sexta-feira, outubro 13, 2017

Cristovam Pavia e Manuel Bandeira deixaram-nos há 49 anos


In memoriam

Todos os anos são anos de morte
Os anos morrem por partes dia a dia
O poeta pode ser fraco ou ser forte
Por vezes vai dar uma volta e demora
A treze do mês de outubro foram-se embora
manuel bandeira e cristovam pavia
Todas as mortes nos matam um pouco
Seja a de um santo seja a de um louco
Na irmã morte vive a poesia:
Viva bandeira viva pavia


in Homem de Palavra(s) (1969) - Ruy Belo

A Tragédia dos Andes começou há 45 anos

Foto do memorial no local do acidente

O Voo Força Aérea Uruguaia 571, mais conhecido como Tragédia dos Andes ou Milagre dos Andes (El Milagro de los Andes), foi um voo fretado que transportava 45 pessoas, incluindo uma equipe de rugby e seus amigos, familiares e associados e que caiu na Cordilheira dos Andes, em 13 de outubro de 1972. Mais de um quarto dos passageiros morreram no acidente e vários sucumbiram rapidamente, devido ao frio e aos ferimentos. Dos 29 que estavam vivos alguns dias após o acidente, oito foram mortos por uma avalanche que varreu o seu abrigo. O último dos 16 sobreviventes foi resgatado em 23 de dezembro de 1972, mais de dois meses após o acidente.
Os sobreviventes tinham pouca comida e nenhuma fonte de calor em condições extremas, a mais de 3.600 metros (11.800 pés) de altitude. Diante da fome e notícias reportadas via rádio de que a busca por eles tinha sido abandonada, os sobreviventes alimentaram-se da carne dos passageiros mortos, que havia sido preservada na neve. As equipes de resgate não tiveram conhecimento da existência de sobreviventes até 72 dias depois do acidente, quando os passageiros Fernando Parrado e Roberto Canessa, depois de uma caminhada de 10 dias através dos Andes, encontraram um chileno huaso, que lhes deu comida e, em seguida, alertou as autoridades sobre a existência dos outros sobreviventes.
Muitas coisas tiveram que ser reinventadas, como aprender a produzir água a essa baixíssima temperatura e fazer precários e insuficientes abrigos com o forro dos assentos. A falta de alimento os obriga o tomar uma difícil decisão, era a única opção que tinham para poder voltar a ver os seus entes queridos, alimentar-se com a carne dos falecidos. Aos 16 dias do acidente uma avalanche de neve sepulta todos, e outras 8 pessoas morrem por asfixia. Sabendo que tinham sido abandonados, escapar desse lugar estava inteiramente em suas mãos.
Finalmente dois dos sobreviventes conseguem atravessar a pé a Cordilheira dos Andes, com enorme sacrifício e em condições desumanas. Após 10 dias de caminhada, encontram um vaqueiro: Sergio Catalán. Concluem-se os 72 dias de fome, dor e sofrimento.

quinta-feira, outubro 12, 2017

John Denver morreu há vinte anos

John Denver (Roswell, 31 de dezembro de 1943 - Pacific Grove, 12 de outubro de 1997), nascido Henry John Deutschendorf, Jr., foi um cantor, compositor, músico e ator americano. Compunha e cantava canções do gênero musical conhecido como "country music". Denver morreu aos 53 anos na região costeira de Monterey, na Califórnia, enquanto pilotava um avião feito de fibra de vidro.
John Denver é mais conhecido pela sua balada Annie's Song, mas teve grandes sucessos mundiais com as canções Take Me Home, Country Roads, Sunshine On My Shoulders, Perhaps Love (em dueto com Plácido Domingo), Leaving on a Jet Plane, Don't Close Your Eyes Tonight e Come And Let Me Look In Your Eyes. Ficou também famoso por outras paixões, além da música: aviões, natureza e mulheres.
  
Vida
John Denver nasceu em Roswell, Novo México. O seu pai, Henry Deutschendorf, foi um oficial da Força Aérea americana e instrutor de voo. Nasceu quando o seu pai estava em missão na Base de Roswell e cresceu em várias bases aéreas do sudoeste americano. Frequentou o ensino secundário em Fort Worth, Texas, e mais tarde a escola Texas Tech.
A sua iniciação na música ocorreu aos 12 anos, quando a sua avó lhe deu uma viola acústica Gibson. Começou a tocar em clubes noturnos enquanto estudava na Universidade, de onde saiu em 1964, ao mudar-se para Los Angeles. Lá formou o Chad Mitchell Trio, que abandonou quando era conhecido como Denver, Boise and Johnson para seguir uma carreira a solo a partir de 1969.
No ano seguinte, lançaria seu LP de estreia, Rhymes and Reasons. Os quatro álbuns seguintes: Whose Garden Was This, Take Me to Tomorrow, e Poems, Prayers and Promises fizeram dele um dos artistas mais populares nos Estados Unidos.
Denver desenvolveu uma carreira de sucesso como cantor e compositor, e uma trajetória menor como ator. Em 1994, escreveu uma autobiografia, chamada Take Me Home. Em 1970, mudou-se para Aspen, Colorado, logo após seu primeiro sucesso: "Leaving on a Jet Plane".
John Denver não foi reconhecido apenas por sua qualidade como músico, mas também por seu trabalho humanitário, em projetos de conservação de fauna, no Alasca, assim como em iniciativas contra a fome na África.

