a série da FOX com o mesmo nome. O próprio King já escreveu roteiros de episódios para séries, como The X-Files (Arquivo X no Brasil, Ficheiros Secretos em Portugal), em que ele escreveu o roteiro do episódio "Feitiço", da quinta temporada.

Ethan, o mais novo dos Irmãos Coen, faz hoje 60 anos

Ethan e Joel no Festival de Cannes em 2015

Joel David Coen (29 de novembro de 1954) e Ethan Jesse Coen (21 de setembro de 1957), conhecidos profissionalmente por Irmãos Coen, são cineastas norte-americanos. Eles escrevem, produzem, editam e dirigem seus próprios filmes conjuntamente. Frequentemente alternam os créditos para seus roteiros, enquanto compartilham crédito para edição com o pseudónimo Roderick Jaynes.

Filmes

O poeta espanhol Luis Cernuda nasceu há 115 anos

(imagem daqui)
Luis Cernuda ou Luis Cernuda Bidón (21 de setembro de 1902, Sevilha5 de novembro de 1963, Cidade do México), foi um poeta e crítico literário andaluz.
Era o filho mais novo de um militar que impunha na educação dos filhos a mesma disciplina rígida e intransigente dos quartéis. Desde cedo, esses valores, entraram em choque com a natureza tímida e retraída de Cernuda.
Em 1919, começou a estudar Direito na Universidade de Sevilha, onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário. Mudou-se para Madrid e ali, entrou em contato com os ambientes literários do que logo viria a ser chamado a "Geração de 27". Foi em 1927, que publicou sua primeira obra "Perfil Del Aire".
As suas principais influências procederam de autores românticos como Keats e Bécquer, entre outros.
Durante um ano, trabalhou como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a República, recebeu-a com ilusão e sempre se mostrou disposto a colaborar com tudo o que significasse buscar uma Espanha mais tolerante, liberal e culta. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou ativamente, desde as trincheiras culturais como na fundação da revista "Hora de España", junto com poetas como Alberti ou Gil Albert ou como na participação do "II Congreso de Intelectuales Antifascistas", realizado em Valencia.
Em 1938 seguiu até a Inglaterra para a realização de algumas conferências, porém não regressou mais a seu país, começando assim o seu triste exílio. O primeiro livro a ser publicado já no exílio foi "Las Nubes", em 1940.
Em 1947, conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyoke, onde permaneceu até 1952, quando se mudou para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas" e em 1962 "Desolación de la quimera". Também escreveu interessantes ensaios literários e colaborou em revistas e jornais mexicanos como "Excelsior" ou "Novedades". Morreu na Cidade do México, em 1963.
 
 
Contigo

¿Mi tierra?
Mi tierra eres tú.

¿Mi gente?
Mi gente eres tú.

El destierro y la muerte
para mi están adonde
no estés tú.

¿Y mi vida?
Dime, mi vida,
¿qué es, si no eres tú?

Faith Hill - 50 anos!

Audrey Faith Perry, mais conhecida como Faith Hill (Jackson, 21 de setembro de 1967) é uma cantora americana.


Liam Gallagher - 45 anos

William John Paul Gallagher, conhecido como Liam Gallagher, (Manchester, 21 de setembro de 1972) é um músico britânico. Foi o vocalista da banda Oasis, que liderou, juntamente com o seu irmão Noel Gallagher, mais de dez anos. Foi também líder e vocalista dos Beady Eye.
Conhecido pelo seu comportamento agressivo, o seu singular modo de cantar e a sua atitude no palco, Liam Gallagher foi uma das figuras mais importantes do movimento Britpop e é um dos ícones da música britânica, tendo sido eleito, em 2010, por elementos da crítica especializada, o maior frontman de todos os tempos.
 
 

Jaco Pastorius morreu há trinta anos

Jaco Pastorius de nome próprio John Francis Anthony Pastorius III (Norristown, Pensilvânia, 1 de dezembro de 1951 - Fort Lauderdale, Flórida, 21 de setembro de 1987), foi um baixista de jazz norte-americano. É considerado por muitos como um dos mais influentes baixistas de todos os tempos.

(...)

Na metade da década de 80, Pastorius começou a apresentar problemas mentais, e sintomas do chamado distúrbio bipolar, síndrome de pânico e depressão, relacionada com o uso excessivo de drogas e álcool. Esse distúrbio tornou-o mundialmente famoso por seu comportamento exagerado e excêntrico, para não dizer bizarro. Certa vez, quando se apresentavam em Tóquio, foi visto completamente nu e aos gritos sobre uma moto em alta velocidade. As suas performances como instrumentista também mudaram,  o seu gosto pelo excêntrico e pelas dissonâncias tornou-se exagerado e de certa forma incompreensível. Jaco passa a tocar em clubes de jazz em Nova York e na Flórida, tendo caído no conceito popular e transformado-se na "ovelha negra" do meio jazzístico da época.
O trágico fim de John Francis Anthony Pastorius III inicia-se a 11 de setembro de 1987. Após um show de Carlos Santana, dirigiu-se ao Midnight Bottle Club, em Wilton Manors, no estado da Flórida. Após ter um comportamento exibicionista e arrogante, entra numa luta com um segurança do clube, chamado Luc Havan. Como resultado desta, sofre traumatismo craniano e entra em coma durante dez dias. Depois que os aparelhos foram desligados, o seu coração ainda bateu três horas. A morte do mais ilustre baixista de todos os tempos foi a 21 de setembro de 1987, faltando 10 semanas para completar 36 anos. Foi enterrado no cemitério Queen of Heaven, em North Lauderdale.
Uma das maiores homenagens que lhe foram prestadas foi feita pelo trompetista Miles Davis, que gravou a música Mr. Pastorius, composição do baixista Marcus Miller, lançada no álbum Amandla.
 
in Wikipédia
 

quarta-feira, setembro 20, 2017

O ator Pedro Alpiarça morreu há dez anos

Pedro Francisco Antunes Alpiarça (1958 - Lisboa, 20 de setembro de 2007) foi um actor português.

Iniciou-se como actor nas cooperativas de produção teatral independente, que marcaram a actividade cultural underground na década de 80. Ao mesmo tempo experimentava o teatro amador nas peças do Grupo de Teatro do Marítimo Atlético Clube, além do teatro universitário, enquanto estudante da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, no Curso de Pintura. Ao lado de Pedro Wilson e Rui Pisco passaria para o colectivo Máscara, dedicando-se ao teatro infanto-juvenil. Mais tarde, n' A Barraca, participou nas peças Liberdade em Bremen de Rainer Werner Fassbinder, O Avarento de Moliére, Floresta de Enganos de Gil Vicente ou A Cantora Careca de Ionesco. Nos últimos anos mantinha colaborações com O Nariz e com o Teatroesfera, além do Teatro Mínimo, de que foi um dos fundadores. A par disso desenvolveu diversas acções de animação teatral e formação de actores.
Foi actor regular na televisão, tendo participado num sem número de séries e sitcoms como Nico d' Obra (1997), Os Malucos do Riso (1998), Não és Homem Não és Nada (1999), Fábrica das Anedotas (2001), Maré Alta (2004) e O Prédio do Vasco (2006). No cinema teve participações nas longas-metragens Glória de Manuela Viegas (1999) e Dot.com de Luís Galvão Teles (2007).
Devido ao desemprego e tristeza, Pedro Alpiarça partiu uma janela do Hospital de Santa Marta em Lisboa e suicidou-se, atirando-se desde o 5º andar, devido a uma depressão. Foi, dia 21 de setembro de 2007, velado na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, em Lisboa.