Morte
John Denver tinha duas paixões na sua vida: cantar e voar. Piloto experiente, possuiu e pilotou os seus próprios aviões, entre os quais modelos Lear Jet, mas também outros, com os quais praticava voos acrobáticos. E foi justamente a paixão pelo voo que lhe tirou a vida nas águas do mar da Califórnia a 12 de outubro de 1997, quando pilotava seu avião feito em fibra de vidro, marca Rutan, modelo Long-EZ.
A imprensa publicou versões inconsistentes e contraditórias para explicar a causa do acidente, que na verdade resultou da conjugação de muitos fatores, como costuma acontecer na maioria dos acidentes com aviões.
O seu corpo foi cremado e suas cinzas foram espalhadas nas Montanhas Rochosas, Colorado, no Estados Unidos.


Ray Conniff, o rei do easy listening, morreu há quinze anos

Joseph Raymond "Ray" Conniff (Attleboro, Massachusetts, 6 de novembro de 1916 - Escondido, Califórnia, 12 de Outubro de 2002) foi um líder de banda e arranjador norte-americano, considerado o rei do easy listening.
 
 

O ator Paulo Autran morreu há dez anos


Biografia
Paulo Autran mudou-se cedo para São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida e estudou no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo. Depois estudou Direito na capital paulista por influência do pai - que era delegado de polícia - e formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1945, inicialmente pensando em ser diplomata. Anteriormente a São Paulo, Paulo Autran morou na cidade de Sorocaba. Em 2006, num encontro em Sorocaba com o poeta e letrista Marcelo Adifa, Paulo contaria emocionado como era brincar na casa grande que ocupavam na região central do município.
Desapontando na profissão de advogado, participou de algumas peças teatrais amadoras, tendo sido convidado a estrear profissionalmente com a peça Um Deus dormiu lá em casa, de Guilherme Figueiredo, com direção de Silveira Sampaio, em montagem do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). No começo relutou, afirmando não ser ator profissional. Entretanto, após receber o incentivo de sua amiga Tônia Carrero, aceitou o desafio. A peça, que estreou para o grande público no dia 13 de dezembro de 1949, no Teatro Copacabana, Rio de Janeiro, tornou-se um grande sucesso, rendendo inclusive alguns prémios para o jovem ator. Posteriormente, "Um Deus..." foi novamente montada, dessa vez pela Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA), com direção de Adolfo Celi, em 1956.
Após o seu primeiro êxito comercial, Autran resolveu largar a advocacia e passou a se dedicar exclusivamente à carreira artística, dando prioridade ao teatro, a sua grande paixão. Chegou a atuar em alguns filmes e telenovelas, mas foi no palco que desenvolveu a sua arte e se tornou conhecido, vindo a receber o epíteto de "O Senhor dos Palcos". No entanto, também teve memoráveis atuações na televisão e no cinema, em especial por sua participação em Terra em Transe, clássico de Glauber Rocha.
Ao longo da sua carreira estabeleceu importantes parcerias, com diretores como Adolfo Celi, Zbigniew Ziembiński e Flávio Rangel, e atrizes, como Tônia Carrero .
Na televisão destacou-se em Guerra dos Sexos, em que contracenava ao lado de Fernanda Montenegro e protagonizou algumas cenas antológicas da teledramaturgia, e em Pai Herói, quando viveu o vilão carismático Bruno Baldaraci. Nos últimos anos fez apenas participações especiais, principalmente em minisséries, a última das quais Um Só Coração, em 2004. Em 2012 aparece numa participação especial na telenovela Guerra dos Sexos - apenas um flashblack e o seu velório, ambos exibidos no primeiro capítulo.
O seu último personagem no cinema foi no filme O Passado, de Héctor Babenco.
Estreou o seu 90º espetáculo em 2006, a peça O Avarento, de Molière, no Teatro Cultura Artística. Essa peça teve a sua temporada suspensa porque o ator apresentava problemas de saúde.
No ano anterior à sua morte, Paulo Autran passara por diversas internações, por conta de um cancro do pulmão. O tratamento (radioterapia e quimioterapia) não o impediu de seguir atuando em O Avarento - e nem de seguir fumando até quatro maços de cigarros por dia.
Faleceu aos 85 anos, depois de sofrer um enfisema pulmonar e por complicações decorrentes do cancro. A pedido da família, a causa mortis não foi divulgada pela equipe médica que o acompanhava. O seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e cremado no Crematório da Vila Alpina.
Desde 1999, Paulo Autran era casado com a atriz Karin Rodrigues.
Em 15 de julho de 2011, a Lei 12.449 o declarou Patrono do Teatro Brasileiro.
  
Na televisão

Cristóvão Colombo "descobriu" a "América" há 525 anos

Provável retrato de Colombo em pormenor de "Virgen de los Navegantes" pintado por Alejo Fernández entre 1500 e 1536, atualmente na "Sala de los Almirantes", no Reales Alcázares de Sevilla

Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 - Valladolid, 20 de maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objectivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México, na América Central.
O seu nome em italiano é Cristoforo Colombo, em latim Christophorus Columbus e em espanhol, Cristóbal Colón. Este antropónimo inspirou o nome de, pelo menos, um país, Colômbia e duas regiões da América do Norte: a Colúmbia Britânica, no Canadá e o Distrito de Colúmbia, nos Estados Unidos. Entretanto o Papa Alexandre VI escrevendo em latim sempre chamou ao navegador pelo nome de Christophorum Colon com significado de Membro e nunca pelo latim Columbus com significado de Pombo.
 
(...)
 
Foi em Portugal que Colombo começou a conceber o seu projecto de viagem para Ocidente, inspirado pelo ambiente febril de navegações, descobrimentos, comércio e desenvolvimento científico, que converteram a Lisboa da segunda metade do século XV num rico e activíssimo porto marítimo e mercantil, de dimensão internacional, e Portugal no país dos melhores, mais audazes e experientes marinheiros, com os maiores conhecimentos náuticos da época. O projecto terá surgindo não de forma repentina, mas gradual, provavelmente em colaboração com o seu irmão Bartolomeu. Após o processo de formação e maturação, o projecto de Colombo consistia em atravessar o oceano - o único conhecido à época, o Atlântico - em direção à Ásia.
O historiador norte-americano Vignaud tentou demonstrar que Colombo apenas procurava alcançar umas distantes ilhas do Atlântico, mas não chegar às Índias, tendo alterado o projecto após as descobertas que fez. Esta tese é normalmente descartada pelos historiadores colombinos de maior competência, já que para descobrir umas simples ilhas não era necessário negociar tenazmente com monarcas, promover opiniões de sábios e técnicos, e exigir honras e compensações tão exorbitantes. Tratava-se, sem dúvida, de uma empresa nova, arriscada, e de importância bem maior que uma expedição comum.
O seu filho Fernando conta que o pai começou por pensar que se os portugueses navegavam já tão grandes distâncias para sul, que poderia fazer o mesmo para oeste, enumerando os factores que o fizeram pensar na existência de terras a ocidente: a esfericidade da terra; e as leituras de autores clássicos, como Aristóteles, Estrabão e Plínio, que afirmavam a curta distância entre a Espanha e África, e a Índia. O mais provável, no entanto, é que não se tenha inspirado nesses autores, mas sim que os tenha lido depois por forma a fundamentar o seu projecto. Os supostos papéis do sogro que lhe teriam sido entregues por Isabel Moniz teriam juntado indícios materiais, como troncos de árvores e cadáveres de espécies desconhecidas arrastados pelo mar. Finalmente, as notícias que obteve de marinheiros que afirmavam ter encontrado terras a oeste, e as várias tentativas para descobrir supostas ilhas do Atlântico, comuns por aqueles anos. Colombo observou nas suas viagens e permanências nas ilhas atlânticas estes indícios, assim como as condições dos ventos e correntes marítimas, a reconhecer a proximidade de terra firme, e as rotas mais favoráveis, o que tudo aprendeu com a experiência portuguesa.

(...)

Colombo conseguiu finalmente fazer aprovar o projecto da sua viagem junto dos Reis Católicos, após a conquista de Granada, com a ajuda do confessor da rainha Isabel de Castela. Os termos da sua contratação tornavam-no almirante dos mares da Índia a descobrir e governador e vice-rei das terras do Oriente a que se propunha chegar, em competição com os portugueses que exploravam a Rota do Cabo.
Alguns historiadores têm procurado demonstrar que o navegador mentia propositadamente a Castela para ajudar Portugal e que tinha a ajuda de Américo Vespúcio nessa missão.
A partir do início de 1485 Colombo passa a Castela. Chegando a Córdova com a corte, teve um caso amoroso, no Inverno de 1487-1488 com uma moça humilde por nome Beatriz Enríquez da qual nasceu, a 15 de agosto de 1488, Fernando Colombo. A esta moça deixa Colombo, no seu testamento, a renda anual de 10.000 maravedis, presumivelmente como compensação pelos danos causados à sua honra.
Entre 1485 e 1492 Colombo permanece em Castela, apenas abandonando a península em 1492 quando parte do porto de Palos na sua primeira expedição.

Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera, com três navios: uma nau maior, Santa María, apelidada Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de Niña por causa do seu proprietário Juan Niño de Moguer. Eram propriedade de Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (Martín Alonso e Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente para as ilhas Canárias, que eram propriedade da Castela, onde reabasteceu as provisões e fez reparações. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez Bermejo) a bordo de Pinta. Colombo chamou a ilha (no que é agora Bahamas) San Salvador, enquanto os nativos a chamavam Guanahani. Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As candidatas principais são Samana Cay, Plana Cays e San Salvador (assim chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os indígenas que encontrou, os lucaians, taínos ou aruaques, eram pacíficas e amigáveis. Na entrada de 12 de outubro de 1492 no seu diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi têm cicatrizes nos seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do continente vêm aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito facilmente ser cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a nossa língua." Observou que a falta de armamento moderno e até mesmo espadas e lanças forjadas de metal era uma vulnerabilidade tática, escrevendo: "Eu poderia conquistar a totalidade deles com 50 homens e governá-los como quisesse." Colombo também explorou a costa nordeste de Cuba, onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central"), e o litoral norte de Hispaniola, em 5 de dezembro. Aqui, o Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e teve de ser abandonado. Foi recebido pelos cacique nativo Guacanagari, que lhe deu permissão para deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o povoado de La Navidad no local da atual Môle Saint-Nicolas, Haiti. Antes de retornar à Espanha, Colombo também sequestrou entre 10 a 25 nativos e os levou de volta com ele. Apenas sete ou oito dos índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas eles causaram forte impressão em Sevilha.
   
in Wikipédia
    
35. Adianto uma pedra sobre o tabuleiro

Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
que é quase tumular mas que cantou a casa,
casa branca e nau preta,
e não ganhou austrálias,
pois fez o teu retrato dentro do coração
e destruiu a mentira de outra história.

Só um dia, já morto, disseram a Colombo
que a índia dele não era a verdadeira.



in Rua de Nenhures (2013) - Pedro Tamen

Há quinze anos os atentados em Bali mataram mais dezentas pessoas

Monumento em memória das vítimas dos atentados

Os atentados de Bali de outubro de 2002 ocorreram ao final do dia 12 de outubro de 2002 na zona turística de Kuta, em Bali, Indonésia. O ataque terrorista foi o ato mais mortífero da história da Indonésia, com um total de 202 pessoas assassinadas, das quais 164 eram estrangeiros e 38 cidadãos indonésios. 209 outras pessoas ficaram feridas nos atentados.
O ataque foi provocado com a detonação de três bombas: um dispositivo montado numa mochila levada por um terrorista suicida e um grande carro-bomba que foram detonados junto a locais noturnos populares em Kuta; e um terceiro dispositivo menor que foi detonado fora do consulado dos Estados Unidos da América em Denpasar e que apenas causou danos menores.
Vários membros do Jemaah Islamiya, um grupo terrorista islâmico, foram sentenciados pela participação no acto terrorista, incluindo três indivíduos que foram condenados à pena de morte. Abu Bakar Bashir, o suposto líder espiritual do Jemaah Islamiyah, foi julgado e considerado culpado, sentenciado a dois anos e meio de prisão.Riduan Isamuddin, geralmente conhecido como Hambali e suposto ex-líder operacional do Jemaah Islamiyah, está sob custódia dos Estados Unidos em lugar não revelado, e não foi ainda formalmente acusado. Em 9 de novembro de 2008, Iman Samudra, Amrozi Nurhasyim e Ali Ghufron foram executados por fuzilamento numa prisão da ilha de Nusa Kambangan. Mais tarde, o então presidente, Abdurrahman Wahid e o ex-terrorista Umar Abdu assumiram que aquele atentado foi uma operação de bandeira falsa organizado pelo exército e o serviço de inteligência.

quarta-feira, outubro 11, 2017

O cantor Lobão faz hoje 60 anos

Lobão, nome artístico de João Luiz Woerdenbag Filho (Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1957) é um cantor, compositor, escritor, multi-instrumentista, editor de revista e apresentador de televisão. A sua carreira musical é marcada por grandes parcerias; compôs sucessos como "Me Chama", canção muito famosa na voz de vários intérpretes, que ficou na 47ª posição das maiores músicas brasileiras, segundo a revista Rolling Rtone, e "Vida Louca Vida", conhecida na voz de Cazuza. Apesar de ter surgido e conseguido sucesso no ambiente marginal e underground do rock brasileiro nos anos 80, Lobão vem dialogando com diversos géneros, como o samba, ao longo de sua carreira. Em 1988, por exemplo, o disco Cuidado! contou com a participação da percussão da Estação Primeira de Mangueira.