Sibelius morreu há 60 anos

Johan Julius Christian Sibelius, conhecido como Jean Sibelius (Hämeenlinna, 8 de dezembro de 1865 - Järvenpää, 20 de setembro de 1957), foi um compositor finlandês de música erudita e um dos mais populares compositores do fim do século XIX e início do XX. A sua música também teve importante papel na formação da identidade nacional finlandesa.
Sibelius nasceu numa família sueco-finlandesa (cuja língua materna era o sueco) e residia na cidade de Hämeenlinna, no Grão-Ducado da Finlândia, então pertencente ao Império Russo. O seu nome de batismo é Johan Julius Christian Sibelius, conhecido pelo hipocorístico Janne por sua família, mas ainda nos seus anos de estudos teve a ideia de usar a forma francesa de seu nome, Jean. A ideia veio após ter visto uma pilha de cartões postais de seu tio Johan, o irmão mais velho do seu pai, o Dr. Christian Gustaf Sibelius, que era médico na guarnição militar de Hämeenlinna. O nome Johan fora-lhe dado em homenagem a esse tio, que era capitão de navio e tinha morrido em Havana, em 1863. O nome Jean era usado por Johan quando estava no exterior.
Significativamente, indo ao encontro do largo contexto do então proeminente movimento Fennoman e suas expressões do nacionalismo romântico, a sua família decidiu mandá-lo para um importante colégio de língua finlandesa, e frequentou o The Hämeenlinna Normal-lycée de 1876 a 1885. O nacionalismo romântico ainda iria tornar-se uma parte crucial na produção artística de Sibelius e na sua visão política.
Parte importante da música de Sibelius é a sua coleção de sete sinfonias. Assim como Beethoven, Sibelius usou cada uma delas para trabalhar uma ideia musical e/ou desenvolver o seu próprio estilo. De realçar que as suas sinfonias continuam populares em gravações e salas de concerto.
De entre as composições mais famosas de Sibelius, destacam-se: Concerto para Violino e Orquestra em ré menor (obra de grande expressão, melodiosidade profunda e virtuosismo, que goza de grande popularidade entre os violinistas e o público, tornando-se em um dos concertos para violino mais executados nas salas de concerto), Finlandia, Valsa Triste (o primeiro movimento da suíte Kuolema), Karelia Suite e O Cisne de Tuonela (um dos quatro movimentos da Lemminkäinen Suite). Outros trabalhos incluem peças inspiradas no poema épico Kalevala, cerca de 100 canções para piano e voz, música incidental para 13 peças, uma ópera (Jungfrun i tornet, A Senhora na Torre), música de câmara, peças para piano, 21 publicações separadas para coral e músicas para rituais maçónicos. Até meados de 1926 foi prolífico; entretanto, apesar de ter vivido mais de 90 anos, quase não completou composições nos últimos 30 anos de sua vida, após compor a sua Sétima Sinfonia, em 1924, e o poema musicado Tapiola, em 1926.

terça-feira, setembro 19, 2017

A atriz Rosemary Harris faz hoje 90 anos!

Rosemary Ann Harris (Ashby, Suffolk, 19 de setembro de 1927) é uma atriz inglesa conhecida pela personagem Tia May da série de filmes Homem Aranha. Foi nomeada para o Óscar de melhor atriz coadjuvante, em 1995, por Tom & Viv.

segunda-feira, setembro 18, 2017

A CIA faz hoje 70 anos

A Central Intelligence Agency (lit. "Agência Central de Inteligência", em inglês), mais conhecida pela sigla CIA, é uma agência de inteligência civil do governo dos Estados Unidos responsável por investigar e fornecer informações de segurança nacional para os senadores daquele país. A CIA também se empenha em atividades secretas, a pedido do presidente dos Estados Unidos.
É a sucessora da Agência de Serviços Estratégicos (OSS, sigla em inglês), formada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para coordenar as atividades de espionagem entre os ramos das Forças Armadas dos Estados Unidos. Foi formada a 18 de setembro de 1947.
A principal função da CIA é coletar informações sobre os governos estrangeiros, corporações e indivíduos, e para aconselhar políticas públicas. A agência realiza operações clandestinas e ações paramilitares e exerce influência na política externa através da sua Divisão de Atividades Especiais.