Renato Russo morreu há 21 anos

Renato Russo, nome artístico de Renato Manfredini Júnior (Rio de Janeiro, 27 de março de 1960 — Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1996), foi um cantor e compositor brasileiro, célebre por ter sido o vocalista e fundador da banda de rock Legião Urbana. Antes de fundar o grupo, Renato integrou o grupo musical Aborto Elétrico, do qual saiu devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos. Adotou o sobrenome artístico Russo em homenagem ao inglês Bertrand Russell e aos franceses Jean-Jacques Rousseau e Henri Rousseau.
Renato morreu devido as complicações causadas pelo HIV em 11 de outubro de 1996, na época com 36 anos, faltando apenas um dia para o aniversário da banda. Amigos do cantor afirmam que ele contraiu a doença após se envolver com um rapaz que conheceu em Nova Iorque, portador da doença, em 1989. Como integrante da Legião Urbana, Renato lançou oito álbuns de estúdio, cinco álbuns ao vivo, alguns lançados postumamente e diversos contos. Gravou ainda três discos solo e cantou ao lado de Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Biquini Cavadão, 14 Bis e Plebe Rude.
Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, em que Renato Russo ocupa o 25° lugar.
(...)
Renato Russo faleceu no dia 11 de outubro de 1996, às 01.15 da madrugada, em consequência de complicações causadas pela SIDA (era seropositivo desde 1989). Deixou um filho, o produtor cultural Giuliano Manfredini, na época com apenas 7 anos de idade. O corpo de Russo foi cremado e as suas cinzas foram lançadas no Parque Burle Marx - por coincidência, o ex-baixista dos Legião Urbana, Renato Rocha passeava com a namorada no momento do lançamento das cinzas e o pneu da sua moto furou em frente do local. No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do cantor, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato. Mais de uma década após a sua morte, a banda ainda apresenta vendas expressivas de seus discos pelo mundo.

Elymar Santos - 65 anos

Elymar Santos (Rio de Janeiro, 11 de Outubro de 1952) é um cantor brasileiro de MPB.

Batizado com o nome de Elimar, nasceu no Morro do Alemão, comunidade popular do Rio de Janeiro. Morou também em São Gonçalo do Sapucaí, interior de Minas Gerais, cidade natal de sua mãe.
Elymar ficou conhecido por ser um cantor extremamente versátil. Cantava músicas de vários autores nacionais, como Wando, Cazuza, Raul Seixas, Roupa Nova, Elis Regina e também internacionais como Corazón Partido, de Alejandro Sanz. Mas também compôs inúmeras músicas próprias, sendo que seus maiores sucessos são as músicas Escancarando de Vez e Guerreiros Não Morrem Jamais, composta em homenagem ao falecido piloto de F1 Ayrton Senna. Participou do último capítulo da telenovela O Clone ao lado de outros famosos, como Falcão e Sargentelli. Por proposta do Deputado Dionísio Lins, Elymar Santos recebeu a Medalha Tiradentes, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 2009.


O Concílio Vaticano II começou há 55 anos

O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio Ecuménico da Igreja Católica, foi convocado no dia 25 de dezembro de 1961, através da bula papal "Humanae salutis", pelo Papa João XXIII. Este mesmo Papa inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de outubro de 1962. O Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.
Nestas quatro sessões, mais de 2.000 Prelados convocados de todo o planeta discutiram e regulamentaram vários temas da Igreja Católica. As suas decisões estão expressas nas 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações elaboradas e aprovadas pelo Concílio. Apesar da sua boa intenção em tentar atualizar a Igreja, os resultados deste Concílio, para alguns estudiosos, ainda não foram totalmente entendidos nos dias de hoje, enfrentando por isso vários problemas que perduram. Para muitos estudiosos, é esperado que os jovens teólogos dessa época, que participaram do Concílio, salvaguardem a sua natureza; depois de João XXIII, todos os Papas que o sucederam até Bento XVI, inclusive, participaram do Concílio ou como Padres conciliares (ou prelados) ou como consultores teológicos (ou peritos).
Em 1995, o Papa João Paulo II classificou o Concílio Vaticano II como "um momento de reflexão global da Igreja sobre si mesma e sobre as suas relações com o mundo". Ele acrescentou também que esta "reflexão global" impelia a Igreja "a uma fidelidade cada vez maior ao seu Senhor. Mas o impulso vinha também das grandes mudanças do mundo contemporâneo, que, como “sinais dos tempos”, exigiam ser decifradas à luz da Palavra de Deus".
No ano 2000, João Paulo II disse ainda que: "o Concílio Vaticano II constituiu uma dádiva do Espírito à sua Igreja. É por este motivo que permanece como um evento fundamental não só para compreender a história da Igreja no fim do século mas também, e sobretudo, para verificar a presença permanente do Ressuscitado ao lado da sua Esposa no meio das vicissitudes do mundo. Mediante a Assembleia conciliar, [...] pôde-se constatar que o património de dois mil anos de fé se conservou na sua originalidade autêntica".
Todos os concílios católicos são nomeados segundo o local onde se deu o concílio episcopal. A numeração indica a quantidade de concílios que se deram em tal localidade. Vaticano II portanto, indica que o concílio ocorreu na cidade-Estado do Vaticano, e o número dois indica que foi o segundo concílio realizado nesta localidade.

terça-feira, outubro 10, 2017

Solomon Burke morreu há sete anos

Solomon Vincent McDonald Burke (Filadélfia, 21 de março de 1940 - Haarlemmermeer, 10 de outubro de 2010), sendo mundialmente conhecido como Rei do Rock 'N Soul e Bispo do Soul, foi um cantor e compositor de música soul, gospel e rock americano, reconhecido como um dos músicos mais influentes do século XX, responsável pela introdução de ritmo gospel nas músicas de soul e rock & roll. Vendeu mais de 17 milhões de álbuns e foi eleito pela revista Rolling Stone o 89º maior artista da música de todos os tempos.
 

Thelonious Monk nasceu há 100 anos!

Thelonious Monk foi um pianista único, e considerado um dos mais importantes músicos do Jazz. Monk tinha um estilo único de improvisar e tocar. Era famoso pelos seus improvisos, de poucas e boas notas. Preciso, fazia com duas ou três notas o que outros pianistas faziam com nove ou dez. Cada nota entrava perfeitamente no contexto da música, numa mistura melódica e rítmica. Somente notas necessárias e muito bem trabalhadas. Sentado ao piano, tocava-o encurvado, com uma má postura, além do seu dedilhado ruim, com os dedos rígidos, que ficavam perfeitamente eretos e batiam nas teclas tal qual uma baqueta faria em um tambor. Excêntrico, Thelonious não era muito bem visto pela crítica da época, porém era unanimemente reconhecido entre os jazzistas. Compunha melodias e criava ritmos nada usuais. Compôs vários temas que hoje são considerados standards, como "Epistrophy", "'Round Midnight", "Blue Monk", "Straight No Chaser" e "Well, You Needn't".
Apesar de ser lembrado como um dos fundadores do bebop, o seu estilo, com o passar do tempo, evoluiu para algo único, próprio, de composições com harmonias dissonantes e guinadas melódicas combinadas a linhas de percussão desenvolvidas com abruptos ataques ao piano e uso de silêncios e hesitações.

Infância e adolescência
Filho de Thelonious e Barbara Monk, Thelonious Sphere Monk nasceu no dia 10 de outubro de 1917, em Rocky Mount, Carolina do Norte, EUA. A sua irmã, Marian, nasceu dois anos antes. Um irmão, Thomas, nasceu alguns anos depois. Em 1922, a sua família mudou para Manhattan, Nova Iorque. Monk começou a tocar piano aos nove anos de idade. Apesar de ter tido aulas formais e ter ouvido as lições de piano de sua irmã, Thelonious Monk era, essencialmente, um autodidata. Monk frequentou a prestigiosa Stuyvesant High School, mas não chegou a se formar.

Início da carreira musical
Acredita-se que Monk trabalhou em gravações de Jerry Newman, feitas em 1941 a partir de apresentações no Minton's Playhouse, lendário club de Manhattan onde ele trabalhava como pianista. O estilo de Monk era descrito como um "hard-swing" "viciado" em "frases" rápidas ao estilo de Art Tatum. Monk dizia ser influenciado por Duke Ellington, James P. Johnson, e outros pianistas, muito à frente do seu tempo. A sua técnica desenvolveu-se muito no Minton's, quando participava de competições que reuniam os grandes solistas de jazz da época. A cena musical desenvolvida no Minton's foi essencial para a criação do bebop e aproximou Monk de outros grandes nomes desse estilo, como Dizzy Gillespie, Charlie Christian, Kenny Clarke, Charlie Parker e, mais tarde, Miles Davis.

Primeiras gravações
Em 1944, fez a sua primeira gravação de estúdio com o quarteto de Coleman Hawkins. Hawkins foi um dos primeiros músicos a confiar no talento de Monk, tendo Monk retribuído o "favor" anos depois, ao convidar Hawkins para uma sessão em 1957 com John Coltrane. As suas primeiras gravações como bandleader saíram pela Blue Note em 1947 (mais tarde, essas gravações sairiam na antologia Genius of Modern Music, Vol. 1) e mostrariam a sua capacidade de improvisação e composição de melodias. Nesse mesmo ano, Monk casou com Nellie Smith e, dois anos depois, nasceu quem mais tarde tornar-se-ia conhecido como o baterista de jazz T. S. Monk.
Por anos esteve apagado, desaparecido dos bares de jazz, e isso deve-se a um acontecimento muito infeliz. Em agosto de 1951, a Polícia de Nova Iorque revistou um carro estacionado onde estavam Monk e seu amigo Bud Powell. Os policiais encontraram no carro narcóticos diversos, pertencentes a Powell. Monk recusou-se a testemunhar contra seu amigo, o que levou a Polícia a confiscar seu New York City Cabaret Card, documento então necessário para trabalhar em casas noturnas, bares e cafés. Sem a sua importantíssima licença, Monk estava impedido de trabalhar, o que abalou a sua capacidade de se apresentar em público durante alguns anos. Monk passou a maior parte dos anos 50 compondo, gravando e apresentando-se em teatros e sessões de jazz fora da cidade.
Após um período de sessões irregulares pela Blue Note, entre 1947 e 1952, Monk assina contrato com a Prestige Records para os próximos dois anos. Pela Prestige lança trabalhos sem reconhecimento, mas muito importantes, incluindo sessões com o saxofonista Sonny Rollins e o baterista Art Blakey. Em 1953, nasce a sua filha, Barbara Monk. Em 1954, Monk participou das sesões Christmas Eve, das retiraram-se os álbuns Bags' Groove e Miles Davis and the Modern Jazz Giants, ambos de Miles Davis. Davis achava que o estilo idiossincrático de acompanhamento de Monk dificultava improvisos e lhe pediu para sair do trabalho. Isto quase os levou às vias de facto. Na sua autobiografia, entretanto, Davis diz que a raiva e a tensão entre ele e Monk nunca foram coisas sérias e não passam de "boatos" e "mal-entendidos".
Ainda em 1954, Monk fez a sua primeira viagem à Europa, apresentando-se e gravando em Paris. Em Paris, conheceu a baronesa Pannonica de Koenigswarter, membro da tradicional família inglesa de Rothschild e patrocinadora de vários jazzistas nova-iorquinos. Ela seria uma amiga muito próxima pelo resto da vida de Monk.