Alexandre Herculano morreu há 140 anos

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo (Lisboa, 28 de março de 1810 - Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, 18 de setembro de 1877) foi um escritor, historiador, jornalista e poeta português da era do romantismo.
Alexandre Herculano nasceu no Pátio do Gil, à Rua de São Bento, em 28 de março de 1810; a mãe, Maria do Carmo Carvalho de São Boaventura, filha e neta de pedreiros da Casa Real; o pai, Teodoro Cândido de Araújo, era funcionário da Junta dos Juros (Junta do Crédito Público). Na sua infância e adolescência não pode ter deixado de ser profundamente marcado pelos dramáticos acontecimentos da sua época: as invasões francesas, o domínio inglês e o influxo das ideias liberais, vindas sobretudo da França, que conduziriam à Revolução de 1820. Até aos 15 anos frequentou o Colégio dos Padres Oratorianos de S. Filipe de Néry, então instalados no Convento das Necessidades em Lisboa, onde recebeu uma formação de índole essencialmente clássica, mas aberta às novas ideias científicas. Impedido de prosseguir estudos universitários (o pai cegou em 1827, ficando impossibilitado de prover ao sustento da família) ficou disponível para adquirir uma sólida formação literária que passou pelo estudo de inglês, francês, italiano e alemão, línguas que foram decisivas para a sua obra literária.
Estudou Latim, Lógica e Retórica no Palácio das Necessidades e, mais tarde, na Academia da Marinha Real, estudou matemática com a intenção de seguir uma carreira comercial.
Com apenas 21 anos, participará, em circunstâncias nunca inteiramente esclarecidas, na revolta de 21 de agosto de 1831 do Regimento n.° 4 de Infantaria de Lisboa contra o governo ditatorial de D. Miguel I, o que o obrigará, após o fracasso daquela revolta militar, a refugiar-se num navio francês fundeado no Tejo, nele passando à Inglaterra e, posteriormente, à França (Rennes), indo depois juntar-se ao exército Liberal de D. Pedro IV, na Ilha Terceira (Açores). Alistado como soldado no Regimento dos Voluntários da Rainha, como Garrett, é um dos 7.500 "Bravos do Mindelo", assim designados por terem integrado a expedição militar comandada por D. Pedro IV que desembarcou, em 8 de julho de 1832, na praia do Mindelo (na verdade, um pouco mais a sul, na praia de Arnosa de Pampelido, um pouco a Norte do Porto - hoje "praia da Memória"), a fim de cercar e tomar a cidade do Porto (ver Desembarque do Mindelo e Cerco do Porto). Como soldado, participou em acções de elevado risco e mérito militar.
Iniciado na maçonaria em data e local desconhecidos, porventura durante o exílio em Inglaterra, ou antes, cedo a abandonou.
Nomeado por D. Pedro IV como segundo bibliotecário da Biblioteca do Porto, aí permaneceu até ter sido convidado a dirigir a Revista Panorama, de Lisboa, revista de caráter artístico e científico de que era proprietária a Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis, patrocinada pela própria rainha D. Maria II, de que foi redactor principal de 1837 a 1839. Em 1842 retomou o papel de redactor principal e publicou o Eurico o Presbítero, obra maior do romance histórico em Portugal no século XIX.
Mas a obra que vai transformar Alexandre Herculano no maior português do século XIX é a sua História de Portugal, cujo primeiro volume é publicado em 1846. Obra que introduz a historiografia científica em Portugal, não podia deixar de levantar enorme polémica, sobretudo com os sectores mais conservadores, encabeçados pelo clero. Atacado pelo clero por não ter admitido como verdade histórica o célebre Milagre de Ourique – segundo o qual Cristo aparecera ao rei Afonso Henriques naquela batalha -, Herculano acaba por vir a terreiro em defesa da verdade científica da sua obra, desferindo implacáveis golpes sobre o clero ultramontano, sobretudo nos opúsculos Eu e o Clero e Solemnia Verba. O prestígio que a História de Portugal lhe granjeara leva a Academia das Ciências de Lisboa a nomeá-lo seu sócio efectivo (1852) e a encarregá-lo do projecto de recolha dos Portugaliae Monumenta Historica (recolha de documentos valiosos dispersos pelos cartórios conventuais do país), projecto que empreende em 1853 e 1854.
Herculano permanecerá fiel aos seus ideais políticos e à Carta Constitucional, que o impedira de aderir ao Setembrismo. Apesar de estreitamente ligado aos círculos do novo poder liberal (foi deputado às Cortes e precetor do futuro Rei D. Pedro V), recusou fazer parte do primeiro Governo da Regeneração, chefiado pelo Duque de Saldanha. Recusou honrarias e condecorações e, a par da sua obra literária e científica, de que nunca se afastou inteiramente, preferiu retirar-se progressivamente para um exílio que tinha tanto de vocação como de desilusão. Numa carta a Almeida Garrett confessara ser seu mais íntimo desejo ver-se entre quatro serras, dispondo de algumas leiras próprias, umas botas grosseiras e um chapéu de Braga. Ainda desempenhando o cargo de Presidente da Câmara de Belém (1854 de 1855), cargo que abandona rapidamente. Em 1867, após o seu casamento com D. Mariana Meira, retira-se definitivamente para a sua quinta de Vale de Lobos (Azoia de Baixo, Santarém) para se dedicar (quase) inteiramente à agricultura e a uma vida de recolhimento espiritual - ancorado no porto tranquilo e feliz do silêncio e da tranquilidade, como escreverá na advertência prévia ao primeiro volume dos Opúsculos. Em Vale de Lobos, Herculano exerce um autêntico magistério moral sobre o País. Na verdade, este homem frágil e pequeno, mas dono de uma energia e de um carácter inquebrantáveis era um exemplo de fidelidade a ideais e a valores que contrastavam com o pântano da vida pública portuguesa. Isto dá vontade de morrer!, exclamara ele, decepcionado pelo espectáculo torpe da vida pública portuguesa, que todos os seus ideais vilipendiara. A quando da segunda viagem do Imperador do Brasil a Portugal, em 1877, Herculano entendeu retribuir, em Lisboa, a visita que o monarca lhe fizera em Vale de Lobos, mas devido à sua débil saúde contraiu uma pneumonia dupla de que viria a falecer, em Vale de Lobos, em 18 de setembro de 1877.
Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal.
Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social.
Alexandre Herculano casou, em 1 de maio de 1867, com Mariana Hermínia de Meira. Morreu na sua quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, (Santarém) em setembro de 1877. Encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.
 
Obra
Herculano deixou ensaios sobre diversas questões polémicas da época, que se somam à sua intensa actividade jornalística.
Como historiador, publicou História de Portugal de Alexandre Herculano, em quatro volumes, e História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal, e organizou Portugaliae Monumenta Historica (coleção de documentos valiosos recolhidos de cartórios conventuais do país).
A parte mais significativa da obra literária de Herculano concentra-se em seis textos em prosa, dedicados principalmente ao género conhecido como narrativa histórica. Esse tipo de narrativa combina a erudição do historiador, necessária para a minuciosa reconstituição de ambientes e costumes de épocas passadas, com a imaginação do literato, que cria ou amplia tramas para compor seus enredos. Dessa forma, o autor situa ação num tempo passado, procurando reconstituir uma época. Para isso, contribuem descrições pormenorizadas de quadros antigos, como festas religiosas, indumentárias, ambientes e aposentos, topografias de cidades. São frequentes as intervenções do narrador, que tece comentários filosóficos, sociais ou políticos, muitas vezes relacionando o passado narrado com o quotidiano do século XIX.
A narrativa de caráter histórico foi desenvolvida inicialmente por Walter Scott (1771-1832), poeta e novelista escocês que escreveu A Balada do Último Menestrel e Ivanhoé,entre outros trabalhos. Também o francês Vitor Hugo (1802-1885) serviu de modelo a Herculano: Hugo escreveu o romance histórico Nossa Senhora de Paris, em que surge Quasimodo, o famoso “Corcunda de Notre-Dame”. A partir desses modelos, desenvolveu-se a narrativa histórica de Herculano, que pode ser considerada o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal.
As Lendas e Narrativas são formadas por textos mais ou menos curtos, que se podem considerar contos e novelas. Herculano abordou vários períodos da historia da Península Ibérica. É evidente a preferência do autor pela Idade Média, época em que, segundo ele, se encontravam as raízes da nacionalidade portuguesa.
O trabalho literário de Herculano foi, juntamente com as Viagens na Minha Terra, de Garrett, o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal. A partir disto, as narrativas históricas foram focando épocas cada vez mais próximas do século XIX.
Deixou ainda alguma poesia, romances não históricos e peças de teatro.
 
 
A Graça

Que harmonia suave
É esta, que na mente
Eu sinto murmurar,
Ora profunda e grave,
Ora meiga e cadente,
Ora que faz chorar?
Porque da morte a sombra,
Que para mim em tudo
Negra se reproduz,
Se aclara, e desassombra
Seu gesto carrancudo,
Banhada em branda luz?
Porque no coração
Não sinto pesar tanto
O férreo pé da dor,
E o hino da oração,
Em vez de irado canto,
Me pede íntimo ardor?