Contrato com a Riverside Records
Durante o período da assinatura do contrato com a Riverside, Monk era bem-visto pela crítica e por outros músicos, mas as suas vendas não eram boas e sua música era considerada "difícil" para o público-massa. De facto, a Riverside comprou, com aprovação de Monk, o seu contrato Prestige por meros US$ 108,24. A viragem veio de um compromisso firmado entre Monk e a empresa, no qual ficou acertado que seriam gravados dois álbuns de standards do jazz (ainda assim, com a interpretação de Monk).

Monk e as obras de Ellington
A sua estreia pela Riverside foi uma "temida" gravação com o inovador baixista Oscar Pettiford e construída em volta de versões de Monk para músicas de Duke Ellington. O LP resultante, Thelonious Monk Plays Duke Ellington, foi preparado para levar Monk a um público maior e, assim, aplanar o caminho para a aceitação do seu estilo único. De acordo com o produtor Orrin Keepnews, Monk não se sentia confortável com as melodias de Ellington e gastou muito tempo lendo as partituras e tocando as melodias em diferentes escalas no piano, parecia que não conhecia a música de Ellington. Dada a grande história de Monk como instrumentista, imaginou-se então que a aparente ignorância do material era, na verdade, o seu típico humor perverso combinado a uma não-declarada relutância em provar sua competência tocando músicas de outros compositores (ainda aí, alguns duvidavam da competência técnica de Monk, dizendo que ele "não conseguia tocar").

Liberdade musical e auge de carreira
Finalmente, no álbum de 1956 Brilliant Corners, Monk foi autorizado a fazer a sua música na sua totalidade. A complexa música-título (que trazia o lendário saxofonista tenor Sonny Rollins) foi tão difícil de executar que a versão final foi feita a partir de três takes diferentes. O álbum, entretanto, é lembrado como o primeiro sucesso de Monk e também a sua obra-prima.
Depois de recuperar seu Cabaret Card, Monk relançou a sua carreira em Nova Iorque marcando presença durante seis meses no Five Spot Café, em Nova Iorque. Essas apresentações históricas começaram em junho de 1957, com Monk liderando um quarteto formado por John Coltrane no sax tenor, Wilbur Ware no baixo e Shadow Wilson na bateria. Infelizmente, quase nada da música deste grupo foi documentada, aparentemente por razões burocráticas (Coltrane tinha contrato com a Prestige Records). Uma sessão de estúdio foi feita pela Riverside, mas sendo lançada somente depois pela Jazzland; uma fita amadora de uma apresentação foi descoberta nos anos 90 e lançada pela Blue Note. Em 29 de novembro daquele ano, o quarteto apresentou-se no Carnegie Hall e o show foi gravado em hi-fi pela Voz da América. A gravação do concerto, dada como perdida, foi redescoberta na coleção da Biblioteca do Congresso em janeiro de 2005. Em 1958, Johnny Griffin tomou o lugar de Coltrane como saxofonista tenor na banda de Monk.