És tu, meu anjo, cuja voz divina
Vem consolar a solidão do enfermo,
E a contemplar com placidez o ensina
De curta vida o derradeiro termo?

Oh, sim! és tu, que na infantil idade,
Da aurora à frouxa luz,
Me dizias: - Acorda, inocentinho,
Faz o sinal da cruz.»
És tu, que eu via em sonhos, nesses anos
De inda puro sonhar,
Em nuvem d'ouro e púrpura descendo
Co' as roupas a alvejar.
És tu, és tu! que ao pôr do sol, na veiga,
Junto ao bosque fremente,
Me contavas mistérios, harmonias
Dos céus, do mar dormente.
És tu, és tu! que, lá, nesta alma absorta
Modulavas o canto,
Que de noite, ao luar, sozinho erguia
Ao Deus três vezes santo.
És tu, que eu esqueci na idade ardente
Das paixões juvenis,
E que voltas a mim, sincero amigo,
Quando sou infeliz.

.......Sinto a tua voz de novo
.......Que me revoca a Deus:
.......Inspira-me a esperança,
.......Que te seguiu dos céus!...

 
in Poesias (1860) - Alexandre Herculano

Américo Thomaz morreu há trinta anos

Américo Deus Rodrigues Thomaz  (Lisboa, 19 de novembro de 1894 - Cascais, Cascais, 18 de setembro de 1987) foi um político e militar português. Foi o décimo terceiro Presidente da República Portuguesa, último do Estado Novo português (II República).

Presidente
Em 1958 foi o candidato escolhido pela União Nacional para suceder a Craveiro Lopes, com o beneplácito de António de Oliveira Salazar, não só por ser afeto ao regime mas também por ser pouco interventivo. Teve como adversário o General Humberto Delgado. Segundo os resultados oficiais, venceu com 75%, contra apenas 25% atribuídos a Delgado. O próprio Thomaz não votaria na sua eleição. Na sequência das eleições presidenciais, cujos resultados oficiais nunca seriam publicados oficialmente no Diário do Governo, conforme estipulava a legislação vigente, o regime determinaria, na revisão constitucional de 1959, que estas deixariam de ser directas, passando a ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da União Nacional. Desta forma, o regime punha de parte qualquer tipo de mudança democrática encetada pelo voto da população portuguesa. Em 1961 tornou-se Cavaleiro da Real e Distinguida Ordem de Carlos III de Espanha. Foi dessa forma reeleito em 1965 e 1972.
O 25 de abril encontrou-o a poucos meses de cessar funções, uma vez que determinara deixar o cargo quando completasse 80 anos. Foi então demitido do cargo e expulso compulsivamente da Marinha, tendo sido enviado para a Madeira, donde partiu para o exílio no Brasil.
Américo Thomaz, durante o desempenho das funções de Presidente da República, residiu sempre na sua residência particular, apenas usando o Palácio de Belém como escritório e para cerimónias oficiais.
Foi pouco mais do que um chefe de estado cerimonial, aparecendo muitas vezes a inaugurar exposições de flores, a ponto de lhe darem o apodo de "o corta-fitas". Era alvo de chacota pelo seu pouco talento para o discurso público, tendo várias "gaffes" suas ficado gravadas no imaginário popular, com destaque para frases como "É a primeira vez que cá estou desde a última vez que cá estive", ou "Hoje visitei todos os pavilhões, se não contar com os que não visitei", proferidas nas numerosas visitas e inaugurações que ocupavam a maior parte da sua actividade.
  