Fama, queda e morte
Monk agora assinava com a Columbia Records, uma major, e teve uma grande presença nos media, muito maior que antes. Monk, agora um jazz-star, tinha um grupo fixo, que era formado pelo saxofonista tenor Charlie Rouse, Larry Gales (baixo) e Ben Riley (bateria). Gravou um alguns de álbum muito bem-recebidos, em particular, Monk's Dream (1962) e Underground (1968). No fim de 1963, Monk apresentou-se no Lincoln Center. Fazia turnês pelo Japão e pela Europa. O seu sucesso era tal que, em 28 de fevereiro de 1964, Monk apareceu na capa da revista Time. O seu período na Columbia depois disso seria marcado pela baixa produção. Somente o seu último trabalho pela Columbia, Underground, continha um bom número de novas peças. Lançou pela Columbia Records vários discos ao vivo, todos eles somente com músicas antigas, nenhuma inédita. A Columbia, tendo em vista a baixa produção de Monk, não renovou seu contrato. O seu quarteto desfez-se e Monk desapareceu no meio dos anos 70, fazendo pouquíssimas apresentações na sua última década de vida. A sua última gravação de estúdio foi feita perto do fim de sua turnê com "The Giants of Jazz", que incluía Dizzy Gillespie, Sonny Stitt, Art Blakey, Kai Winding e Al McKibbon.
Com sinais de depressão e péssimo estado de saúde, Monk, então, passou os seus últimos seis anos de vida na casa de sua velha patrocinadora, a Baronesa Nica de Koenigswarter, que cuidara também de Charlie Parker durante a sua última doença. Monk não tocou piano nesse período, apesar de haver um em seu quarto, e falou com poucas pessoas. Monk sofreu um AVC e morreu a 17 de fevereiro de 1982. O seu corpo foi enterrado no Ferncliff Cemetery, Hartsdale, Nova Iorque. Desde a sua morte, a sua música vem sendo descoberta por um público maior e é sempre posto ao lado de grandes nomes do jazz, como Miles Davis, John Coltrane e Bill Evans.

Thelonious Monk, o excêntrico
Monk sempre é descrito como um homem excêntrico, peculiar. Era conhecido pelo seu característico estilo hipster (na verdade, ele Dizzy Gillespie são imagens emblemáticas da cultura hipster dos anos 40 e 50) e por ter desenvolvido um estilo único, muito sincopado e percusivo para tocar piano. Monk era também famoso por emitir aforismos impenetráveis e por permanecer em longos períodos de muda abstração, para diversão e perplexidade dos que o rodeiam. Há uma gravação famosa de "The Man I Love" em que Miles Davis perde a paciência com um longo intervalo silencioso num solo de Monk e entra no meio, como se quisesse acordar o pianista. Não é improvável que Monk estivesse mesmo dormindo. O baixista Al McKibbon, que conheceu Monk vinte anos antes de sua morte e tocou em sua última turnê, de 1971, disse: "Naquela turnê, Monk disse duas palavras. Digo, literalmente duas palavras. Não dizia 'bom dia', 'boa noite' ou 'que horas são?'. Nada. O porquê eu não sei. Depois da turnê, ele disse que a razão pela qual ele não se comunicava ou tocava era porque Art Blakey e eu éramos muito feios."
Outro lado de Monk, porém, é revelado na biografia de autoria de Lewis Porter John Coltrane: His Life and Music; Coltrane diz: "Monk é o exato oposto de Miles [Davis]: fala de música o tempo inteiro e deseja tanto que você entenda isto que, se você lhe perguntar algo, ele gastará horas e horas para lhe explicar".
O documentário Thelonious Monk: Straight, No Chaser (1989), produzido por Clint Eastwood e dirigido por Charlotte Zwerin, atribui o seu estranho comportamento a doenças mentais. No filme, o filho de Monk, T. S. Monk, diz que, às vezes, o seu pai não o reconhecia e afirma que Monk foi internado em várias ocasiões, em função de uma doença mental nunca especificada, que somente se agravou no fim dos anos 60. Não há notícias de diagnósticos oficiais, mas Monk várias vezes ficava muito animado por dias e, aos poucos, parava de falar e recolhia-se. Médicos recomendaram eletroconvulsoterapia, mas sua família não permitiu; antipsicóticos e sal de lítio foram prescritos então. Outros culpam o comportamento de Monk pelo uso inadvertido de drogas: Monk pode ter consumido LSD e peiote com Timothy Leary. Outros clínicos sustentam que Monk foi mal-diagnosticado e lhe foram dados medicamentos que causaram-lhe sérios danos cerebrais.

Legado
Monk é um dos fundadores e principais músicos do bebop. O seu famoso estilo (o "Melodious Thunk, segundo a sua esposa), apesar de único, é referência no jazz da segunda metade do século XX. Uma vez questionado sobre quem era sua maior influência, declarou: "Bem, eu próprio, naturalmente."
O seu estilo experimental antecipava muito do que, mais tarde, na década de 60, foi o free jazz. Monk influenciou muitos músicos jazz dos anos 60, como John Coltrane, Ornette Coleman, Sonny Rollins e Eric Dolphy.
Apesar de ele próprio ser referência, Monk opôs-se ao avant-garde jazz, chamando-o de incoerente e ilógico, simplesmente "um monte de notas".
Monk compôs ao longo de sua vida apenas 71 temas (Duke Ellington, por exemplo, compôs de cerca de 2000). Ainda assim, é considerado um dos poucos grandes compositores do jazz. Muitas de suas obras são referências pela sua brilhante, única e, muitas vezes, bizarra forma de linguagem em relação ao jazz clássico (o chamado "padrão").
Em 1993 foi agraciado, postumamente, com o Grammy Lifetime Achievement Award. Em 2006, Monk foi laureado com o Pulitzer Prize Special Citation.