Após o 25 de abril
Em 1978, Ramalho Eanes permitiu o seu regresso a Portugal. Em 1980, morre, subitamente, a sua filha mais velha, Natália.
Foi-lhe negado o reingresso na Marinha e o regime de pensão extraordinária actualmente em vigor para ex-presidentes da República.
A 18 de setembro de 1987, Américo Thomaz morreu numa clínica em Cascais, após uma cirurgia, com 92 anos.

domingo, setembro 17, 2017

Agostinho Neto nasceu há 95 anos


António Agostinho Neto (Catete, Ícolo e Bengo, 17 de setembro de 1922 - Moscovo, 10 de setembro de 1979) foi um médico angolano, formado nas Universidades de Coimbra e de Lisboa, que, em 1975, se tornou o primeiro presidente de Angola, até 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o "Prémio Lenine da Paz" pelos dirigentes comunistas da URSS.
Fez parte da geração de estudantes africanos que viria a desempenhar um papel decisivo na independência dos seus países naquela que ficou designada como a Guerra Colonial Portuguesa. Foi preso pela PIDE, a polícia política do regime salazarista então vigente em Portugal, e deportado para o Tarrafal, uma prisão política em Cabo Verde; sendo-lhe depois fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio. Aí assumiu a direcção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), do qual já era presidente honorário desde 1962. Em paralelo, desenvolveu uma actividade literária, escrevendo nomeadamente poemas. No dia 17 de setembro Angola celebra o Dia do Herói Nacional, comemorando o dia que Agostinho Neto nasceu.
  
Biografia
Nasceu a 17 de setembro de 1922, em Catete, Ícolo e Bengo. Licenciou-se em Medicina em Lisboa.
Agostinho Neto dirigiu a partir de Argel e de Brazzaville as actividades políticas e de guerrilha do MPLA durante a Guerra de Independência de Angola, entre 1961 e 1974, e durante o processo de descolonização, em 1974/75, que opôs o MPLA aos dois outros movimentos nacionalistas, a FNLA e a UNITA Tendo o MPLA saído deste último processo como vencedor, declarou a independência do país em 11 de novembro de 1975, assumindo as funções de Presidente da República, mantendo as de Presidente do MPLA, e estabelecendo um regime mono-partidário, inspirado no modelo então praticado nos países do leste europeu.
Durante este período, houve graves conflitos internos no MPLA que puseram em causa a liderança de Agostinho Neto. Entre estes, o mais grave consistiu no surgimento, no início dos anos 1970, de duas tendências opostas à direcção do movimento, a "Revolta Activa" constituída no essencial por elementos intelectuais, e a "Revolta do Leste", formada pelas forças de guerrilha localizadas no Leste de Angola; estas divisões foram superadas num intrincado processo de discussão e negociação que terminou com a reafirmação da autoridade de Agostinho Neto. Já depois da independência, em 1977, houve um levantamento, visando a sua liderança e a linha ideológica por ele defendida; este movimento, oficialmente designado como fracionismo, foi reprimido de forma sangrenta, por suas ordens.
Agostinho Neto, que era casado com a portuguesa Eugénia Neto, morreu num hospital em Moscovo, no decorrer de complicações ocorridas durante uma operação a um cancro hepático de que sofria, poucos dias depois de fazer 57 anos de idade. Foi substituído na presidência de Angola e do MPLA por José Eduardo dos Santos.
Ao falecer em Moscovo, a 10 de setembro de 1979, Agostinho Neto deixou atrás de si um país em chamas. Não era só Angola que vivia uma guerra civil. O MPLA também. Na cadeia de São Paulo, em Luanda, e em campos de concentração espalhados por diversos pontos do território angolano, antigos militantes e dirigentes do MPLA, que se haviam oposto à liderança de Agostinho Neto - dos simpatizantes de Nito Alves aos intelectuais da Revolta Ativa - partilhavam celas e desditas com os jovens da Organização Comunista de Angola (OCA), com mercenários portugueses, ingleses e americanos, militares congoleses e sul-africanos, e gente da UNITA e da FNLA.

 
Mausoléu de Agostinho Neto em Luanda
 
 
Civilização ocidental

Latas pregadas em paus
fixados na terra
fazem a casa

Os farrapos completam
a paisagem íntima

O sol atravessando as frestas
acorda o seu habitante

Depois as doze horas de trabalho
Escravo

Britar pedra
acarretar pedra
britar pedra
acarretar pedra
ao sol
à chuva
britar pedra
acarretar pedra

A velhice vem cedo

Uma esteira nas noites escuras
basta para ele morrer
grato
e de fome.

Cadeia do Aljube de Lisboa 
Outubro de1960


in
Sagrada Esperança (1974) - Agostinho Neto